Thursday, March 31, 2011

“Saga Luz E Escuridão” (impressões pessoais)



A norte-americana Stephenie Meyer é um fenómeno recente na literatura mundial à custa desta saga que agora tive finalmente o prazer de ler na íntegra.

A saga é composta por quatro livros: “Crepúsculo”, “Lua Nova”, “Eclipse” e “Amanhecer”. Sendo cada um dos livros bastante volumoso, há o receio de serem maçadores mas até se lêem bem porque a narrativa é bem escorrida e prende o leitor. Em algumas fases pode ser até viciante e o leitor pode não se dispor a parar a leitura.

São quatro livros que narram a história de um amor impossível entre uma rapariga comum e um vampiro. Trata-se de uma história de amor impossível, dadas as tenebrosas diferenças entre o mundo dos mortais e o mundo dos imortais, bem como as necessidades naturais dos vampiros que se alimentam do sangue dos seres humanos.

Bella- uma rapariga algo desajeitada a executar tarefas simples como andar, dançar ou correr- conhece na escola o vampiro Edward que pertence a um clã de vampiros que se considera vegetariano por tentar não se alimentar de sangue humano, substituindo-o por sangue de outros animais. Mesmo assim o vampiro faz um grande esforço por se controlar e não matar Bella por quem se apaixona.

Uma série de peripécias inerente às especificidades do mundo de cada um assola o casal. Têm de viver sob a ameaça de outros vampiros que são uns verdadeiros monstros e lutar contra eles. O simples facto de se relacionarem coloca a vida da rapariga mortal e de quantos a rodeiam em perigo.

A estranha relação também não é muito bem vista pelos chefes dos vampiros- os Volturi- que zelam pelas regras dos imortais. Para eles Bella tem de ser transformada também em vampira o quanto antes ou então eles próprios a matam.

Lendo os primeiros livros, questionava-me por que tinha de haver este sofrimento todo mas tal devia-se ao facto de, depois de transformada, Bella não se poder aproximar dos seus pais e dos seus amigos, pois o primeiro instinto seria sugar-lhes o sangue.

Edward nem queria ouvir falar na transformação da sua amada porque gostava dela assim como humana e acreditava que ela perderia a alma se se transformasse. Além disso, a dor do veneno a transformar o seu corpo causaria um sofrimento ao qual Edward não queria assistir.

Havia ainda a questão da tribo de indígenas da qual fazia parte Jacob. Os Quileutes eram amigos do pai da protagonista que via com bons olhos o relacionamento de Bella com Jacób. Eles eram grandes amigos e também não podiam viver separados um do outro. Quando Edward tomou a decisão de se ir embora, Bella aproximou-se mis de Jacob. Quando Edward regressou, Bella foi confrontada com a escolha que devia fazer entre um e outro. Jacob entretanto passou a ter o poder de se transformar em lobo para proteger a reserva onde vivia, essencialmente dos vampiros. Os Quileutes e os vampiros eram inimigos de longa data, apesar de um tratado que assinaram. Também era por isso que Bella não podia ser transformada. Edward e a família tinham o compromisso de não criar outro vampiro nas redondezas, sob pena de entrarem as duas famílias em guerra.

Bella mostrava-se intransigente na sua decisão de querer ser vampira, o que não agradava a Jacob.

Foi decidido que Edward e Bella se casariam e só depois ele mesmo a transformaria. O par romântico da história casou-se quando Bella era ainda humana e Jacób fez um tremendo escândalo no dia do seu casamento quando Bella lhe disse que ia experimentar a viver uma lua-de-mel como outra pessoa qualquer.

A lua-de-mel foi passada no Brasil, numa ilha deserta dos pais de Edward. Só que o inesperado aconteceu. Bella engravidou- algo que parecia não ser possível.

Muito se discutiu sobre matar ou não o feto e a própria mãe. Os Quileutes temiam pela segurança da reserva na expectativa de Bella poder dar à luz um monstro. Uma noite reuniram-se para a matar mas Jacob desobedeceu aos seus companheiros e arrastou consigo os irmãos Leah e Seth. Os três uniram-se aos vampiros para proteger Bella dos companheiros.

Jacob era contra a gravidez da amiga. O feto, incompatível com o frágil corpo humano que o carregava no ventre, ia causando mossa na sua mãe. Como Bella recusava todo o alimento, houve a ideia de lhe dar sangue humano a beber e isso resultou. Entretanto o feto causava fracturas no seu corpo e Jacób mostrava-se apreensivo. A raiva pelo feto que Bella carregava ia aumentando.

De forma brusca, o nascimento do feto teve de acontecer. Foi Edward quem assistiu a sua mulher e não teve outro remédio senão transformá-la à pressa em vampira. Ela já não tinha perspectivas de se salvar.

Antes da transformação, ela deu à luz uma menina com umas características especiais. Não era vampira mas também não era inteiramente humana. Uma das suas características era desenvolver-se muito depressa.

Os Quileutes que se transformam em lobos têm uma característica a que chamam impressão natural. Trata-se de olharem uma pessoa e, no mesmo instante, sentirem necessidade de estar perto dessa pessoa para a vida inteira. Por vezes acontecia a impressão natural de algum ser uma criança. Jacob há muito que procurava a sua impressão natural, por mais que amasse Bella. Viria a ser a filha dela que estava destinada para ele e assim se resolveria o problema. Assim que viu a bebé, e quando se preparava para lhe fazer mal num acesso de raiva pela perda da mãe, Jacob sentiu a sua impressão natural e não mais se afastou dela.

Depois de transformada em vampira, Bella mostrou um controlo acima do esperado em matéria de contacto com os seus amigos e familiares.

Os problemas continuaram porque uma vampira, por vingança de os lobos terem morto o seu companheiro, foi dizer aos Volturi que o clã de Edward e Bella transformou uma criança pequena- o que era proibido pelas regras dos vampiros. Foi assim que a criadora delas morreu.

Os Volturi apareceram para punir os vampiros infractores mas quem acabou fuzilada foi a queixosa. Bella, através dos seus poderes protectores, não deixou que nada acontecesse aos seus e tudo acabou bem.

Entretanto a SIC teve oportunidade de transmitir o filme baseado no primeiro livro desta saga- “Crepúsculo”. Normalmente não sou muito amante de filmes, a menos que sejam portugueses. Ler as legendas e, ao mesmo tempo, estar atenta à acção é complicado. Quando era mais nova ainda via muitos filmes e séries mas depois comecei a não ter visão suficiente para acompanhar a trama como deve ser. Se o filme for baseado num livro que li, aí o caso já muda de figura e esse filme acaba também por ser muito produtivo para alguém como eu que estudou Guionismo e tenciona fazer algo desse género.

O filme está bem conseguido. Apenas notei que a descrição de algumas personagens não coincide mas isso é um mal menor. A principal diferença mesmo foi ligarem o clã de vampiros de James à morte de um amigo do pai da protagonista. Isso não vem no livro e acaba por ser uma mais-valia para o filme.

Resumindo, foi sensivelmente um mês de agradável leitura. Stephenie Meyer está de parabéns pela lufada de ar fresco que trouxe à literatura fantástica. Graças a esta obra dividida por quatro volumes, apaixonei-me pelo mundo dos vampiros e de outros seres mitológicos. Inclusive já adquiri outros livros sobre a temática dos vampiros. Em nome da diversão, do prazer de ler e da fantasia.

De fugir

O mal de alguns sonhos é que logo se esbatem assim que o despertador toca e nós abrimos os olhos. Foi o que aconteceu a parte deste sonho. Eis o que sobrou para contar:

Tudo começa comigo a andar de bicicleta a ponto de fazer uma prova. Pelos vistos envolvi-me numa queda com um outro ciclista que ficou em muito mau estado. O equipamento da equipa dele era muito semelhante ao da Rabobank e por isso fiquei ainda mais preocupada.

Havia uma rapariga que não conhecia que vasculhava juntamente comigo nos objectos pessoais do ciclista que magoei. Até os livros escolares dele vimos, imagine-se!

Depois já tinha atropelado mortalmente um pato em vez de me ter envolvido numa queda com um outro ciclista. É assim a coerência dos sonhos.

Pesquisando na Internet, acabei por encontrar um grupo de brasileiros que aplicava, digamos assim, imas terapias alternativas e com resultados discutíveis.

Eles vieram-me visitar a minha casa numa tarde de imenso calor. Usava mangas cavadas e transpirava imenso.

Uns insectos enormes e horríveis, tipo vespas ou varejeiras, perseguiam-me ou colavam-se aos meus braços nus e suados. Em vez de ficar quieta, corria o quanto podia para fugir dali. Foram eles que trouxeram aqueles insectos. Faziam parte das suas altamente discutíveis práticas.

Havia ainda outras terapias mais nojentas que eles teimavam em afirmar que tinham benefícios para a pele e não sei que mais. Algumas eram bem nojentinhas. Eles insistiam para que eu experimentasse. Eu fugia e eles perseguiam-me com aquelas porcarias. Fui salva pelo despertador.

Fogo, lágrimas e desconhecidos

Como me arrependi de me ter levantado apenas e só para beber um pouco de água! É que já devia saber que, se acordo depois de dormir um pouco, para adormecer depois novamente é o cabo dos trabalhos. Ainda por cima é provável que venha a padecer daquelas coisas esquisitas sem explicação que eu dantes chamava de pesadelos e que são parecidas a choques eléctricos e tortura.

Bem, sonhei que a minha irmã tinha duas fogueiras acesas na sala e dois aquecedores que também ardiam. Era uma fumarada imensa.

Encontro-me agora no meu quarto em Coimbra ao anoitecer. Sentada na cama, olho a minha imagem reflectida no espelho do guarda-fatos. O estore da janela está aberto e as luzes da rua iluminam o quarto porque todas as luzes da divisão estão apagadas. Sem motivo aparente, encontro-me a chorar desalmadamente enquanto protesto contra tudo e contra todos. Empunho um lenço de papel já ensopado em lágrimas e ranho em cada mão.

Ouço bater à porta e logo me alarmo com a possibilidade de a minha senhoria ou o filho terem percebido que estava a chorar e a protestar. Fui abrir a porta a medo e entrou uma desconhecida alta, magra, morena e vestida de preto.

A forasteira atirou-me violentamente para cima da cama com uma força que não parecia de um ser deste mundo e apertou-me. Acordei com o corpo a fervilhar, como acontece sempre que, depois de já ter dormido um pedaço, me levanto e demoro de novo a adormecer. Já sei como é.

Foi uma noite bastante agitada em termos de sonhos. De grande parte deles não me lembro.

Agora o palco do sonho é um local desconhecido ao ar livre onde era habitual eu correr. Estava a cair a noite quando começou uma corrida.

Um rapaz já calvo, envergando uns calções azuis e uma t-shirt branca, liderava a prova isolado e com grande diferença dos demais concorrentes. Eu assistia à prova sentada no chão na berma da estrada.

Sempre que ele completava uma volta ao circuito e passava por mim, tinha sempre de me falar mas eu não o conhecia.

Havia agora que acordar para um dia que também foi agitado. Bastou ser feriado e eu ter de trabalhar.

A dois

Estava um dia bastante agradável. Não estava frio mas também não estava calor. O Sol brilhava e quase que se andava na rua por vício.

Na ACAPO encontrei um amigo meu. Estivemos a conversar um pouco sentados nos bancos da entrada e trocámos os nossos números de telemóvel.

Enquanto ele ficou a conversar com o psicólogo, eu fui dar uma volta ao Dolce Vita. Preparava-me para ir para casa quando o encontrei na paragem. Decidimos ir comer alguma coisa.

Fomos à Telepizza mas primeiro tive de passar por casa para deixar as compras que entretanto tinha feito.

