Wednesday, May 31, 2017

Dois pares de calças de ganga


Sonhei que tinha comprado dois pares de calças de ganga algures. Cheguei a casa e fiquei a observa-los melhor. Um par de calças era mais escuro do que o outro.

Aparece vindo do nada o meu pai. De referir que eu estava aqui em Coimbra no meu quarto, logo seria impossível ele vir até cá. Viu as calças e quis logo experimentar o par de calças mais claro. Eu acedi ao pedido.

Por incrível que pareça...as calças serviam-lhe e ele quis logo ficar com elas. Experimentei eu as outras que eram mais escuras. Estavam-me bem. Só estavam ligeiramente compridas nas pernas. Resolvia-se o problema. Fazia-se uma dobra na bainha, como gosto de fazer às calças de ganga, independentemente de estar ou não na moda.

De referir que dormi toda a noite por cima da roupa. Era já dia quando comecei a sentir uma ligeira onda de frio.

“Say si Si”-The Andrews Sisters (Eu Não Conhecia Isto)


Continuamos com música bem animada. Esta fala das diferentes formas de dizer sim em diferentes países. Seguramente que estas senhoras, quando gravaram isto, não conheciam Cristiano Ronaldo. Esta música já é muito antiga.

Faz lembrar aqueles musicais a preto e branco que passavam na televisão. As protagonistas iam cantando e agitando as suas saias compridas e rodadas com muitos folhos. De vez em quando colocavam as mãos na cintura e iam rodando o corpo. As blusas eram justas, com motivos florais, fazendo sobressair o peito. As mangas terminavam com grandes folhos semelhantes aos das saias.

Esta nunca tinha ouvido.

Rabo de gato sem vida por entre as silvas

Muito mais que descrever mais um sonho, há uma imagem que fica e que me tem acompanhado ao longo de todo o dia. Já há muito que não me acontecia isto.

Sei que ia a pé pela estrada. Ainda não tinha chegado bem à porta de minha casa quando algo azulado brilhou por entre a vegetação. Afinal, chegando mais perto, não era azul, era preto e era o rabo de um gato que ali jazia morto. Provavelmente foi atropelado e veio ali acabar.

Não era nenhuma das nossas gatas. Era um gato completamente preto. Apesar de me faltar a coragem para chegar mais perto, cedi mas logo recuei. Não queria ver mais.

Depois contaram-me que era de facto um gato que tinha sido atropelado e tinha vindo ali acabar.

Estava triste.

“Cantinho À Beira-Mar”- Dino Meira (Música Com Memórias)


continuemos no mesmo registo musical do post anterior com a música portuguesa. Há quanto tempo não ouvia esta música?

Na verdade, cresci a ouvir isto. Transporta-me para o sol da manhã na paragem do autocarro que nos levava à escola. O rádio ligado na rádio local lá da terra sempre a passar Dino Meira e a música portuguesa. Na altura não se falava ainda em música pimba.

São memórias muito coloridas e alegres, tal como esta música. Roupas dos alunos com riscas de muitas cores. Mochilas bastante coloridas e estampadas com quadrados, riscas e desenhos.

São estas as memórias que evoco ao ouvir esta música que alguém se lembrou de pedir e que seguramente já não ouvia aí desde inícios dos anos noventa.

Tarde em Alcaide

Depois do almoço, enquanto fazíamos compras no mercado regional em Alcaide, sentámo-nos a ver quem passava. A instalação sonora passava a genuína música portuguesa. Algumas músicas não as ouvia há muito mas...por incrível que pareça, as letras não foram esquecidas. Quim Gouveia, Saúl e outros foram passando na aparelhagem que ali foi colocada.

Também passaram algumas músicas que eu não tinha ouvido antes com letras a dignificar Portugal e os produtos que cá temos. Bem a propósito.



Estava a saber bem estar ali a cantar e na companhia dos restantes companheiros. Haja alegria!

Cerejas, javalis e bombos








Realizou-se mais um encontro nacional de caminheiros na Serra da Gardunha. Este evento realiza-se de dois em dois anos e é uma oportunidade de estarmos em contacto com as cerejas que são o principal meio de subsistência do Fundão.

Para além de termos comido bastantes cerejas, tivemos também um farto abastecimento com algumas mesas repletas das iguarias da região. A dificuldade era mesmo escolher. Destaque para as laranjas. Algumas eram mesmo do tamanho de meloas ou até maiores.

Depois da pausa para nos alimentarmos, prosseguimos e fomos dar a um local onde havia javalis extremamente mansos. Diziam que eram javalis mas alguns pareciam mesmo porcos pretos daqueles que dizem que têm bons secretos. Deu para tirar imensas fotos. Eles deixavam.

Quanto ao percurso, depois da aventura que foi a caminhada anterior, este foi uma brincadeira de crianças. Tive algumas dificuldades em alguns momentos mas todos se disponibilizaram para ajudar, incluindo alguns membros de grupos da região. Vinha uma senhora comigo mas depois, como envergava uma camisola laranja daquelas do evento como a maioria dos caminheiros participantes, a certa altura, perdi-lhe o rasto quando me adiantei na subida. Fui andando sempre com alguém. Mais uma vez agradeço a todos.

Chegámos a alcaide que era onde estava instalada a meta. Foi feita uma última paragem para o grupo chegar todo junto. Havia algo à nossa espera. Eu adivinhei logo o que era. Um grupo musical composto, na sua maioria, por bombos pujantes que abrilhantaram a nossa chegada depois de percorridos mais de treze quilómetros.

O almoço estava delicioso e havia na rua de Alcaide um mercado de produtos regionais. Correu tudo bem. Eu estava feliz.

As fotos não foram muitas porque andámos por trilhos. Sempre que havia alcatrão, como sempre acontece, é o ideal para eu tirar fotos.

Friday, May 26, 2017

“Twin Peaks”


Tem sido notícia nos últimos dias na comunicação social- este Domingo vai estrear nova temporada de “Twin Peaks”.

Eu era louca por essa série. Lembro-me que não perdia um episódio e dava por mim a esperar ansiosamente por mais uma quinta-feira para me inebriar de todos aqueles mistérios intrigantes e uma dose de terror também.

