Friday, September 30, 2016

Um dia especial

embarquei no Expresso para Lisboa a meio da manhã. O destino era o Campo Grande para um exame de Medicina do Trabalho.

Depois de ter saído no Expresso em Sete Rios, apliquei a minha infalível tática de ir atrás de toda a gente que saía do veículo. Certamente iriam apanhar táxis. Assim fiz mais uma vez. Ainda me lembrava mais ou menos onde era a praça de táxis. Só não me lembrava de ali haverem escadas.

Cheguei ao meu destino e aí tive uma enorme surpresa. As minhas colegas que só conhecia à distância trouxeram pasteis de nata acabados de sair do forno e canela para me cantarem os parabéns. Sinceramente, não estava à espera. Fiquei bastante agradada e surpreendida, sem saber o que dizer. Foi um momento bonito que recordarei.

Terminada a consulta, ainda fiquei ali um pouco mas depois decidi-me a voltar mais cedo para Coimbra. Encontrei um taxista que me falou todo o caminho em Desporto, em como descobriu o Triatlo.

Cheguei a Coimbra perto ds sete e um quarto da tarde. Depressa me preparei para acompanhar o jogo do Benfica com o Nápoles. Infelizmente as coisas não correram bem para o meu dia de aniversário ter sido um dia pleno de felicidade.


Wednesday, September 28, 2016

“Ternura Dos 40”- Paco Bandeira (Música Com Memórias)


Hoje o tema que aqui apresento não podia ser outro, uma vez que faço quarenta anos hoje.

Esta era também uma daquelas músicas que detestava quando era pequena. A culpa é da história que passo a narrar a seguir.

Hoje, quando me lembro dos sonhos, não hesito em os escrever neste meu humilde blog. Quando era criança não havia essa possibilidade, muito menos quando os sonhos resultavam de distorções provocadas pelos muitos acessos de febre que me assolavam.

Eu tinha uma pasta de colocar às costas, não uma mochila. Uma pasta daquelas que se usavam na escola primária. As mochilas eram para quem andava no liceu o no preparatório. Por acaso tinham-me dado essa pasta e algum material escolar. Era castanha e tinha algumas figuras Disney, se bem me lembro. Nem gostava muito dela, para dizer a verdade.

Uma noite, num misto de sonho, vigília e delírio febril, sonhei com horror que a minha pasta se tinha derretido ou se estava a desfazer e estava completamente torta. Eu tinha medo de lhe pegar.

Provavelmente esta música tocava na rádio nessa altura. Só sei que ainda hoje associo esta música a este acontecimento, apesar de já não sentir a aversão que sentia . Por acaso até começo a gostar.

A idade opera verdadeiros milagres em matéria de mudança de gostos musicais. Estou a ficar velha.


Slimani não fez falta em Alvalade mas foi decisivo em Leicester

Sortes diferentes tiveram Porto e Sporting na segunda jornada da fase de grupos da Liga dos Campeões. Enquanto o Sporting recebeu e venceu o Legia de Varsóvia por 2-0, o Porto perdia em Leicester por 1-0. O golo foi apontado pelo inevitável Slimani.

Foi de amarelo que o Porto se apresentou em campo.

A primeira jogada de perigo é do Porto e de André Silva.

Vardy remata para fora. Ainda é canto.

Agora é Adrian Lopez que cria perigo.

O nosso grande amigo Slimani é o número dezanove. Andava a ver onde é que ele estava.

O Leicester cria perigo.

Em Alvalade há o relato de uma bola à trave rematada por Gelson.

O primeiro cartão amarelo do encontro é exibido a Felipe.

Os jogadores do Porto rodeiam o árbitro turco. Mas o que querem? Por causa das coisas já saiu um cartão amarelo por protestos para André Silva.

O Vardy também viu o cartão amarelo agora.

Adivinhem quem marcou o golo do Leicester! Pois claro! Tinha de ser! O nosso velho conhecido e cliente das redes azuis e brancas. O Slimani, agora com uma camisola azul, curiosamente.

Parece que os adeptos do Sporting festejaram em Alvalade este golo do Slimani...e agora festejam o golo da sua equipa apontado por Bryan Ruiz.

E já viu o cartão amarelo, o nosso velho amigo Slimani.

Na sequência de um livre, Layun envia a bola à rede lateral.

Em Alvalade, Bas Dost faz o segundo golo para o Sporting.

Chega-se ao intervalo e os jogadores do Porto voltam a rodear o árbitro turco porque ele terminou a primeira parte sem deixar que fosse marcado um canto.

Em Alvalade também se chega ao intervalo mas as coisas estão bem mais calmas.

Danilo viu o cartão amarelo por enviar um pé à cara do Slimani.

Saiu cartão amarelo para o Jogador Número Seis do Leicester, Robert Huth por travar Otavio em falta quando seguia velozmente com perigo. O livre é perigoso mas vai para fora.

Em Alvalade protesta-se uma grande penalidade que terá ficado por assinalar a favor do Sporting por mão de um jogador do Legia na área de rigor.

Casillas nega o golo ao Mahrez, este sim, o grande amigo do Slimani.

Diogo Jota cria perigo para o Porto.

Kasper nega o golo a Herrera que também tinha entrado nesta segunda parte juntamente com Diogo Jota.

O Slimani é substituído e o estádio aplaude-o de pé. É incrível como já tanta gente se rendeu ao seu encanto! Está a marcar golos, apesar de o Leicester não estar propriamente bem no campeonato inglês.

Corona envia a bola ao poste.

Saiu um argelino que causava o pânico junto à baliza de Casillas mas ainda lá ficou outro que agora causou ali calafrios- o Mahrez.

E o amigo do Slimani também vai sair. Pode ser que as coisas fiquem mais calmas em termos de lances de perigo para a baliza do Porto.

Por falar em argelinos, lembrei-me agora que o Brahimi foi convocado e nem no banco se sentou. Ele que tanto queria experimentar os estofos dos bancos nos estádios ingleses. Faço ideia da azia com que deve estar. Ir para a bancada num jogo de Champions? Nem sequer assentar os seus glúteos no banco para depois ser chamado e fazer um brilharete? A equipa a perder e a precisar dele? Bem, vai ser o degredo. O que ele estará a pensar…

Agora o Porto tenta um forcing final para empatar o jogo.

Aquele jogador que entrou agora no Leicester é outro velho conhecido, especialmente dos lados do Sporting. É o nigeriano Ahmed Musa que jogava no CSKA de Moscovo. Hoje, também ele, será amigo do Slimani.

Terminam ambos os jogos com a vida muito complicada para o Porto e o Sporting ainda tem esperança, apesar do Real Madrid e do Borussia Dortmund no seu grupo.

Tuesday, September 27, 2016

“Trem Das Onze”- Gal Costa (Música Com Memórias)


Não deixo de sorrir sempre que ouço esta música. A razão passo-a a narrar a seguir. É uma história deliciosa.

Sempre tivemos a rádio como companhia desde tenra idade. Ao virmos da escola, com a lareira já à nossa espera, estava o velho rádio (que ainda hoje toca) com músicas sempre prontas para ouvirmos.