Estivemos na Telepizza a comer e a conversar um bocado. A tarde estava já a chegar ao fim. Como ainda era um pouco cedo para ele apanhar o próximo comboio, decidimos caminhar a pé pela Baixa. O meu amigo queria procurar um livro antigo e queria apanhar ainda um alfarrabista que fechasse portas às sete da tarde.

O final de tarde estava bem agradável. Não soprava sequer uma aragem fria. Que bem que sabia andar ali a passear! Quase que podia ser o cenário de um sonho agradável.

Fomos para a estação. Havia muita gente a tirar bilhetes de comboio para a Mealhada por causa do Carnaval. Eu fui acompanhando o meu amigo sempre até chegar a sua vez de tirar o bilhete para salvaguardar que as pessoas não se aproveitassem do facto de ele não ver para lhe passarem à frente.

Estava o meu amigo a tirar bilhete quando se abeirou da bilheteira um velho em visível estado de embriaguez. Quase não se entendia o que dizia mas eu compreendi que ele procurava o comboio para a Figueira da Foz. Um hálito a álcool inundava o ar de cada vez que ele abria a boca. Que horror!

Assim que me despedi do meu amigo e ele entrou no comboio, fui para casa preparar-me para mais um dia de trabalho. Ainda por cima era feriado e as minhas férias já haviam ficado para trás.

Sunday, March 27, 2011

O computador e a roupa

Aqui vai mais uma pequena alusão aos sonhos!

Numa ambiente muito parecido com o de um filme de terror, deixei cair o meu computador portátil lá de casa e ele partiu-se todo. Isto aconteceu enquanto o guardava. Eu que tenho imenso cuidado quando o coloco na mochila precisamente para ele não me escapar das mãos.

Depois o cenário já é o vestiário do meu local de trabalho. Queria-me ir embora e a minha roupa não aparecia em parte nenhuma. Já estava a ficar nervosa.

Como último recurso, rebentei e despejei todos os cacifos mas a roupa parece ter-se evaporado. Estava cheia de pressa mas não sabia como me ir embora sem roupa para vestir. Isto faz lembrar qualquer coisa, não faz? Que tal esta música?



Ora essa!

Sporting voltou a ganhar e Benfica voltou a perder

vitórias e à interrupção de uma série magnífica de jogos sem perder por parte do Glorioso.

Comecemos pelo jogo de Alvalade que se saldou numa vitória tangencial do Sporting por 1-0 perante o Beira-Mar. O jogo foi muito monótono.

Houve um golo anulado ao jogador Hélio do Beira-Mar que deixou muitas dúvidas. Mais tarde esse mesmo jogador viria a ser expulso.

O Sporting acabou por chegar ao golo através da marcação de uma grande penalidade convertida por Matias.

Imediatamente a seguir a este jogo, começou em Braga o jogo entre a equipa local e o Benfica. O Braga venceu por 2-1. Houve muita polémica e lances lamentáveis à mistura.

O jogo de Braga nada teve a ver com o de Alvalade em termos de interesse e emotividade. Saviola até colocou o Benfica em vantagem. Já antes havia sido anulado um golo ao Glorioso marcado por Jara que estava a jogar novamente a extremo-esquerdo. Há dúvidas sobre se o Jogador Número Onze do Glorioso está ou não em fora de jogo.

O lance capital do jogo foi a expulsão de Javi Garcia com o vermelho directo por o árbitro entender que cometeu jogo violento sobre Alan. Mas o que é que o árbitro esteve a beber antes do jogo? Viu-se perfeitamente que Javi Garcia ia para aliviar uma bola. No movimento de a pontapear teve de acertar no adversário mas foi sem maldade.

Hugo Viana foi chamado a cobrar o livre resultante desse lance. Apesar de a bola ter sido colocada quase ao pé da linha lateral e longe da baliza, o jogador arsenalista converteu o lance em golo. Um magnífico golo.

O Braga teve algum azar com lesões nos seus jogadores de meio-campo. Custódio lesionou-se nos primeiros minutos de jogo e deu lugar a Vinicius. O jogador brasileiro também se viria a lesionar mais tarde dando lugar a Márcio Mossoró. No meio de tanto azar com as lesões, o Braga acabou por ter sorte, pois foi Mossoró que fez o segundo golo da sua equipa. Foi um belo golo.

Márcio Mossoró escusava de tecer aquelas declarações ao comentar o seu golo. Será que também ele assinou já pelo Porto? Vir dizer que tem raiva do Benfica por ter sido castigado num jogo contra o Benfica e ter sofrido uma lesão grave noutro é um pouco...como hei-de dizer...cheira-me que anda aí um certo perfume de suspeição. Um forte odor a influências azuis e brancas à antiga parece ter pairado no ar. Apesar de não estar a jogar, o Porto esteve inexplicavelmente presente no meu espírito. Foi pelos erros clamorosos de arbitragem e pelos objectos usados para agredir os jogadores do Benfica. Agora este, depois de marcar um grande golo, vem estragar tudo e dizer que tem raiva do Benfica. Faz lembrar certa ocasião em que Fernando Mendes, na altura ao serviço do Belenenses, também marcou um golo ao Benfica e depois comentou que estava muito feliz por marcar um golo “a esta equipa foleira”. Enfim...

Até final do jogo o Benfica procurou sempre o golo. Gaitan ainda entrou para tentar remediar o prejuízo mas a equipa já estava muito desgastada pelo facto de estar a jogar com menos um jogador desde os quarenta minutos da primeira parte.

Destaque ainda para o arremesso de objectos para dentro do relvado. Foram bolas de golfe, bem à maneira dos adeptos do Porto que devem-se ter infiltrado entre os adeptos do Braga para procederem aos habituais arremessos de objectos que aleijam bastante.

Cardozo foi alvejado com uma bola de golfe que lhe acertou em cheio no joelho direito e algo vindo também das bancadas atingiu Carlos Martins. No caso do Jogador Número Dezassete do Benfica, provavelmente foi alguém que assim demonstrou o seu descontentamento por agora se mostrar com a cabeça rapada e uma barba quase até aos olhos. Fica mesmo horrível e não admira que a vontade das pessoas seja agredi-lo. Se lá estivesse, era mesmo com uma máquina de barbear que lhe atirava. Quem o vê até pode pensar que ele, uma bela manhã, ainda mal acordado, se enganou e passou a máquina de barbear na cabeça e não na barba. É a sensação que dá.

Com este resultado, fortemente influenciado pelas más decisões da equipa de arbitragem, torna-se quase impossível o Benfica aspirar ao título.

Festival RTP da Canção 2011



Até me tinha esquecido que nessa noite era o Festival. Sinceramente, ligo mais ao Festival Eurovisão do que ao nosso festival. Lembro-me que o ano passado tinha duas pessoas que conheço- uma das quais foi minha colega de curso- a participar.

Lembro-me que no ano passado o Festival foi feito quase no mesmo formato do Festival Eurovisão com duas semifinais. Este ano parece que eram apenas estas doze canções.

Pessoalmente gostei da canção de Rui Andrade e também da de Ricardo Sousa que foi a última. Votaria numa dessas se não estivesse em minha casa onde não há rede no telemóvel.

A canção vencedora era escolhida a partir da votação do júri de cada capital de distrito e pela votação do público. No fim de serem ouvidos todos os júris de todas as capitais de distrito, a canção que nos iria representar na Alemanha seria a interpretada por Nuno Norte mas ainda faltava conhecer o veredicto do público que tudo poderia alterar.

Depois de terem sido excluídos do Festival do ano passado, os Homens da Luta insistiram e trouxeram a sua mensagem de protesto pelo actual estado de coisas ao palco do Festival. A canção até está engraçada e eu logo previ que o público iria votar fortemente nesta canção com uma forte mensagem política e social.

Mesmo através da votação do júri, a original canção concorrente ficou bem classificada. Se assim não fosse, não chegaria ao triunfo quando vinte e sete por cento dos votantes a escolheram e quando a tabela se alterou por completo.

Este ano ninguém vai ficar indiferente à canção portuguesa e talvez muitos dos povos que vivem sob o espectro da crise social como nós se revejam nesta letra. O resultado desta ousada participação será imprevisível. Até pode ser que seja esta a nossa primeira vitória neste evento. Já vi músicas que se afastam um pouco das outras a vencerem. Foi assim que a Finlândia venceu o Festival Eurovisão em 2006. Felizmente não vi essa edição, senão até me dava uma coisinha má.

Ainda me estive a rir com o comentário das pessoas no Facebook do Festival. Quando havia uma canção horrível que ia na frente, o pessoal dizia que era uma tristeza, que a música era foleira, que íamos ficar eliminados e por aí fora. Depois viram que os Homens da Luta tinham ganho e logo deram largas à sua indignação porque íamos passar uma vergonha, ainda por cima na Alemanha, que não deviam aceitar a nossa canção a concurso e mais outros tantos disparates.

Eu perguntei onde estariam todas aquelas pessoas que votaram. Tantas vozes discordantes ali a criticar. É assim o povo português e mais nada.

Mas afinal porque vamos nós passar vergonha no Festival Eurovisão? Vergonha já passamos nós diariamente com as políticas dos nossos governantes. Por isso é que surgiu esta canção. A canção de cada país tem de representar o seu povo minimamente. Ora que mais nos representaria fielmente que uma canção interpretada por um grupo de pessoas empunhando cartazes e criticando o actual estado de coisas. Canções a glorificar os nossos feitos do passado já fazem parte a história. A nossa realidade presente são as greves, os protestos e as manifestações. É o que de melhor temos por cá actualmente. O que é que querem? Isto é o reflexo do País. Vem na mesma linha de não se ter ido votar nas últimas Presidenciais ou de se ter votado em José Manuel Coelho que só se candidatou para desmascarar os podres dos nossos políticos por vezes de forma cómica. Ter escolhido esta música para representar Portugal no Festival Eurovisão foi uma oportunidade que o nosso povo encontrou para protestar contra a actual situação em que vive.

Passar vergonha logo na Alemanha? Que eu me lembre, a Alemanha até já um palhaço levou para o Festival Eurovisão, logo não tem nada que criticar as canções que os outros países levam. Sobre a mensagem política, quantas e quantas vezes o Festival Eurovisão não serviu para fazer passar mensagens políticas. Israel em 2007 foi o exemplo mais recente. Não consta que os israelitas tenham feito qualquer alarido em redor da sua canção. Certamente não fizeram tanto como em 1998 quando a sua cantora Diva (que fora um homem) apareceu no Festival Eurovisão...e lhes deu a vitória que já não acontecia há muitos anos.

Agora os portugueses estão indignados com a canção que vai ao Festival Eurovisão? Talvez isso seja um bom presságio para uma potencial vitória. Afinal de contas, não é só por cá que há greves e manifestações. Sei que as há também na Grécia, na Irlanda, em Espanha e na França. Pelo menos estes países que enumerei se irão rever através da nossa representação.

Para Maio se verá o resultado desta curiosa participação no Festival Eurovisão. Pelo menos não iremos passar despercebidos.

Grito na madrugada



Agora que estou de férias, é natural deitar-me a altas horas da madrugada para estar mais sossegada a ler e a escrever.

Já era mais de uma da manhã quando estava sossegada no computador. A sala estava silenciosa e eu devia estar a dar uma última vista de olhos em textos antes de os colocar aqui neste humilde espaço. Nem a música estava ligada.

Sobressaltei-me bastante. Do quintal atroou os ares um berro horrendo e profundo que reconheci ser da gata Feijoa. Fiquei com o sangue gelado e logo me lembrei do pesadelo da véspera em que ela foi a protagonista.