Desta vez não vou acompanhar por diversas razões. Primeiro a série vai ser exibida na TV Cabo ao Domingo à noite. Ora nos fins de semana em que vou a casa não vai dar para acompanhar. Agora no Verão irei mais vezes até casa. Depois há a dificuldade que tenho agora de seguir uma série ou filme em Inglês. Há vinte e seis anos ainda via dos dois olhos e, apesar de compreender pior a língua inglesa do que hoje, agora é mais difícil acompanhar os diálogos e as imagens ao mesmo tempo. A minha visão deteriorar-se bastante.


Naquela altura, tinha eu os meus catorze anos, via muitos filmes e séries. “Twin Peaks” era uma das minhas favoritas. Sempre gostei de mistério e do sobrenatural. Esta série enchia-me as medidas.

Vou aqui narrar as minhas memórias sobre esta série de culto que agora regressa. Estão um pouco fragmentadas mas vou tentar.

Uma vez houve uma visita de estudo a Conímbriga. A minha professora do Ensino Especial vinha-me a ajudar com os degraus e eu vinha a narrar as incidências do episódio da véspera. Ela perguntou-me se eu não tinha medo, já que ela não tinha coragem para ver tal série. Eu respondi que não. Escusado foi ter-lhe explicado que adorava ver, tal era o entusiasmo com que me lembro de estar a narrar o que lá se passava. Houve outra vez em que eu e o Paulo Adriano estivemos durante o intervalo a dissertar sobre um episódio. Ah, já sei por que foi. Eu acho que não vi um episódio ou não comecei a ver a série logo desde o início. Antes de começar um episódio novo, repetiam o que se tinha passado no anterior, como acontecia com algumas novelas. Então havia uma rapariga que estava no hospital e era assombrada por espíritos ou criaturas medonhas que lhe falavam com vozes assustadoras. Uma dessas criaturas disse-lhe que se chamava Mike. Eu não sabia o que se passava com ela para estar ali no hospital a piorar a olhos vistos e então perguntei ao Paulo Adriano que me disse que ela tinha sido violada. Não me lembro se ela chegou a morrer mas aquelas criaturas não a largavam e, à medida que a vinham perturbar, ela ia piorando cada vez mais. Ainda não discutia Futebol nessa altura, pois eram poucos os jogos que podia ver. Davam todos no Canal 2.

O episódio que recordo com mais nitidez tem a ver com uma cena que poderá ser assustadora para algumas pessoas mas que eu achei o máximo. Havia uma rapariga chamada Donna, se a memória não me falha. Acho que ela era amiga ou conhecia a Laura Palmer. Eu penso que foi o pai da Laura Palmer que a matou mas não tenho a certeza. Como? Esse homem estava normalmente a conversar com ela. A certa altura, começou a transformar-se numa criatura medonha. Ficou um monstro. Um demónio com uma força descomunal e atacou a rapariga até a matar mesmo. Depois pegou num saco preto de transportar cadáveres que tinha na mala do carro, colocou a jovem lá dentro e levou-a para outro local. Ela estava toda cheia de arranhões na cara e nódoas negras.

Era já noite quando os detetives da investigação da morte de Laura Palmer foram chamados ao local onde tinha sido deixado o corpo. Estava a chover, se bem me lembro. As luzes dos carros da Polícia refletiam na estrada e o fecho do saco de cadáver estava corrido, mostrando o rosto maltratado da jovem. Ali, tendo como fonte de iluminação os faróis azuis das viaturas policiais, o rosto do cadáver ainda se tornava mais terrível. Uma cena muito bem conseguida!

Lembro-me que estava sempre à espera, com alguma ansiedade e a adrenalina no máximo, que acontecesse ali algo estranho. Dava por mim a ver uma situação perfeitamente natural e a imaginar o que ia acontecer a seguir. Por vezes em “Twin Peaks”, o macabro e o terrível surgiam de situações completamente normais. A cena que relatei acima é o exemplo que mais recordo dessas situações. Também me lembro de umas pessoas tranquilamente em sua casa e, pelo lado de fora, alguém ou alguma coisa mexia nos estores. A cena era acompanhada por uma música daquelas que indiciam perigo ou medo. Não me lembro o que aconteceu a seguir.

Foram noites bem passadas. Naquela altura, tal como hoje, quem me dá uma certa dose de mistério, de macabro e de sobrenatural, dá-me tudo. Faz parte da minha essência.

Thursday, May 25, 2017

“Ordinary People”- John Legend (Eu Não Conhecia Isto)


Noite quente. Não estamos no Verão mas o calor faz-se sentir. Deito-me por cima dos cobertores e vou viajando em pensamentos.

O dia foi extenuante. Estes últimos dias têm sido. Vou vagueando ao som da música que me vai embalando. Ritmos calmos, aveludados e quentes. Faço uma pausa para ver o nome desta música. Depois mergulho em pensamentos lucros e adormeço finalmente.

Por acaso estou longe de ser una pessoa normal.

Manchester merece esta conquista

O Manchester United de José Mourinho venceu a Liga Europa em Estocolmo ao derrotar o Ajax por 0-2. Foi uma conquista bem merecida e dedicada à cidade de Manchester recentemente enlutada por um ataque terrorista.

Pogba já remata e há um jogador do Ajax que já está no chão lesionado. O jogo ainda mal começou.

Fellaini quase marcava de cabeça.

Traoré coloca Romero à prova.

A segunda tentativa de remate de Pogba dá golo.

Valencia remata para defesa do guarda-redes do Ajax.

Há muito que Mkhitaryan andava a pedir cartão amarelo. Agora acabou mesmo por o ver.

Traoré volta a criar perigo.

Chegamos ao intervalo com a equipa de Mourinho em vantagem. Vale o golo de Pogba.

Mkhitaryan marca um belo golo no início da segunda parte.

Fellaini viu o cartão amarelo.

Saiu um cartão amarelo para o Jogador Número Três do Ajax.

Um jogador do Ajax cujo número não vi também foi contemplado com o cartão amarelo.

Tanto tempo para se marcar um livre para dar nisto! De tão perigoso que era, acabou por não passar da barreira. E ainda falam dos árbitros e do Futebol que temos por cá!

Agora endoideceu tudo de repente. Depois daquele livre, agora é apresentada a placa de substituição com o Jogador Número Vinte E Quatro do Manchester United para sair. Não está ninguém em campo com esse número, meus senhores! Já agora, para disparatar um pouco, e se um dia levantassem uma placa de substituição em que o número do jogador a sair era o mesmo do que ia entrar? Como era? Acho que nunca vi uma coisa dessas.

