Sonhei que tinha
comprado dois pares de calças de ganga algures. Cheguei a casa e
fiquei a observa-los melhor. Um par de calças era mais escuro do que
o outro.
Aparece vindo do
nada o meu pai. De referir que eu estava aqui em Coimbra no meu
quarto, logo seria impossível ele vir até cá. Viu as calças e
quis logo experimentar o par de calças mais claro. Eu acedi ao
pedido.
Por incrível que
pareça...as calças serviam-lhe e ele quis logo ficar com elas.
Experimentei eu as outras que eram mais escuras. Estavam-me bem. Só
estavam ligeiramente compridas nas pernas. Resolvia-se o problema.
Fazia-se uma dobra na bainha, como gosto de fazer às calças de
ganga, independentemente de estar ou não na moda.
De referir que dormi
toda a noite por cima da roupa. Era já dia quando comecei a sentir
uma ligeira onda de frio.
Continuamos com
música bem animada. Esta fala das diferentes formas de dizer sim em
diferentes países. Seguramente que estas senhoras, quando gravaram
isto, não conheciam Cristiano Ronaldo. Esta música já é muito
antiga.
Faz lembrar aqueles
musicais a preto e branco que passavam na televisão. As
protagonistas iam cantando e agitando as suas saias compridas e
rodadas com muitos folhos. De vez em quando colocavam as mãos na
cintura e iam rodando o corpo. As blusas eram justas, com motivos
florais, fazendo sobressair o peito. As mangas terminavam com grandes
folhos semelhantes aos das saias.
Muito mais que
descrever mais um sonho, há uma imagem que fica e que me tem
acompanhado ao longo de todo o dia. Já há muito que não me
acontecia isto.
Sei que ia a pé
pela estrada. Ainda não tinha chegado bem à porta de minha casa
quando algo azulado brilhou por entre a vegetação. Afinal, chegando
mais perto, não era azul, era preto e era o rabo de um gato que ali
jazia morto. Provavelmente foi atropelado e veio ali acabar.
Não era nenhuma das
nossas gatas. Era um gato completamente preto. Apesar de me faltar a
coragem para chegar mais perto, cedi mas logo recuei. Não queria ver
mais.
Depois contaram-me
que era de facto um gato que tinha sido atropelado e tinha vindo ali
acabar.
continuemos no mesmo
registo musical do post anterior com a música portuguesa. Há quanto
tempo não ouvia esta música?
Na verdade, cresci a
ouvir isto. Transporta-me para o sol da manhã na paragem do
autocarro que nos levava à escola. O rádio ligado na rádio local
lá da terra sempre a passar Dino Meira e a música portuguesa. Na
altura não se falava ainda em música pimba.
São memórias muito
coloridas e alegres, tal como esta música. Roupas dos alunos com
riscas de muitas cores. Mochilas bastante coloridas e estampadas com
quadrados, riscas e desenhos.
São estas as
memórias que evoco ao ouvir esta música que alguém se lembrou de
pedir e que seguramente já não ouvia aí desde inícios dos anos
noventa.
Depois do almoço,
enquanto fazíamos compras no mercado regional em Alcaide,
sentámo-nos a ver quem passava. A instalação sonora passava a
genuína música portuguesa. Algumas músicas não as ouvia há muito
mas...por incrível que pareça, as letras não foram esquecidas.
Quim Gouveia, Saúl e outros foram passando na aparelhagem que ali
foi colocada.
Também passaram
algumas músicas que eu não tinha ouvido antes com letras a
dignificar Portugal e os produtos que cá temos. Bem a propósito.
Estava a saber bem
estar ali a cantar e na companhia dos restantes companheiros. Haja
alegria!
Realizou-se mais um
encontro nacional de caminheiros na Serra da Gardunha. Este evento
realiza-se de dois em dois anos e é uma oportunidade de estarmos em
contacto com as cerejas que são o principal meio de subsistência do
Fundão.
Para além de termos
comido bastantes cerejas, tivemos também um farto abastecimento com
algumas mesas repletas das iguarias da região. A dificuldade era
mesmo escolher. Destaque para as laranjas. Algumas eram mesmo do
tamanho de meloas ou até maiores.
Depois da pausa para
nos alimentarmos, prosseguimos e fomos dar a um local onde havia
javalis extremamente mansos. Diziam que eram javalis mas alguns
pareciam mesmo porcos pretos daqueles que dizem que têm bons
secretos. Deu para tirar imensas fotos. Eles deixavam.
Quanto ao percurso,
depois da aventura que foi a caminhada anterior, este foi uma
brincadeira de crianças. Tive algumas dificuldades em alguns
momentos mas todos se disponibilizaram para ajudar, incluindo alguns
membros de grupos da região. Vinha uma senhora comigo mas depois,
como envergava uma camisola laranja daquelas do evento como a maioria
dos caminheiros participantes, a certa altura, perdi-lhe o rasto
quando me adiantei na subida. Fui andando sempre com alguém. Mais
uma vez agradeço a todos.
Chegámos a alcaide
que era onde estava instalada a meta. Foi feita uma última paragem
para o grupo chegar todo junto. Havia algo à nossa espera. Eu
adivinhei logo o que era. Um grupo musical composto, na sua maioria,
por bombos pujantes que abrilhantaram a nossa chegada depois de
percorridos mais de treze quilómetros.
O almoço estava
delicioso e havia na rua de Alcaide um mercado de produtos regionais.
Correu tudo bem. Eu estava feliz.
As fotos não foram
muitas porque andámos por trilhos. Sempre que havia alcatrão, como
sempre acontece, é o ideal para eu tirar fotos.
Tem sido notícia
nos últimos dias na comunicação social- este Domingo vai estrear
nova temporada de “Twin Peaks”.
Eu era louca por
essa série. Lembro-me que não perdia um episódio e dava por mim a
esperar ansiosamente por mais uma quinta-feira para me inebriar de
todos aqueles mistérios intrigantes e uma dose de terror também.
Desta vez não vou
acompanhar por diversas razões. Primeiro a série vai ser exibida na
TV Cabo ao Domingo à noite. Ora nos fins de semana em que vou a casa
não vai dar para acompanhar. Agora no Verão irei mais vezes até
casa. Depois há a dificuldade que tenho agora de seguir uma série
ou filme em Inglês. Há vinte e seis anos ainda via dos dois olhos
e, apesar de compreender pior a língua inglesa do que hoje, agora é
mais difícil acompanhar os diálogos e as imagens ao mesmo tempo. A
minha visão deteriorar-se bastante.