Depois, um pouco mais tarde, nós próprias escolhíamos as rádios que ouvíamos e quase sempre ouvíamos a Emissora Voz da Bairrada que estava situada em Oliveira do Bairro. Muitas vezes passava esta música já bastante antiga de Gal Costa que nós, na nossa tenra idade, julgávamos que tinha saído ontem mesmo.

E o que fazíamos nós sempre que passava esta canção na rádio? Cantávamos a plenos pulmões e em coro. Eu e a minha irmã somos muito diferentes. Diferentes demais até. Quanto a cantar este tema, estávamos de acordo e, sem combinarmos, lá íamos enchendo o quarto cantando a duas vozes quase perfeitas em sintonia.

Algumas vezes exagerávamos no dramatismo da música e desatávamos a rir. Quando a música acabava, ainda a cantávamos. Ainda hoje, ao escrever isto, recordo as nossas vozes infantis por cima da música original, com algum riso à mistura, tudo porque alguma de nós dava algum ênfase a alguma frase da letra.

Belos tempos, esses!


Thursday, September 22, 2016

Onde estou? Que horas são?

Depois de me ter deitado a horas normais, isto é, perto das onze horas (a hora em que já estava a ler duas e três vezes o mesmo parágrafo do meu livro), acordei às quatro e meia da madrugada e estive algum tempo sem voltar a adormecer.

Não sabia se iria voltar a pegar no sono antes das seis e meia que é a hora de me levantar. Se isso acontecesse, haveria certamente alguma coisa que narrar por aqui. Geralmente estes longos períodos sem sono antes de se voltar a adormecer costumam dar lugar a coisas estranhas. Sempre foi assim desde que sou gente.

Sem praticamente me aperceber, voltei a adormecer, misturando-se a vigília com o subconsciente, que é o que normalmente acontece nessas ocasiões. Então ouvi o despertador tocar…

Levantei-me de um salto. Liguei o aquecedor automaticamente sem sequer estar frio. Depois tentei-o desligar e ainda o rodei para o máximo, apresando-me a desligá-lo depois, não fosse o quadro da luz ir abaixo. Senti no ar aquele cheiro a pó queimado resultante de ter ligado o aquecedor no máximo e de este há muito não ser usado. Ainda estava bastante escuro. Mas afinal que horas eram?

Bem, não estava completamente escuro na rua porque há um candeeiro laranja a iluminar tudo e...havia uma Lua grande e amarelada ainda no Céu. Espera, havia ainda mais um foco de luz. Era a luz da rua que estava ligada. Alguém a deixou acesa. Agora até nem tem sido muito necessária porque temos lá o candeeiro público.

Passou um carro a alta velocidade na estrada e logo se fez ouvir o chiar de pneus. Seria a Feijoa que andava na estrada? Passou outro carro vindo do lado de Vila Nova, os faróis vinham no máximo. Dava para ver da janela. Chegando ao mesmo local, também derrapou. Eu começava a achar isto muito estranho.

Ouvia gente a falar na estrada mas não conseguia distinguir o que diziam. Aquilo estava a começar a enervar-me. A solução foi chamar alto e bom som pela minha mãe mas ela parecia não me ouvir.

Acordei. Não estava lá na terra. O despertador ainda não tinha tocado. Tudo estava calmo para já.

Wednesday, September 21, 2016

Corrida contra o tempo para apanhar o avião

Foi uma noite repleta de sonhos, cada um com as suas peripécias, quase todos interligados. Vou desenvolver a parte final, aquela imediatamente antes de acordar.

Antes de narrar a história onírica ao pormenor, sonhei que havia uma série de atividades na minha terra. Tinha de passar numa subida que realmente existe e, enquanto os outros a subiam sem problemas...eu gatinhava e via- os cada vez mais distantes. Nos sonhos é assim, corro sempre mais devagar, muitas vezes gatinho ou rastejo e quase sempre ando para trás.

Estas atividades estavam associadas...ao estranho casamento da minha irmã...com um inglês muito doido. Mas espera aí! A minha irmã por acaso não é já casada? E que fazia a minha mãe ali no meio de gente nova? Ela, que não gosta de ir a lado nenhum?

Bem, houve uma altura em que toda a gente foi comprar suplementos alimentares...aos chineses. Eu engoli logo uma mão-cheia de cápsulas e fiquei com um speed incrível. Até tinha medo de morrer de overdose. Bem, estava por ali uma ambulância para a eventualidade de acontecer alguma coisa. Mas os outros mesmo assim corriam mais do que eu.

Chegou a hora de nos separarmos daquela semana louca. Eu e a minha mãe...tínhamos de apanhar o avião. Mas onde raios estávamos? Aqui começa a confusão. Antes de partirmos, a minha irmã emprestou umas calças verdes, imagine-se, para a minha mãe vestir durante a viagem.

E lá alugámos um táxi rumo ao aeroporto não sei de onde. O táxi foi alugado em Coimbra, aí não tenho dúvidas. Não me lembro da viagem de táxi. Só me lembro de estar num local que me diziam que era um aeroporto...mas coitado desse aeroporto! Era um aeroporto que mais parecia um apeadeiro.

O taxista mencionou que já estávamos atrasadas e podíamos perder o avião. Se o perdêssemos, só depois das onze da noite teríamos novo voo. Havia que apressar. Mais uma vez, volta a entrar em ação (ou em inação) a minha velocidade de lesma que me acompanha durante os sonhos. A minha mãe corria, com aquelas calças verdes vestidas, até parece que voava. Eu, coitada de mim, parecia que tinha as pernas presas com um cordel. Toda a gente discutia comigo. Para eu andar mas rápido. Eu tentava mas cada vez andava mais devagar.

O tempo passava. O taxista foi pedir aos senhores do aeroporto...para o avião esperar por nós. Mesmo assim, havia que apressar. Passávamos por longos corredores, por casas minúsculas. Eu já desesperava. Nunca mais chegávamos ao local de embarque. Diziam sempre que estávamos quase a chegar mas...lá íamos nós por outro interminável corredor. Não. Assim não chegaríamos a tempo.

Afinal aquilo passava-se...na Madeira. Eu sei lá onde era! Não era na Madeira certamente. Lembram-se de eu dizer que alugámos o táxi em Coimbra? Então? Convém lembrar que estamos num sonho e os sonhos carecem de lógica.

O melhor é acordar e tentar escrever por aqui qualquer coisa.

Primeiros passos









Num Domingo muito bonito de final de verão, rumámos a São Jacinto para ali iniciarmos mais uma época de caminhadas.

Ao contrário das expectativas gerais, não caminhámos à beira-mar mas sim na Reserva Natural Das Dunas de São Jacinto no percursos assinalado a vermelho naquele trilho que se encontrava em ótimas condições e não ofereceu dificuldades.

Tivemos de nos dividir por causa das aves que ali habitam. Também tivemos de fazer o menor barulho que conseguíssemos. Em muitos locais, seguimos mesmo em fila indiana e em silêncio. O caminho era estreito e quase não dava para ir a par.