Mata viu o cartão amarelo mas a confusão depois foi com o Herrera e com um jogador do Ajax. Anda tudo ali desnorteado porquê?

Sim, é melhor acabar isto mesmo e entregar a taça da Liga Europa a Mourinho e seus jogadores.

Aventuras no Desconhecido






Antes de mais, siga a banda sonora desta caminhada!


Esta sim, é uma caminhada memorável. Para toda a gente que nela participou. Uma grande história!

O cenário é algures entre Soure e Condeixa, perto da Ega. Onde? Não sabemos. O problema era mesmo esse, para além de ser o trilho mais sinuoso e mais difícil que eu já fiz na vida. Góis? Foi difícil mas pelo menos fazia parte do percurso inicial da caminhada. Para se ter uma ideia, embrenhámo-nos pela floresta e por um caminho que não tinha sido reconhecido antes. Felizmente correu tudo bem e é com bastante piada e um sorriso a aflorar-me na cara que narro as aventuras que ali vivi juntamente com alguns dos meus companheiros.

A certa altura da caminhada, começaram alguns colegas a dizer que havia uma descida que estava no percurso que era muito perigosa e muito íngreme. Muita gente começou a dizer que se recusava a ir por lá mas houve quem arriscasse. Então qual era a alternativa? Havia um outro caminho em sentido contrário que ninguém reconheceu como alternativa. Se fõssemos por lá, sujeitávamo-nos ao que aparecesse e foi isso que aconteceu.

Aquilo é que era um trilho. A certa altura, ficou tão duro que toda a gente já mostrava alguma apreensão. Havia um colega nosso que levava a coisa mais na desportiva e parecia até divertido ao ver a cara de horror que por vezes fazíamos. O pior de estarmos ali, pelo menos no meu caso, era a incerteza. Onde é que aquilo ia dar. Ninguém sabia. Para desanuviar o ambiente, sempre fomos gracejando e imaginando notícias na televisão sobre uns caminheiros que se enfiaram selva adentro e se perderam. Ainda eram bastantes. Depois quem nos vinha tirar dali e como? E se aquilo nunca mais acabasse e fosse noite e nós ali? Eu pensei nisso. Houve quem dissesse que aquilo ia dar à parte de trás do Choupal.

A rastejar, a gatinhar, a tatear troncos de árvores onde toda a gente se agarrava, procurando não cair. A certa altura, tive de subir um penhasco tão alto, agarrei-me a um tronco que cedeu e resvalei por ali abaixo. Quase fiquei sem camisola.

O melhor foi quando alguém se agarrou também a um tronco de uma árvore para se equilibrar...e assanhou as formigas que logo vieram enraivecidas nos picar. Ficámos cobertos delas. Tivemos que aguentar que elas nos picassem, pois não havia margem de manobra para as sacudir.

À medida que o tempo ia passando e permanecíamos ali, eu ia ficando nervosa. Era a incerteza a dar cabo de mim. Também lá ia a minha colega que não vê mesmo nada. Os nossos colegas foram incansáveis na ajuda que nos prestaram, apesar de o caminho também ser complicado para eles.

Fazia as descidas a rastejar pelo chão. Era a maneira mais segura que tinha para o fazer. Acabei a caminhada coberta de terra, toda arranhada e com as calças rasgadas. Superei as agruras daquele trilho. Uma ponta de orgulho e até mesmo de felicidade invadiu-me depois de ter saído dali. Era a adrenalina a fazer efeito. Sentia-me capaz de enfrentar todas as dificuldades e obstáculos que aparecessem.

Ah, a certa altura, começámos a ouvir transito. Foi uma alegria! Era sinal que havia saída dali para fora. Mas...demorámos uma eternidade a chegar ao alcatrão. Ainda tivemos de descer...e descer...e descer...Agora eu já estava nervosa por demorarmos tanto a chegar à estrada.

Quando coloquei os pés no alcatrão, não sei explicar o que senti. É muito difícil. A melhor forma de o exprimir é ter a sensação de ter estado no mundo selvagem durante bastante tempo.

No final correu tudo bem. Talvez esta aventura vivida em conjunto tenha servido para unir e fortalecer o espírito de grupo.

Nutrição de campeão

Era uma vez um super-atleta português a quem a televisão deu pleno destaque num belo final de tarde em que também havia Futebol.

Equipado com o verde e o vermelho do nosso orgulho, o atleta lusitano tinha o objetivo de fazer todas as provas possíveis dentro do Atletismo. Mesmo as que não são consideradas provas oficiais nas competições. Para isso tirou um dia inteiro. A proeza ia exigir muito dele mas ele sentia-se preparado, focado, confiante, de cabeça levantada…

Nem o plano alimentar foi descurado. É aqui que surge o insólito disto tudo, não no facto de o atleta cumprir todas as provas num só dia.

Mas afinal o que comia tão ilustre desportista vestido de licra vermelha e verde? Nada de barras energéticas, nada de bebidas isotónicas, nada de hidratos de carbono ou açúcares de rápida absorção. Nada de tudo aquilo de que se devem alimentar os campeões.

Querem saber o que ele comia? Estão bem sentados? Bem, este atleta alimentava-se...do passado glorioso de outros, digamos assim. Por outras palavras, no intervalo das provas, era-lhe dado a comer...papel de jornais desportivos antigos, posters com alguns anos, postais ou cartas de jogadores de Futebol de outras eras, cromos antigos depois de já estarem descolados...Tudo isto o atleta luso engolia com aparente facilidade, para espanto de quem o estava a seguir ininterruptamente através da RTP 1. Como se a força dos atletas presentes nos papeis que ia sugando passasse para os seus próprios músculos. A cada hora que ia passando, o atleta aparentava mais vigor físico quando se deveria sentir mais cansado. Realmente dava que pensar.

Acordei deste sonho completamente louco mas com algum significado. Um sonho excelente para narrar neste meu humilde espaço e, para já, forte candidato a post do ano.

Quando a luminosidade é escassa

Vou aqui narrar mais uma situação em que o senso comum das pessoas sem problemas visuais as coloca numa situação deveras insólita perante nós que temos baixa visão, como é o meu caso, ou até perante cegos totais.