Naquela altura,
tinha eu os meus catorze anos, via muitos filmes e séries. “Twin
Peaks” era uma das minhas favoritas. Sempre gostei de mistério e
do sobrenatural. Esta série enchia-me as medidas.
Vou aqui narrar as
minhas memórias sobre esta série de culto que agora regressa. Estão
um pouco fragmentadas mas vou tentar.
Uma vez houve uma
visita de estudo a Conímbriga. A minha professora do Ensino Especial
vinha-me a ajudar com os degraus e eu vinha a narrar as incidências
do episódio da véspera. Ela perguntou-me se eu não tinha medo, já
que ela não tinha coragem para ver tal série. Eu respondi que não.
Escusado foi ter-lhe explicado que adorava ver, tal era o entusiasmo
com que me lembro de estar a narrar o que lá se passava. Houve outra
vez em que eu e o Paulo Adriano estivemos durante o intervalo a
dissertar sobre um episódio. Ah, já sei por que foi. Eu acho que
não vi um episódio ou não comecei a ver a série logo desde o
início. Antes de começar um episódio novo, repetiam o que se tinha
passado no anterior, como acontecia com algumas novelas. Então havia
uma rapariga que estava no hospital e era assombrada por espíritos
ou criaturas medonhas que lhe falavam com vozes assustadoras. Uma
dessas criaturas disse-lhe que se chamava Mike. Eu não sabia o que
se passava com ela para estar ali no hospital a piorar a olhos vistos
e então perguntei ao Paulo Adriano que me disse que ela tinha sido
violada. Não me lembro se ela chegou a morrer mas aquelas criaturas
não a largavam e, à medida que a vinham perturbar, ela ia piorando
cada vez mais. Ainda não discutia Futebol nessa altura, pois eram
poucos os jogos que podia ver. Davam todos no Canal 2.
O episódio que
recordo com mais nitidez tem a ver com uma cena que poderá ser
assustadora para algumas pessoas mas que eu achei o máximo. Havia
uma rapariga chamada Donna, se a memória não me falha. Acho que ela
era amiga ou conhecia a Laura Palmer. Eu penso que foi o pai da Laura
Palmer que a matou mas não tenho a certeza. Como? Esse homem estava
normalmente a conversar com ela. A certa altura, começou a
transformar-se numa criatura medonha. Ficou um monstro. Um demónio
com uma força descomunal e atacou a rapariga até a matar mesmo.
Depois pegou num saco preto de transportar cadáveres que tinha na
mala do carro, colocou a jovem lá dentro e levou-a para outro local.
Ela estava toda cheia de arranhões na cara e nódoas negras.
Era já noite quando
os detetives da investigação da morte de Laura Palmer foram
chamados ao local onde tinha sido deixado o corpo. Estava a chover,
se bem me lembro. As luzes dos carros da Polícia refletiam na
estrada e o fecho do saco de cadáver estava corrido, mostrando o
rosto maltratado da jovem. Ali, tendo como fonte de iluminação os
faróis azuis das viaturas policiais, o rosto do cadáver ainda se
tornava mais terrível. Uma cena muito bem conseguida!
Lembro-me que estava
sempre à espera, com alguma ansiedade e a adrenalina no máximo, que
acontecesse ali algo estranho. Dava por mim a ver uma situação
perfeitamente natural e a imaginar o que ia acontecer a seguir. Por
vezes em “Twin Peaks”, o macabro e o terrível surgiam de
situações completamente normais. A cena que relatei acima é o
exemplo que mais recordo dessas situações. Também me lembro de
umas pessoas tranquilamente em sua casa e, pelo lado de fora, alguém
ou alguma coisa mexia nos estores. A cena era acompanhada por uma
música daquelas que indiciam perigo ou medo. Não me lembro o que
aconteceu a seguir.
Foram noites bem
passadas. Naquela altura, tal como hoje, quem me dá uma certa dose
de mistério, de macabro e de sobrenatural, dá-me tudo. Faz parte da
minha essência.
Noite quente. Não
estamos no Verão mas o calor faz-se sentir. Deito-me por cima dos
cobertores e vou viajando em pensamentos.
O dia foi
extenuante. Estes últimos dias têm sido. Vou vagueando ao som da
música que me vai embalando. Ritmos calmos, aveludados e quentes.
Faço uma pausa para ver o nome desta música. Depois mergulho em
pensamentos lucros e adormeço finalmente.
O Manchester United
de José Mourinho venceu a Liga Europa em Estocolmo ao derrotar o
Ajax por 0-2. Foi uma conquista bem merecida e dedicada à cidade de
Manchester recentemente enlutada por um ataque terrorista.
Pogba já remata e
há um jogador do Ajax que já está no chão lesionado. O jogo ainda
mal começou.
Fellaini quase
marcava de cabeça.
Traoré coloca
Romero à prova.
A segunda tentativa
de remate de Pogba dá golo.
Valencia remata para
defesa do guarda-redes do Ajax.
Há muito que
Mkhitaryan andava a pedir cartão amarelo. Agora acabou mesmo por o
ver.
Traoré volta a
criar perigo.
Chegamos ao
intervalo com a equipa de Mourinho em vantagem. Vale o golo de Pogba.
Mkhitaryan marca um
belo golo no início da segunda parte.
Fellaini viu o
cartão amarelo.
Saiu um cartão
amarelo para o Jogador Número Três do Ajax.
Um jogador do Ajax
cujo número não vi também foi contemplado com o cartão amarelo.
Tanto tempo para se
marcar um livre para dar nisto! De tão perigoso que era, acabou por
não passar da barreira. E ainda falam dos árbitros e do Futebol que
temos por cá!
Agora endoideceu
tudo de repente. Depois daquele livre, agora é apresentada a placa
de substituição com o Jogador Número Vinte E Quatro do Manchester
United para sair. Não está ninguém em campo com esse número, meus
senhores! Já agora, para disparatar um pouco, e se um dia
levantassem uma placa de substituição em que o número do jogador a
sair era o mesmo do que ia entrar? Como era? Acho que nunca vi uma
coisa dessas.