O que lhe teria acontecido? Teria sido algum cão que a apanhou? Seria outro animal que ande por aí à caça? De tudo me passou pela cabeça. Foi realmente um grito de aflição.

Quando a minha mãe me disse que ainda não tinha visto a Feijoa nessa manhã, a preocupação apoderou-se de mim e só descansei quando ela apareceu tarde e a más horas.

Em cima do telhado, ouvíamos um outro gato a miar. Seria o Léo que voltou para casa? Seria tão bom que fosse ele!

Ficou na estrada a agonizar



Este pesadelo começou a desenhar-se no meu subconsciente porque ouvimos em cima do telhado a Feijoa à bulha com outro gato. A minha mãe foi ver se a Teka estava dentro de casa e estava. Com quem bulharia Feijoa? Seria o Léo que voltou?

Preocupada com a integridade da minha gata, adormeci e sonhei que tinha vindo de uma excursão estranha. Assim que cheguei a casa, logo estranhei o intenso tráfego que se fazia sentir na estrada, sobretudo de autocarros.

Sob a luz da cozinha reparei que a minha mãe chorava e logo me deu a notícia do atropelamento da gata Feijoa, fruto da invulgar concentração de veículos. Logo comecei também a chorar baba e ranho.

Fomos para a sala onde nem sequer acendemos a luz. A minha mãe contava a trágica história. Parece que a minha mãe encontrou a Feijoa cheia de sangue a agonizar na estrada mas não teve coragem de a trazer assim para dentro, até porque continuavam a passar imensos autocarros na estrada.

Apesar das explicações dadas pela minha mãe, eu estava indignada por àquela hora a gata ainda estar na estrada, provavelmente já toda esmagada por aqueles veículos pesados. Isso ainda me deixava mais triste. Era um ambiente constrangedor, toda a gente a chorar e a angústia que sentia por o fim da Feijoa ser esse.

Quando acordei senti um forte alívio. Pelo estore fechado da minha janela vi que estava a nascer o dia e que tudo não passou de mais um pesadelo um pouco semelhante a outro que tive quase há um ano atrás, em que encontrei a Feijoa quase decapitada junto ao portão da eira, atropelada também por uma caravana de veículos que passou furiosamente numa noite.

O que é certo é que a Feijoa não apareceu tão cedo nessa manhã. Arranjou alguém com quem bulhar. Só mais tarde é que ela apareceu cheirando fortemente à palha. Fiquei descansada por vê-la inteira e sem um único arranhão.

Último minuto à Benfica

O Benfica venceu o Sporting por 2-1 e está mais uma vez na final da Taça da Liga onde vai defrontar o Nacional ou o Paços de Ferreira no próximo dia 23 de Abril. Mais uma vez, o golo da vitória tangencial dos encarnados foi conseguido no último lance do jogo. Começa a ser famoso o último minuto à Benfica. Os adversários que se cuidem e que se mentalizem que também nos minutos de compensação o jogo se disputa. O Sporting já devia saber isso e o Benfica sabe-o bem.

O Sporting- agora treinado por José Couceiro- até entrou bem no jogo mas logo sofreu algumas contrariedades no seio da sua defesa. Logo nos instantes iniciais, Daniel Carriço saiu lesionado entrando para o seu lugar Anderson Polga. Também muito cedo no jogo a defesa leonina se viu carregada de cartões amarelos, sinal que não podia encarar os adversários com o à-vontade inicial.

O Sporting até estava a pressionar bem o Benfica. Estava realmente com outra cara, agora que mudou de treinador.

Ainda antes da meia hora, Postiga adiantou o Sporting no marcador ao apontar um golo de cabeça. Roberto poderia ter feito melhor abordagem ao lance.

Registo para mais uma grande penalidade falhada por Cardozo. Já começa a irritar! Já é para aí a décima grande penalidade que o paraguaio, com aqueles pés de tijolo que tem, falha clamorosamente. E Jorge Jesus insiste em que seja ele a cobrar estes lances.

Bem, quase no instante seguinte, Cardozo marca um golo de cabeça muito semelhante ao do Sporting. Proponho, desde já, que se passem a apontar as grandes penalidades com a cabeça e não com os pés. Garanto que o Jogador Numero Sete do Benfica não falharia uma só para amostra. Já com os pés é uma desgraça. Aqueles pés parecem ter o calcanhar na biqueira e a biqueira no calcanhar. São verdadeiramente esquisitos e desajeitados.

Na segunda parte o Sporting voltou a abordar a partida como nos minutos iniciais da primeira parte. Apareceu uma equipa mais esclarecida, pressionante e com algumas oportunidades de chegar ao golo.

Em dia de aniversário, André Santos tentou a todo o custo marcar um golo e Postiga mostrou-se bastante perdulário no capítulo da finalização.

Da parte do Benfica, Cardozo não aproveitou a oferta de Rui Patrício para marcar o golo e Aimar voltou a lesionar-se.

Estávamos já nos instantes finais do jogo quando Javi Garcia apareceu na área e apontou o golo que carimba assim a passagem do Benfica à final da Taça da Liga. Será a sua terceira presença consecutiva. Das outras duas, o Benfica sagrou-se vencedor.

Em noite de estreia como treinador do Sporting, José Couceiro teceu duras críticas ao trabalho da equipa de arbitragem. Nota-se que depressa o novo treinador assimilou a mística do clube de Alvalade. A parte em que se culpabiliza o árbitro sempre que se perde estava bem assimilada, diga-se. José Couceiro queixa-se de cedo Jorge Sousa ter amarelado todos os seus defesas e de ter parado contra-ataques perigosos da sua equipa para assinalar faltas de jogadores adversários sem lhes mostrar depois o respectivo cartão. Que desculpa esfarrapada! Há que desculpar. É o primeiro jogo dele á frente de uma equipa que não dá para mais do que isto. Até me admirei de ele não ter feito alusão a grandes penalidades que ficaram por marcar ou mesmo àquela que Cardozo falhou. Fica para o próximo jogo em que o Sporting voltar a saborear o amargo da derrota!

Gato-vampiro

Ler livros sobre vampiros o dia inteiro dá nisto. Digamos que o meu subconsciente captou a informação do que ando a ler e juntou esse conteúdo ao seu registo habitual.

Tudo isto resultou numa curiosa personagem preta e branca, com uma língua muito vermelha e uns dentes muito afiados que apareceu ao pé do tanque de minha casa. Era um gato um pouco estranho. Era, digamos que, um vampiro em forma de gato.

Tal como acontece com todos os gatos que povoam os meus sonhos e pesadelos, também este teimava em se meter à estrada. Os carros atropelavam-no mas era como se nada fosse. Afinal de contas, ele era imortal.

Um gato assim é que eu queria. Se a Feijoa e companhia fossem imortais, não precisaria de me preocupar tanto com eles como me preocupo.

Leitura em dia

Encontro-me em casa a gozar uma semana de férias. Depois ainda não sei para onde vou. Aguardo tranquila por novidades. Gostaria de começar nas minhas novas funções o quanto antes mas vamos ver o que vai suceder nos próximos dias.

Enquanto não chegam notícias, vou finalmente descansando e aproveitando para fazer aquilo de que gosto. A leitura é uma dessas actividades que me preenchem grande parte do tempo.

Estou a acabar o quarto livro de uma saga bem interessante. Sendo o último livro, à medida que a história se aproxima do final, também vai-se tornando cada vez mais empolgante. Está a custar largar o livro para fazer seja o que for e por isso tento ler o mais possível. É deveras viciante.

Vou naquela parte em que a protagonista se encontra grávida e o seu futuro, bem como o do feto, são uma incógnita. Estalo de curiosidade para ver no que vai dar esta estranha gestação. Enquanto lá não chegar, vou lendo avidamente.

Talvez conclua a leitura desta obra antes do tempo. A julgar pelo ritmo que levo, é provável que a leia aí com uma semana antes da data prevista para a sua conclusão.

Internet (a saga continua)

Esta é a história verídica da adesão à Internet móvel através da certidão multiuso. Também é uma história que demonstra bem que, por vezes, as pessoas não estão bem informadas sobre como proceder em casos tão específicos como os nossos em que é preciso agir de outra maneira. Quantas não são as vezes em que os agentes das comunicações desconhecem o que há de específico para nós e nos informam erradamente. Neste caso parece ter havido uma baralhada enorme que parece agora não ter fim à vista.

Com tudo isto estou sem usufruir da Internet que tanta falta me faz. Como se não bastasse o fardo que carregamos por termos nascido diferentes, ainda temos que tropeçar, não raras vezes, na falta de rigor e informação dos que nos rodeiam quando só queremos usufruir dos nossos direitos. Acontece isto com a internet agora, como também me tem acontecido ao longo destes últimos anos com o jogo do empurra sobre a possibilidade de fazer ou não o estágio profissional. Em ambas as situações sou fortemente lesada dos meus direitos só porque as pessoas não me sabem informar ou procedem de forma errada. São tão excepcionais os casos em que se está perante pessoas deficientes que as pessoas se esquecem, desconhecem ou pura e simplesmente nunca antes haviam lidado com estas especificidades.

Esta história começa aquando da aquisição do meu novo computador portátil no já longínquo mês de Janeiro. Eu tinha uma placa de Internet móvel da Kanguru mas já era bastante antiga e não havia drivers compatíveis para Windows 7. Como lhe fazia carregamentos de vinte euros que quase não davam para nada, resolvi tentar a Internet móvel Sapo que tem vantagens através da certidão multiusos. Fui descansada da vida. Foram preenchidos os devidos formulários e havia um plafom que me dava para uns tempos. Estava convencida que já tinham chegado os impressos e já estava tudo pronto. O tempo foi passando e comecei a estranhar a demora na chegada da factura.

Uma bela tarde, já em Fevereiro, não consegui aceder à Internet e liguei para a linha de apoio. Foi-me dito que não chegaram impressos nenhuns e a minha placa estava ainda como uma placa de carregamentos e não de factura. No dia seguinte fui novamente à loja mas não levei a placa. Viram que a funcionária que me atendeu da primeira vez se enganou a copiar o número de referência do equipamento.

Uns dias depois voltei à loja porque vi que o cartão, tendo feito um mês de aquisição, estava bloqueado. Novos impressos foram feitos e mandaram-me aguardar. Esperei a semana toda. O tempo também me falta para aceder à Internet e por isso só no Sábado tive oportunidade de verificar se já tinha tudo em ordem. Não tinha e liguei para a linha de apoio de onde me voltou a ser dito que nenhum impresso havia chegado. Lamentando, debitaram-me dinheiro no cartão para que eu não estivesse sem o serviço. Mais tarde, continuando com o cartão bloqueado, voltei a ligar e aí desbloquearam-me o cartão por uns dias. Foi-me aconselhado ir a uma BlueStore autorizada e assim fiz na passada semana. Foi aí que me apercebi da embrulhada que para ali ia. Resolver isto parece que é complicado e, com toda esta história, quem fica prejudicada sou eu porque não estou a aceder à Internet.

Esperando mais uma semana, constatei que ainda não tenho a situação resolvida e por isso tive de voltar ao Coimbra Shopping. Desta vez iria mostrar o meu desagrado de forma mais vincada, até porque começo a ficar sem paciência para isto. Para os leitores ávidos de sangue e muita acção, com coisas a partir e tudo, lamento desiludi-los. Apenas ameacei desistir, uma vez que não me conseguem resolver o problema. O que consegui foi que me alargassem a validade do cartão e o plafom enquanto o problema não estivesse resolvido.

Atendeu-me depois uma simpática funcionária que se comprometeu pessoalmente a resolver este imbróglio. Eu respondi que estava de férias e mostrei um ar aborrecido de quem teve de abdicar de um belo dia de descanso, veio de casa ainda por cima a pé e teve de se deslocar ali só porque ainda não tinha o problema resolvido. Disse ainda que na passada semana estive ali toda a tarde da minha folga, quando deveria estar a fazer os preparativos para a troca de local de trabalho. Tudo isto era verdade.