Imaginem uma situação em que falta a luz num local ou se fundiu de repente uma lâmpada. Estou eu e uma pessoa que vê normalmente...ou está uma pessoa que vê normalmente e qualquer amigo meu que não veja mesmo nada. A primeira coisa que sai da boca dessa pessoa é a advertência:
-”Tem cuidado...que está escuro!”

A esta hora, devem estar pessoas a rir-se de alguém dizer uma coisa dessas a um cego mas, na verdade, se algum de vocês que está a ler isto algum dia estiver no escuro com uma pessoa que não vê nada ou ainda vê um pouquinho, vai-lhe gritar a mesmíssima coisa. Vai uma aposta? E melhor não apostar. Faz parte do comportamento humano. Até é provável que eu própria tenha dito uma vez ou outra a um amigo meu cego total que está escuro e deve ter cuidado É um daqueles comportamentos que se tem de forma irrefletida.

Da mesma forma, no meu caso, as pessoas demoram a compreender por que pareço ver pior num local excessivamente iluminado pelo Sol. Nunca ninguém me disse para ter cuidado...por haver muita luz. Por que será?

Ainda vejo um pouco mas sei guiar-me completamente às escuras. Tive de aprender a fazê-lo, tal como se fosse completamente cega. Aliás, este meu blog nasceu do facto de um dia estar a mover-me assim de olhos vendados.

As pessoas que não nos conhecem não fazem ideia que nos sabemos movimentar onde há pouca luz. No caso dos cegos totais, se assim não fosse, como colocariam os pés na rua todos os dias?

Houve uma altura em que eu, acompanhando um amigo meu ao quarto dele, me admirei de ele não acender a luz. Para quê? Ele não a conseguia ver mesmo. Deve ser o mesmo impulso que leva as pessoas a nos alertarem para a escuridão.

Só tenho a dizer uma coisa: quem deve ter cuidado na escuridão são vocês. Nós já vivemos na escuridão todos os dias.

Aquela música


Já aqui tenho relatado histórias incríveis que se passam comigo. São momentos em que, num rasgo de premonição, clarividência ou o que lhes queiram chamar, prevejo acontecimentos com horas ou dias de antecedência. Já têm acontecido episódios estranhos através de sonhos ou até de pensamentos persistentes que chegam vindos do nada. Desta vez acredito que se tratou apenas e só de uma coincidência mas também não deixa de ser curioso. Resta referir que nunca antes tinha ouvido falar deste senhor.

Da ultima vez que fui passar o fim de semana a casa, estava a ouvir a “Zona X” na M80, como sempre. Normalmente não perco um programa desses porque passam ali músicas que já me esquecia que existiam ou que não ouvia há anos. Também passam algumas que eu não conheço. Não tenho rede de telemóvel em casa. Apesar de o Shazan guardar as músicas que se procuram quando não estamos ligados à Internet, já houve alturas em que falhou. Nesse Domingo à noite passou esta música. Ainda por cima o telemóvel estava a carregar. Não era uma música desconhecida. Era uma música que até ouvia há alguns anos atrás. Não me conseguia lembrar do nome ou de quem a cantava. Nem sei se algum dia cheguei a saber. Era uma pena. Restava esperar que passasse num outro dia.

Alguns dias depois, estava eu a fazer a minha rotina matinal, mais concretamente a lavar os dentes, quando esta música ecoou assim do nada na minha cabeça. Imediatamente me lembrei que fiquei de descobrir o nome dela e quem cantava. Nada mais. Da próxima vez que passasse e eu estivesse cá por Coimbra, iria certamente descobrir isso. Estava longe de pensar que a iria ouvir inúmeras vezes naquele dia. Como são as coisas! Aquela música que começou a ecoar na minha cabeça vinda do nada, iria tocar na rádio quase de hora a hora.

Cheguei ao trabalho e liguei o radio, como faço sempre. A certa altura, o noticiário termina com a morte de alguém do mundo da música. Tratava-se de Chris Cornell. Quem? O nome não me dizia nada. Foi explicado que era o vocalista dos Soundgarden e dos Audioslave. Conheço os Audioslave mas na altura não me estava a lembrar de nenhuma música deles. Soudgarden também não me era estranho mas deles então é que não conhecia nenhuma música...pensava eu.

A seguir ao noticiário, a M80 passou uma canção….dos Soundgarden para homenagear o seu vocalista que partiu de forma tão repentina. Logo aos primeiros acordes, o meu sangue gelou. Não era possível! A música que ainda há poucas horas me tinha ecoado na cabeça, a mesma que queria saber o título...a que apresento cá em cima deste post...isto não podia estar a acontecer!

Iria ouvir esta música o resto do dia. Foi passando na rádio. Como se não houvesse outra para passar. De referir que passei anos sem a ouvir. O que dizer mais sobre isto?

Não terá sido uma premonição, até porque não conhecia o senhor de lado nenhum, apenas uma infeliz coincidência.

O estado em que fiquei

Final do dia. Hora de ir para o Parque fazer uma corridinha para desanuviar o espírito. Novos desafios têm dominado a minha atualidade laboral. Há que fazer algo diferente.

E lá fui. Levava um atacador desapertado mas não liguei. Não sei se foi por isso que caí quando ia já no final do treino. Só sei que dei por mim a deslizar pela areia fora. Levantei-me rapidamente e prossegui a corrida como se nada tivesse acontecido.

Só no final é que pude apreciar as mazelas nos dois joelhos, nas duas mãos e nos dois cotovelos.

O verdadeiro desportista não desiste! Pode dar o maior tombo para logo a seguir se levantar e prosseguir.

Festival Eurovisão da Canção 2017

CONSEGUIMOS! PORTUGAL VENCEU!


Que dizer numa altura destas? Simplesmente é um orgulho muito grande ser portuguesa num momento de sucesso como este. Jamais pensei ver o meu país a vencer o Festival Euurovisão que sigo desde tenra idade. Nunca pensei assistir realmente a uma vitória destas. Foi emocionante!

Resta agradecer a Salvador Sobral e a Luísa Sobral por trazerem mais este sucesso que nos encheu de alegria e de orgulho.

Wednesday, May 24, 2017

Humilhação

É comum os meus sonhos me apresentarem sempre como vítima de alguém ou de alguma coisa. Muitas vezes fico aliviada por ter acordado e constatar que tudo não passou de um sonho e que não me vi em apuros ou passei vergonhas perante outras pessoas.