Mata viu o cartão
amarelo mas a confusão depois foi com o Herrera e com um jogador do
Ajax. Anda tudo ali desnorteado porquê?
Sim, é melhor
acabar isto mesmo e entregar a taça da Liga Europa a Mourinho e seus
jogadores.
Antes de mais, siga
a banda sonora desta caminhada!
Esta sim, é uma
caminhada memorável. Para toda a gente que nela participou. Uma
grande história!
O cenário é
algures entre Soure e Condeixa, perto da Ega. Onde? Não sabemos. O
problema era mesmo esse, para além de ser o trilho mais sinuoso e
mais difícil que eu já fiz na vida. Góis? Foi difícil mas pelo
menos fazia parte do percurso inicial da caminhada. Para se ter uma
ideia, embrenhámo-nos pela floresta e por um caminho que não tinha
sido reconhecido antes. Felizmente correu tudo bem e é com bastante
piada e um sorriso a aflorar-me na cara que narro as aventuras que
ali vivi juntamente com alguns dos meus companheiros.
A certa altura da
caminhada, começaram alguns colegas a dizer que havia uma descida
que estava no percurso que era muito perigosa e muito íngreme. Muita
gente começou a dizer que se recusava a ir por lá mas houve quem
arriscasse. Então qual era a alternativa? Havia um outro caminho em
sentido contrário que ninguém reconheceu como alternativa. Se
fõssemos por lá, sujeitávamo-nos ao que aparecesse e foi isso que
aconteceu.
Aquilo é que era um
trilho. A certa altura, ficou tão duro que toda a gente já mostrava
alguma apreensão. Havia um colega nosso que levava a coisa mais na
desportiva e parecia até divertido ao ver a cara de horror que por
vezes fazíamos. O pior de estarmos ali, pelo menos no meu caso, era
a incerteza. Onde é que aquilo ia dar. Ninguém sabia. Para
desanuviar o ambiente, sempre fomos gracejando e imaginando notícias
na televisão sobre uns caminheiros que se enfiaram selva adentro e
se perderam. Ainda eram bastantes. Depois quem nos vinha tirar dali e
como? E se aquilo nunca mais acabasse e fosse noite e nós ali? Eu
pensei nisso. Houve quem dissesse que aquilo ia dar à parte de trás
do Choupal.
A rastejar, a
gatinhar, a tatear troncos de árvores onde toda a gente se agarrava,
procurando não cair. A certa altura, tive de subir um penhasco tão
alto, agarrei-me a um tronco que cedeu e resvalei por ali abaixo.
Quase fiquei sem camisola.
O melhor foi quando
alguém se agarrou também a um tronco de uma árvore para se
equilibrar...e assanhou as formigas que logo vieram enraivecidas nos
picar. Ficámos cobertos delas. Tivemos que aguentar que elas nos
picassem, pois não havia margem de manobra para as sacudir.
À medida que o
tempo ia passando e permanecíamos ali, eu ia ficando nervosa. Era a
incerteza a dar cabo de mim. Também lá ia a minha colega que não
vê mesmo nada. Os nossos colegas foram incansáveis na ajuda que nos
prestaram, apesar de o caminho também ser complicado para eles.
Fazia as descidas a
rastejar pelo chão. Era a maneira mais segura que tinha para o
fazer. Acabei a caminhada coberta de terra, toda arranhada e com as
calças rasgadas. Superei as agruras daquele trilho. Uma ponta de
orgulho e até mesmo de felicidade invadiu-me depois de ter saído
dali. Era a adrenalina a fazer efeito. Sentia-me capaz de enfrentar
todas as dificuldades e obstáculos que aparecessem.
Ah, a certa altura,
começámos a ouvir transito. Foi uma alegria! Era sinal que havia
saída dali para fora. Mas...demorámos uma eternidade a chegar ao
alcatrão. Ainda tivemos de descer...e descer...e descer...Agora eu
já estava nervosa por demorarmos tanto a chegar à estrada.
Quando coloquei os
pés no alcatrão, não sei explicar o que senti. É muito difícil.
A melhor forma de o exprimir é ter a sensação de ter estado no
mundo selvagem durante bastante tempo.
No final correu tudo
bem. Talvez esta aventura vivida em conjunto tenha servido para unir
e fortalecer o espírito de grupo.
Era uma vez um
super-atleta português a quem a televisão deu pleno destaque num
belo final de tarde em que também havia Futebol.
Equipado com o verde
e o vermelho do nosso orgulho, o atleta lusitano tinha o objetivo de
fazer todas as provas possíveis dentro do Atletismo. Mesmo as que
não são consideradas provas oficiais nas competições. Para isso
tirou um dia inteiro. A proeza ia exigir muito dele mas ele sentia-se
preparado, focado, confiante, de cabeça levantada…
Nem o plano
alimentar foi descurado. É aqui que surge o insólito disto tudo,
não no facto de o atleta cumprir todas as provas num só dia.
Mas afinal o que
comia tão ilustre desportista vestido de licra vermelha e verde?
Nada de barras energéticas, nada de bebidas isotónicas, nada de
hidratos de carbono ou açúcares de rápida absorção. Nada de tudo
aquilo de que se devem alimentar os campeões.
Querem saber o que
ele comia? Estão bem sentados? Bem, este atleta alimentava-se...do
passado glorioso de outros, digamos assim. Por outras palavras, no
intervalo das provas, era-lhe dado a comer...papel de jornais
desportivos antigos, posters com alguns anos, postais ou cartas de
jogadores de Futebol de outras eras, cromos antigos depois de já
estarem descolados...Tudo isto o atleta luso engolia com aparente
facilidade, para espanto de quem o estava a seguir ininterruptamente
através da RTP 1. Como se a força dos atletas presentes nos papeis
que ia sugando passasse para os seus próprios músculos. A cada hora
que ia passando, o atleta aparentava mais vigor físico quando se
deveria sentir mais cansado. Realmente dava que pensar.
Acordei deste sonho
completamente louco mas com algum significado. Um sonho excelente
para narrar neste meu humilde espaço e, para já, forte candidato a
post do ano.
Vou aqui narrar mais
uma situação em que o senso comum das pessoas sem problemas visuais
as coloca numa situação deveras insólita perante nós que temos
baixa visão, como é o meu caso, ou até perante cegos totais.