Terminada a jornada, também nos dividimos para ocupar os restaurantes que ali haviam. Desconhecíamos por completo que era dia de festa em São Jacinto.

Depois de termos almoçado, tivemos tempo de ver algo nunca antes visto e que vale a pena ser presenciado ao vivo. É uma cerimonia muito bonita, mesmo para mim que não vibro muito com estas coisas de religião.

Em quase todas as localidades de Portugal há uma procissão em honra da santa padroeira do lugar que percorre as ruas...só que ali a santa padroeira não percorre as ruas...percorre o mar. aquela procissão faz-se toda de barco. Imaginem os andores com os santos em barcos, o padre e a banda num enorme barco, as flores espalhadas pela água, tal como normalmente se espalham na estrada.

Explicaram-me alguns habitantes de São Jacinto que a Senhora dos Navegantes chega de barco vinda da Gafanha da Nazaré para saudar a Senhora das Areias, padroeira de São Jacinto. Trata-se de algo inigualável e todas as palavras aqui debitadas são suficientes para o descrever. Não admira estar ali muita gente. Muitos terão vindo de fora.

As fotos da caminhada são poucas, pelo facto de o trilho ser estreito e seguirmos em fila.

Quem nunca marcou um golo, que se acuse



O Guimarães acabava de marcar perante o Belenenses e eu ia olhando para o telemóvel. Observando um jovem que sigo no Instagram, surgiu esta pergunta um pouco curiosa: será que aquele jovem alguma vez marcou um golo?

Bem, sempre lhe podia perguntar mas não é propriamente daqueles para quem eu falo. Em vez disso, comecei a deflectir sobre o tema que me tinha assolado a mente. Comecei a pensar em quem não havia marcado golos na vida certamente. Nessa lista incluem-se todas as senhoras de idade mais avançada que eu conheço. Naquele tempo, na escola, as meninas não faziam Educação Física e acho que também não jogavam a bola na rua, como eu tanto gostava de fazer..

Talvez a minha irmã nunca tenha marcado um golo, nem nas aulas de Educação Física na escola. O meu pai? Tenho dúvidas. Acho que ele não era muito de jogar a bola na rua.

Já eu jogava a bola na rua. Também só marquei um golo na vida, num local onde estava uma baliza que se visse, não peças de roupa ou paus a marcar. Vou narrar o meu golo!

Tinham limpo um terreno que existe perto de minha casa e houve uma altura, andava eu aí no décimo segundo ano, em que se faziam ali jogos de Futebol. Num Domingo de manhã, chamaram-me para eu vir jogar. Eu andava com a minha bola a dar toques ali perto. A bola do jogo até era a minha e formaram-se equipas mistas.

Na baliza estava um rapaz da minha terra que era muito magrinho. Eu jogava a central ou a lateral- esquerda sempre. Não era propriamente das posições avançadas. A bola veio na minha direção, eu estava ao pé da outra baliza e mandei um balão lá para a frente para aliviar. Como o campo era pequeno, a bola facilmente chegou à outra baliza. Aí desceu e foi ao ângulo. Foi um belo golo! Tenho uma vaga ideia que esse jogo terminou empatado a uma bola.

De referir que a minha bola rebentou pouco depois, talvez devido à ação de alguma pedra. Aquilo era terra batida.

E assim narrei o único golo que marquei na vida. Um dia, se alguém se lembrar de fazer a mesma pergunta vendo a minha foto na Internet, se tiver certa dose de loucura para refletir profundamente sobre este assunto, sempre pode vir aqui consultar este texto.

Saturday, September 17, 2016

Carta a Marieke Vervoort

Campeã,

sei que nunca chegarás a ler estas palavras mas não deixo de me sentir estupefacta com a tua decisão de te submeteres à eutanásia mesmo depois da medalha que conquistaste nos Jogos Paralímpicos. Sei que a vida para as pessoas portadoras de deficiência não é fácil e que muitas vezes as pessoas ditas normais ainda colocam mais obstáculos na nossa vida do que aqueles que existem realmente. Neste momento estou a sentir isso na pele e ainda ontem chorava porque alguém não me facilitou a vida, coisa que também facilitaria a vida dessas pessoas, não só a minha ou a tua. Não deve ser fácil estar confinada a uma cadeira de rodas, simplesmente te vou contar uma história que talvez te faça pensar que, apesar dos teus problemas, há alguém no Mundo que daria tudo para ter pisado o palco onde lograste conquistar uma medalha e ficaria feliz se pura e simplesmente participasse.

É a história de alguém que um dia teve sonhos, apesar de ter nascido com uma deficiência visual. Só que esses sonhos foram destruídos pela base, pela tacanhez das pessoas. O meu primeiro grande sonho era o de fazer rádio. Já lá vamos…

Não vou contar o que se passou comigo quando entrei para a escola primária. Só isso daria um livro. Um dia conto essa história a quem se dignar a ouvi-la ou aos pais que ainda ontem foram fechar uma escola a cadeados porque os seus filhos estavam misturados com os da segunda classe na mesma sala. É muito triste mesmo e qualquer problema que hoje haja em qualquer escola de Portugal, ao lado do que eu vivi durante dois anos (não foram dois dias nem duas semanas) é uma autêntica brincadeira. Em 1982 não havia tantos jornais, televisões ou redes sociais. Vou começar a minha história de mais tarde. A minha história no Desporto.

Quando ingressei no Ensino Superior no curso de Comunicação Social, inscrevi-me na associação de deficientes visuais daqui de Portugal em várias modalidades desportivas. Acabei por ter mais sucesso no Atletismo, pois era a modalidade mais representativa aqui pelos deficientes visuais. Em 1997 começou a minha carreira de que hoje muito me orgulho.

Treinava a maioria das vezes sozinha ou com outros companheiros que faziam manutenção. Ia lendo em livros ou revistas o que tinha que fazer e o que não tinha. Apesar dos obstáculos, estava feliz. Finalmente tinha descoberto um sentido para a vida. Comecei a gostar mais de mim e isso também se refletiu no contacto com os outros. Saí um pouco do meu mundo onde estava enclausurada e surpreendia-me um pouco com a facilidade com que contactava com as outras pessoas.

Algum tempo depois, houve um campeonato da Europa para deficientes visuais em Portugal e tive oportunidade de me estrear nas lides internacionais. Estava mesmo a viver um sonho! Não augurava medalhas mas o facto de estar a participar e a conviver com pessoas de outros países estava a preencher-me a alma. Repeti a presença em 2001 na Polónia. A minha mãe e a minha irmã têm o mesmo problema que eu, não somos uma família de grandes posses, a facilidade de irmos a outras paragens era muito remota e o Desporto preenchia muito essa lacuna. Sempre me interessei pelos outros países, ainda hoje me interesso. Desportivamente, as coisas correram-me bem. Fiz o melhor que podia e sabia, apesar das limitações que tinha. Em 2001 estava no último ano do meu curso e estava a fazer o estágio longe da cidade. Pelo meio ainda tive uma lesão que me afastou por três meses. O momento de maior felicidade da minha vida foi vivido ali. Não há medalha nenhuma que pague estar por breves momentos que sejam com alguém que vim a descobrir amar de verdade. Também era algo que nunca pensei que pudesse acontecer e que aconteceu precisamente porque estava feliz com a vida, estava a conseguir aceitar-me como eu realmente era. O Desporto operou em mim esse milagre. Hoje olho para trás, com a realidade que vivo atualmente, e penso que tudo não passou de um sonho. Não foi. Nunca mais o vi. Por vezes penso no que faria se o voltasse a ver.