Desta vez as coisas atingiram um limite que eu me sentia algures entre o desespero e a humilhação. Já nem sabia onde me havia de meter. Por mais que tentasse remediar as coisas, acho que as pessoas ainda me humilhavam mais e me desprezavam de uma forma sofrível mesmo.

A situação passa-se num convívio qualquer num lugar desconhecido. Há uma mesa repleta de comida e estamos todos em volta. Eu não conheço ninguém que ali está. É a primeira vez que estou com essas pessoas. Uma delas, a que recordo melhor do sonho e a que vai interagir mais comigo chama-se Inês e tem um ar adorável na primeira impressão.

Ela mostra-se simpática e prestativa mas, ao longo do sonho, vai-se revelando uma criatura repugnante, sempre pronta a me humilhar e a me desprezar. Ao menos as outras pessoas olhavam-me com ar reprovador, como se eu padecesse de alguma moléstia extremamente contagiosa, mas não me dirigiam a palavra de forma cínica.

Tudo descambou quando fomos para a mesa e tivemo-nos de servir da comida que ali estava à nossa disposição. Como não conhecia ninguém, resolvi servir-me e isso deu barraca. Os bifes e as batatas fritas quase nadavam em óleo e eu resolvi servir-me generosamente. Estava mesmo cheia de fome.

Um bife saiu agarrado ao outro. Vinham os dois a escorrer e um deles, logo o maior, caiu em cima da toalha que estava impecavelmente limpa. Foi aí que toda a gente começou a olhar para mim de forma reprovadora, deixando-me embaraçada.

Servi-me então de batatas fritas que também estavam escorregadias de tanto óleo. Não as conseguia apanhar e logo a mesa se apresentava repleta delas. Penso até que algumas caíram no chão. Sussurros reprovadores começaram a ouvir-se e a amiga que arranjei perdeu logo toda a delicadeza que, até ali , tinha tido para com a minha pessoa. Começou logo a dizer que eu não devia ter vindo para ali sozinha, que devia vir alguém comigo...depois foi dizendo que eu não me sabia comportar e que era uma pessoa da pior espécie. As outras pessoas iam murmurando em voz baixa, sem tirar os olhos de mim que tinha as mãos a escorrer óleo. Depois ouviram-se vozes mais altas falando das pessoas deficientes em geral, que eram umas pessoas selvagens, sem maneiras, incapazes de estar, de se comportar, de ter maneiras, de estar num lugar sem dar barraca...

Em vez de me comportar ordeiramente, resolvi tirar as batatas fritas à mão e enfiar pela boca. Imaginem o nível! Então o que querem? Não as conseguia apanhar de outra forma. Tivessem-nas escorrido! Não! A culpa era minha. Eu é que me estava a comportar como um babuíno vindo da selva.

Acordei. Ainda tinha a sensação de me cheirar a óleo de fritar mas era impressão minha.

Festival Eurovisão 2017- Semifinal 2

E a Europa das canções acabou, de certa forma, por se redimir das canções excessivamente comerciais que deixou seguir em frente para a final do próximo Sábado. Esta segunda semifinal vem dar mais sumo, mais diversidade ao Festival que seria de muito fraca qualidade se estas canções não passassem.

Na verdade, só quem pensa que o Festival deve ser música pop, é que deve ter julgado que a primeira semifinal era mais forte do que esta. Bem, vou acreditar que disseram isso simplesmente porque era nessa semifinal que estava a nossa canção. É que nem se compara com a segunda!

Vou falar aqui das canções que passaram e que acrescentarão algo ao evento eurovisivo deste ano. Há que destacar a Bielorrússia. Era a canção que eu queria que passasse por ser uma canção que lembra outros tempos em que o Festival Eurovisão era genuíno e cativava mais do que agora. Depois a Hungria também deveria passar pelos mesmos motivos. Querem uma canção mais tradicional do que esta? Eu não gosto da canção húngara mas fazia falta na final uma canção que representasse um povo verdadeiramente. A Roménia traz-nos uma canção diferente que, uma vez passada à final, é daquelas que pode ser uma surpresa pela negativa ou pela positiva.




A canção mais bonita desta semifinal veio da Croácia. Foi cantada por um senhor que não prima muito pela beleza física mas...que importa isso? Completamente rendida a esta canção. Muito bonita mesmo. Um verdadeiro hino! Também vai para a final.


Sabem do que me lembrei ao ouvir este representante da Croácia? Desta música e deste senhor. Acho que fiz um post sobre isso há muito tempo mas não tenho a certeza. Sei que um dia, ia a ouvir esta música e lembrei-me de que sempre tive a ideia que era cantada por duas pessoas. Depois fui confirmar e fiquei embasbacada. Era ele sozinho a cantar. Ah, eu penso que ele também foi ao Festival Eurovisão mas não me lembro em que ano foi. Ele é alemão, por via das dúvidas.


Honra agora a quem não passou, se é que se pode dizer assim. Começo com um miúdo que não sei que idade tem. Dizem que tem dezassete anos mas tenho as minhas dúvidas. Com esta vozinha? Eu dava-lhe aí uns catorze anos.


Por último, vou aqui exemplificar na prática o que eu tenho vindo a dizer ao longo destes últimos anos- antigamente é que o Festival era bom. Para isso vou contar com a ajuda de alguém que participou este ano e que também participou...em 1998. Apresento-vos Koit Toome da Estónia. Vejam as duas participações dele e tirem as vossas conclusões!



Palavras para quê?











Ponta final de nervos

José Mourinho e o Manchester United estão na final da Liga Europa onde vão defrontar o Ajax. O Manchester United nunca venceu esta competição. Está mais habituado à Liga dos Campeões.

Em desvantagem na eliminatória, o Celta tem de fazer pela vida e Aspas remata com perigo para Romero defender.

Mais uma vez, Rashford volta a brilhar. Assiste Fellaini para o golo. Tudo bem encaminhado para Moutinho.

Hernadez remata para Romero defender.

O árbitro romeno exibe o primeiro cartão amarelo da partida a Blind por falta sobre Hernandez.

Chegamos ao intervalo com o Manchester United na frente do marcador.

Aspas volta a rematar e Romero volta a defender.

O Celta está melhor no jogo.