Imaginem uma
situação em que falta a luz num local ou se fundiu de repente uma
lâmpada. Estou eu e uma pessoa que vê normalmente...ou está uma
pessoa que vê normalmente e qualquer amigo meu que não veja mesmo
nada. A primeira coisa que sai da boca dessa pessoa é a advertência:
-”Tem
cuidado...que está escuro!”
A esta hora, devem
estar pessoas a rir-se de alguém dizer uma coisa dessas a um cego
mas, na verdade, se algum de vocês que está a ler isto algum dia
estiver no escuro com uma pessoa que não vê nada ou ainda vê um
pouquinho, vai-lhe gritar a mesmíssima coisa. Vai uma aposta? E
melhor não apostar. Faz parte do comportamento humano. Até é
provável que eu própria tenha dito uma vez ou outra a um amigo meu
cego total que está escuro e deve ter cuidado É um daqueles
comportamentos que se tem de forma irrefletida.
Da mesma forma, no
meu caso, as pessoas demoram a compreender por que pareço ver pior
num local excessivamente iluminado pelo Sol. Nunca ninguém me disse
para ter cuidado...por haver muita luz. Por que será?
Ainda vejo um pouco
mas sei guiar-me completamente às escuras. Tive de aprender a
fazê-lo, tal como se fosse completamente cega. Aliás, este meu blog
nasceu do facto de um dia estar a mover-me assim de olhos vendados.
As pessoas que não
nos conhecem não fazem ideia que nos sabemos movimentar onde há
pouca luz. No caso dos cegos totais, se assim não fosse, como
colocariam os pés na rua todos os dias?
Houve uma altura em
que eu, acompanhando um amigo meu ao quarto dele, me admirei de ele
não acender a luz. Para quê? Ele não a conseguia ver mesmo. Deve
ser o mesmo impulso que leva as pessoas a nos alertarem para a
escuridão.
Só tenho a dizer
uma coisa: quem deve ter cuidado na escuridão são vocês. Nós já
vivemos na escuridão todos os dias.
Já aqui tenho
relatado histórias incríveis que se passam comigo. São momentos em
que, num rasgo de premonição, clarividência ou o que lhes queiram
chamar, prevejo acontecimentos com horas ou dias de antecedência. Já
têm acontecido episódios estranhos através de sonhos ou até de
pensamentos persistentes que chegam vindos do nada. Desta vez
acredito que se tratou apenas e só de uma coincidência mas também
não deixa de ser curioso. Resta referir que nunca antes tinha ouvido
falar deste senhor.
Da ultima vez que
fui passar o fim de semana a casa, estava a ouvir a “Zona X” na
M80, como sempre. Normalmente não perco um programa desses porque
passam ali músicas que já me esquecia que existiam ou que não
ouvia há anos. Também passam algumas que eu não conheço. Não
tenho rede de telemóvel em casa. Apesar de o Shazan guardar as
músicas que se procuram quando não estamos ligados à Internet, já
houve alturas em que falhou. Nesse Domingo à noite passou esta
música. Ainda por cima o telemóvel estava a carregar. Não era uma
música desconhecida. Era uma música que até ouvia há alguns anos
atrás. Não me conseguia lembrar do nome ou de quem a cantava. Nem
sei se algum dia cheguei a saber. Era uma pena. Restava esperar que
passasse num outro dia.
Alguns dias depois,
estava eu a fazer a minha rotina matinal, mais concretamente a lavar
os dentes, quando esta música ecoou assim do nada na minha cabeça.
Imediatamente me lembrei que fiquei de descobrir o nome dela e quem
cantava. Nada mais. Da próxima vez que passasse e eu estivesse cá
por Coimbra, iria certamente descobrir isso. Estava longe de pensar
que a iria ouvir inúmeras vezes naquele dia. Como são as coisas!
Aquela música que começou a ecoar na minha cabeça vinda do nada,
iria tocar na rádio quase de hora a hora.
Cheguei ao trabalho
e liguei o radio, como faço sempre. A certa altura, o noticiário
termina com a morte de alguém do mundo da música. Tratava-se de
Chris Cornell. Quem? O nome não me dizia nada. Foi explicado que era
o vocalista dos Soundgarden e dos Audioslave. Conheço os Audioslave
mas na altura não me estava a lembrar de nenhuma música deles.
Soudgarden também não me era estranho mas deles então é que não
conhecia nenhuma música...pensava eu.
A seguir ao
noticiário, a M80 passou uma canção….dos Soundgarden para
homenagear o seu vocalista que partiu de forma tão repentina. Logo
aos primeiros acordes, o meu sangue gelou. Não era possível! A
música que ainda há poucas horas me tinha ecoado na cabeça, a
mesma que queria saber o título...a que apresento cá em cima deste
post...isto não podia estar a acontecer!
Iria ouvir esta
música o resto do dia. Foi passando na rádio. Como se não houvesse
outra para passar. De referir que passei anos sem a ouvir. O que
dizer mais sobre isto?
Não terá sido uma
premonição, até porque não conhecia o senhor de lado nenhum,
apenas uma infeliz coincidência.
Final do dia. Hora
de ir para o Parque fazer uma corridinha para desanuviar o espírito.
Novos desafios têm dominado a minha atualidade laboral. Há que
fazer algo diferente.
E lá fui. Levava um
atacador desapertado mas não liguei. Não sei se foi por isso que
caí quando ia já no final do treino. Só sei que dei por mim a
deslizar pela areia fora. Levantei-me rapidamente e prossegui a
corrida como se nada tivesse acontecido.
Só no final é que
pude apreciar as mazelas nos dois joelhos, nas duas mãos e nos dois
cotovelos.
O verdadeiro
desportista não desiste! Pode dar o maior tombo para logo a seguir
se levantar e prosseguir.
Que dizer numa
altura destas? Simplesmente é um orgulho muito grande ser portuguesa
num momento de sucesso como este. Jamais pensei ver o meu país a
vencer o Festival Euurovisão que sigo desde tenra idade. Nunca
pensei assistir realmente a uma vitória destas. Foi emocionante!
Resta agradecer a
Salvador Sobral e a Luísa Sobral por trazerem mais este sucesso que
nos encheu de alegria e de orgulho.
É comum os meus
sonhos me apresentarem sempre como vítima de alguém ou de alguma
coisa. Muitas vezes fico aliviada por ter acordado e constatar que
tudo não passou de um sonho e que não me vi em apuros ou passei
vergonhas perante outras pessoas.