Tinha vários amigos, de várias proveniências, de culturas diferentes, com modos de agir e de pensar muito distintos. Isso dava lugar a algumas peripécias que ainda hoje conto a quem as queira ouvir. Tinha uma grande amiga no Desporto, a Kate. Era irlandesa e fazia tudo e mais alguma coisa no Desporto, tal como eu. Desde a primeira vez que participei numa prova internacional, ela esteve presente e era a protagonista de algumas dessas histórias que são o que eu levo desta vida. Também nunca mais a vi pessoalmente...mas vi-a há quatro anos atrás ...a participar em prova de Ciclismo. É por isso que não acompanho os Jogos Paralímpicos. Estava até a acompanhar há quatro anos, até a minha amiga aparecer ali no ecrã da televisão. Naquele tempo não havia redes sociais e muito pouca gente deficiente visual tinha acesso a computador. Perdi completamente o rasto às pessoas de quem gostava.

Depois de terminar o curso, voltei à minha aldeia que fica num local um pouco remoto. Só ia a Coimbra uma vez por semana. O resto do tempo, treinava sozinha nos pinhais e na estrada, numa zona que nos meses de inverno tinha muito fraca visibilidade na altura. Hoje já tem candeeiros laranja por todo o lado. Treinava completamente sem apoio de ninguém, ao frio, à chuva, conforme o tempo estivesse. Intensifiquei a pesquisa por exercícios e devorava tudo o que fosse relacionado com Desporto. Tinha um website que era o único que havia na altura sobre Desporto Adaptado em Portugal. Construi-o na sala de informática da escola. Foi nessa altura que fizeram uma reportagem televisiva comigo e um senhor que tinha uma instituição numa localidade perto de Coimbra chamada Miranda do Corvo me convidou a ir para lá.

Em fevereiro de 2004 decidi-me a dar um passo arriscado e a rumar então a Miranda do Corvo. Os primeiros tempos não foram fáceis mas tudo era suportado em nome de um sonho...justamente aquele que hoje é a tua realidade, a participação nuns Jogos Paralímpicos. Eu tinha as baterias apontadas para 2008. Já não iria a tempo de 2004. As coisas começaram a correr-me melhor. Estava a fazer duas coisas pelas quais muito lutei praticamente desde tenra idade- fazer rádio e praticar Desporto com boas condições.

À medida que me fui adaptando mais, os resultados nos treinos foram melhorando a olhos vistos. Estava também finalmente a trabalhar num projeto de um programa de rádio e colaborava também com o jornal da cidade. A vida estava-me a correr lindamente mas, não devo ter nascido para ser feliz. Por algum motivo não o mereço.

Em finais de março de 2004, fui a uma consulta de oftalmologia, como sempre fui desde que sou gente. Já sabia que tinha contraído glaucoma- um desenvolvimento inevitável do problema genético de que eu e alguns familiares padecemos. Não estava à espera do que saiu dali daquela consulta. Teria de ser operada aos olhos com alguma brevidade. Isso aconteceu um mês depois. Até lá, fui continuando com a minha vida.

Vendo que continuava a sentir-me cada vez melhor nos treinos e a conseguir bons resultados nas provas, invadia-me um sentimento agridoce. Sabia que ia parar por algum tempo mas estava feliz ao mesmo tempo com o que estava a conseguir. Pensava que tudo se resolveria e, depois de recuperar, retomaria com normalidade.

Foi com o coração nas mãos que no dia 23 de abril de 2004 entrei na sala de operações. Havia o risco de cegar. Afastado esse cenário, só pensava em recuperar e em retomar os treinos. Contava os dias para uma consulta que iria ter a 6 de julho de 2004. Pelo meio ainda fiz voluntariado no Europeu de Futebol de 2004 que se realizou em Portugal. Quando pisei a pista de Atletismo do Estádio Cidade de Coimbra, quando andámos a marcar os lugares nas bancadas de imprensa, não contive as lágrimas. Quando voltaria eu a correr ali? Era a minha segunda casa. Quando estudava, tinha dias de ir para lá às seis da tarde e sair de lá perto das oito da noite. Olhei para uma das caixas de saltos. Muitas foram as vezes em que colocava peças de roupa a marcar a tábua de chamada e a medir as distâncias. Ali vivi praticamente parte da minha vida.

Finalmente chegou aquele dia, o tal dia da consulta. Aguardava-o com expectativa. Ate tinha deixado roupa de treino em cima da cama. Lembro-me que eram até uns calções vermelhos e uma camisola amarela.. Esse dia está-me gravado na memória pelos piores motivos. Foi com um brilho nos olhos e um sorriso nos lábios que perguntei ao médico se já podia voltar a treinar. Foi então que tudo se desmoronou quando ele me disse que não podia fazer Desporto de alta competição devido à pressão ocular que poderia fazer com que a retina se descolasse (só vejo de um olho, a retina do outro descolou completamente e acabou mesmo de descolar de vez quando fui operada em abril) Fiquei completamente fora de mim. Fiquei completamente perdida. Tudo o que eu construí acabara de ruir. O que fazer dali para a frente? Por acaso voltei mesmo a correr nessa mesma tarde. Vieram-me buscar para me equipar. Acho que ainda fiz umas séries na estrada- ali nós treinávamos na estrada. Ainda estava em Miranda do Corvo.

Sempre que estava sozinha, não parava de chorar. A tristeza que sentia era difícil de transcrever para palavras. Havia um local onde podia esquecer tudo- no estúdio de rádio. Ninguém notava o que se estava a passar porque só a rádio me dava algum aconchego. É a minha grande paixão a par do Desporto mas não voltei também a ter a oportunidade de realizar esse sonho. Desse ainda não desisti mas agora não penso ser só animadora, gostava de trabalhar também nos bastidores, na produção de programas, nas pesquisaras, por aí assim.

Passado algum tempo, decidi vir-me embora de Miranda do Corvo. Aproveitando uma mudança de instalações, peguei nas minhas coisas e voltei para casa. Não fugi. Apenas achei que não estava ali a fazer mais nada. A senhora da rádio ainda pediu que eu ficasse. Custou-me vir embora mas houve algo que me disse, uma voz interior, que devia ir-me embora. A partir dali, as coisas só tendiam a piorar. Infelizmente foi isso que aconteceu.

