Thursday, January 31, 2008

Foi Lúcia que o levou para o Céu

Esta era a história que não queria jamais contar. È uma lamentável história de alguém que nasceu para não ter mesmo sorte no curto tempo em que viveu entre nós. É ao assistir a situações de vida como esta que penso e questiono se Deus realmente existe e, se existe e é bom como dizem, porque permite que algumas pessoas passem por este mundo sempre sob o signo da má sorte e da infelicidade.

Não é novidade infelizmente para ninguém que os imigrantes de Leste aqui em Portugal são sujeitos à exploração de empregadores sem escrúpulos, a máfias que os ameaçam e os perseguem e à extrema miséria que a sua situação de clandestinidade os obriga a passar.

A minha terra, apesar de ser um ponto esquecido neste planeta também chegou a ter os seus imigrantes de Leste- curiosamente sempre na mesma casa. Se houve alguns que nada fizeram por se integrar na sociedade que os acolheu, estes dois últimos (oriundos da Bulgária) já se sentiam filhos da terra e toda a gente os conhecia e ajudava.

Apesar de virem de um mesmo país e de a má sorte de caírem nas mãos de um patrão que os abandonou perseguir ambos, os dois homens tinham personalidades completamente antagónicas.

O mais velho era alegre, divertido, sociável, ia a tainadas, jantares e frequentava os cafés da terra. Tinha imensos amigos e falava fluentemente a Língua Portuguesa. Já o outro era mais reservado, tristonho e quase não falava Português apesar de estar há mais anos em Portugal que o companheiro. Se ia ao café ou a algum lado apenas era porque o colega o obrigava a ir.

Toda a gente na terra sabia que eles viviam com extrema dificuldade e que até passavam fome. O mais velho tinha uma cadela de grande porte e não tinha como alimentá-la. Foi então que os meus pais os resolveram ajudar na medida do possível.

No Natal de 2004 foi o meu pai que lhes foi ajudar a preparar uma Consoada com algumas coisas que lhes deram. Eles ficaram felizes com o gesto.

Passado algum tempo, um senhor da minha terra ofereceu emprego ao mais velho. O outro continuou em casa abandonado à sua má sorte que sempre o acompanhou. Via-se que ele tinha vindo de uma família bastante humilde que se dedicava ao trabalho no campo.

Depois este homem nunca conheceu outro trabalho senão o de uma refinaria de petróleo. Quando o seu local de trabalho faliu, ele resolveu tentar a sorte no Estrangeiro. Mas o Destino teimava em lhe pregar partidas. Quando emigrou, dizem que a sua esposa fugiu com um amante e abandonou-o.

Andou por várias localidades até vir parar à minha terra onde o que encontrou foi o que se viu. Passava agora os dias em casa sem ninguém e com fome.

Havia uma característica que o marcava: apesar de não ser católico, sempre acompanhava as cerimónias religiosas. Faz hoje dois anos que eu- na minha habitual caminhada durante a recuperação de uma operação aos olhos passei à porta dele e a televisão emitia as cerimónias fúnebres da Irmã Lúcia que havia falecido dois dias antes. Quando cheguei a minha casa comentei esse facto com a minha mãe e ela disse-me que ele fazia isso para ver se conseguia um sinal divino para que a sorte mudasse. Inclusive, a minha mãe aconselhou-me a fazer o mesmo.

Na Páscoa de 2005, a minha mãe convidou-os para irem lá a casa. Como o meu pai era mordomo do Senhor, havia lá imensa comida. Estava lá também uma prima nossa que vive no Luso. Os dois homens, sentados no sofá, conversavam com ela. O mais velho mostrava alegremente umas fotografias da família. O outro limitava-se a observar com um ar tristonho.

A minha prima descreveu-os assim:
“Vê-se que a educação que ambos receberam foi muito diferente. Este (o mais velho) é o típico búlgaro, enquanto que aquele já é mais humilde. Vê-se que vem de uma família mais rural e mais humilde que lhe transmitiu certos valores religiosos e morais.”

Quando o Papa João Paulo II morreu, lá estava ele atentamente a assistir às cerimónias religiosas. O mesmo se passou depois no 13 de Maio. Eu que também via a minha vida a andar para trás e andava um pouco descrente também achava que não valia a pena rezar nem assistir à missa. Quando a minha mãe me dizia que era castigo por nunca ir à missa eu dizia que aquele búlgaro assistia a todos os actos religiosos e a vida dele continuava na mesma ou pior.

No Verão desse ano, o cidadão de Leste resolve ir tentar a sorte para Anadia onde encontrou umas almas caridosas que lhe deram trabalho no campo. Essas senhoras levaram o imigrante ao médico um dia e foi-lhe detectado um tumor no cérebro. Quem disse à minha mãe foi o mais velho que ainda continuava a viver na nossa terra onde também trabalhava. A notícia foi um choque para nós, mas não quisemos acreditar.