Desta vez as coisas
atingiram um limite que eu me sentia algures entre o desespero e a
humilhação. Já nem sabia onde me havia de meter. Por mais que
tentasse remediar as coisas, acho que as pessoas ainda me humilhavam
mais e me desprezavam de uma forma sofrível mesmo.
A situação
passa-se num convívio qualquer num lugar desconhecido. Há uma mesa
repleta de comida e estamos todos em volta. Eu não conheço ninguém
que ali está. É a primeira vez que estou com essas pessoas. Uma
delas, a que recordo melhor do sonho e a que vai interagir mais
comigo chama-se Inês e tem um ar adorável na primeira impressão.
Ela mostra-se
simpática e prestativa mas, ao longo do sonho, vai-se revelando uma
criatura repugnante, sempre pronta a me humilhar e a me desprezar. Ao
menos as outras pessoas olhavam-me com ar reprovador, como se eu
padecesse de alguma moléstia extremamente contagiosa, mas não me
dirigiam a palavra de forma cínica.
Tudo descambou
quando fomos para a mesa e tivemo-nos de servir da comida que ali
estava à nossa disposição. Como não conhecia ninguém, resolvi
servir-me e isso deu barraca. Os bifes e as batatas fritas quase
nadavam em óleo e eu resolvi servir-me generosamente. Estava mesmo
cheia de fome.
Um bife saiu
agarrado ao outro. Vinham os dois a escorrer e um deles, logo o
maior, caiu em cima da toalha que estava impecavelmente limpa. Foi aí
que toda a gente começou a olhar para mim de forma reprovadora,
deixando-me embaraçada.
Servi-me então de
batatas fritas que também estavam escorregadias de tanto óleo. Não
as conseguia apanhar e logo a mesa se apresentava repleta delas.
Penso até que algumas caíram no chão. Sussurros reprovadores
começaram a ouvir-se e a amiga que arranjei perdeu logo toda a
delicadeza que, até ali , tinha tido para com a minha pessoa.
Começou logo a dizer que eu não devia ter vindo para ali sozinha,
que devia vir alguém comigo...depois foi dizendo que eu não me
sabia comportar e que era uma pessoa da pior espécie. As outras
pessoas iam murmurando em voz baixa, sem tirar os olhos de mim que
tinha as mãos a escorrer óleo. Depois ouviram-se vozes mais altas
falando das pessoas deficientes em geral, que eram umas pessoas
selvagens, sem maneiras, incapazes de estar, de se comportar, de ter
maneiras, de estar num lugar sem dar barraca...
Em vez de me
comportar ordeiramente, resolvi tirar as batatas fritas à mão e
enfiar pela boca. Imaginem o nível! Então o que querem? Não as
conseguia apanhar de outra forma. Tivessem-nas escorrido! Não! A
culpa era minha. Eu é que me estava a comportar como um babuíno
vindo da selva.
Acordei. Ainda tinha
a sensação de me cheirar a óleo de fritar mas era impressão
minha.
E a Europa das
canções acabou, de certa forma, por se redimir das canções
excessivamente comerciais que deixou seguir em frente para a final do
próximo Sábado. Esta segunda semifinal vem dar mais sumo, mais
diversidade ao Festival que seria de muito fraca qualidade se estas
canções não passassem.
Na verdade, só quem
pensa que o Festival deve ser música pop, é que deve ter julgado
que a primeira semifinal era mais forte do que esta. Bem, vou
acreditar que disseram isso simplesmente porque era nessa semifinal
que estava a nossa canção. É que nem se compara com a segunda!
Vou falar aqui das
canções que passaram e que acrescentarão algo ao evento eurovisivo
deste ano. Há que destacar a Bielorrússia. Era a canção que eu
queria que passasse por ser uma canção que lembra outros tempos em
que o Festival Eurovisão era genuíno e cativava mais do que agora.
Depois a Hungria também deveria passar pelos mesmos motivos. Querem
uma canção mais tradicional do que esta? Eu não gosto da canção
húngara mas fazia falta na final uma canção que representasse um
povo verdadeiramente. A Roménia traz-nos uma canção diferente que,
uma vez passada à final, é daquelas que pode ser uma surpresa pela
negativa ou pela positiva.
A canção mais
bonita desta semifinal veio da Croácia. Foi cantada por um senhor
que não prima muito pela beleza física mas...que importa isso?
Completamente rendida a esta canção. Muito bonita mesmo. Um
verdadeiro hino! Também vai para a final.
Sabem do que me
lembrei ao ouvir este representante da Croácia? Desta música e
deste senhor. Acho que fiz um post sobre isso há muito tempo mas não
tenho a certeza. Sei que um dia, ia a ouvir esta música e lembrei-me
de que sempre tive a ideia que era cantada por duas pessoas. Depois
fui confirmar e fiquei embasbacada. Era ele sozinho a cantar. Ah, eu
penso que ele também foi ao Festival Eurovisão mas não me lembro
em que ano foi. Ele é alemão, por via das dúvidas.
Honra agora a quem
não passou, se é que se pode dizer assim. Começo com um miúdo que
não sei que idade tem. Dizem que tem dezassete anos mas tenho as
minhas dúvidas. Com esta vozinha? Eu dava-lhe aí uns catorze anos.
Por último, vou
aqui exemplificar na prática o que eu tenho vindo a dizer ao longo
destes últimos anos- antigamente é que o Festival era bom. Para
isso vou contar com a ajuda de alguém que participou este ano e que
também participou...em 1998. Apresento-vos Koit Toome da Estónia.
Vejam as duas participações dele e tirem as vossas conclusões!
José Mourinho e o
Manchester United estão na final da Liga Europa onde vão defrontar
o Ajax. O Manchester United nunca venceu esta competição. Está
mais habituado à Liga dos Campeões.
Em desvantagem na
eliminatória, o Celta tem de fazer pela vida e Aspas remata com
perigo para Romero defender.
Mais uma vez,
Rashford volta a brilhar. Assiste Fellaini para o golo. Tudo bem
encaminhado para Moutinho.
Hernadez remata para
Romero defender.
O árbitro romeno
exibe o primeiro cartão amarelo da partida a Blind por falta sobre
Hernandez.