No ano de 2005, já quando tinha voltado a casa, fui sujeita a mais duas operações aos olhos. Foi nessa altura que também vi os meus colegas de Lisboa que hoje estão aí contigo pela última vez e me despedi deles. Foi em Lisboa durante um almoço. Meses mais tarde, uma semana depois de ter sido operada pela terceira vez, a pressão ocular subiu abruptamente e fui internada de urgência. Foi no dia 24 de maio de 2005. Esse foi sem sombra de dúvidas o dia mais negro da minha vida. O glaucoma não mata ninguém mas dá dores horríveis. É com isto que eu por vezes vivo. Quando me enervo, as dores nos olhos são a primeira coisa que sinto. Naquele dia pensei em tudo, no quanto não dei valor aos pequenos momentos da vida. Foi a partir daí que passei a viver como vivo hoje, sempre um dia a seguir ao outro, sem grandes planos para o futuro.

Em setembro de 2005, dada a situação que eu vivia e o risco de cegar, ingressei nos cursos da associação de cegos. Foi aí que voltei a treinar na pista de Atletismo do Estádio Cidade de Coimbra. Já não corria desde Janeiro, altura da primeira de duas operações no ano de 2005. Apenas podia correr, não podia fazer saltos nem musculação.

Voltei a ser só velocista, tal como o era quando iniciei a minha carreira. Num chuvoso e friorento Sábado de finais de novembro de 2005, retomei a competição numa prova regional. Assim andei até 2007, altura em que abandonei a competição definitivamente. Em parte isso deveu-se ao facto de as pessoas responsáveis nem sequer me terem dado oportunidade de competir nos Campeonatos nacionais de 2006. Fiquei triste e magoada com as pessoas. Estava-me a esforçar bastante, estava até a arriscar algo, sabiam por tudo o que eu tinha passado e trataram-me da forma como me trataram. Merecia outro respeito, outra consideração, a derradeira oportunidade de correr com os meus colegas que havia deixado. Em 2007 nem sequer me disseram que havia campeonatos. Aí abandonei tudo de vez, magoada e com os tendões a cederem devido à falta de trabalho de ginásio. Já não iria a lado nenhum em termos desportivos mas queria ao menos ter participado uma última vez nos campeonatos nacionais, coisa que não fiz em 2004 quando iria conseguir resultados que iriam deixar toda a gente de boca aberta. Nem me iriam conhecer! Queria uma despedida do Mundo do Desporto digna, respeitando o que fiz durante quase dez anos. Depois também voltei para casa em 2008. Já não daria para continuar de qualquer maneira.

E foi isso que aconteceu. Desde 2010 que trabalho numa grande empresa portuguesa, uma das mais sólidas e mais seguras do meu país. Apesar de ter emprego, um ordenado ao fim do mês e alguma estabilidade, enquanto o meu problema estiver controlado, muitas vezes choro, especialmente nessas alturas de Jogos Paralímpicos. Como teria sido lindo se a vida me tivesse dado a oportunidade de viver um evento desses. Muitas vezes sonhei (e ainda sonho) com isso. Se penso na morte? Sim, mas em 2005 era a toda a hora e a todo o instante. Agora apenas sinto um vazio. Voltei a ser o que era antes de o Desporto entrar na minha vida: uma pessoa permanentemente magoada, injustiçada. Algém que a toda a hora pensa que os outros conspiram contra si. Alguém que nem sequer se queixa porque acha que não merece melhor.

Sinceramente, tenho dificuldade em perceber como é que alguém que acaba de ganhar uma medalha nuns Jogos Paralimpicos pensa em morrer. Há quem lute uma vida inteira por aquilo que nunca vai conseguir, não por culpa própria mas porque os outros colocam entraves. Acontece comigo e com muitas outras pessoas portadoras de deficiência. A batalha faz-se todos os dias. Se iremos vencer a guerra? Muito dificilmente mas todos nós seremos necessários para pelo menos darmos luta a essa gente que nem por um minuto se coloca no nosso lugar.

Há que continuar. Desistir não é para os campeões.

Saudações Desportivas:

Friday, September 16, 2016

Stalker



Sonhei que andava a pé pela minha aldeia. Era Verão e estava a anoitecer. Nos meus sonhos, é sempre tempo de festa na aldeia e neste também é.

Vinha eu a descer uma ladeira, quando se abeira de mim um indivíduo baixo, envergando umas roupas já muito gastas e que provavelmente serviam para trabalhar no campo . Tinha aí os seus cinquenta anos e eu reparei que vinha sempre atrás de mim.

A certa altura, parei para tirar o telemóvel do bolso ou algo assim. Foi quando me abordou perguntando se eu precisava de ajuda. Eu disse que não, que já ia para casa. Não conhecia aquela criatura de lado nenhum. Não parecia ser lá da terra.

Fui na direção de casa e ele continuava atrás de mim. Eu já estava enervada. A solução era meter-me em casa. Mas queria ir de noite ao arraial…

O indivíduo foi-se plantar à porta de minha casa. Mas que chaga! Eu cada vez fervia mais de raiva. Ainda pior fiquei quando vi que o estore da janela do meu quarto não fechava. Queria estar sossegada e assim não podia. Quando julgava estar fechado, eis que se abria de forma quase indecorosa. Que fazer?

Acordei. Não sei como ficou essa historia. Ao adormecer novamente, o meu subconsciente não voltou a esse assunto.

Livres decisivos

três empates e uma derrota. Foi este o saldo das quatro equipas portuguesas nas competições europeias. Os empates de Benfica, Porto e Braga foram todos a uma bola, enquanto que o Sporting, com uma exibição de sonho no Santiago bernabéu, perdeu injustamente com o Real Madrid por 2-1. Mas é do empate do Braga que reza este post.

O adversário é o Gent da Bélgica, antiga equipa do atual avançado do Porto Laurent Depoitre e recheada de jogadores que conhecem o Futebol Português. Destaque para Renato Neto que jogou no Sporting e para Stefan Mitrovic que alinhou no Glorioso SLB. Se bem me lembro, não chegou a fazer um jogo oficial.

Os belgas já se adiantam no marcador pelo Jogador Número Setenta E Sete. Foi um lance que faz lembrar o do golo do Besiktas frente ao Benfica. Houve uma mão, desta vez de Mauro, e o cobrador do livre marcou-o de forma irrepreensível.

Também na sequência de um livre, o Braga marca por André Pinto de cabeça. O Braga até nem estava a jogar nada. Entrou a frio e parece ter sido surpreendido pela arrumação tática e pelos jogadores do adversário. Aquele Jogador Número Quinze aparece mesmo em todo o lado.

A bola ainda entra na baliza do Braga mas o lance já tinha sido anulado.

O Jogador Número Vinte E Sete do Gent parece que não vai continuar em campo devido a lesão. Ele que estava a jogar bem.

Bakic remata de longe e ao lado.

Agora foi Mauro com outro remate igual.

Houve um cartão amarelo para Rosic. É o primeiro do jogo.

Agora o Braga carrega. Pedro Santos cria perigo.

Bakic volta a tentar a sorte. Desta vez a pontaria esteve melhor porque o guarda-redes sueco do Gent teve de se aplicar a fundo.

O público puxa pelo Braga já no final da primeira parte mas vai-se para intervalo com uma igualdade a uma bola.

O Gent cria perigo mas já havia uma falta ofensiva.

Por protestos, pedro Santos viu o cartão amarelo.