Um dia o imigrante mais velho teve a ideia de ir passar umas férias à sua terra. As autoridades búlgaras apanharam-no e não o deixaram regressar. Os pertences dele continuam ainda dentro da casa à espera que ele um dia volte, mas sabe-se que ele arranjou emprego como condutor de autocarros.

Foi nessa altura que os búlgaros de Anadia vieram a minha casa buscar a chave. O búlgaro que em tempos vivera na minha terra estava outro. Falava melhor, estava mais sociável, mais alegre. Usava um boné branco com uma pala vermelha voltado ao contrário. A minha mãe perguntou o que se tinha passado com ele e ele, tirando o boné, exibiu uma cicatriz de uma operação.

De Anadia chegavam notícias de que ele trabalhou numa padaria e depois numa oficina. Ultimamente até diziam que o mesmo patrão que os tinha arrastado para a miséria lhe tinha dado emprego outra vez. O que é certo é que o meu pai o costumava a ver sempre junto à oficina.

O meu pai nunca mais o viu em Anadia e resolveu perguntar por ele. Ninguém sabia. No passado domingo o meu vizinho disse que um primo que era colega dele na oficina tinha dito que ele tinha morrido uns dias antes com um tumor no cérebro.

No meio de tanto azar que lhe aconteceu na vida, ele teve a sorte de a Bulgária ter entrado este ano para a União Europeia e de ter sido possível aos médicos portugueses que mais nada podiam fazer o reencaminharem para a Bulgária de modo a ele passar os seus últimos dias de vida junto da família.

Tomo conhecimento oficial da morte deste imigrante através da minha irmã. Parece que o meu pai encontrou o amigo dele em Anadia que lhe confirmou a triste notícia. Dois anos passam das cerimónias fúnebres da Irmã Lúcia a que ele assistiu com fé. Lúcia nada mais pôde fazer por ele senão chamá-lo para o Céu para junto de si quase dois anos depois.

Defendem os crentes que vão para o Céu todos aqueles que foram martirizados enquanto viveram na Terra. É uma forma de manter a fé naqueles que se vêem desprovidos dela pelas angústias da vida. Será isto verdade?

De manhã parecia que estava um lindo dia de Primavera, mas depressa esse lindo dia de Primavera se transformou num dia de chuva daqueles bem escuros e cinzentões. Como não trazia guarda-chuva acabei por alterar os meus planos de me matricular. Guardaria para o dia seguinte. Uma aventura, como irão ver.

Apesar das condições climatéricas adversas, até houve muita gente a frequentar a Piscina. Vieram ingleses, italianos e não sei que mais. Eu tive de fazer as minhas habituais confusões.

Foi nessa tarde que concluí a leitura do livro “A Terra Prometida” de Adriaan Van Dis que conta a sua visita à Africa do Sul. Um País que acabava de sair do apartheid e que agora vivia uma espécie de transição.

O Braga jogava com o Parma para a Taça UEFA. A equipa italiana é muito diferente do que foi em tempos. Agora até tem jogadores com nomes esquisitos e bem curiosos. Curioso também é o facto de o seu guarda-redes estranhamente alinhar com a camisola 5. Nunca tal vi!

Para se ter uma ideia, Paulo Santos foi pisado por um jogador chamado...Pizaro. Deve ter doído! Havia um outro jogador chamado...Perna.

No Parma também alinhava um jogador que já passou pelo Futebol Português o bielorusso Kutusov.

Eu penso que o Braga venceu aqueles esquisitos italianos por 1-0 com um golo do brasileiro Zé Carlos que foi festejar para as bancadas para junto dos adeptos.

E assim se passou um dia em que fazia 18 anos sobre o falecimento da minha avó. Como o tempo passa!

Situação do dia:
Um estudante tropeçou nos degraus do autocarro e exclamou:
- “Já não bebo mais nada hoje!”

Bacorada do dia:
“Perna a dar um toque de cabeça” (Que estranho!)

Toupeira na Loja do Cidadão

Para tratar de algumas questões burocráticas já se sabia que, assim que saísse do trabalho, tinha de ir à Loja do Cidadão. O problema é que eu não sabia onde era tal coisa. Fazia uma ideia mas não sabia propriamente onde era.

Ia dar tourada! Ainda por cima estava a anoitecer. Tinha de apanhar o 29. A sorte é que os autocarros dizem as paragens e há uma que se chama Loja do Cidadão. Aliás, ouvi dizer que o autocarro até pára dos dois lados. E saber em qual dos dois é mais perto? Isto não vai correr bem!