Chegamos ao
intervalo com o Manchester United na frente do marcador.
Aspas volta a
rematar e Romero volta a defender.
O Celta está melhor
no jogo.
Por protestos, Aspas
viu o cartão amarelo.
Quase que Fellaini
fazia o segundo golo. Valeu Sergio Alvarez.
Há mais um jogador
do Celta que remata de longe.
Guidetti falha um
golo quase certo.
Herrera também é
um habitual cliente dos cartões. Viu mais um.
Aspas quase marcava.
E finalmente é golo
do Celta. Foi o central argentino Roncaglia.
Que confusão ali!
Um jogador de cada equipa foram expulsos. Ainda continuam ali a
discutir um com o outro. Da rua não passam. Uma coisa é certa-
aqueles já não trocam de camisola um com o outro...ou se calhar até
trocam porque os restantes jogadores ainda continuam em campo e vão
trocar com quem lá está. Isso digo eu.
Acaba o jogo com os
nervos à flor da pele. O Manchester United vai à final da Liga
Europa.
Era o último jogo
europeu no Vicente Calderón e, desde muito cedo, que o Atletico de
Madrid fazia grande questão em vencer a partida, já que a
eliminatória era mais complicado vencer. Ainda se pensou que talvez
não fosse impossível mas o Real Madrid segue para a final da Liga
dos Campeões onde vai encontrar a Juventus.
Ronaldo já remata
para Oblak defender.
O árbitro turco já
tem de ir ao bolso buscar o carrão amarelo para mostrar ao Danilo
que jogou no Porto. Ainda só estamos com três minutos de jogo.
Navas tem de se
aplicar a cruzamento de Koke.
Agora foi Savic a
ver o cartão amarelo por falta sobre Isco.
Casemiro cabeceia
para defesa de Oblak.
Estamos com doze
minutos de jogo e Saul marca para o Atletico de Madrid.
Há grande
penalidade sobre o Torres. Griezman converte. O Atletico de Madrid
ainda vai muito a tempo de conseguir virar a eliminatória.
Godin e Sergio Ramos
são ambos contemplados com o cartão amarelo pelo árbitro turco que
dormiu com os pés de fora da cama e não está para brincadeiras
hoje.
Gabi pediu o cartão
amarelo para Isco mas o árbitro acabou mesmo por tirar o cartão
amarelo do bolso mas para mostrar a ele próprio.
Depois de Oblak ter
negado o golo a Kroos, Isco remata a contar.
Vamos com 2-1 para
intervalo mas o Real Madrid tem a eliminatória controlada.
Ronaldo marca um
livre que Oblak defende sem problemas.
Isco remata ao lado.
Ronaldo remata para
fora.
Navas nega o golo ao
Atletico de Madrid por duas vezes na mesma jogada.
O Benzema hoje, ao
contrário do árbitro da partida, anda muito inspirado. É com cada
lance de génio...Nunca o tinha visto a fazer destas coisas.
Angel Correa cria
perigo.
Navas volta a negar
o golo ao Atletico de Madrid.
O jogo termina. O
Atletico de Madrid venceu a última partida europeia disputada no
Estádio Vicente Calderón.
Já estamos na
final! Há muito tempo que não sabíamos o que era isso e, todo o
entusiasmo vivido em torno do nosso representante está a dar os seus
frutos. Vamos ver se Sábado há razões para festejar!
Ouvi dizer que esta
é a semifinal mais forte. Vou esperar pela segunda que terá lugar
na próxima quinta-feira para ver se assim é. Se for esse o caso,
então o Festival deste ano deve ser mesmo fraco em termos de
canções. Quase toda a gente apresenta canções de um género mais
comercial e todas cantadas em Inglês. Assim perde-se toda a
identidade que cada país pode dar através da sua canção e não
faz sentido nenhum. Na minha opinião, para ficar toda a gente em
igualdade de circunstâncias, cada um deveria cantar na língua
materna, como era antigamente. Assim é que era mais bonito.
No meio de tanta
canção “moderna”, como foi possível esta canção da Finlândia
não ter passado?!!! A minha alma está atordoada. Além de Salvador
Sobral, era talvez a canção que acrescentava realmente alguma coisa
a esta semifinal. Isto vai de mal a pior!
Falemos da canção
da Moldávia. Porquê? Porque não é a primeira vez que estes
senhores se apresentam na Eurovisão. Coloco aqui a canção que
levam este ano e a que levaram da outra vez que estiveram presentes.
Gosto mais desta de 2017. Eles estão também na final. O carisma, a
animação e a simpatia que transmitem para a assistênncia não
passam despercebidos.
Por último, destaco
dois concorrentes que apresentaram baladas mas não foram bem
sucedidos. Chegam da República Checa e da Eslovénia respetivamente.
Esta é mais uma
aventura da paralisia do sono, aquele estado em que nem estamos a
sonhar, nem em vigília. Na verdade, raciocinamos quando nos
encontramos nesse estado, mas o pensamento por vezes leva-nos por
caminhos tenebrosos e assustadores.
O segredo é
aprender a controlar a mente e a dominar o medo. Às vezes é difícil
porque os episódios não duram tempo suficiente para aclararmos as
ideias, digamos assim. Quando o episódio é mais prolongado, dá
para fazer coisas incríveis, inclusive brincar um pouco. Este já
não é o primeiro episódio que aqui narro. Desta vez não deu para
abandonar o corpo e ir para a rua. Esteve quase a acontecer mas
diverti-me...junto ao estore.
Dei por mim
levantada e a olhar para o estore corrido até cima. Depois, senti
muitas mãos que me puxavam ou agarravam. Não me assustei. Imaginei
que essas mãos seriam de pessoas que eu conheço ou de pessoas com
quem gostaria de estar e tudo se alterou. Eu fui tateando no escuro,
não encontrando quaisquer outras partes do corpo, que não fossem
mãos. Abertas, fechadas, quentes, frias...muitas agarrei e outras
agarraram as minhas.
A certa altura,
estranhei tocar numa mão tão grande que não podia, de maneira
alguma, ser mão de gente. Ainda me assustei mas logo retomei a
“brincadeira”.
Esta foi a caminhada
mais perto de casa que já fiz e o local não era estranho para mim.
Há muitos anos tinha estado na Mata do Buçaco. Seria um regresso.