Por protestos, Aspas viu o cartão amarelo.

Quase que Fellaini fazia o segundo golo. Valeu Sergio Alvarez.

Há mais um jogador do Celta que remata de longe.

Guidetti falha um golo quase certo.

Herrera também é um habitual cliente dos cartões. Viu mais um.

Aspas quase marcava.

E finalmente é golo do Celta. Foi o central argentino Roncaglia.

Que confusão ali! Um jogador de cada equipa foram expulsos. Ainda continuam ali a discutir um com o outro. Da rua não passam. Uma coisa é certa- aqueles já não trocam de camisola um com o outro...ou se calhar até trocam porque os restantes jogadores ainda continuam em campo e vão trocar com quem lá está. Isso digo eu.

Acaba o jogo com os nervos à flor da pele. O Manchester United vai à final da Liga Europa.

Jogar pelo orgulho

Era o último jogo europeu no Vicente Calderón e, desde muito cedo, que o Atletico de Madrid fazia grande questão em vencer a partida, já que a eliminatória era mais complicado vencer. Ainda se pensou que talvez não fosse impossível mas o Real Madrid segue para a final da Liga dos Campeões onde vai encontrar a Juventus.

Ronaldo já remata para Oblak defender.

O árbitro turco já tem de ir ao bolso buscar o carrão amarelo para mostrar ao Danilo que jogou no Porto. Ainda só estamos com três minutos de jogo.

Navas tem de se aplicar a cruzamento de Koke.

Agora foi Savic a ver o cartão amarelo por falta sobre Isco.

Casemiro cabeceia para defesa de Oblak.

Estamos com doze minutos de jogo e Saul marca para o Atletico de Madrid.

Há grande penalidade sobre o Torres. Griezman converte. O Atletico de Madrid ainda vai muito a tempo de conseguir virar a eliminatória.

Godin e Sergio Ramos são ambos contemplados com o cartão amarelo pelo árbitro turco que dormiu com os pés de fora da cama e não está para brincadeiras hoje.

Gabi pediu o cartão amarelo para Isco mas o árbitro acabou mesmo por tirar o cartão amarelo do bolso mas para mostrar a ele próprio.

Depois de Oblak ter negado o golo a Kroos, Isco remata a contar.

Vamos com 2-1 para intervalo mas o Real Madrid tem a eliminatória controlada.

Ronaldo marca um livre que Oblak defende sem problemas.

Isco remata ao lado.

Ronaldo remata para fora.

Navas nega o golo ao Atletico de Madrid por duas vezes na mesma jogada.

O Benzema hoje, ao contrário do árbitro da partida, anda muito inspirado. É com cada lance de génio...Nunca o tinha visto a fazer destas coisas.

Angel Correa cria perigo.

Navas volta a negar o golo ao Atletico de Madrid.

O jogo termina. O Atletico de Madrid venceu a última partida europeia disputada no Estádio Vicente Calderón.



Festival Eurovisão 2017- Semifinal 1

Já estamos na final! Há muito tempo que não sabíamos o que era isso e, todo o entusiasmo vivido em torno do nosso representante está a dar os seus frutos. Vamos ver se Sábado há razões para festejar!


Ouvi dizer que esta é a semifinal mais forte. Vou esperar pela segunda que terá lugar na próxima quinta-feira para ver se assim é. Se for esse o caso, então o Festival deste ano deve ser mesmo fraco em termos de canções. Quase toda a gente apresenta canções de um género mais comercial e todas cantadas em Inglês. Assim perde-se toda a identidade que cada país pode dar através da sua canção e não faz sentido nenhum. Na minha opinião, para ficar toda a gente em igualdade de circunstâncias, cada um deveria cantar na língua materna, como era antigamente. Assim é que era mais bonito.

No meio de tanta canção “moderna”, como foi possível esta canção da Finlândia não ter passado?!!! A minha alma está atordoada. Além de Salvador Sobral, era talvez a canção que acrescentava realmente alguma coisa a esta semifinal. Isto vai de mal a pior!


Falemos da canção da Moldávia. Porquê? Porque não é a primeira vez que estes senhores se apresentam na Eurovisão. Coloco aqui a canção que levam este ano e a que levaram da outra vez que estiveram presentes. Gosto mais desta de 2017. Eles estão também na final. O carisma, a animação e a simpatia que transmitem para a assistênncia não passam despercebidos.



Por último, destaco dois concorrentes que apresentaram baladas mas não foram bem sucedidos. Chegam da República Checa e da Eslovénia respetivamente.




Tuesday, May 09, 2017

Mãos no escuro


Esta é mais uma aventura da paralisia do sono, aquele estado em que nem estamos a sonhar, nem em vigília. Na verdade, raciocinamos quando nos encontramos nesse estado, mas o pensamento por vezes leva-nos por caminhos tenebrosos e assustadores.

O segredo é aprender a controlar a mente e a dominar o medo. Às vezes é difícil porque os episódios não duram tempo suficiente para aclararmos as ideias, digamos assim. Quando o episódio é mais prolongado, dá para fazer coisas incríveis, inclusive brincar um pouco. Este já não é o primeiro episódio que aqui narro. Desta vez não deu para abandonar o corpo e ir para a rua. Esteve quase a acontecer mas diverti-me...junto ao estore.

Dei por mim levantada e a olhar para o estore corrido até cima. Depois, senti muitas mãos que me puxavam ou agarravam. Não me assustei. Imaginei que essas mãos seriam de pessoas que eu conheço ou de pessoas com quem gostaria de estar e tudo se alterou. Eu fui tateando no escuro, não encontrando quaisquer outras partes do corpo, que não fossem mãos. Abertas, fechadas, quentes, frias...muitas agarrei e outras agarraram as minhas.

A certa altura, estranhei tocar numa mão tão grande que não podia, de maneira alguma, ser mão de gente. Ainda me assustei mas logo retomei a “brincadeira”.

Quantos degraus tem a Mata do Buçaco?










Esta foi a caminhada mais perto de casa que já fiz e o local não era estranho para mim. Há muitos anos tinha estado na Mata do Buçaco. Seria um regresso.

O dia estava perfeito para se caminhar e eu estava com muito boas sensações quando o terreno começou a inclinar para cima. Fizeram-me bem os treinos de corrida durante a semana!