E lá tentei a minha sorte saindo numa das paragens antes que anoitecesse ainda mais. Já não se via a ponta de um chavo e eu vagueava ali pelas imediações, como eu costumo fazer sempre que não sei exactamente onde é alguma coisa.

Entrei em estabelecimentos comerciais, atravessei passadeiras, olhei atentamente para edifícios...e já se fazia tardíssimo. Ainda por cima, ia jogar o Benfica!

Não tive outro remédio senão perguntar a umas senhoras que ali passavam. Elas levaram-me gentilmente à entrada da Loja do Cidadão. Veio um funcionário com uma roupa grená ajudar-me. Como há muitos serviços naquele local, aquilo é um labirinto autêntico de escadas, corredores e portas.

Depois de dizer o que pretendia, o funcionário acompanhou-me até lá acima. Havia muitos balcões com administrativas e computadores. Havia um problema qualquer com os servidores ou com a Internet e não era de todo possível tratar daquele assunto. Fiquei passada! Será que depois de tanto sacrifício tenha de voltar para casa de mãos a abanar? Que bom! E a complicação que voltava a ser se eu tivesse de voltar noutra altura? Só a mim!

O sistema parece ter ouvido os meus lamentos e parece ter-se emocionado. Rapidamente começou a funcionar e pude resolver o meu problema.

Eram sete da tarde quando eu me deslocava a pé para o Palácio da Justiça. Tinha de apanhar um autocarro rapidamente para casa. Havia jogo e era do Benfica.

Enquanto não vinha o tão almejado autocarro, ia passando o tempo a olhar para o painel electrónico que anuncia os autocarros. Nunca tinha reparado nele antes! De noite era possível ler o que lá estava.

Vinham todos os autocarros, menos os que eu queria. É incrível! Sempre a mesma coisa! E já se fazia tarde.

E finalmente veio um autocarro que me levasse a casa. Estava vazio. Aquela hora já não era própria para se andar na rua.

Quando cheguei a casa nem quis acreditar. Tinha chegado ao fim aquela aventura que agitou aquele final de tarde do Dia dos Namorados. O jogo estava a começar.

Foi uma noite muito agitada com barulho exterior. Os gatos faziam imenso barulho e a chuva forte acabou por me atrapalhar quando dormia bem sossegada. Apesar de ter chovido imenso, o tempo estava quente. O Sol alternou com as nuvens mas não choveu.

Ainda meio ensonada, tive de acordar à pressão com o barulho que uma bacia que me caiu das mãos fez ao embater no chão.

Não fui para o estágio porque me demorei na ACAPO. Foi contratado um novo animador e eu fiquei de o ajudar com algumas ideias para dinamizar um espaço que nada oferece aos jovens especialmente. O pessoal nada faz ali de útil e isso tem de acabar.

Muito andei eu de autocarro naquela manhã. Sabia bem passear!

Na Piscina a afluência esteve boa. A isso não foi alheio o facto de a temperatura ter subido. Ainda bem que há dias em que o trabalho aperta. Eu adoro ter trabalho reforçado!

O Benfica venceu o Dínamo de Bucareste por 1-0. Miccoli que havia entrado na segunda parte acabou por ser decisivo uma vez mais num jogo marcado por uma excelente exibição do guarda-redes Bogdan Lobont. O romeno travou um duelo intenso com Nuno Gomes desde o início do jogo, opôs-se com mestria às sempre complicadas e quase indefensáveis ameixas de Petit e foi irrepreensível a defender os indefensáveis remates de Simão. Mais um a juntar ao extenso rol de guarda-redes que se armam contra o Benfica!

Por outro lado, o nosso amigo Zé Kalanga entrou e foi substituído pouco tempo depois. Ainda bem que o angolano esteve desastrado senão anteviam-se momentos muito complicados para o Glorioso.

E assim se passou o Dia dos Namorados que para mim é um dia como os outros. Estava de consciência tranquila, pois acabei por resolver o meu problema burocrático.

Situação do dia:
No intervalo do jogo fui comer uma sopa que a minha senhoria tinha aquecido. Tinha uma saca de pão que comprei no Pingo Doce e levei duas ou três fatias para acompanhar a sopa. Qual não é o meu espanto quando mandei uma trinca no pão e constatei que o pão era doce. Fiquei passada!

Bacorada do dia:
“Blay pode ser considerado um jogador com rins demasiado lentos.” (Há jornalistas tão meticulosos que estudam os jogadores até ao mais ínfimo pormenor. Chegam mesmo ao ponto de ir ver a ficha médica deles.)