Desta vez nem tempo tive para almoçar. Comprei um pacote de batatas fritas no Continente e um caderno. Rezei para que o autocarro viesse rápido. Às duas da tarde tinha um compromisso.

P.S.: Hoje consigo aceder à Internet mas ainda não sei se ela está provisória ou se já está tudo em ordem. Recebi uma mensagem a informar o número do pedido. Aguardo até aos primeiros dias de Abril. Se não me aparecer a factura em casa, farei nova investida ao Coimbra Shopping.

Thursday, March 24, 2011

Sem acesso




Para além de sonhos passados maioritariamente em minha casa e nos quais eu me preocupo com animais, também é frequente ter sonhos em que algo se passa com um computador, com o telemóvel ou com um rádio. Normalmente são avarias muito estranhas.

Desta vez sonhei que o meu computador lá de casa não conseguia aceder ao Windows. Reiniciava-o, voltava a reiniciar e nada.

Todas as pastas e ficheiros estavam lá, eu via-os mas não podia fazer nada com eles. Era uma espécie de vírus algo estranha. Ainda mais essa!

E Falcao até nem estava a jogar nada

O Porto foi a Olhão vencer por três golos sem resposta a equipa local. Falcao regressou aos golos sem porém fazer uma exibição de encher o olho.

Os benfiquistas depositavam à partida grandes esperanças na perda de pontos pela parte dos dragões no terreno do Olhanense que tem sido uma equipa difícil de bater em casa.

A turma local começou logo a criar perigo por intermédio de Paulo Sérgio.

Houve um momento insólito que deu para ver que nada é deixado ao acaso no clube liderado por Pinto da Costa. Um atleta do Porto que não identifiquei apareceu caído no relvado com os calções puxados para baixo e deu para ver que até a roupa íntima dos jogadores é azul.

Voltemos ao Futebol propriamente dito, por favor! Ainda não é desta. Há a realçar um desentendimento entre a equipa médica do Olhanense e o jogador Jorge Gonçalves que estava para ser assistido. Com isso a equipa esteve bastante tempo a jogar com menos um jogador sem necessidade absolutamente nenhuma. Já há tempos num só jogo aconteceram coisas a roçar o anedótico nas hostes da equipa de Olhão. Um desses episódios teve a ver com a entrada em campo de dois jogadores com o equipamento trocado. Também já sucedeu a equipa de Olhão ter entrado com uns calções diferentes dos que tinha indicado para alinhar nesse jogo, salvo erro contra o Marítimo e pagar uma multa valente. Entendimento precisa-se ali para aqueles lados.

Bem, esperemos que seja agora que vamos narrar o que realmente interessa- os lances do jogo.

Hulk começou o seu recital de remates perigosos. Na primeira ocasião o seu remate de longe que até foi forte saiu ao lado e na segunda ocasião foi Ricardo Batista que desviou para canto. Seria o primeiro de uma longa sucessão de cantos a favor dos dragões.

No Olhanense só Paulo Sérgio criava perigo.

O que é que está a acontecer com Belluschi ultimamente? Ele não era assim tão arruaceiro. Já parece o Fucile. Sempre a protestar, a ameaçar os adversários, enfim…do jeito que se gosta naquele clube. Parece é que ele demorou um pouco mais de tempo a assimilar a mística do clube de Pinto da Costa com a qual infelizmente não simpatizo. E assim se estraga um excelente jogador. Já há dias aqui falei do Pepe que por vezes estraga tudo e até prejudica a sua equipa com situações de indisciplina completamente a despropósito. Aqui o Belluschi, com muita pena minha, vai pelo mesmo caminho. Já está a ir irremediavelmente.

Entretanto há mais um lance perigoso resultante de uma disputa de bola entre Varela e André Micael. Do outro lado Helton teve de se aplicar a remate de cabeça de Djalmir.

Fernando Alexandre do Olhanense viu um cartão amarelo por falta sobre Varela. A cobrança do livre resultou em mais uma defesa de Ricardo Batista. A cobrança esteve a cargo de Hulk. Por esta altura do jogo já eu questionava se Falcao estava realmente a jogar. Nada tinha visto de relevo pela parte do avançado colombiano.

O Porto continuava a criar perigo. Pelo clube algarvio, só Paulo Sérgio ia tentando mostrar o seu inconformismo. Num remate seu à baliza da equipa visitante, o Olhanense ganhou um canto do qual nada resultou que se possa registar.

Nos minutos que antecederam o intervalo o Olhanense esteve por cima no jogo mas o marcador não se alterou.

Para a segunda parte André Villas-Boas fez entrar Fucile e James para os lugares de Varela e Sapunaru. No Olhanense nada se alterou, nem mesmo a persistência de Paulo Sérgio em tentar o golo a todo o custo. Desta vez o seu remate ocorreu na sequência de um lançamento de linha lateral efectuado por Carlos Fernandes. Helton estava atento.

Realce para a primeira aparição de Falcao no jogo rematando ao poste. Outro colombiano- James- também remata por cima na sequência de um livre.

Houve uma fase do jogo em que o Olhanense pareceu estar melhor no jogo mas foi na baliza defendida por Ricardo Batista que o perigo rondou de forma mais evidente . Um defesa local negou um golo certo aos portistas depois de defesa do seu guarda-redes a remate de Hulk.

Registo para mais um remate de cabeça de Falcao. O jogo está animado.

Registe-se um cartão amarelo para Hulk por uma falta dura sobre um seu adversário. Este cartão impede o Jogador Número Doze do Porto de jogar frente ao Guimarães.

Em dois minutos o Porto faz dois golos. O primeiro ocorre ao minuto sessenta e seis e é da autoria de Belluschi num grande remate. Depois é Falcao que faz o segundo golo imediatamente a seguir. Dois golos de rajada para descansar os adeptos que eventualmente já estivessem a acusar alguma impaciência.

Depois de uma jogada de perigo desperdiçada por Hulk, quase que o Olhanense reduzia a desvantagem mas Helton impediu que tal acontecesse.

Já nos descontos, ainda há tempo de Ruben Micael ver um cartão amarelo. Ele que, instantes antes, tinha executado um remate de longe que saiu por cima da baliza de Ricardo Batista.

Também ainda há tempo para o Porto marcar o seu terceiro golo. É o segundo golo de Falcao neste jogo. Ele que nem estava a jogar grande coisa. Os avançados são assim, podem passar ao lado do jogo mas basta estarem lá na hora certa e marcarem. Assim foi Falcao neste jogo. Pouco mais fez do que estes dois golos.

O jogo não podia terminar sem que Hulk rematasse por uma última vez à baliza numa tentativa desesperada de marcar um golo neste jogo. Não o conseguiu e a partida terminou com mais uma vitória portista por 0-3.

O que é que eles estão a roer?



Cães extremamente esfomeados, viagens impossíveis, horror que se transforma quase em comédia ao acordar…eis os ingredientes desta espécie de pesadelo que até começou de forma perfeitamente inofensiva.

Antes de entrarmos propriamente na descrição do sonho convém dizer que, tal como acontece sempre que há Futebol e não é transmitido pela televisão, eu deito-me debaixo das cobertas bastante cedo. Nesta noite estava até algum calor e eu acordei de madrugada com uma música a passar na rádio que há muito não ouvia.

Entremos definitivamente nas aventuras oníricas desta madrugada! O cenário é a minha casa onde a minha mãe preparava com bastante dedicação as coisas para a minha irmã que ia viajar até ao Luxemburgo. Ela faria essa viagem…no camião de um rapaz da minha terra que, na realidade, não tem um camião mas sim um tractor.

Eu estava revoltada pelo facto de a minha mãe encarar esta aventura da minha irmã de ânimo leve. Na realidade a minha mãe jamais deixaria que fizéssemos tal viagem. No sonho a minha revolta era pelo facto de ela não me deixar a mim fazer essa viagem e deixar que ela a fizesse. Estava realmente muito zangada. Se eu quisesse viajar teria forçosamente de ser às escondidas.

Que raiva! A minha mãe embalava carinhosamente roupa quentinha para a minha irmã levar para o frio do Luxemburgo. Corria contra o tempo. A viagem era dali a algumas escassas horas.

Foi nesse estado de revolta e fúria que me coloquei junto ao portão que dá para o terraço a olhar para a estrada. Estava um dia de Sol com algumas nuvens. Situaria o tempo da acção aí a meio da manhã, seria sensivelmente meio-dia.

Na estrada passava imenso trânsito e era maioritariamente composto por veículos de grande porte. Lembro-me de ter passado um camião todo branco, desses que transportam as mercadorias para o meu local de trabalho. Esse veículo abriu a porta do lado do condutor e voltou-a a fechar.

Constatei que, a certa altura, os veículos afrouxavam em determinada zona da estrada. O que se passava? Atropelaram algum animal? A medo fui-me aproximando, até porque outro carro parou mesmo.

Na estrada havia detritos de toda a espécie, desde galhos de lenha a folhas rasgadas de revistas ou de jornais. Seria por isso que os veículos abrandavam a velocidade? Provavelmente, mas havia mais qualquer coisa ali.

Olhando para a berma do outro lado de minha casa (sempre a mesma berma onde há tempos vira o corpo do meu primo quando o procuraram toda a noite e outros mais) pareceu-me ver algo que inicialmente não consegui distinguir.

Aproximei-me mais e constatei que era um dos cães que ali estava agachado. Teria sido atropelado? Lentamente fui caminhando na direcção onde ele estava e então vi que o outro cão também lá estava. O que vi que eles estavam a fazer deixou-me intrigada. Um de cada lado, puxando para cá e para lá enquanto rosnavam e roíam, os dois cães partilhavam um animal que se encontrava esfolado. Não consegui distinguir que animal era, já não tinha cabeça e estava parcialmente comido. Faltava ali o terceiro cão mas não me parecia que os cães estivessem a comer o outro irmão. Parecia-me até que o animal que eles comiam era maior do que eles. Uma cabra? Uma ovelha? Algo do género.

Enquanto os dois cães se banqueteavam, havia uma espécie de banda sonora. Como classificar a música instrumental que não existe na realidade? Ao mesmo tempo erra cómica mas, sendo utilizada neste contexto, dava um ar sinistro ao quadro. No sonho essa melodia era familiar. Era simplesmente a música daqueles cães, como se eles fossem personagens habituais de uma novela ou de um filme e lhes tivessem atribuído essa música.

Afinal o outro cão andava por aí pelos pinhais a ladrar. Ouvia-o ao longe. Ele é ligeiramente mais escuro do que os irmãos.

Aquela cena dos cães a comer intrigou-me. Corri para dentro o mais depressa que pude e chamei a minha mãe em tom alarmado para vir espreitar o que é que os cães estavam a roer na berma da estrada. Enquanto gritava pela minha mãe, ia saltando por cima dos galhos de lenha que ali no terraço eram mais numerosos do que na estrada. Provavelmente os meus pais tinham ido à lenha para cozer a broa ou mesmo para assar um leitão e espalharam os galhos pela estrada.

Aflita, perguntei a minha mãe se a gata Feijoa estava lá dentro. Não me parecia que o animal que os cães estavam a dilacerar fosse a Feijoa. Na verdade era um animal muito maior mas…

Fiquei descansada quando a minha mãe respondeu afirmativamente à minha pergunta.

Acordei com a música dos cães na cabeça. Tive pena de não a ter trauteado ao gravador do telemóvel para a posteridade mas era de madrugada e podia acordar os vizinhos. Ela estava tão nítida na minha mente que era fácil fazer isso nos minutos seguintes a ter despertado deste pesadelo. Depressa a esqueci. Foi pena porque também constatei que me assustei à toa.