O dia estava
perfeito para se caminhar e eu estava com muito boas sensações
quando o terreno começou a inclinar para cima. Fizeram-me bem os
treinos de corrida durante a semana!
Quando eu era
pequena, era muito habitual deslocarmo-nos a pé até ao Luso, pois
temos lá parte da nossa família. Numa ocasião, fomos até ao
Buçaco. Eu ainda andava na escola primária, se bem me lembro. Um
dia apanhámos boleia e fomos visitar a Mata do Buçaco e os
monumentos. Sim, ainda andava eu na escola primária porque no outro
dia fiz uma composição sobre isso. Depois disso, nunca mais lá
voltei. Lembrava-me de haver imensos degraus ali, não tinha ideia de
serem tantos.
Graças à preciosa
ajuda de companheiros que mais uma vez foram incensáveis, percorri
todos aqueles degraus, a maioria a descer. À noite, conversando com
a minha mãe sobre a outra vez em que visitei a Mata do Buçaco, ela
contou-me que houve uma senhora ou uma menina que me ajudou nessa
altura também.
Muita gente se
ressentiu das articulações devido a tantos degraus que tivemos de
descer. Fiquei curiosa por saber quantos são ao todo. Muitos,
seguramente.
Havendo degraus, não
tirei muitas fotos mas sempre deu para tirar algumas.
Há noites em que,
ao acordarmos debaixo dos cobertores da nossa cama, nos sentimos
bastante confusos. Tudo isto porque tínhamos a convicção de termos
estado acordados minutos antes, tal o realismo com que se revestiu o
sonho.
Isso acontece quando
percorremos locais por onde passamos todos os dias e os mesmos são
tal e qual como os vemos na vida real. O subconsciente pouco os
altera. Aconteceu com o trajeto que normalmente faço da Baixa para o
Parque para ir correr. No sonho, caminhava por ali como se realmente
estivesse acordada. Era incrível! Sentia os meus pés pisando o chão
e tudo. A certa altura, a minha mão carregou realmente no botão do
semáforo.
Já estava a
escurecer quando dei por mim a voltar para trás, carregando no
semáforo e tudo, para ir buscar o meu cronómetro que tinha
esquecido no Parque. Por acaso até nem o costumo levar porque ele
não funciona. Tirando isso, podia perfeitamente ser uma cena da
minha vida quotidiana.
Estava um pouco
chateada por ter de voltar atrás. Ia justamente a atravessar a
passadeira quando acordei e fiquei espantada por não estar ali.
Fiquei a pensar na situação.
Ao fim de semana
andamos com os ouvidos mais alerta, passamos mais tempo em casa a
ouvir música. É natural que surjam canções que nunca antes
tenhamos ouvido. Seguem mais três. Espero que gostem!
Numa noite mal
dormida em que a chuva me acordou por mais do que uma vez, sonhei
quase sempre com as mesmas pessoas, direta ou indiretamente.
A aventura começa
com um post nas redes sociais com alguém a partilhar um vídeo a
conduzir uma carrinha cheia de bicharada à solta. Se a Polícia
aparecia, era logo uma multa, pois agora os animais não podem andar
assim no interior das viaturas.
De repente, também
eu lá estava dentro dessa mesma viatura. Era de noite e passávamos
por diversos locais. O condutor da carrinha foi mudando à medida que
o sonho avançava. Como estava escuro dentro do veículo e os animais
saltavam para o nosso colo, pouco importava quem ia a conduzir a.
Depois sonhei com
outra coisa mais maluca. Trabalhava num local onde o computador que
usava ainda trabalhava apenas e só com disquetes. Eu estava a ouvir
os relatos dos jogos da Primeira Liga e o Chaves jogava com uma
qualquer equipa. Não me recordo de quem era o adversário. Sei que
no Chaves, para além de jogadores que lá alinham, também ali
jogava...o Hamzaoui e, o que é mais estranho, um jovem que apenas me
segue no Instagram e que, tanto quanto eu sei, não joga Futebol. Ele
estuda. Por incrível que pareça, era ele o craque da equipa. A
julgar pela fisionomia dele na vida real (ainda há pouco estive a
olhar para ele e me estive a rir) devia ser aí um médio criativo,
daqueles de bola no pé. Com a camisola do Chaves que já é igual à
do Barcelona, pouco ia diferir do Messi. Se calhar o cabelo não
seria igual…
Com tudo isto, perdi
o autocarro e não tinha mais nenhum que me transportasse de volta a
Coimbra. É que estava a trabalhar longe. Não sei como fiz. Acho que
fomos a pé mesmo pelas ruas. Já era noite também. Eu liderava e
parecia saber onde atravessar e para onde cortar. Eram tudo ruas
desconhecidas.
Voltemos aos posts.
Um jogador qualquer lá das Áfricas publicou um post em que andava
na noite a dançar e identificou ali uma série de jogadores da
Primeira Liga, talvez para que vissem o post, pois nenhum deles ali
andava. Eu ainda olhei a ver se via algum deles. Estava ali muita
gente.
O despertador tocou.
Tive algumas dificuldades em o ouvir à primeira.
O Manchester United
tem tudo bem encaminhado para passar à final da Liga Europa. Um golo
solitário de Rashford de livre fez a diferença no confronto com o
Celta de Vigo.
Rashford agora ficou
descalço de um pé na sequência do primeiro lance de perigo para o
Manchester United.
Daniel Wass, o tal
que um dia jogou no Benfica, tem um remate surpreendente. Por pouco
não era golo.
Sobre este jogador
que rematou agora, recordo-me de ter feito pelo menos um jogo com a
camisola do Benfica mas julgo que foi um encontro particular.
Novamente Daniel
Wass a rematar, desta vez de longe.
Sergio Alvarez nega
o golo a Rashford com uma vistosa defesa. Ainda é canto mas o perigo
parece ter passado.
Depois de um remate
de um jogador do Celta, Lingard remata com perigo. O jogo está
equilibrado nesta fase.
Fellaini viu o
primeiro cartão amarelo do encontro.
Sergio Alvarez volta
a exibir-se em bom plano. Se o jogo ainda continua com um nulo no
marcador, a ele o deve.
Lingard permite mais
uma defesa a Sergio Alvarez.
Com Sergio Alvarez a
defender tudo o que aparece, não é de estranhar que vamos para
intervalo sem golos.