Boas indicações



Parece que me encontro a subir de forma! Já ontem havia feito um treino razoável. Sinto-me bem e cada vez pareço estar a sentir-me melhor. Se assim continuar, tenho a certeza que quando for altura de fazer as provas irei fazer ainda melhor que no ano passado. Isto se não me acontecer nenhum azar.

As boas indicações e a inspiração para treinar começaram logo no aquecimento em que não me apetecia minimamente andar devagar. Assim dei quatro voltas a uma das pistas de fora em 13.03.31 minutos. O incrível é que nem me esforcei por aí além a julgar pelo ritmo cardíaco baixo no final destas voltas.

Depois de alguns alongamentos para continuar a aquecer fiz cinco séries de aproximadamente cem metros. Os tempos foram os seguintes:

1ª 19.03s
2ª 18.37s
3ª 18.53s
4ª 18.41s
5ª 18.57s

Se nas provas não acontecer nenhum disparate posso já sonhar com a quebra dos tempos da época passada. Um excelente treino! Pena não haver agora provas.

Tal como referi no final do texto anterior, adormeci e acordei ao som de uma música daquelas arrepiantes de um filme de terror. Terá sido por isso que tive sonhos do teor dos que eu passo a descrever de forma sucinta.

Tinha chegado a casa um fim-de-semana destes depois de passar um longo período sem pôr os pés na minha terra. Qual não foi a minha indignação quando constatei que em cima da minha cama estava...um caixão de uma velha.

Fiquei furiosa e com medo (ao contrário do que acontece na realidade, nos sonhos eu morro de medo dos mortos). Queria arrumar as minhas coisas e a urna não saía de lá.

Como se previa, a manhã começou com chuva. Não sabia do balde da roupa com um saco por cima que tinha trazido no outro dia debaixo de chuva. Eram cerca de seis e meias da manhã quando acordei a minha senhoria para saber se ela o tinha visto ou não. Estava debaixo da mesa.

A manhã decorreu sem incidentes. Deve ter sido calma, a julgar pela chuva que se fazia sentir. Quando o tempo está assim, muita gente sente-se mais aconchegada em casa e só sai à rua para tratar de assuntos inadiáveis.

Mesmo assim houve uma senhora que disse que havia muita gente na Piscina. A que horas e quando foi isso?

Ainda bem que não é meu hábito ir para a parte de trás dos autocarros. É que alguns têm alguns degraus. O que eu não consigo evitar são algumas pisadelas quando vou de pé. Desta vez foi o Senhor do Casaco Vermelho que me pisou.

Ligaram-me de Viseu para perguntarem se eu ia à Semana Jovem que decorre nas férias da Páscoa. Este ano é difícil porque estou em estágio. Se por um lado eu adorava ir, por outro não quero perder nem um dia no estágio. Tenho de fazer de tudo para evitar faltas. Ainda não sei. Amanhã vou-me aconselhar com os técnicos da ACAPO para ver o que é que eles dizem. Eu não sei que faça!

Assim que cheguei à Piscina, comecei a prestar atenção às notícias. Fiquei indignada ao ouvir a notícia de uma possível despenalização ou redução do castigo a Ricardo Quaresma por agressão a um jogador da União de Leiria. Pois, Derlei (que enquanto estava no Porto viu serem-lhe retirados castigo e processos sumaríssimos) teve de cumprir o seu castigo na íntegra. O que faz a mudança da cor da camisola! Começo a achar que Carolina Salgado tem razão nas acusações que faz.

Realizou-se o sorteio da Taça de Portugal. Quis o destino das bolinhas que a Académica tivesse a difícil tarefa de ir a Alvalade medir forças com o Sporting. Como o Porto caiu aos pés do Atlético e o Benfica foi eliminado pelo Varzim, pode ser que a Briosa derrote o Sporting em casa. Ia ser uma loucura!

A tarde ficou marcada pelo final da leitura do livro “Os Olhos de Faraó” de Valenti Gomez i Oliver e Boris de Rachewitz. Foi um dos melhores livros que tive oportunidade de ler. Eu adoro este tipo de leituras. A parte das crenças mitológicas dos egípcios, especialmente em relação aos gatos e aos fenómenos astrológicos é fascinante!

Comecei a ler o livro “A Terra Prometida” do escritor holandês Adriaan Van Dis. Este livro foi-me emprestado por uma amiga minha que o ajudou a traduzir.

Se há crianças que choram e esperneiam porque não querem ir para a Piscina, outras demonstram toda a satisfação ao entrarem nas instalações a cantar alegremente. Foi o que fez o “Capuchinho Vermelho”!

Ouvi dizer que na Áustria (país muito dado a este tipo de ocorrências) uma mãe manteve as suas três filhas sequestradas durante, imagine-se, sete anos!