Num lance a papel químico do golo do Braga, Bakic envia a bola à trave.

O Gent cria perigo.

Muito remata aquele Jogador Número Sete do Gent!

Este Jogador Número Setenta E Sete do Gent a marcar livres é um perigo. Desta vez não teve a mesma sorte do início do jogo.

Também de livre, há algum perigo para a baliza do Gent mas o empate a uma bola não se altera.


Wednesday, September 14, 2016

Talisca ainda é letal nos livres

Foi mesmo nos instantes finais da partida que Talisca voltou a fazer aquilo que tão bem tem feito no Estádio Da Luz nos últimos anos- marcar um livre de forma irrepreensível. Só que, desta vez, as bancadas não vibraram de alegria, vibraram de desespero, pois já se festejava o triunfo. O encontro acabou por se saldar num empate a uma bola ante o Besiktas. Voltámos a jogar com muitas baixas, incluindo Rui Vitória que viu o jogo da bancada.



O nosso bem conhecido Aboubakar joga de início no Besiktas. Escusado será dizer que Quaresma também é titular.

No Benfica, talvez a maior surpresa seja a titularidade de Ederson mas nós temos dois bons guarda-redes. Jogue Ederson ou Júlio César, estamos sempre tranquilos porque as nossas redes estarão bem entregues. Ederson também precisa de competição. O argentino Cervi também é titular ao lado de Gonçalo Guedes.

Marcelo abre as hostilidades em termos de remates mas a bola vai muito por cima.

Quaresma cria perigo e leva assobios, como não podia deixar de ser. Consta que antes do jogo foi aplaudido como reconhecimento sobretudo do que tem feito na Seleção.

CERVI! É golo do Benfica. Que bela jogada coletiva!

Salvio remata com algum perigo.

Para que são os cruzamentos pelo ar, tendo em conta que o Cervi é baixo?

De livre, Quaresma deu que fazer a Ederson.

Talisca aquece. Ele, que conhece os cantos à casa.

Gonçalo Guedes remata para defesa do guarda-redes turco.

O que para ali vai de perigo. Valeu agora Grimaldo.

Sai um remate de André Horta mas o guarda-redes do Besiktas opõe-se bem.

Chegamos ao intervalo a vencer por 1-0.

Talisca entrou mesmo para a segunda parte.

Talisca cai na área num lance com Lindelof mas o árbitro sérvio nada assinala. Entretanto Gonçalo Guedes responde com muito perigo.

Mas assobiam o Talisca agora???!!!

Talisca remata mas Ederson conhece por de mais os seus remates.

Ederson sai agora a um cruzamento perigoso.

Ederson começa a aparecer e a ser já uma das figuras do jogo. Foi boa a aposta na sua titularidade.

Que perigo! O Besiktas quase empatava. Quaresma fica lesionado no choque com Ederson.

O Jogador Número Vinte E Três do Besiktas quase marcava.

Samaris viu o primeiro cartão amarelo do encontro por falta sobre Quaresma.

Quaresma chuta a bola à queima e ela acerta na cara de Grimaldo. Apesar do susto inicial, parece estar tudo bem.

Ederson nega o golo ao jogador que entrou há pouco no Besiktas.

O guarda-redes do Besiktas nega o golo a Gonçalo Guedes.

Gonçalo Guedes volta a rematar e o guarda-redes turco volta a defender.

Saíram dois cartões amarelos, um para Salvio e o outro para o guarda-redes turco. Entretanto também saiu o cartão para Beck.

O Besiktas cria perigo.

Esta defesa do Ederson vale três pontos provavelmente.

Novamente Ederson a ter trabalho nesta ponta final.

Celis coloca a mão na bola e o livre é perigoso. Talisca pede a bola ao Qaresma. Que mau pressentimento! Acho que ele vai marcar. E marca. Talisca nos livres é quase irrepreensível. Deviam ter tido mais cuidado com as faltas ali. É dececionante sofrer um golo assim nos instantes finais do jogo, ainda por cima desta forma.

Talvez recuperemos os pontos perdidos no próximo jogo em Nápoles.






Sunday, September 11, 2016

Visita ao Jardim Botânico











Apesar de eu já ter visitado aí umas duas vezes o Jardim Botânico da Universidade de Coimbra, resolvi voltar novamente e espairecer um pouco. O tempo estava agradável, convidando a atividades ao ar livre.

Para aproveitar ainda mais, segui a pé para a ACAPO, de onde sairia todo o grupo rumo ao Jardim Botânico. Também seria agradável para os cães-guias desfrutarem de um espaço amplo e natural.

Ao longo de duas horas, fomos descobrindo cheiros, formas e cores, para quem como eu ainda as pode ver. O verde dominava. Estava-se ali muito bem. A temperatura estava agradável e a Natureza ajudava a que nos sentíssemos bem.

Finda a visita, seguimos novamente para a ACAPO onde nos esperava um saboroso prato guineense que pudemos provar com agrado, seguindo-se uma não menos apetecível prova de licores que um nosso colega confeciona. A escolha dos sabores era diversificada mas toda a gente adorou o licor de chocolate. Até parece que estamos a provar algo sem álcool.

Apesar das limitações, a grande maioria de nós não baixa os braços e tenta dar um pouco das suas aptidões à sociedade que muitas vezes não imagina que podemos fazer algo.

Seguiu o convívio e a confraternização entre todos tarde fora.

Como não podia deixar de ser, seguem também algumas fotos da visita ao Jaredim Botânico.


Saturday, September 10, 2016

Momentos terríveis na Figueira da Foz

Imaginem que ir à praia fazia parte do meu programa de atividades para hoje ou amanhã! Tenho sorte, não planeio ir à praia neste fim de semana. Se tivesse de o fazer, certamente já estaria de pé atrás depois deste sonho.

Foi uma noite cheia de peripécias, com três sonhos diferentes, qual deles o mais angustiante. Escolhi este para aqui trazer, por a historia ser mais dramática e mais escorreita.

Sonhei que ia com toda a mina família e vizinhos para a praia. Já não estávamos propriamente no verão mas ainda estava bom para dar uns mergulhos na Figueira da Foz. Alugámos uma enorme carrinha que mais tarde foi promovida a ambulância e lá fomos todos mesmo. Até a minha mãe foi.

Por ter de ir fazer uma necessidade algures, pois ali não havia casas de banho por perto (um clássico dos sonhos), separei-me do restante grupo, ficando apenas com o motorista da carrinha/ambulância. Como ainda estava longe da praia, esperei mesmo ali pacientemente, coisa que não aconteceria na realidade se acaso me deparasse com uma situação como esta. Eu iria espernear até que alguém, mesmo que fosse alguém que não conhecesse e passasse por ali me levasse até à praia. Mas não, por incrível que pareça, estava ali sossegada. De vez em quando olhava para as horas e a minha impaciência resultava apenas do facto de ser tarde e não aparecer ninguém do grupo.

Eu e o motorista desconhecido fomos percorrendo algumas ruas estreitas e anormalmente desertas. Se calhar toda a gente estava na praia. Era estranho. Eu ficava impaciente e preocupada. À medida que o tempo ia passando, ia ficando até apreensiva.