Quando eu era pequena, era muito habitual deslocarmo-nos a pé até ao Luso, pois temos lá parte da nossa família. Numa ocasião, fomos até ao Buçaco. Eu ainda andava na escola primária, se bem me lembro. Um dia apanhámos boleia e fomos visitar a Mata do Buçaco e os monumentos. Sim, ainda andava eu na escola primária porque no outro dia fiz uma composição sobre isso. Depois disso, nunca mais lá voltei. Lembrava-me de haver imensos degraus ali, não tinha ideia de serem tantos.

Graças à preciosa ajuda de companheiros que mais uma vez foram incensáveis, percorri todos aqueles degraus, a maioria a descer. À noite, conversando com a minha mãe sobre a outra vez em que visitei a Mata do Buçaco, ela contou-me que houve uma senhora ou uma menina que me ajudou nessa altura também.

Muita gente se ressentiu das articulações devido a tantos degraus que tivemos de descer. Fiquei curiosa por saber quantos são ao todo. Muitos, seguramente.

Havendo degraus, não tirei muitas fotos mas sempre deu para tirar algumas.

Ter de voltar atrás

Há noites em que, ao acordarmos debaixo dos cobertores da nossa cama, nos sentimos bastante confusos. Tudo isto porque tínhamos a convicção de termos estado acordados minutos antes, tal o realismo com que se revestiu o sonho.

Isso acontece quando percorremos locais por onde passamos todos os dias e os mesmos são tal e qual como os vemos na vida real. O subconsciente pouco os altera. Aconteceu com o trajeto que normalmente faço da Baixa para o Parque para ir correr. No sonho, caminhava por ali como se realmente estivesse acordada. Era incrível! Sentia os meus pés pisando o chão e tudo. A certa altura, a minha mão carregou realmente no botão do semáforo.

Já estava a escurecer quando dei por mim a voltar para trás, carregando no semáforo e tudo, para ir buscar o meu cronómetro que tinha esquecido no Parque. Por acaso até nem o costumo levar porque ele não funciona. Tirando isso, podia perfeitamente ser uma cena da minha vida quotidiana.

Estava um pouco chateada por ter de voltar atrás. Ia justamente a atravessar a passadeira quando acordei e fiquei espantada por não estar ali. Fiquei a pensar na situação.

Monday, May 08, 2017

Fim de semana é sinónimo de desconberta de novos sons

Ao fim de semana andamos com os ouvidos mais alerta, passamos mais tempo em casa a ouvir música. É natural que surjam canções que nunca antes tenhamos ouvido. Seguem mais três. Espero que gostem!



Friday, May 05, 2017

Uma carrinha cheia de cães e gatos e outras loucuras



Numa noite mal dormida em que a chuva me acordou por mais do que uma vez, sonhei quase sempre com as mesmas pessoas, direta ou indiretamente.

A aventura começa com um post nas redes sociais com alguém a partilhar um vídeo a conduzir uma carrinha cheia de bicharada à solta. Se a Polícia aparecia, era logo uma multa, pois agora os animais não podem andar assim no interior das viaturas.

De repente, também eu lá estava dentro dessa mesma viatura. Era de noite e passávamos por diversos locais. O condutor da carrinha foi mudando à medida que o sonho avançava. Como estava escuro dentro do veículo e os animais saltavam para o nosso colo, pouco importava quem ia a conduzir a.

Depois sonhei com outra coisa mais maluca. Trabalhava num local onde o computador que usava ainda trabalhava apenas e só com disquetes. Eu estava a ouvir os relatos dos jogos da Primeira Liga e o Chaves jogava com uma qualquer equipa. Não me recordo de quem era o adversário. Sei que no Chaves, para além de jogadores que lá alinham, também ali jogava...o Hamzaoui e, o que é mais estranho, um jovem que apenas me segue no Instagram e que, tanto quanto eu sei, não joga Futebol. Ele estuda. Por incrível que pareça, era ele o craque da equipa. A julgar pela fisionomia dele na vida real (ainda há pouco estive a olhar para ele e me estive a rir) devia ser aí um médio criativo, daqueles de bola no pé. Com a camisola do Chaves que já é igual à do Barcelona, pouco ia diferir do Messi. Se calhar o cabelo não seria igual…

Com tudo isto, perdi o autocarro e não tinha mais nenhum que me transportasse de volta a Coimbra. É que estava a trabalhar longe. Não sei como fiz. Acho que fomos a pé mesmo pelas ruas. Já era noite também. Eu liderava e parecia saber onde atravessar e para onde cortar. Eram tudo ruas desconhecidas.

Voltemos aos posts. Um jogador qualquer lá das Áfricas publicou um post em que andava na noite a dançar e identificou ali uma série de jogadores da Primeira Liga, talvez para que vissem o post, pois nenhum deles ali andava. Eu ainda olhei a ver se via algum deles. Estava ali muita gente.

O despertador tocou. Tive algumas dificuldades em o ouvir à primeira.

Livre soberbo de Rashford fez a diferença

O Manchester United tem tudo bem encaminhado para passar à final da Liga Europa. Um golo solitário de Rashford de livre fez a diferença no confronto com o Celta de Vigo.

Rashford agora ficou descalço de um pé na sequência do primeiro lance de perigo para o Manchester United.

Daniel Wass, o tal que um dia jogou no Benfica, tem um remate surpreendente. Por pouco não era golo.

Sobre este jogador que rematou agora, recordo-me de ter feito pelo menos um jogo com a camisola do Benfica mas julgo que foi um encontro particular.

Novamente Daniel Wass a rematar, desta vez de longe.

Sergio Alvarez nega o golo a Rashford com uma vistosa defesa. Ainda é canto mas o perigo parece ter passado.

Depois de um remate de um jogador do Celta, Lingard remata com perigo. O jogo está equilibrado nesta fase.

Fellaini viu o primeiro cartão amarelo do encontro.

Sergio Alvarez volta a exibir-se em bom plano. Se o jogo ainda continua com um nulo no marcador, a ele o deve.

Lingard permite mais uma defesa a Sergio Alvarez.

Com Sergio Alvarez a defender tudo o que aparece, não é de estranhar que vamos para intervalo sem golos.

Quase que Romero era traído quando a bola rematada por uma jogador do Celta ressaltou em Valencia.

Hugo Mallo viu o cartão amarelo. Rashford cobra o livre de forma irrepreensível. Consegue finalmente enganar Sergio Alvarez. É um grande golo do jovem inglês.