Na televisão ia dar um documentário sobre Salazar. Consta que eu adormeci e só o ouvi muito vagamente.

Situação do dia:
À vinda do almoço, ia a olhar para o telemóvel e a tirar a foto que aqui apresento. Nem notei que ia a galgar as escadas e não ia pela rampa, como de costume. Por sorte não fui ao chão porque me equilibrei.

Bacorada do dia:
“A minha mãe, em vez de me mandar dois bocados de pombo, mandou-me dois pombos inteiros. Ainda vinham um em cima do outro. Até vai dar ovos e tudo. Daqui um bocado tenho de ir pôr pintos ou lá o que é...borrachos.” (Não saem pintos nem borrachos, saem aves raras, com toda a certeza!)

Até que idade pensa em andar de autocarro sozinha?



Esta é mais uma das inúmeras aventuras passadas entre portas dos autocarros amarelos e brancos dos SMTUC que eu costumo apanhar.

A grande maioria dos passageiros desses transportes públicos são pessoas de uma idade avançada ou que não podem ter carta de condução. Não raras vezes a média de idades dos passageiros ascende os cinquenta anos.

Hoje os protagonistas são aqueles idosos que vão ou vêm de locais relacionados com a saúde. Usam o autocarro para as necessárias idas ao médico.

O autocarro chegou nesse dia a uma paragem. Ia uma idosa com mobilidade reduzida para sair. Avisou o condutor que demorava mais. O condutor não ligou e entalou a idosa na porta. Esta logo protestou enquanto se dirigia (curiosamente com mais rapidez) para a porta da frente:
- “O senhor deve pensar que eu tenho a sua idade.”

O condutor lamentou o facto de ter magoado a idosa mas exclamou:
- “Estas pessoas não permitem uma falha!”

Já a sair pela porta da frente a idosa voltou a repetir:
-“O senhor deve julgar que eu tenho a sua idade.”
O condutor reagiu:
-“A senhora não tem a minha idade, mas já tem idade para não andar de autocarro sozinha.”
A idosa respondeu indignada:
- “Eu não tenho companhia.”


Quando a idosa ficou, finalmente, fora da vista de todos o condutor murmurou:
- “Querem andar nos autocarros até aos cem anos!”

Mas nem se pense que a história acabou aqui. Ironia do destino, a teoria do condutor de os idosos andarem sozinhos acabaria por cair por terra escassos minutos depois. É que na paragem dos HUC entrou um casal de idosos com mobilidade reduzidíssima. Pensando bem, nenhum deles ia no autocarro sozinho. Eram a companhia um do outro.

Toda a noite choveu com intensidade. E agora para ir para Anadia apanhar a camioneta? Molha na certa!

O gato Mong ultimamente deve-se ter lembrado que tem casa e donos. Anda-se a portar bem demais. Dormia com a Feijoa em cima da arca da roupa. Despedi-me de ambos e lá fui para mais uma semana sem nada de relevante a registar, a não ser as habituais peripécias.

Tive conhecimento pelos jornais dos resultados definitivos do referendo de ontem. O sim venceu com 59.2% das intenções de voto contra 40.75% dos votantes que disseram não à Interrupção Voluntária da Gravidez. O sim venceu em Aveiro- distrito a que eu pertenço- 55.38% dos votos contra 44.62% do sim.

O tempo continuava instável. Para se ter uma ideia dessa instabilidade, o Céu alternava entre o cinzento carregado e o azul com Sol radiante. Tudo num curto espaço de tempo e às vezes em simultâneo.

Já aqui contei a história rocambolesca que se passou no regresso do meu almoço dento do autocarro. Ainda não referi que saí um pouco mais tarde do trabalho e tive de correr a bom correr para apanhar o autocarro. Como se isso não bastasse ainda tive de bater à porta com uns murros valentes. Teve de ser assim senão o condutor não me abria a porta.

Antes de sair do autocarro parece que houve uma travagem e uma passageira quase deu uma pirueta do local onde estava sentada. Resumindo e concluindo: animação neste dia era dentro dos autocarros, especialmente do 7.

O tempo continuava a ameaçar-me com uma chuvada monumental.

Apesar de o tempo não estar para brincadeiras, até se registou um bom movimento na Piscina. Houve lá uma confusão da minha parte com moedas e com uma senha. Nada que não se resolvesse.

Fiz um treino de uma hora que consistiu em 30 minutos de corrida com duas acelerações de 5 minutos a ritmo mais elevado. Isso deu um total de 10 voltas à pista e mais cerca de 100 metros. Depois terminei com os habituais alongamentos.