Quando adormeci novamente as preocupações já foram de outra índole. Agora estou no meu local de trabalho a fazer o turno de fecho. É domingo e está uma noite bem escura. Eu estou extremamente chateada porque não quero estar sozinha na paragem do autocarro.

Acordei definitivamente. Para variar comi laranjas ao pequeno-almoço daquele que provavelmente seria o meu último dia de trabalho naquela loja e naquelas funções.

P.S.: Quase um mês passado, ainda continuo a trabalhar no mesmo local e nas mesmas funções. Há que aguardar pacientemente que tudo fique pronto para finalmente mudar.

Sunday, March 20, 2011

Não admira que a Natureza se revolte contra o Homem

É incrível o que o Homem hoje consegue fazer! Sinceramente nem sei onde isto vai parar mas antevejo que o resultado irá ser catastrófico. Pode parecer ridículo mas nada parece fazer mais sentido neste actual estado de coisas. Todas as características específicas de uma ou de outra região perdem o seu encanto.

Dizem as pessoas que nada percebem de ciências e pouco mais sabem do que escrever o seu nome que, desde que o Homem passou a mexer nos astros, tudo se descontrolou. De facto não foi bem assim mas quase.

Vem isto a propósito de uma notícia que ouvi na rádio sobre uma praia artificial que iria ser construída em...Mangualde. Praia em Mangualde? Onde é que isto vai parar?

Por um lado entende-se que as povoações do Interior não têm acesso a praia mas poderiam contentar-se com outras maravilhas que por lá têm. Se sempre viveram sem mar por perto, não é agora que vão sentir falta dele.

Agora já se pode ter neve todo o ano em todos os locais do Mundo, praia onde o mar não chega, que mais vão inventar? Sol escaldante em Dezembro e chuva tropical em pleno Verão?

Depois ouvimos os nossos avós a dizer com razão que as coisas já não estão como antes. E que acontecem tornados a mais, sismos e tsunamis a mais e as temperaturas estão mais extremas. A culpa não é só do buraco do ozono devido à incúria humana, provavelmente também será um castigo divino. Já não digo nada.

Ninhadas de proporções bíblicas e missas pouco católicas

Cães, gatos e até cabras. Tudo seguia em grupos numerosos pela estrada à maneira de nem se ver o asfalto. Escuso de dizer que iniciei a descrição de mais um sonho e que a acção se desenrola à porta de minha casa.

Generosas ninhadas de animais domésticos de todas as espécies seguiam juntos, conviviam juntos e misturavam-se incrivelmente até à estrada. Para complicar as coisas, o tráfego naquela altura era muito intenso devido a uma qualquer festa nas redondezas.

Eu tentava tirar os animais da estrada para impedir que fossem esmagados por algum veículo. A tarefa não era fácil porque eram muitos os animais e eram bastantes os carros que paravam perante tão caótico cenário.

Eu afagava uma ninhada de quatro gatinhos que quase pareciam feitos de porcelana. Eram muito bonitos. Lembravam um pouco o Raider e a Feijoa quando eram pequenos.

Acordei eram apenas e só três da madrugada. Dada a elevada actividade onírica, pensei que já fossem aí umas seis da manhã.

A segunda parte da jornada onírica teve o seguinte plano de actividades:

Tínhamos ido a uma espécie de festividade ou convívio. Tudo era estranho ali. Não conhecia uma só pessoa que ali estava.

Naquele estranho anfiteatro decorria uma estranha missa que mais parecia uma daquelas missas dos caloiros igual àquela que decorreu no auditório da ESEC no ano em que para lá entrei.

Os cânticos entoados no culto, digamos assim, eram do mais profano que havia. É o que eu digo, aquilo parecia mesmo uma das missas dos caloiros. Uma das músicas era seguramente da Ágata, imagine-se. Provavelmente não era uma canção que existisse na realidade mas eu cantava a plenos pulmões.

Havia ali algo de ilegal, de clandestino, de proibido. Encontrei alguns folhetos de como se digitalizam fotos ou se imprime algo e acabei também por encontrar uma caneta de duas cargas em que duma só restava o bico.

Foi uma longa noite de intensos sonhos

Seguem em frente os vermelhos

Depois da passagem do Porto à próxima fase da Liga Europa e da eliminação do Sporting nos instantes finais aos pés do Glasgow Rangers, Benfica e Braga seguem viagem no comboio europeu.

No Benfica a novidade prendeu-se com a presença de Franco Jara na equipa titular em virtude de Saviola continuar a padecer de perturbações digestivas. Isto promete com a presença deste jogador em campo!

Em Estugarda, o guarda-redes da equipa local já defende um remate de Gaitan.

Em Braga o jogo está animado logo nos minutos iniciais. Depois de o autor do golo dos polacos na primeira-mão ter falhado, Alan acabou por marcar o golo que dá o empate na eliminatória. O Braga parece ter o caminho aberto para seguir em frente.

Em Estugarda Roberto brilha face à pressão dos alemães para chegar ao golo. Coentrão tem uma jogada vistosa mas o guarda-redes do Estugarda nega o golo. Depois Cardozo remata ao lado.

Enquanto que o Braga vai sufocando a equipa polaca e parece ter tudo para passar sem sobressaltos, em Estugarda o autor do golo do Estugarda no Estádio da Luz faz com que Roberto brilhe.

À meia hora de jogo o Benfica vê premiado com um golo todo o seu esforço ofensivo e as vistosas jogadas de ataque que tem conseguido. Num remate de ressaca depois de um canto, Salvio inaugura o marcador.

Em Braga também há golo de Lima. Agora parecem não restar dúvidas sobre a passagem ou não do Braga aos oitavos de final da Liga Europa.

Os jogos chegam ambos ao intervalo com boas perspectivas que se abrem para a passagem das equipas portuguesas.

O guarda-redes do Estugarda defende um remate de Jara após mais uma das habituais jogadas vistosas com perfume argentino que o Benfica constrói. Foi o último lance em que este guarda-redes brilhou. Num lance fortuito, o guarda-redes alemão é atingido de forma acidental pelo joelho de Gaitan na cabeça. Há grande preocupação porque o alemão parece estar em muito más condições. Acaba por sair inanimado em maca e com muito má cara. Espera-se que nada de grave aconteça!

O Estugarda tenta agora carregar um pouco e forçar o golo.

É Luisão quem causa perigo na sequência de um livre. Cardozo também tentou a sua sorte mas o guarda-redes do Estugarda que foi titular na primeira-mão, que fez uma bela exibição no Estádio da Luz e que estava a suplente neste jogo negou o golo ao Glorioso.

Entra em cena o japonês Okazaki com um remate perigoso.

Carlos Martins, acabado de entrar, já remata à baliza. Quem continua a criar problemas é Okazaki mas Roberto efectua mais uma defesa.

O japonês não marcou e acabou por estar ligado ao segundo golo do Benfica. Okazaki fez uma falta sobre Franco Jara, foi contemplado com o cartão amarelo e na sequência do livre Cardozo fez o golo que levou à debandada dos alemães das bancadas do seu estádio.

Algum sururu acontece após um lance entre Coentrão e o Jogador Número Treze do Estugarda. Entretanto o Jogador Número Trinta e Um- o japonês Okazaki faz mais um remate à baliza de Roberto.

O Benfica continua com as suas jogadas de elevada nota artística protagonizadas por habilidosos jogadores argentinos enquanto que em Braga os polacos ficam reduzidos a dez unidades por expulsão de um jogador com vermelho directo. Tudo se encaminha para o sucesso dos minhotos.

O Jogador Número Onze do Benfica, o brinca-na-areia Franco Jara até provoca tonturas a quem assiste a esta sua jogada. Coitado do adversário!

Em Braga teme-se que os polacos marquem um golo que lhes permita segurem em frente. Apesar de estarem reduzidos a dez jogadores, tentam nos derradeiros minutos um forcing final.

Para grande alívio, o jogo acabou em Braga com a passagem dos arsenalistas aos oitavos de final. O Benfica também segue em frente com esta vitória igualmente por 0-2 em Estugarda.

Venha agora o sorteio! Portugal segue em frente com três equipas na Liga Europa.

Transferências

Ainda não sei quando irei para o meu novo local de trabalho mas já sonho com a minha nova condição. Só as protagonistas do sonho são ainda as minhas actuais colegas de trabalho que provavelmente até irão ler isto.

O local é a loja, mais propriamente uma espécie de sala de reuniões bem ampla. O espaço estava equipado com mesas redondas de madeira envernizadas de castanho. Ao redor dessas mesas encontrava-se um grupo bem animado de pessoas. Reinava a camaradagem e a boa disposição.

Entre os presentes, uma desconhecida de nome Ana relatava o seu quotidiano de mulher grávida. Ela tinha uma forma bem divertida de contar as coisas e toda a gente se ria em redor da mesa. Contava ela que os seus enjoos matinais eram tão intensos que quase se confundiam com o comboio que passava na linha junto de sua casa.

Na mesa estavam algumas das minhas actuais colegas de trabalho já coradas e de lágrimas nos olhos de tanto rirem com as tropelias da outra. Em sonhos tudo é possível. Levei comigo algumas colegas minhas, digamos assim, e o meu subconsciente encarregou-se, para além de as trocar de loja, de as trocar de secção. Uma colega que, na realidade, trabalha nas caixas ali fazia limpezas e outra trocou a fruta pelo escritório. O engraçado é que continuava a dizer palavrões e todas nos ríamos com tal situação. Ela realmente tem graça e eu às vezes parto-me a rir com a maneira como ela conta as coisas, por mais insignificantes que sejam. Dá-lhes, digamos assim, um tempero mais picante, atendendo ao registo de linguagem utilizado. É um riso!

Ainda no mesmo local, ia remexendo numas caixas que inicialmente tinham comida pronta a aquecer. Só que os sonhos tudo transformam e rapidamente comecei a retirar lá de dentro discos de vinil antigos do Roberto Carlos e de outros artistas desconhecidos que não existem na realidade.

As minhas duas colegas que na realidade existem estavam em grande alvoroço. Calhei a olhar para cima e reparei que alguém filmava toda aquela algazarra com uma enorme câmara.

Houve quem implicasse comigo por causa das minhas sapatilhas e do meu velho casaco de treino azul. Eu desculpei-me com o facto de ser o meu primeiro dia ali e prontifiquei-me a explicar que já tinha comprado roupa para me adaptar às minhas novas funções.

Em casa toda a gente reparava que recorria mais ao vernáculo. Influência das minhas colegas? A discussão que estava a ter com a minha mãe e a minha irmã no meu quarto por causa de dinheiro tinha três palavrões por quatro palavras que integrassem uma frase. Já parecia uma outra colega minha que na realidade existe com essa característica e que me faz rir até ás lágrimas. Nem me estava a reconhecer.

Antes de acordar e de colocar as coisas na devida ordem, ainda deu tempo de sonhar com uns gatos pretos, sendo um deles mais acastanhado.

Conhecia bem isto mas parece que nunca soube quem cantava

Assim que o despertador toca, logo ligo o rádio que está sempre sintonizado na M80. Hoje passou este tema que já não me lembro de quando foi a última vez que o ouvi. Certamente foi há muito.

Fobia a faróis de carros




Já aqui falei desta minha mania de fugir para dentro ou tapar os olhos para não ver os faróis dos carros. É um aspecto bem curioso. Penso não conhecer ninguém com este...como hei-de chamar...distúrbio.

Na verdade este tipo de comportamento sempre me perseguiu desde tenra idade. Sempre que era noite e eu ouvia ao longe o som do motor de um carro, logo corria para dentro a fechar as portas.

