Saturday, April 30, 2011

“O Mistério do Túmulo de Colombo” (impressões pessoais)



Esta é mais uma obra que me agradou ler. Para além da história em si, também foi uma oportunidade de relembrar aspectos da vida de Cristóvão Colombo e mergulhar nos seus mistérios.

Baseado em factos verídicos que se prenderam com o assalto aos túmulos de Colombo em Santo Domingo e em Sevilha, o espanhol Miguel Ruiz Montañez inventa um romance misterioso e interessante sobre o que aconteceu.

O investigador espanhol Andrés Oliver e os seus dois colegas da República Dominicana partem em busca do mistério que rodeia estes roubos e a própria vida de Colombo.

Quem estaria por detrás dos roubos? Quais as suas motivações? A história conhece avanços e recuos com os vilões a passarem a colaboradores dos protagonistas, os colaboradores dos protagonistas a passarem a vilões e novamente a serem passados para bons da fita.

Os três investigadores começam em Santo Domingo com os intelectuais do país, continuam a investigação em Sevilha, onde Altagracia encontra documentos dentro de um monumento de Colombo que depois são roubados pelos perseguidores, prosseguem em Génova onde encontram inúmeros documentos no castelo, numa passagem secreta, e depois vão até Miami onde se reúnem com o milionário americano Richard Ronald.

Andrés desconfia que o americano esteja por detrás dos roubos mas o americano convence o espanhol que está do seu lado para desvendar o mistério. Para que Andrés confie nele, Ronald mostra-lhe fotos dos intelectuais dominicanos que foram professores de Altagracia. Desiludida com o comportamento dos seus compatriotas, especialmente da sua mentora Dona Mercedes, Altagracia regressa a Santo Domingo, enquanto que Andrés e Edwin seguem com a equipa de Ronald para o Panamá para resgatarem a nau La Vizcaína, afundada durante a quarta expedição de Colombo ao Novo Mundo. Nessa nau estava qualquer coisa que os documentos não revelavam.

Com a ajuda dos protagonistas, elementos da equipa de Ronald descobriram a nau sob grande intempérie. Quando se preparavam para trazer a arca que encontraram no seu interior para terra, dá-se um violento tiroteio. Inúmeras pessoas morrem, inclusive Edwin e muitos colaboradores de Ronald. Como o americano foi ferido, depreendeu-se que os mentores dos ataques foram os intelectuais dominicanos.

Os protagonistas voltam às origens, onde tudo começou, na República Dominicana. Ao longo das investigações, os protagonistas ficam intrigados com a quantidade de referências à Catedral Primaz da América e resolvem investigar lá. O instinto de Altagracia é mais uma vez de extrema utilidade. No subsolo da Catedral existe praticamente outra luxuosa catedral construída por Richard Ronald com tudo o que conseguiu arrecadar de Colombo. Foi ali construído um túmulo majestoso. Richard Ronald apareceu para os enfrentar e para os capturar. A alegada ajuda não passou de uma armadilha.

Os intelectuais dominicanos também estavam presentes e foram atingidos a tiro pelo americano. Afinal eles colaboraram também com Ronald porque ele prometeu dignificar a imagem e memória do Descobridor, tal como ele merecia e os três académicos reivindicavam.

Afinal de contas, Ronald era mesmo o mau da fita e os intelectuais dominicanos estavam a agir de boa fé, sem desconfiar no tipo de aliança que os unia a Ronald.

Colombo passou a ser aclamado como um herói e o Mundo inteiro passou, desde esses episódios da recuperação dos seus restos mortais, a dar ao Descobridor o tratamento merecido pelos seus grandiosos feitos.

A ficção portuguesa agora volta a estar na minha agenda de leitura nos próximos dias.

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