Fui ao Pingo Doce às compras. Como os sacos plásticos passaram a ser pagos, colocaram lá à venda uns sacos daqueles de rodas para transportar as compras. Eu acabei por comprar um e trazer a minha avultada remessa de compras já dentro dele.

Adormeci e acordei com uma música esquisita e menos recomendável de um filme de terror.

Situação do dia:
Esperava que todos os seniores da Hidroginástica viessem e que chegasse a hora de a aula começar para dar entrada no computador. Suspirei ruidosamente! Era segunda-feira! Julgava que não estava ninguém, mas vinha a entrar uma senhora. Não pude evitar um sorriso. Que mau!

Bacorada do dia:
“A barra de tarefas serve para guardar janelas.” (Outro conceito confuso da informática na óptica das toupeiras.)

Monday, January 07, 2008

Adelaide, Manuel e a decisão de ter um filho

Quem acompanha como eu a novela do Canal 1 “Paixões Proibidas” assiste por estes dias ao drama de Adelaide.

Adelaide é uma jovem açoriana a viver em Coimbra com o seu marido Estêvão que via no seu colega brasileiro Manuel o seu melhor amigo. Acontece que Adelaide e Manuel se apaixonaram e mantêm um romance clandestino. Enquanto Estêvão se aplica nos estudos, os dois amantes perdem-se de amores nos braços um do outro.

Agora Adelaide descobriu que está grávida sem sequer saber qual dos homens é o pai da criança. Estêvão mostra-se contente com a vinda do novo rebento, mas Manuel- embora demonstre estar contente na frente da amada- planeia fazer algo para impedir que a criança nasça.

Para isso contratou um homem para provocar um aborto, empurrando Adelaide de uma escadaria.

Apesar de se tratar de ficção, o drama de Adelaide não deixa de ser actual e de chamar a atenção para a problemática do aborto ou da gravidez não desejada.

No dia do referendo à Interrupção Voluntária da Gravidez não deixo de lembrar este caso para demonstrar que nem toda a mulher condenada no banco dos réus em Portugal desejou abortar por livre e espontânea vontade. Tal como Adelaide, muitas mulheres são obrigadas a fazê-lo por amantes ou mesmo maridos que não desejam que uma criança venha a caminho

Não sou a favor do aborto, apenas sou contra a condenação em praça pública das mulheres que a ele recorreram sabe-se lá em que circunstâncias.

Despenalizar o aborto nem sequer deveria ser referendado porque a mulher é a única culpada no nosso País caso se comprove que abortou e muitas vezes foi ela a última a querer fazê-lo. Para os presumíveis pais das crianças que ameaçam, maltratam e oprimem não há castigo.

Infelizmente ainda continua a haver por aí muitas Adelaides às mãos de Manéis implacáveis que só lhes desgraçam a vida e as impedem de realizar o seu sonho de ser mãe.

Votei não ao aborto, mas apenas e só porque não admito que a sua prática seja massiva. Se fosse apenas e só para acabar com a pouca vergonha de ver criaturas inocentes serem julgadas na praça pública, a minha intenção de voto seria outra.

O Governo agiu mal ao formular a pergunta a ser referendada.

E chegou finalmente (já não era sem tempo para ver se há sossego) o dia do tão polémico referendo ao aborto.

A chuva prometia estragar a afluência às urnas. Já lá vamos!

Antes há a assinalar uma sempre bem-vinda actualização a este blog. Por mais que eu actualize o meu blog, ele está sempre desactualizado. Já não tem remédio e tende cada vez mais a piorar.

O gato Mong fez as pazes comigo mas declarou guerra aberta ao Léo. Chovia imenso e Mong não teve alternativa senão vir abrigar-se em casa.

E foi debaixo de um dilúvio de proporções bíblicas que fomos cumprir o nosso dever cívico. Fomos com o nosso vizinho que ainda tinha de ir levar a minha irmã à estação dos comboios.

Quando saí do local das votações encontrei algumas pessoas que não via há tempo. È habitual haver assim uns encontros nessas ocasiões em que o País vai a votos.

Eu nem quis saber do referendo para nada. Refugiei-me no meu canto a “actualizar” o blog. Entretanto a chuva não parava de cair.

Vim a saber inevitavelmente que o sim havia ganho. Se a pergunta estivesse formulada de outra maneira, tenho a certeza que não se iria assistir a este resultado. O sim ganhou precisamente porque os portugueses estão fartos de ver mulheres condenadas de forma escandalosa e desumana.

Fica para a história um acto eleitoral com uma das menores afluências de sempre. Não se deve esquecer que chovia torrencialmente.

Situação do dia:
O tempo que eu perco a procurar as minhas coisas! Consta que andei um bom pedaço a procurar os óculos.