Se estou dentro de casa, assim que pressinto que um veículo vai a passar, tapo os olhos para não ver os faróis, como se essa imagem representasse algo de terrível. Já aconteceu gritar por estar distraída e levar com os faróis de um carro reflectidos de uma janela aberta.

E quando estou deitada? Coloco a cabeça debaixo dos cobertores para não ver essa imagem aterradora dos faróis de um carro. Por mais que pense, não consigo perceber por que é que eu reajo dessa maneira.

Curiosamente hoje vivo na cidade e ando na rua normalmente sem me incomodar com os carros e seus faróis que passam por mim a cada segundo. Só me incomodam quando me encandeiam quando ando pela rua. De resto não há o mínimo de transtorno. Estava servida se agisse da mesma maneira que ajo quando estou na aldeia. Então nem saía de casa.

Bem, afinal tenho uma teoria para este meu comportamento. De facto na minha terra passavam poucos carros, principalmente à noite. Quando eu era criança ainda passavam menos. Quando passava algum, se calhar, era motivo para me assustar. É quase a mesma coisa que acontece de cada vez que se ouve o som da viatura do INEM nas redondezas. Toda a gente fica aflita e vem a correr. Na cidade, mal estaria eu se me sobressaltasse de cada vez que ouvisse uma sirene de uma viatura policial ou de uma ambulância a apitar. Confesso que os meus primeiros tempos não foram fáceis nessa matéria. Hoje a situação está praticamente normalizada e já não tenho pesadelos do calibre de um que ainda está a figurar como sendo o pior que tive só porque ouvi uma ambulância de madrugada. Ainda acordo por uma vez ou outra mas já não me incomodam assim tanto.

Vem isto a propósito de ter sonhado mais uma vez com uma situação em que me tive de resguardar de faróis de carros. No meu sonho havia grande movimento na estrada e eu tentava defender-me da perturbadora visão dos faróis dos carros colocando o braço por cima dos olhos. Por mais que fechasse os olhos e os cobrisse com as mãos, via sempre os faróis.

Mais agradável foi sonhar com peixe assado. Quando acordei tocava a música que passo a apresentar no post a seguir a este.

Que teimoso é Gomis

O Real Madrid com Cristiano Ronaldo, Pepe e Ricardo Carvalho a titulares foi ao terreno do Lyon empatar a uma bola, o que lhe abre boas perspectivas para o jogo da segunda-mão.

O jogo foi muito bem disputado, sobretudo nos minutos finais depois do golo do empate da equipa francesa. Recordemos as incidências desta partida!

Logo nos primeiros minutos de jogo já Sérgio Ramos via o cartão amarelo por falta sobre Delgado. Adivinhava-se uma tarefa árdua para os pupilos de José Mourinho.

No primeiro quarto de hora o Lyon deu a sensação de estar melhor na partida. Cris e Gomis já tinham tentado a sua sorte.

Depois desse período inicial, o jogo tornou-se algo monótono para depois continuar com um ligeiro ascendente da equipa francesa. Xavi Alonso quase desviava a bola para a sua própria baliza.

Da parte do Real Madrid, nem um remate havia para ser registado. De facto, sempre que os pupilos de Mourinho tentavam entrar no meio-campo adversário, sofriam forte pressão dos jogadores do Lyon que estava a jogar extremamente bem atendendo ao nome do seu opositor.

Delgado aparece caído na área a reclamar mas nada é assinalado. Outro jogador argentino- Di Maria- abre as hostilidades em matéria de remates perigosos para o Real Madrid.

Ronaldo colocou á prova o guarda-redes do Lyon mas Casillas também não se ficou atrás num lance de bola parada do Lyon.

Gomis, jogador mais perigoso da equipa francesa, quase provocava um falhanço clamoroso àquele que é provavelmente o melhor guarda-redes da actualidade.

Gomis semeia o pânico. Está a ser uma agradável surpresa. Vem dele o perigo para a baliza de Casillas. O Real Madrid está um pouco perdido e confuso. Tudo ao molho agora neste lance!

O intervalo chega com um nulo no marcador. Ninguém se espantaria se a equipa da casa estivesse em vantagem. Gomis e seus companheiros são os culpados de Casillas não sentir nem uma ponta do intenso frio que se faz sentir em França.

O brasileiro Michel Bastos do Lyon entra duro sobre Di Maria e vê um cartão amarelo que o impede de alinhar em Madrid. Na sequência do livre, a bola vai ao poste rematada por Cristiano Ronaldo. Depois há outro lance em que Sérgio Ramos acerta na trave da baliza do Lyon. O Real Madrid parece entrar fulgurante para a segunda parte.

Pepe pode ser um excelente jogador mas deixa muito a desejar em termos disciplinares. Agora há uma confusão e ele parece estar lá metido. Nada acontece em termos de amostragem de cartões.

Agora dá se um lance insólito. O Jogador Número Vinte e Nove do Lyon entra pelo seu banco de suplentes adentro numa jogada mais impetuosa.

Cris do Lyon vê um cartão amarelo por falta sobre Cristiano Ronaldo. O próprio Ronaldo cobra o livre que origina um lance duvidoso em que é reclamada mão de um jogador da equipa francesa na área. Nada foi assinalado.

Poucos minutos depois de ter entrado, Benzema aponta o golo do Real Madrid. Também acabado de entrar, o Jogador Número Vinte e Quatro do Lyon logo viu um cartão amarelo por falta sobre Di Maria. Outro jogador do Lyon que também tinha acabado de entrar rematou de longe e de forma perigosa para a baliza de Casillas. Entrou tudo com vontade de fazer alguma coisa. Para já Benzema foi quem mais lucrou.

Mais um dos muitos remates de Gomis neste jogo. Ele já não rematava há imenso tempo.

Cristiano Ronaldo aparece caído no chão a queixar-se imenso já depois de Mourinho ter esgotado as substituições. Depois de um lance dividido com Cris, Ronaldo caiu mal no relvado.
Foi aos oitenta e três minutos que Gomis finalmente conseguiu o que tanto procurou no jogo- o golo. Na sequência de um livre, o avançado do Lyon empatou o jogo.

Di Maria também remata à baliza mas o seu remate desvia num jogador adversário. Depois do golo do empate do Lyon o jogo ficou espectacular. São lances de perigo numa e noutra baliza e excelentes trocas de bola.

Apesar deste forcing final das duas equipas, o resultado não se alterou. É com este empate que se tem de jogar a segunda mão no próximo dia 16 de Março. O Real Madrid tem tudo para poder passar á próxima fase.

Friday, March 18, 2011

Secretos de porco




O local era apropriado e a ocasião também convidava. Estava eu no refeitório da nossa empresa com algumas colegas. De repente na televisão houve uma qualquer referência a secretos de porco e surgiu a indignação de algumas das presentes. Eu fui das que mais se questionou sobre o curioso nome deste prato. Mas por que carga de água se chamam secretos de porco aos secretos de porco?

Fui investigar. E então não é que há imensas pessoas com a mesma dúvida. São secretos de porco e ponto final. Quem gostar, pois muito bem. Quem não gostar, coloca na borda do prato. Come-se e está a andar.

Bom, pesquisando na Internet não encontrei mais nada senão receitas culinárias. Secretos de porco com arroz frito, secretos de porco grelhados, com batatinhas assadas, com salada…meus amigos, a questão essencial é: que diabo é isso de secretos de porco e por que raio é que em muitas ocasiões se referem especificamente a secretos de porco preto. Se calhar é porque os porcos brancos são mais transparentes e não têm nada que seja secreto.

Tudo isto me levou a que chegasse a uma conclusão: é algo tão secreto, tão secreto, mas tão secreto que ninguém sabe o que é. É secreto, não há nada que saber.

Também me pus a pensar se em alguma ocasião comi essa iguaria. Não me lembro ou se calhar comi sem saber. Não me quiseram contar.

Os cromos dos autocarros e outras peripécias minhas




Para este início de semana, o prato a servir era uma ida ao Coimbra Shopping em busca de uma BlueStore da PT para ver se resolvia o problema da Internet de uma vez por todas. Já estou a ficar saturada disto!

Já há mais de dez anos que não ponho os pés em tal sítio, por isso encarava esta visita com uma certa relutância. Para dizer a verdade, não me apetecia nem um pouco ir até lá.

Da ACAPO para casa apanhei o dez, a minha viatura oficial, por assim dizer. A certa altura entrou um velhote daqueles que só andam mesmo a estorvar nos autocarros. Por mais que ele introduzisse a senha na máquina, esta não dava. Ele virava a senha de um lado, virava-a do outro e o resultado era o mesmo. Parece que ele a dobrou ou a amolgou e a fita magnética ficou danificada. O homem era tão chato, tão chato, mas tão chato que o condutor estava a perder a paciência com ele.

Ele insistia em colocar a senha na máquina. Até a mim me estava a meter nervos. O condutor resmungou que não tinha o dia inteiro para ficar ali à espera que ele se sentasse. Depois de mais duas ou três tentativas frustradas, o individuo queria dar a senha ao condutor para trocar por uma nova, imagine-se. O condutor explicou-lhe que tinha sido ele que tinha danificado a senha e só a aceitava se ela já tivesse defeito. O homenzinho resmungava e decidiu-se a sentar.

Para dizer a verdade, ele atirou-se pesadamente para ao pé de mim. Atirou-se com tanta força que se sentou em cima do meu casaco. Nem imaginam a batalha que foi para eu me libertar daquele corpo pesado. Enfim...e eu que ia sair na paragem seguinte!

Tentei sair dali mas ele começou a resmungar comigo e o condutor com ele para ele se sentar. Ele dizia para mim que ainda faltava muito para a paragem mas eu estava a ver que ele não se conseguia arredar em tempo útil para eu sair. Já me fervia o sangue.

Depois de finalmente ter saído lá apanhei outro autocarro rumo ao meu destino. Fartei-me de andar às voltas para encontrar a loja.

Por fim lá a encontrei mas estive uma eternidade para que me resolvessem o problema que pelos vistos é bastante complicado. Tudo porque se enganaram da primeira vez. E agora por isso não tenho Internet e tenho tudo atrasado quando deveria estar em ordem.

Estive lá imenso tempo. Se chovesse, acho que criava raízes no chão. O caso era de facto complicado e ninguém sabia o que fazer.

Depois de me ter libertado da BlueStore, fui dar uma volta pela SportZone lá do sítio que é um pouco mais pequena que a do Dolce Vita. Ali escolhi três camisolas mais formais já a pensar no Verão.

As aventuras dentro de autocarros não terminaram por aqui. Um grupo de estudantes do liceu estava comodamente sentado no autocarro mas cismou que havia de sair para apanhar outro vazio que estava à frente e que ia sair primeiro. Não se lembraram que ele chegava primeiro às escolas por ali à volta e que enchia rapidamente. Enfim...há gente para tudo.

E lá cheguei a casa. Agora havia que descansar, coisa que não deu muito para fazer no meu dia de folga.

Sunday, March 06, 2011

Eles andem aí…e procuram fruta

Tal como prometi, aqui fica a minha apreciação a estes anúncios da Compal que estão, no meu entender, extremamente bem conseguidos. Dou os meus sinceros parabéns a quem teve esta feliz ideia dos OVNI’s. Está realmente espectacular.

Comecemos pelo primeiro anúncio:



O protagonista do primeiro anúncio pode-se dizer que é um agricultor típico cá do burgo. Não lhe falta mesmo nada. Em todos os anúncios, os protagonistas comparam os objectos voadores não identificados com algo que conhecem. Este comparou o que viu a uma pipa serrada ao meio. Adoro os cães que ele soltou. Têm mesmo um ar medonho, até os seres de outro planeta ficariam melindrados. Depois ainda há o pormenor do agricultor ficar a olhar para cima, colocando a mão na frente da cara para se proteger do Sol.