Quase que Romero era
traído quando a bola rematada por uma jogador do Celta ressaltou em
Valencia.
Hugo Mallo viu o
cartão amarelo. Rashford cobra o livre de forma irrepreensível.
Consegue finalmente enganar Sergio Alvarez. É um grande golo do
jovem inglês.
Aspas rematou. Não
houve problemas para as redes defendidas por Romero.
Lingard remata ao
lado.
O Celta tem mais uma
jogada de perigo.
Por queimar tempo na
cobrança do livre, Pogba viu o cartão amarelo.
Pouco tempo esteve
Ashley Young em campo. Vai ter de sair lesionado com um problema
muscular. Já antes tinha saído Rashford a queixar-se também. Acho
que Mourinho precisa de consultar uma bruxa bem boa. Ultimamente o
Manchester United tem sofrido muitas lesões, algumas delas graves,
como foi a de Ibrahimovic.
O jogo termina.
Aquele livre de Rashford vai dando a vantagem para o jogo da segunda
mão em casa.
Há dias, tinha a
sensação de ter achado uma boa música para narrar um momento da
minha vida mas, chegado o fim do dia, por mais que desse voltas à
cabeça, não me conseguia lembrar. Sabia, no entanto, que a memória
que ia relatar não era lá muito agradável. Essa sensação
perseguia-me mas nada de me recordar qual a música que provocava em
mim tais sensações.
Por acaso esta
música passa muitas vezes na rádio e só assim foi possível
recuperar o que tinha para debitar aqui. Então cá vai!
22 de maio de 2005.
Era domingo e o Benfica preparava-se para, eventualmente, festejar o
título no Estádio do Bessa. Eu tinha sido operada aos olhos mais
uma vez há menos de uma semana e deslocava-me com a minha mãe a um
local para dar de comer a uns cãezinhos- um deles é aquele que é
atualmente o meu cão.
Um carro de cor
escura passou por nós a alta velocidade. Por pouco não arrastou um
dos cãezinhos que apressadamente recolho da estrada. Mal sabia eu
que esse veículo já tinha feito estragos lá atrás. Vinha mesmo
com muita velocidade.
Na volta para casa,
o nosso vizinho de cima mandou parar a minha mãe anunciando que
estava um gato morto na berma da estrada. A minha mãe logo
depreendeu com horror que seria a Teka que tinha tentado ir atrás de
nós. Ela acompanhava a minha mãe a todo o lado.
Infelizmente, era
mesmo ela. Apesar de ainda ter a visão turva da recente cirurgia ao
olho, olhei de relance para a berma da estrada onde se podia destacar
da vegetação uma massa disforme preta e branca. Era a Teka que ali
jazia sem vida. Esta música soava-me na cabeça porque a tinha
estado a ouvir. É por isso que, apesar de não ser uma canção má
de todo (antes pelo contrário), me causa um certo desconforto quando
a ouço. Lembra-me sobretudo aquela imagem desfocada na berma da
estrada.
Grande noite para
Cristiano Ronaldo! Mais uma para recordar. Sozinho, conseguiu
derrotar o Atletico de Madrid e colocar o Real com os dois pés
praticamente na final da Champions. Depois disto, que mais há a
dizer?
Foi precisamente
Ronaldo quem abriu as hostilidades do jogo com um remate por cima.
CR7 mostrou logo ao que vinha.
O nosso velho amigo
Oblak nega um golo quase certo a Benzema.
E Ronaldo já marca.
Só precisou de dez minutos para fazer estragos.
Na sequência de um
canto, Oblak nega o golo a Varane.
Do outro lado, Navas
vai temerariamente aos pés de Gameiro. Uma saída arriscada do
guarda-redes do Real Madrid.
Modric remata com
bastante perigo.
Saiu o primeiro
cartão amarelo da partida para Koke.
De costas para a
baliza de Oblak, Benzema tentou o golo olímpico mas não teve
sucesso.
Ronaldo faz a
diferença na chegada ao intervalo. É dele o golo da vantagem do
Real Madrid.
Confirma-se a
substituição de Carvajal por Nacho. O Jogador Número Dois do Real
Madrid saiu muito queixoso para o intervalo.
Saiu o cartão
amarelo para Isco. A entrada sobre Lucas Hernandez foi durinha.
Saul também viu o
cartão amarelo.
Ando desde o início
do jogo a tentar lembrar-me como se chama o irmão do Saul que jogou
no Braga. O outro é o Yoni e jogou no União da Madeira. Agora
disseram que é o Aaron. Por acaso também o achava grande jogador.
Não sei como não ficou mais tempo no Braga.
Também estava a
perguntar pelo Torres. Aí vem ele! E o Gaitan também vai entrar com
ele.
Ronaldo marca mais
um golo. É tudo dele!
Savic viu o cartão
amarelo.
Sai mais um hat
trick de Ronaldo!
Modric também
tenta o golo.
Quase que era
autogolo de Koke.
O jogo termina com o
Real Madrid muito bem encaminhado para seguir em frente. É a
vantagem de ter Ronaldo em grande forma e com a pontaria afinada.
Para quem não
percebe Nerlandês, traduzi acima o refrão desta balada que de certa
forma marcou a minha vida. Trago-a porque acordei com ela na cabeça,
certamente não a ouvi algures por aqui na rádio.
Houve uma altura em
que ouvia esta canção muitas vezes. Quem tinha trazido estas
músicas tinha sido a minha amiga Isabel. Na altura eu já
frequentava as aulas. Estávamos em finais de 2006. As músicas
ajudaram-me muito a aprender a língua. Passava horas a ouvir música
e tenho algures muitas guardadas em mp3. Lembro-me que as levava para
as aulas num pequeno leitor de mp3.
Esta canção tem
imensas versões, daí eu não ter colocado ali nome de artista. A
minha amiga gravou-as em cassete da rádio quando esteve na Holanda a
estudar. Tinha várias versões desta música, todas elas
fantásticas.
Não sei como me fui
lembrar disto enquanto colocava a água do banho a correr para
começar mais um dia. Coisas que não se compreendem. Um tempo muito
bom da minha vida, sei-o hoje ao olhar para trás. Afinal de contas,
foi nessa altura que começou a ser traçado o caminho para a
concretização de um sonho pelo qual muito lutei e que muito me
orgulho de ter concretizado. Mui