A certa altura, num determinado ponto mais elevado, havia inúmeras ambulâncias. O nosso motorista também resolveu ir buscar o nosso veículo que estava ainda longe. Eu fui com ele. Não sabíamos nessa altura o que se estava a passar por ali.

No pequeno trajeto que fizemos, o motorista ligou o radio e então ficámos a saber com horror que uma onda havia varrido a praia e levado inúmeras pessoas. Como a minha família estava a demorar, comecei logo a pensar o pior e não impedi as lágrimas de rolarem livremente.

Não tinha o telemóvel de ninguém para ligar e ver se estava tudo bem. As notícias que chegavam eram de caos, destruição e morte. Ninguém sabia de ninguém ali. Eu ia pensando como seria se acaso perdesse toda a gente que amava e tinha vindo comigo naquele dia. Seria horrível. Quanto mais pensava, mais triste ia ficando. Estava mesmo desesperada. Pensava que os corpos nunca mais iriam aparecer ou apareceriam meses mais tarde, que tinha de ser eu a tratar de todas as formalidades inerentes aos funerais. Para quem está a ler um post meu pela primeira vez, resta explicar que nos sonhos morro de medo dos mortos, coisa que não acontece na realidade.

No fim, todos os meus entes queridos apareceram e tinham histórias para contar. Eu ia ouvindo e, ao mesmo tempo, também as ia vivenciando como se lá tivesse estado. Enquanto ouvia, vi-me sentada à beira-mar com outras pessoas, medindo o bronzeado de cada um. Depois passou um enorme barco de cruzeiro que levantou uma primeira onda que levou as pessoas. Algumas ainda estavam a tentar fugir da primeira investida do mar quando uma segunda onda levou o resto das pessoas que ainda gritavam e lutavam. Eu consegui vir à superfície e tentar nadar como sabia na direção do areal.

Eram cinco e vinte e dois da manhã quando acordei.


Friday, September 09, 2016

Pó que parte

Nos sonhos, tudo é estranho, incoerente, provido de nexo ou razão. Este é mais um exemplo.

Sonhei que levei este meu computador para casa. Estávamos lá em obras e havia pó por toda a parte, cobrindo os móveis e o chão.

A tarde estava quente. Colocando o computador na sala ao pé do meu quarto, comecei a fazer alguma coisa. Tudo estava a correr bem quando o computador de repente se reiniciou, como há tempos fazia. Logo me comecei a chatear.

Mas o pior ainda estava para vir. Em vez de abrir o Windows, começou a abrir uma barra de comandos em ecrã escuro. Eu dava Enter e voltava a abrir outra. Voltei a repetir o processo e, a certa altura, comecei a ouvir estalar. Olhei para o lado e constatei com horror que o computador estava a perder as teclas. Basicamente ficava com as teclas na mão.

Mais adiante no sonho, as teclas foram substituídas por peças pequenas que iam de bonecos de plástico transparente a esferas iguais àquelas com que brincava quando era criança. Eu tinha medo de perder alguma dessas peças. Tinha de as levar quando enviasse novamente o computador para o conserto.

Apesar do estado lastimável, tentei ligar o computador novamente. Foi preciso não sei quanto tempo até ele dar alguma coisa mas...só sintonizava uma estação de rádio e a TVI24. Menos mau. Sempre dava para ver os programas desportivos.

Voltei a verificar no chão se tinha rolado alguma coisa para debaixo dos móveis. Parece que estava tudo em ordem, ma medida do possível.

Normalmente, quando tenho estes sonhos de verdadeiro terror tecnológico, tenho mesmo de me aborrecer com computadores que simplesmente não fazem o que eu quero. Vamos a ver se hoje será assim!

“My Immortal”- Evanescense (Música Com Memórias)



Depois de 2004, a minha vida nunca mais foi igual. Tudo o que hoje é a minha realidade, naquela altura estava muito longe de se concretizar. Onde estaria eu hoje se as coisas não tivessem acontecido assim? Vejo os meus colegas nos Jogos Paralínpicos. Alguns ainda são mais velhos do que eu. Andaria eu também por lá? Teria conseguido fazer algo na minha área? Não sei responder a essas perguntas. O que sei é que hoje estou a aqui, escrevendo umas linhas e preparando-me para mais um dia de trabalho, o que já é bom, embora sonhasse outras coisas para a minha vida, coisas que estava a conseguir nesse início de 2004. Por escassas semanas, estava a fazer tudo o que gostava ao mesmo tempo.

Esta música marca a minha ida para Miranda Do Corvo. Faz-me lembrar esses primeiros tempos na ADFP. Parti para lá dias depois da trágica morte de Miklos Feher. Levava comigo o sonho de mudar alguma coisa mas...por ironia do destino...consegui dar uma volta muito grande na minha vida, não por escolhas que tenha feito ou por minha responsabilidade, mas porque simplesmente a vida quis assim e contra isso não pude lutar mais.

Voltando a este tema, ele lembra-me um final de manhã na olaria. Aquele cheiro a barro. O rádio a um canto, sintonizado na RFM (era a rádio que toda a gente ouvia ali). Estava ali um grupo de pessoas, das quais hoje só me recordo de uma ou duas. As outras já se esbateram. Passou esta música e logo começaram a falar do Feher. Tinha sido há pouco tempo que ele falecera.

Talvez aquele tenha sido o primeiro dia que entrei na olaria, que voltei a mexer em barro muito anos depois, que o tentei moldar, que também julgava moldar e criar algo de bom para a minha vida. Escassas semanas depois, tudo se iria alterar novamente e sem que eu estivesse a contar que tais mudanças se fizessem numa fase tão precoce da vida, na plataforma para a realização dos meus sonhos pelos quais tanto havia lutado antes.

Uma coisa eu tenho certa, depois de 2004, nada na minha vida voltou a ser igual.

Thursday, September 08, 2016

“Setembro”- José Alberto Reis (Música Com Memórias)



Estamos em Setembro. Os dias continuam quentes, convidando a andar ate mais tarde pela rua depois do trabalho. Mas não é por isso que hoje resgatei esta música das profundezas das minhas memórias. Inexplicavelmente, acordei com esta música na cabeça e ela não me largou durante todo o dia.

Não raras vezes dei por mim a trautear esta canção e a tentar lembrar-me de algumas partes da letra. Na verdade, já não ouço isto há algum tempo.

Esta música lembra-me os tempos das rádios locais, dos discos pedidos por escrito ou por telefone, com as suas dedicatórias românticas, extensas e por vezes loucas.

José Alberto Reis apareceu nessa altura, tinha eu uns nove ou dez anos. Começou, desde logo, a ser solicitado nos programas de discos pedidos, especialmente por namorados, dada a sua vertente romântica. Esta era uma das suas músicas de eleição.

Naquela alturra eu não gostava de música portuguesa, apesar de não conhecer outra língua, ao contrário do que acontece hoje. Normalmente eu costumava mudar o rádio de estação para ver se apanhava outras músicas que dominavam os tops, de preferência, mais ritmadas. Como a minha avó adorava música e gostava de ouvir os discos pedidos, fazia um esforço por deixar o rádio onde estava. Então conhecia estas músicas todas, gostasse ou não gostasse.