Bacorada do dia:
“Menu ficheiro, Novo, Copiar...” (Nem todos os sistemas operativos são iguais.)

Wednesday, January 02, 2008

Pagos para perder

Enquanto que nas primeiras páginas dos jornais de hoje vinha denunciado mais um caso de corrupção desportiva envolvendo o Futebol Clube do Porto, o nosso bem informado (às vezes até demais) blog teve acesso a outros casos flagrantes de corrupção a que a imprensa não deu destaque.

Como a imprensa desportiva nacional só dá cobertura praticamente aos grandes clubes, há a ideia de que isto da corrupção e do “sistema” apenas existe no Futebol Profissional. Puro engano!

Como evento social que é, o Desporto sujeita-se a todo o tipo de usos e costumes que estão entranhados na sociedade em que se insere. Muitas vezes tais usos e costumes nem sempre são aqueles que agradam a Deus e aos Santos.

Isto tudo para dizer que desde a sua criação que o Desporto sempre se sujeitou à manhice e aos interesses de algumas mentes mais ou menos maliciosas e que corrupção desportiva sempre houve e sempre haverá.

Por mais profissional que seja o Desporto, ele não perde um certo “amadorismo” e uma certa fanfarronice bairrista que lhe serve de base. Senão vejamos:

Qualquer semelhança entre esta história e as que agora saem nos jornais é pura coincidência? Havia uma tradicional festa na terra de Tó Bóias- a festa em honra de S. Sigisberto.

Como habitualmente, havia um jogo entre casados e solteiros. Toda a gente dizia que os casados iam ganhar por terem jogadores que todos os fins-de-semana alinhavam pelo clube da terrinha que esteve às portas da III Divisão.

Como não há vencedores antecipados e no Futebol são onze para cada lado, as contas saíram furadas. Os solteiros venceram o jogo por concludentes 12-3. Ninguém estava à espera de tal desfecho.

Apostaram-se garrafões de vinho branco, queijos da Serra, potes de azeite e até leitões assados na vitória inquestionável dos casados. Esse é que foi o mal.

Como se sabe, Tó Bóias estava completamente falido em virtude do desemprego a que há mais de um ano estava sujeito. Por ironia- ou talvez não- era ele o guarda-redes dos casados.

Na terrinha havia um rico empresário conhecido no meio mais próximo por ter conseguido a sua avultada fortuna à custa de trafulhice. Curiosamente foi esse indivíduo o único a apostar na vitória dos solteiros. Tal palpite causou até a troça geral de todos quantos se reuniram numa espécie de centro cultural lá do sítio.

Estranhamente Tó Bóias chegava sempre a casa com os copos sem gastar um único cêntimo. Muitas vezes era visto no centro cultural na companhia do indivíduo que nada tinha a ver com ele. Aliás, eles nem falavam um para o outro por causa de umas galinhas de Tó Bóias que pularam a cerca que dividia dois terrenos e foram para o quintal do homenzinho. Como lhe estragaram umas plantas suspeitas que ele ali tinha, matou-as nessa mesma tarde, amanhou-as e foi entregá-las à porta de Tó Bóias.

Agora os dois homens pareciam mesmo esquecer esse episódio e andavam mais juntos que dois amantes apaixonados.

Foi numa noite em que já tinha escorrido muito álcool por aquela mesa que o indivíduo resolveu investir e propôs empregar Tó Bóias na sua empresa de fins duvidosos e reputação discutível caso ele deixasse os solteiros ganhar o desafio por muitos.

Além disso, o homem ainda oferecia 500 euros a cada jogador. Mas por que raio é que aquela criatura estava tão interessada em que os solteiros vencessem? Muito simples: é que houve um parolo que não tinha mais que fazer e apostou um pequeno terreno que tinha em como os casados davam um show de bola aos solteiros.

Mais uns hectares de terra bem fértil para as suas plantinhas esquisitas que lhe davam umas massas. Além do dinheiro e da promessa de emprego, para Tó Bóias que tinha poucas posses económicas iam também os chouriços, o azeite, os queijos e tudo mais que os parolos apostavam na vitória dos solteiros. O “artista” apenas queria o terreno.

Não sei que caldinhos mexeu a criatura. O certo é que foi nomeado pela Comissão de Festas em honra de S. Sigisberto treinador dos casados. Ora aquela gente tinha de lhe obedecer.

Tó Bóias fora em tempos um guarda-redes respeitado pelas outras agremiações contra quem a sua equipa jogava. Esteve com um pé em equipas de maior dimensão mas resolveu ficar por ninguém o aturar a viver em conjunto com desconhecidos.

Para disfarçar, o “treinador” ofereceu ao guarda-redes um cigarro que o deixou passado e uma cerveja que lhe soube diferente das inúmeras que costumava beber. O mesmo fez ele aos outros jogadores.