Este é para mim o melhor dos três. Está estupendo! A senhora, também alguém que vive e trabalha no campo, relata os acontecimentos de uma forma algo cómica. Destaque-se o pormenor das luzes da casa a acenderem sob um ténue nascer do dia. Gostei da expressão “senti os cães alvoraçados”. Sendo uma senhora habituada a confeccionar refeições e a fazer trabalhos domésticos, ela compara o disco voador a um ovo estrelado. De imediato a senhora depreendeu que queriam as ameixas e ficou algo exaltada com a possibilidade de as roubarem e de não ter explicações para dar aos senhores da Compal. O que é que ela fez? Deitou unhas à enxada, uma expressão muito curiosa, e assim espantou os intrusos. Está brutal!



O terceiro protagonista, também ele um agricultor, descreve o objecto que viu como sendo dois faróis agarrados a uma cuba de inox, mais uma vez um objecto familiar ao personagem. Este elogia os acabamentos do objecto voador. Vendo a direcção que tomava, depreendeu logo que iam às cerejas. Após várias tentativas para colocar o tractor a trabalhar, este não pegou e tornou-se impossível perseguir os intrusos. Não sendo possível a perseguição, havia que atirar pedras. Essa foi boa! Não se podia facilitar e deitar por terra o fruto de tanto trabalho para obter o melhor néctar.

Já há muito que não via anúncios tão cómicos!

Três luzes acesas no quarto

Segundo os mais supersticiosos, é mau acender três lâmpadas no mesmo quarto. Dizem que é sinal de azar ou de morte.

Pois bem, quando cheguei a casa constatei que a luz do tecto do meu quarto se tinha fundido. Para ver, liguei o candeeiro da mesa-de-cabeceira e avisei a minha senhoria de que não tinha luz no tecto.

Ela foi chamar o filho que estava a dormir e apareceu visivelmente ensonado e ainda mal acordado. Ao arredar a cadeira da minha secretária para substituir a lâmpada, deitou o meu candeeiro da secretária ao chão. Indignado com o que aconteceu, colocou uma outra lâmpada que eu lhe dei porque a outra tinha partido. Ficaram os dois candeeiros acesos enquanto ele substituía a luz do tecto.

O interruptor estava ligado. Quando ele rodou um pouco a lâmpada, esta acendeu-se e assim, sem querer, ficaram três luzes acesas no meu quarto.

Ao ver o que acabava de acontecer e da maneira que foi, logo entrei em pânico e fui invadida por uma pilha de nervos que só veio aumentar também quando constatei que ainda estava sem Internet e estive mais de duas horas a tentar resolver o problema.

Todas estas emoções desagradáveis levaram a que padecesse de problemas digestivos que me perturbaram a minha noite de sono.

Saturday, March 05, 2011

Tertúlia das divorciadas

Imaginem o seguinte:

Estão duas empregadas de limpeza com umas imaculadas batas estampadas com pequenos quadrados azuis e brancos. Ambas limpam freneticamente umas escadas de uma casa antiga.

Tudo o que é necessário para a sua actividade está junto delas. As senhoras aparentam ter entre trinta e cinquenta anos e ambas atravessaram processos litigiosos de divórcio.

Elas encontram-se e começam a falar do seu quotidiano de divorciadas, daquilo que sabem que os ex-maridos andam a fazer, onde vão, com quem, onde gastam o dinheiro que deveriam dar aos filhos...imagine-se a cena.

Enquanto relatam as peripécias da sua vida de divorciadas, a fúria vai crescendo desmesuradamente e começam inconscientemente a arremessar tudo o que lhes aparece à frente. Enquanto isso vão falando cada vez mais alto e recorrendo também a vocabulário menos próprio. Saliente-se que estão no meio da rua a Céu aberto a limpar uma escada.

A raiva já é tanta que uma delas, sem ter consciência disso, entorna um balde a espumar de água com detergente em cima da outra. Indignada e também com o fogo da raiva atiçado, pega na mangueira verde a escorrer água e agride a sua companheira.

O Sketch termina com as duas protagonistas a insultarem-se uma à outra e a envolverem-se numa luta corpo a corpo.

Já começam com a mania das dietas

Basta a temperatura aquecer um pouquinho para logo aquelas alminhas das minhas colegas começarem a preocuparem-se com a linha.

Ainda bem que eu me vou embora dentro de dias! Aturá-las mais uns tempos a falar de dietas e seus derivados não, por amor de Deus!

Se ainda está frio e já se discutem estratégias de combate ao excesso de peso, como será lá para meados de Abril ou Maio?

Tirem-me daqui!

Na América Latina

Este sonho é simplesmente um espectáculo.

Sonhei que tinha viajado até um país da América do Sul, provavelmente até à Argentina. Sei apenas que cá em Portugal estávamos no Verão porque as equipas portuguesas estavam em pré-época.

A viagem foi feita na companhia de um numeroso grupo de pessoas desconhecidas. A esmagadora maioria delas eram mulheres e a minha vizinha fazia também parte do meu grupo.

Sei que me perdi a vaguear pelas ruas. O ambiente era animado. Muita gente sorridente passava por mim. Esplanadas com mesas coloridas (azuis e vermelhas essencialmente) marcavam a animada paisagem destas ruas oníricas. Cheirava agradavelmente bem a comida. Era uma mistura harmoniosa de sabores.

Só sei que cheguei ao alojamento onde dividia quarto com a minha vizinha era já completamente de noite.

Passou um dia com alguns contornos...picantes, por assim dizer. Sentia-me mesmo bem ali e parece que tudo me era permitido. Não era a terra do pecado mas quase.

O nosso quarto tinha uma televisão munida de TV Cabo ou algo do género mas...a televisão era ainda a preto e branco. Ou seria pela má captação do sinal? Sintonizei o aparelho no Canal 2 (já no outro dia sonhei que via Futebol no Canal 2). Era aí que davam todos os jogos de preparação dos três grandes.

Estava uma noite bem agradável e saímos para a rua. Encontrámos um aglomerado de gente a ver um jogo do Porto frente a uma equipa colombiana. Eram mesmo imensas pessoas sentadas a uma esplanada. Um grupo enorme e animado. Depois do jogo do Porto ainda ia ser transmitido o jogo do Benfica.

Um jovem muito atraente, alto, louro, em nada semelhante aos nativos destas paragens abordou-me e até estava a galantear-me com ar atrevido. A minha vizinha ria-se com ar malandro, tal como costuma fazer na realidade. Só se ri de brejeirices, o raio da mulher!

Ele estava a ser desagradável mas a proposta que me estava a fazer era tentadora. Queria que eu fosse trabalhar com ele. Era jornalista desportivo.

Depois de muito reflectir, acabei por não aceitar a proposta que me estava a fazer. Continuei por ali mas ele não me largava. Como eu odeio este tipo de coisas!

Fartei-me daquela situação e arranquei sem destino. As ruas eram muito a descer ou muito a subir. Descia-se, ia-se parar mesmo a algo parecido com um vale para depois se ter de executar uma subida íngreme. Nalguns casos tinha-se de saltar para fossos (eu e os saltos para buracos nos sonhos).

A noite estava agradável. Para além de me ter chateado com aquele atrevido jornalista e de ter de andar naquelas ruas ia reflectindo no facto de sempre estar fora quando se realizavam os jogos de preparação. Isso é um facto que na realidade já acontece há uns anos a esta parte.

O sonho termina com uma aula na minha sala de aulas onírica de sempre dedicada à América do Sul. Nessa aula, uma tal de Inês distribui pelos presentes comida típica da América Latina. Cheiros e sabores exóticos invadem a sala e muitas dúvidas e desconfianças face ao que têm à frente também.

Depois desta estranha viagem, havia que preparar para mais um monótono dia de trabalho em que nada aconteceu.

Guitarra eléctrica pouco afinada

Dizia alguém que estava a comentar o jogo, se não estou em erro Fernando Eurico:
- “O Sevilha está a jogar bem. Parece uma guitarra eléctrica.”

Guitarra eléctrica? Eu que já ouvi de tudo a comentadores desportivos...essa é nova e original. Só que, dado o resultado do jogo, parece que a guitarra eléctrica desafinou numa qualquer altura do jogo, pois o Porto venceu por 1-2.

Comecemos desde o princípio! Depois da vitória do Benfica por 2-1 ante o Estugarda e a derrota do Braga na Polónia, sob um manto de gelo, cabia-me a mim acompanhar as incidências dos jogos que teriam lugar mais tarde que eram o Sevilha- Porto e o Glasgow Rangers-Sporting.

Segundo os relatos que me chegam, tanto Sporting como Porto começam bem os respectivos jogos.

O Sevilha, à medida que o cronómetro vai avançando, começa a ganhar um certo ascendente na partida.

Aos doze minutos, na partida de Glasgow, o Sporting beneficia de um livre perigoso mas sem consequências de maior. O Sporting até está a jogar bem perante um Glasgow Rangers que parece estar ao seu alcance.

Joaquim Ritta (extremamente inspirado nesta noite europeia) tece o seguinte comentário sobre a maneira de jogar dos escoceses:
- “...perante um Glasgow Rangers que não consegue espreguiçar-se até à área do Sporting....”

Passemos para Sevilha onde Luiz Fabiano (antigo avançado do Porto) remata ao lado da baliza de Helton.

Belluschi remata de longe mas por cima enquanto Fabiano continua a tentar marcar á sua antiga equipa. Otamendi sofre com o avançado brasileiro que tem de apanhar pela frente.

Na Escócia, com vinte minutos da primeira parte, Postiga falha uma clamorosa oportunidade de colocar o Sporting em vantagem.

Em Sevilha, James faz a sua aparição no jogo. Primeiro executa um perigoso remate de ressaca depois de um canto. O guarda-redes do Sevilha tem de se aplicar. Segundos depois, o jovem colombiano vê amarelo por falta dura sobre Navas.

Voltemos a Joaquim Ritta que está a comentar o jogo do Sporting (é curioso, ele tem sempre de comentar os jogos do Sporting). Desta vez fala sobre o Jogador Número Três do Glasgow Rangers, um avozinho de quarenta anos de idade:
- “Já com caruncho e cheio de varizes...”
Muito eu me ri! Este comentador é demais! Adoro ouvir um relato de um jogo em que esteja ele como comentador. Um espectáculo. Mas esperem que isto ainda não acabou.

Em Sevilha estamos numa fase de parada e resposta com momentos aflitivos junto às duas balizas. O jogo está bom nesta fase.

Palop defende com grande dificuldade mais uma investida atacante do Porto enquanto que na Escócia assinala-se a primeira jogada de perigo digna de registo para o Glasgow Rangers.

Felizmente para o Porto, Luiz Fabiano viu o seu golo ser anulado pela equipa de arbitragem. No outro jogo, o Sporting poderia ter marcado mas não marcou.

Em Sevilha nenhuma equipa possui ascendente sobre a outra. No meu entender há grande equilíbrio. Trata-se de um grande jogo.

Na Escócia Postiga continua com a pontaria completamente desafinada. Apesar do enorme ascendente do Sporting sobre o Glasgow Rangers, essa superioridade não é convertida em golos.

Ainda antes do intervalo, o Sporting suspira de alívio ao ver a equipa de arbitragem anular um golo aos escoceses. Antes o guarda-redes do Glasgow Rangers negou categoricamente o golo a Yannick.

Ao intervalo ambos os jogos registavam uma igualdade a zero.