Hoje está-me a saber bem ouvir isto. É incrível como amadurecemos e vamos ficando mais nostálgicos, mais sentimentais, sei lá.

Wednesday, September 07, 2016

Cadê os galões?

Definitivamente, Basileia dá mesmo azar às nossas cores. Voltámos a perder naquele estádio com a Suíça por 2-0. Está bem que nos faltava Ronaldo mas devíamos ter feito uma exibição condigna de um campeão europeu.

Devido ao enorme jogo que fez na passada quinta-feira frente a Gibraltar, Bernardo Silva é titular em detrimento de Quaresma que fica no banco.

Justamente Bernardo Silva cria perigo.

Nani queixa-se muito num lance com Liechteiner. Esperamos que não seja nada de grave. Já sai do campo pelo seu próprio pé. Deverá reentrar.

Depois de um livre marcado por Ricardo Rodriguez, Embolo coloca a Suíça em vantagem.

A Suíça chega ao segundo golo por Mehmedi. Entretanto, Adrien Silva viu o primeiro cartão amarelo por uma falta lá atrás antes de este lance ter prosseguido. O árbitro espanhol tinha dado a lei da vantagem.

Sempre a protestar, aquele Jogador Número Quinze da Suíça que se chama Dzemaili. É incrível!

Já que estamos a perder, vamos falar um pouco justamente do Jogador Número Quinze da Suíça, já que ele anda a pedi-las. Nasceu na Macedónia, segundo consta e há uns tempos ouvi dizer assim por alto que o Sporting esteve interessado nele. Pois Jorge Jesus gosta de jogadores à sua imagem, muito resingões e comichosos como estou a ver que este é. Já no Euro 2016, no jogo frente à Albânia, o vi muito irrequieto. Sim, seria um bom reforço para os verdes e especialmente para JJ. Já que perdeu o Slimani…

O Jogador Número Dezoito da Suíça que apontou o segundo golo viu o cartão amarelo porque o árbitro espanhol entendeu que ele simulou uma falta.

O nosso amigo Dzemaili faz agora falta sobre Raphael Guerreiro. Joga em Itália, ele. Se calhar até foi mais um que nem quis jogar naquela coletividade que joga de verde e branco e que é treinada por mister JJ. Bem, não interessa. Isto até é o jogo da Seleção de Todos Nós, inclusive a desse senhor e dos adeptos desse clube.

Agora há ali um desentendimento entre Seferovic e José Fonte. Ah, também vi escrito que este jogador também estava nas cogitações dos verdes. Iria jogar com onze suíços, então. Por este andar. Bem, sempre se podia argumentar que um nasceu na Macedónia e outro na Bósnia...

Chegamos ao intervalo em Basileia e estamos a perder por 2-0. Há toda uma segunda parte para retificarmos este resultado e puxarmos dos galões de campeões que parecem ter ficado esquecidos no balneário.

Fernando Santos faz entrar João Mário e André Silva para a segunda parte.

João Mário aparece ali caído numa zona perigosa do campo. O lance foi com o Dzemaili. Acho que o árbitro não assinalou nada. Mas era dentro ou fora?

Justamente o Dzemaili agora tem um remate perigoso. Ah, e Jorge Jesus a dizer o nome dele, se acaso ele tivesse realmente trocado o Génova pelo Sporting...Seferovic ainda era melhor.

Que foi???!!!

José Fonte tenta a sua sorte. O remate até foi perigoso, venenoso e traiçoeiro para as redes helvéticas. Ainda é canto.

Nani remata ao poste. Definitivamente, hoje não é o nosso dia.

O guarda-redes da Suíça, em vez de socar a bola, soca na cabeça do colega. Bem, é parecido.

Olha o Gelson Fernandes. Este sim, jogou no Sporting. E vai entrar curiosamente para o lugar do Dzemaili, aquele nosso amigo. Se calhar ele é mesmo amigo do Gelson. Como o Gelson deve guardar más recordações dos tempos passados em Alvalade que prefere esquecer, disse ao Dzemaili e ao Seferovic para não irem para lá.

O Xhaka já tinha cartão amarelo? É que o árbitro agora mostra-lhe o segundo e manda-o para a rua. Também o jogo está mesmo a acabar.

E está confirmada a nossa derrota por 2-0 com uma exibição nada convincente. Já vejo Zé Povinho a abri todas as gavetas poeirentas lá de casa, remexendo-as à procura da sua velha máquina de calcular. É que o apuramento para o Mundial 2018 é mais apertado.

Tuesday, September 06, 2016

“Porque Voltas De Que Lei”- Cuca Roseta (Eu Não Conhecia Isto)


Cuca Roseta. Uma voz de que estou a aprender a gostar e que me está a encantar. Ela canta com alma, coloca o coração em cada verso que entoa e isso faz toda a diferença.

Há dias estava a ouvir um concerto pela Radio Renascença de Cuca Roseta nas festas do Mar em Cascais. Da primeira à última canção, esta voz bem portuguesa fez sempre passar os seus sentimentos para o público que assistia ao vivo ou para quem ouvia via rádio. No final do concerto, toda a gente frisava esse aspeto. É uma qualidade muito importante numa cantora, especialmente de fado, que deve ser cantado com uma boa dose de sentimento.

Naquela noite, Cuca Roseta não cantou esta canção que existe também cantada por outras vozes. Com Cuca Roseta, esta canção terá ganho mais qualidade, uma interpretação única.


“O Terceiro Bispo” (impressões pessoais)


Já há algum tempo que não lia um livro assim de uma penada. Também o facto de estar de férias ajudou um pouco mas a obra também era boa.

Ainda bem que começam a haver bons escritores de suspense em Portugal, algo que diziam não haver. Não ficam nada a dever aos americanos que são os melhores nesta vertente da literatura que é a minha favorita.

Frederico Duarte Carvalho prende-nos da primeira à última página com uma história incrível que tem como base o terceiro segredo de Fátima, as profecias de São Malaquias e as profecias de um monge de Pádua acerca dos Papas e do futuro da Igreja. Partindo daqui, surge uma intrigante teoria da conspiração para que estas profecias se cumpram, reforçando assim a Igreja.

Imagine-se que o centro desta trama está...em Lisboa! Acho que seria impensável qualquer grupo ou corrente religiosa assim de grande monta estar a operar a partida da nossa humilde Capital mas também era da maneira que ninguém os iria incomodar. Se fosse a partir de Londres, Paris, Washington, Nova Iorque ou outra grande cidade, como acontece na maioria dos livros semelhantes a este, certamente cairiam mais depressa em cima deles. Ah, e em vez de termos um polícia, um detetive ou um antigo agente do FBI a quem aconteceu algum infortúnio, temos um jornalista desempregado e um advogado.

A obra é muito interessante e foi necessário o autor ter uma imaginação muito em forma para conjeturar toda esta trama.

Sinceramente, gostei bastante deste livro e recomendo a quem goste de suspense e de livros que prendam a atenção.