Saturday, April 23, 2011

Preparativos para algo

O ambiente nas imediações de minha casa era especial. Algum tipo de festividade se aproximava.

O pai do meu vizinho ainda era vivo e também andava atarefado a preparar tudo. O tempo estava agradável. Seria Primavera ou Verão.

Ia até Coimbra. O meu pai levou-me até à paragem e parece que também ia. Aqui não tenho a certeza.

Uma inadiável vontade de urinar invadiu-me e procurava desesperadamente uma casa de banho. A camioneta vinha por volta das três e um quarto da tarde e só tinha aí uns vinte minutos para satisfazer essa necessidade fisiológica.

Fomos a uma espécie de loja onde se vendia de tudo. O interior era algo escuro e por isso andava a medo tacteando com os pés no chão.

Então não é que para frequentar a casa de banho tive de preencher três impressos e, ainda por cima, acho que tive de pagar! Portugal é, na realidade, um país burocrático mas se fosse como eu sonhei era do piorio. De referir que estava atrasada e aflita.

Na primeira porta era a casa de banho dos homens. Quando finalmente encontrei a casa de banho das mulheres fiquei aliviada.

De volta ao palco preferencial dos meus sonhos, passou na estrada enlameada um cão. Eu contava a aventura da casa de banho. Deram-me a ideia de arranjar uma tenda insuflável que podia ser montada em qualquer sítio para assim me poder aliviar à vontade. Nem era nada má ideia!

O meu vizinho veio ter connosco desesperado por não ter umas calças novas para vestir. Eu disse-lhe que tinha comprado umas mas eram para o trabalho.

Resolvi então meter-me a pé até Anadia para lhe comprar umas calças, imagine-se! Fui dar ao mesmo sítio das casas de banho que atrás mencionei. Havia lá calças iguais às minhas mas não lhe serviam.

Havia lá imensa roupa mas não cheguei a encontrar o que procurava, apesar de ter mexido em tudo. Havia lá umas calças com a bandeira finlandesa, imagine-se. A maioria da roupa era de mulher e acabei por fazer umas compritas para mim.

De volta às imediações de minha casa, tocavam os Sitiados na televisão em jeito de recordação. Na rua caía a noite e o Céu apresentava estranhas tonalidades de vermelho. A sensação de algo estar para acontecer invadia-me. O que seria?

Agora os Sitiados tocavam dentro de minha casa, na sala ao lado do meu quarto. Estavam a ensaiar. Acompanhando os acordes da música “o Baile” eles faziam uma espécie de espiritismo. João Aguardela andaria por ali. Tinha medo de pôr a mão à porta.



A minha mãe encontrou as minhas compras e ia para meter a roupa ainda com as etiquetas na máquina de lavar.

Acordei com uma vontade de urinar incrível. Começava mais um dia.

P.S: Que engraçado! Por falar em vontade de urinar, ontem vim a pé de Anadia com a bexiga quase a estoirar. Já me tinha esquecido deste sonho. Agora que o passo a limpo, há que realçar a coincidência. No sonho era ao contrário. Ia para lá. Que curioso!

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