Mal tinha começado a segunda parte e já o Sevilha criava perigo. Depois disso gerou-se uma confusão cujo motivo que lhe deu origem me escapou. Está um jogador da equipa da casa sobre o relvado e muitos jogadores ali a esgrimirem argumentos. O árbitro assiste. Na minha opinião, se tivesse de puxar de cartões, provavelmente mostraria uns seis ou sete logo ali e irmãmente distribuídos pelos dois lados. Aquele senhor ali, o Jogador Número Doze do Sevilha, precisa urgentemente de uma garrafa de água gelada sobre a cabeça. Está a ferver e, se acaso eu fosse o árbitro, ele já estava na rua.

E o árbitro continua a assistir àquilo que mais se parece com uma partida de Vale Tudo. De que é que está à espera para levar a mão ao bolso para sacar dos cartões? Irra! É o que eu digo, acho que tem de mostrar cartões a quase toda a gente e por isso está a pensar a quem não vai mostrar cartões por serem menos do que aqueles que merecem que o árbitro os mostre. Pelo menos aí a uns cinco ou seis devia mostrar e um deles seria certamente para o Jogador Número Doze do Sevilha. A esse até se recomendava o vermelho, que era para ele aprender.

Ah, afinal mostrou três cartões amarelos depois de tanto torrar os neurónios a pensar e entretanto a deixar que os jogadores arrancassem a pele uns aos outros. João Moutinho foi o jogador do Porto que foi contemplado.

Apesar de o Sevilha estar a carregar, é o Porto que chega ao golo aos cinquenta e seis minutos. Na sequência de um livre, Rolando marca o primeiro golo para os portistas.

Já há muito que não tínhamos notícias do jogo de Glasgow. Depois de alguma apatia nos primeiros minutos da segunda parte, o Sporting lá consegue mais uma jogada perigosa por Cristiano.

De Sevilha vem a notícia do golo do empate da equipa local. Marcador do golo? O jogador que há pouco quase assassinava alguém, tal era a fúria que exibia, o Jogador Número Doze do Sevilha que se chama Kanouté. Para além de o golo ter sido conseguido de forma irregular, foi marcado por um jogador que, na minha opinião, deveria ter ido direitinho para a rua há uns minutos atrás.

Fabiano continua a tentar marcar um golo ao Porto mas desta vez Helton defende. Com o golo o Sevilha parece ter animado.

Da Escócia chega a informação do golo do Glasgow Rangers. Estava-se mesmo a ver que o Sporting tinha de sofrer dadas as clamorosas oportunidades que Postiga e seus pares falharam. É esta a sina dos leões nos últimos jogos.

Já em Sevilha, o Porto tenta chegar ao segundo golo que seria magnífico. De livre, Hulk obriga Palop a uma excelente intervenção. O guarda-redes do Sevilha cede canto.

O nosso amigo que arranjámos neste jogo, o tal do Kanouté, tenta mais um golo. Isso é que era bom! A ser ele a marcar os dois golos do Sevilha, estaríamos na presença de uma péssima arbitragem com sérias influências no resultado. Para além de estar milagrosamente em campo e de ter conseguido o primeiro golo de forma irregular, seria demais se o segundo golo também fosse de sua autoria.

Enquanto o Sporting continua a sua saga de oportunidades falhadas por terras escocesas, Guarin, a cinco minutos do final, faz o segundo golo do Porto que deveria encher todos os portugueses de alegria. Nas competições europeias eu esqueço o clubismo e torço para que todos os emblemas nacionais obtenham resultados positivos. Este do Porto, a confirmar-se, será um óptimo resultado.

Enquanto o Sevilha tenta de tudo para restabelecer a igualdade, o Sporting consegue-a finalmente no terreno do Glasgow Rangers. O golo é da autoria de Matias Fernandez.

Para não variar, o Sporting termina o jogo de credo na boca. É Rui Patrício quem evita mais uma derrota nos segundos finais ao defender com categoria dois remates seguidos de um mesmo jogador do Glasgow Rangers.

Chega ao fim mais uma jornada europeia com boas perspectivas para os jogos da segunda-mão. Penso que todas as equipas portuguesas têm hipótese de seguir em frente. Mesmo o Braga que perdeu pode rectificar o resultado. Aquele jogo naquelas condições também foi um bocado injusto.

Agora que os jogos terminaram, voltemos a Joaquim Ritta que está a fazer a análise ao empate a uma bola entre o Glasgow Rangers e o Sporting. O nosso comentador favorito não teve papas na língua em classificar o avançado do Glasgow Rangers como sendo um jogador tosco e divorciado da bola, imagine-se.

O melhor comentador também comete as suas gaffes de vez em quando mas esta teve piada. Para o comentador da Antena 1, Rui Patrício terá sido um dos melhores jogadores do Sporting, se não mesmo o melhor. Justificando o que acabava de dizer, Joaquim Ritta adiantou que o guarda-redes do Sporting efectuou duas grandes defesas na primeira parte e outras duas...durante o intervalo. Durante o intervalo? Uma vez que se trata do Sporting, nem me admirava nada que tal acontecesse. Provavelmente essas duas defesas terão sido a peças de vestuário ou mesmo a chuteiras arremessadas pelos seus furiosos colegas na direcção de um qualquer dirigente ou mesmo do treinador Paulo Sérgio. Foi pena Rui Patrício estar na baliza e não no banco aquando do arremesso do casaco de fato de treino por parte de Maniche ao treinador quando foi substituído.

Pobre Sporting! Ao que isto chegou!

Aposta

Estava de regresso a Liga Europa. A minha maior pena era não poder acompanhar o jogo do Glorioso. Ainda por cima Jara ia ser titular, uma vez que Saviola cumpria castigo. Tomara ir lá para baixo. Assim à hora do jogo já estaria sossegada em casa. O que se há-de fazer?

Quando me preparava para sair, no vestiário, uma colega minha com alerta de golo por telemóvel informou que o Benfica perdia ao intervalo por 0-1. Eu sempre fui dizendo que era só uma questão de me darem tempo de eu chegar a casa, que logo o Benfica ia virar o jogo e...Franco Jara iria marcar esse golo.

E não é que acertei! Caso não acreditem em mim, tenho umas poucas de colegas minhas como testemunhas. Depois de guardar uns iogurtes no frigorífico, corri imediatamente a ligar o rádio e a sintonizá-lo na Antena 1. Imediatamente ouvi o indicativo de um golo...do Benfica. Marcador do golo? Apesar de num primeiro instante terem dúvidas, oficialmente o golo foi atribuído a...Franco Jara. Se eu tivesse apostado algo com as minhas colegas, teria o café pago ou coisa assim.

Bem, não pensem que eu tenho poderes paranormais. Se os tivesse provavelmente estaria rica e não precisaria de estar constantemente a vasculhar os bolsos à procura de uma insignificante moeda para pagar um mísero café. Bem. Estou a exagerar mas rica eu não sou.

Basta percorrer os arquivos deste blog para encontrar algo de semelhante. Na altura o alvo da minha fé era Mantorras- o jogador do Benfica que mais admirava. Normalmente acertava sempre que dizia que o carismático jogador angolano ia marcar. Agora deposito toda a minha fé neste argentino que parece ter vindo substituir Mantorras que já deixou de jogar. Sendo o jogador que passei a idolatrar mais no Benfica por gostar da sua forma de jogar, passei a ter uma fezada nos seus golos. Desta vez não me enganei.

Vamos lá a ver se eu me engano quando prevejo um futuro risonho no Benfica a este jogador que só agora começa a fazer-se notar.

Reunião

Quando me preparava para mais um dia de trabalho, um nervoso miudinho percorria-me. Sabia de antemão que este ia ser um dia decisivo para o meu futuro. Parece que alguns responsáveis vinham falar comigo e me colocar ao corrente do que eu iria fazer daqui para a frente.

E chegou o grande momento. Foi-me feita uma apresentação do que eu iria fazer. A boa notícia é que vou passar para perto de casa e já não vou andar a correr para apanhar transportes. Que bom! Assim também fico com mais tempo livre para conciliar as minhas tarefas e até ter tempo para algumas actividades de lazer agora que a Primavera se aproxima.

Basicamente vou coordenar as consultas médicas dos trabalhadores de todas as lojas da região. A responsabilidade vai ser muito grande mas eu adoro desafios e sempre há uma maior margem de manobra para fazer um bom trabalho.

Experimentei a trabalhar com a base de dados que de futuro iria manusear. À partida nem me parece difícil. Com o passar do tempo, irei fazer as coisas de forma mais automática e eficaz, tal como acontecia quando eu andava na Piscina. Começo a ter uma ideia mais autónoma de onde estão os parâmetros das fichas e insiro depois os dados no sistema.

Falar com os médicos e a articular a disponibilidade deles com as pessoas que estão para fazer os exames é que vai ser um pouco complicado por causa do meu pouco à-vontade na comunicação oral. Se eu puder enviar as coisas por escrito, muito melhor.

A preocupação dos responsáveis era com as escadas mas a minha preocupação era outra- a indumentária. Passaria a não andar com calças de ganga, nem roupa desportiva. Eu que só me sinto bem assim. A solução passa por trocar a roupa. Eu na rua não gosto de andar muito formal. Vai ser um ponto a menos mas lá vou ter de me habituar. Também disse que o calçado era um problema, ainda por cima se tinha de subir e descer escadas. Só me sinto confortável nos pés a andar de sapatilhas mas não as posso usar no local de trabalho. A solução passa por trocar de calçado. No Verão então tenho obrigatoriamente de trocar de roupa e de calçado, uma vez que costumo andar de calções de ganga e de corsários desportivos. Nada que não se resolva. Peço um cacifo e lá deixo a minha roupa já preparada. No Inverno ainda escapa andar com a mesma.

Se havia pessoas que pensaram que tinha de comprar imensa roupa, estão muito enganadas. Eu tenho umas calças pretas. Afinal as que eu trazia vestidas dão para usar no trabalho...e a camisola também. Por cima dessa é que eu costumo trazer um blusão. É só um caso de o deixar no cacifo. Nada que não se resolva.

Percorrendo a roupa que tenho aqui, até tenho boas camisolas de lã e de malha mas andam normalmente por baixo de outras. Afinal não vou gastar muito dinheiro em roupa. Tenho apenas de comprar mais um ou dois pares de calças pretas.

Estou muito entusiasmada por este novo desafio da minha vida. Estou louca por começar.

Ronaldo (a homenagem de quem o admirou)

Ronaldo, avançado brasileiro que em tempos foi o melhor do Mundo, anunciou o final já esperado de uma carreira repleta de sucessos e lances impossíveis que fizeram vibrar os adeptos um pouco por todo o Planeta.

Desde que começou a ser fustigado por graves lesões e outros problemas de saúde que a carreira desportiva de Ronaldo vinha entrando em decrescendo.

Recordo-o ao serviço do Barcelona (tenho inclusive uma camisola não oficial dele que comprei numa ocasião em que o Sporting veio jogar a Coimbra). Na altura não havia para mim jogador melhor do que ele. Recordo uma ocasião em que ele passou por quase meia equipa adversária sempre a fintar e acabou a marcar golo. Salvo erro foi contra o Valência mas não tenho a certeza. Era o tempo em que os jogos da Liga Espanhola ainda davam na TVI.

Foi com grande tristeza que o vi arrastar-se em condições físicas nada apropriadas para um atleta de alta competição no Mundial 2006. Estava completamente irreconhecível.

Depois do seu regresso ao Brasil, não tenho acompanhado o seu percurso desportivo. Como o Futebol Brasileiro é um pouco diferente em termos de exigência física, as suas dificuldades eram menos notadas.

Resta agora recordar o excelente espólio de lances inesquecíveis que nos deixou e agradecer-lhe tudo quanto ele deu ao Futebol.