Aspas rematou. Não houve problemas para as redes defendidas por Romero.

Lingard remata ao lado.

O Celta tem mais uma jogada de perigo.

Por queimar tempo na cobrança do livre, Pogba viu o cartão amarelo.

Pouco tempo esteve Ashley Young em campo. Vai ter de sair lesionado com um problema muscular. Já antes tinha saído Rashford a queixar-se também. Acho que Mourinho precisa de consultar uma bruxa bem boa. Ultimamente o Manchester United tem sofrido muitas lesões, algumas delas graves, como foi a de Ibrahimovic.

O jogo termina. Aquele livre de Rashford vai dando a vantagem para o jogo da segunda mão em casa.

Thursday, May 04, 2017

“The Reason”- Hoobastank (Música Com Memórias)


Há dias, tinha a sensação de ter achado uma boa música para narrar um momento da minha vida mas, chegado o fim do dia, por mais que desse voltas à cabeça, não me conseguia lembrar. Sabia, no entanto, que a memória que ia relatar não era lá muito agradável. Essa sensação perseguia-me mas nada de me recordar qual a música que provocava em mim tais sensações.

Por acaso esta música passa muitas vezes na rádio e só assim foi possível recuperar o que tinha para debitar aqui. Então cá vai!

22 de maio de 2005. Era domingo e o Benfica preparava-se para, eventualmente, festejar o título no Estádio do Bessa. Eu tinha sido operada aos olhos mais uma vez há menos de uma semana e deslocava-me com a minha mãe a um local para dar de comer a uns cãezinhos- um deles é aquele que é atualmente o meu cão.

Um carro de cor escura passou por nós a alta velocidade. Por pouco não arrastou um dos cãezinhos que apressadamente recolho da estrada. Mal sabia eu que esse veículo já tinha feito estragos lá atrás. Vinha mesmo com muita velocidade.

Na volta para casa, o nosso vizinho de cima mandou parar a minha mãe anunciando que estava um gato morto na berma da estrada. A minha mãe logo depreendeu com horror que seria a Teka que tinha tentado ir atrás de nós. Ela acompanhava a minha mãe a todo o lado.

Infelizmente, era mesmo ela. Apesar de ainda ter a visão turva da recente cirurgia ao olho, olhei de relance para a berma da estrada onde se podia destacar da vegetação uma massa disforme preta e branca. Era a Teka que ali jazia sem vida. Esta música soava-me na cabeça porque a tinha estado a ouvir. É por isso que, apesar de não ser uma canção má de todo (antes pelo contrário), me causa um certo desconforto quando a ouço. Lembra-me sobretudo aquela imagem desfocada na berma da estrada.

Wednesday, May 03, 2017

SIIIII...SIIIII...SIIIII

Grande noite para Cristiano Ronaldo! Mais uma para recordar. Sozinho, conseguiu derrotar o Atletico de Madrid e colocar o Real com os dois pés praticamente na final da Champions. Depois disto, que mais há a dizer?

Foi precisamente Ronaldo quem abriu as hostilidades do jogo com um remate por cima. CR7 mostrou logo ao que vinha.

O nosso velho amigo Oblak nega um golo quase certo a Benzema.

E Ronaldo já marca. Só precisou de dez minutos para fazer estragos.

Na sequência de um canto, Oblak nega o golo a Varane.

Do outro lado, Navas vai temerariamente aos pés de Gameiro. Uma saída arriscada do guarda-redes do Real Madrid.

Modric remata com bastante perigo.

Saiu o primeiro cartão amarelo da partida para Koke.

De costas para a baliza de Oblak, Benzema tentou o golo olímpico mas não teve sucesso.

Ronaldo faz a diferença na chegada ao intervalo. É dele o golo da vantagem do Real Madrid.

Confirma-se a substituição de Carvajal por Nacho. O Jogador Número Dois do Real Madrid saiu muito queixoso para o intervalo.

Saiu o cartão amarelo para Isco. A entrada sobre Lucas Hernandez foi durinha.

Saul também viu o cartão amarelo.

Ando desde o início do jogo a tentar lembrar-me como se chama o irmão do Saul que jogou no Braga. O outro é o Yoni e jogou no União da Madeira. Agora disseram que é o Aaron. Por acaso também o achava grande jogador. Não sei como não ficou mais tempo no Braga.

Também estava a perguntar pelo Torres. Aí vem ele! E o Gaitan também vai entrar com ele.

Ronaldo marca mais um golo. É tudo dele!

Savic viu o cartão amarelo.

Sai mais um hat trick de Ronaldo!

Modric também tenta o golo.

Quase que era autogolo de Koke.

O jogo termina com o Real Madrid muito bem encaminhado para seguir em frente. É a vantagem de ter Ronaldo em grande forma e com a pontaria afinada.

“Ik Mis Je Zo” (Música Com Memórias)


“Sinto a tua falta, sinto-a cada vez mais
Vejo-te nos meus sonhos, uma vez e outra,
quem me diz como e onde te posso encontrar
Sinto a tua falta, sinto-a cada vez mais”

Para quem não percebe Nerlandês, traduzi acima o refrão desta balada que de certa forma marcou a minha vida. Trago-a porque acordei com ela na cabeça, certamente não a ouvi algures por aqui na rádio.

Houve uma altura em que ouvia esta canção muitas vezes. Quem tinha trazido estas músicas tinha sido a minha amiga Isabel. Na altura eu já frequentava as aulas. Estávamos em finais de 2006. As músicas ajudaram-me muito a aprender a língua. Passava horas a ouvir música e tenho algures muitas guardadas em mp3. Lembro-me que as levava para as aulas num pequeno leitor de mp3.

Esta canção tem imensas versões, daí eu não ter colocado ali nome de artista. A minha amiga gravou-as em cassete da rádio quando esteve na Holanda a estudar. Tinha várias versões desta música, todas elas fantásticas.

Não sei como me fui lembrar disto enquanto colocava a água do banho a correr para começar mais um dia. Coisas que não se compreendem. Um tempo muito bom da minha vida, sei-o hoje ao olhar para trás. Afinal de contas, foi nessa altura que começou a ser traçado o caminho para a concretização de um sonho pelo qual muito lutei e que muito me orgulho de ter concretizado. Mui