Foi a tropeçarem muito nas próprias pernas e sem saber por onde ir que aqueles jogadores entraram em campo e iniciaram o chorrilho de disparates que nem um nabo em Futebol fazia. Acho até que qualquer velhota lá da aldeiazinha que até tinha medo da bola fazia melhor.

Poucos minutos depois de o desafio ter começado (e já a perder por muitos) a equipa estava por terra a ver o adversário jogar. Sentado no chão e encostado ao poste da baliza, Tó Bóias ficava siderado a ver as bolas entrar sem reagir a nada.

E assim foi. Os solteiros venceram de forma inesperada os casados e Tó Bóias levou uns trocos para casa e, para além de uma cabazada, levou para casa um cabazão de produtos que o pessoal apostou.

Já a promessa de emprego não pôde ser cumprida. A Polícia Judiciária capturou o indivíduo no âmbito de um mega processo de fraude e branqueamento de capitais. Encontra-se a aguardar julgamento em prisão preventiva, tal como a maioria dos reclusos em Portugal.

Por falar m jogos de pequenos contra grandes: foi um fim-de-semana de mais uma eliminatória da Taça de Portugal. Toda a jornada desportiva teve de ser antecipada por causa daquela palhaçada que se sabe: o referendo ao aborto.

O Sporting calhou com o modesto Pinhalnovense e goleou por 6-0. Parece que Carlos Bueno agora não quer mas nada senão marcar golos. Marcou mais dois. Apesar disso, Joaquim Ritta não poupou o uruguaio. È mesmo mau feitio.

A grande surpresa veio da Figueira da Foz onde a Naval foi eliminada pelo Bragança (aquela famosa agremiação desportiva que chegou a ser em tempos patrocinada por uma casa de alterne).

O Benfica também foi eliminado da Taça pelo Varzim. De nada valeu o golo de Simão. Fica para o ano!

E assim decorreu um dia marcado pelo Futebol desde muito cedo. Logo de manhã os jornais davam conta de investigações por parte do Ministério Público de um alegado suborno a jogadores da União de Leiria no jogo da Supertaça.

Futebol à parte, sonhei com o atropelamento do Mong. Isto já se começa a repetir. Desta vez era de noite e já toda a gente estava bem aconchegada dentro de casa. A minha mãe veio à rua fazer não sei o quê e apercebeu-se de que havia uma sombra negra na estrada. Como não distinguia o que era, pediu ao meu pai para ir ver se era algum gato morto que ali estava.

Ele confirmou tratar-se do Mong. Eu chorava convulsivamente com pena do gato. Ainda bem que acordei!

Na realidade, Mong encontra-se com algumas mazelas resultantes de lutas intensas com o Léo e os outros gatos que encontra.

Consta que ainda arrumei uma pouca de roupa neste sábado.

Bacorada do dia:
“A permitir que se recomposicesse a defesa do Nacional” (Como?!!! Ora diga lá outra vez que eu sou de compreensão lenta.)

Afinal enganei-me

Pois cá estou eu novamente a relatar histórias já bastante distantes no tempo que me aconteceram ao longo deste ano.

Ainda bem que me engnei na data do documentário sobre as alteraçãoes climatérics.
E que o testo que eu escrevi sobre esse assunto (“Alentejo 2057”) não teria ido a um concurso de leitura se fosse escrito mais tarde como este.

Por falar em clima, o dia 9 de Fevereiro de 2007 amanheceu sem núvens, mas com muito frio. Ao longo do dia tudo se alterou. A tarde começou a ficar anormalmente escura.

Foi quando ia para entrar no autocarro que começou a chover cada vez com mais itensidade.

Ainda fui buscar a roua que tinnha a enxugar na ACAPO debaixo de chuva. Ainda planeei não ir treinar mas acabei por ir. O treino foi feito debaixo de chuva intensa e na relva- coisa que não fazia há muito tempo.

A noite acabou também por ser de chuva que parece ter vindo para ficar.

Fora o clima, foi um dia calmo. Tirando certas manobras de algumas espertezas saloias para estacioarem os seus veículos e uma senhora com sotaque das ilhas que atendia o telemóvel enquanto atravessava a estrada, tudo decorreu dentro da normalidade.

Situação do dia:
A chuva surpreendeu muita gente. Havia no entanto gente prevenida demais para as condições adversas. Em Tovim houve uma passageira que entrou no autocarro de guarda chuva aberto, causando uma enorme confusão.

Bacorada do dia:
Malato:
-“Como é que se chama a sua filha?”
Concorrente:
-“Quatro anos.” (Vinha sobre brasas para o concurso.)