Thursday, November 29, 2012

"O Mistério Da Casa De Riverton" (impressões pessoais)


Esta era uma daquelas obras que nos deixam na dúvida. Ou é muito boa e nos surpreende, ou acaba por ser um autêntico fracasso.

A ideia é muito interessante: uma das criadas que serviram na mansão, a pretexto da visita de uma realizadora americana que a quer entrevistar, resolve contar as suas memorias. O destinatário é o seu neto que há muito não vê. A idosa utiliza um gravador para ali gravar as suas memórias e contar o segredo sobre as verdadeiras causas da morte de Robert Hunter, mais conhecido como Robbie.

A obra é sempre envolta em pequenos misterios que são uma forma de prender o leitor. Até ao fim mesmo.

Para o final, à medida que a vida foge da personagem principal, os factos são mais misturados. Passado e presente misturam-se e acabam por confundir a personagem quando visita pela última vez a mansão. Digamos que ela apressa os acontecimetos e conta como as duas irmãs, depois da morte do homemem que ambas amaram, acabam também por sucumbir.

Para o fim ficou sempre a questão da morte de Robbie que era a razão de ser desta obra.

Desde o início que suspeitei numa questão secundária nesta obra: Grace- a personagem que narra os acontecimentos- é filha de Frederick e irmã das protagonistas apaixonadas de Robbie. O pai delas tivera um caso amoroso com a sua mãe que também fora empregada em Riverton. Quando engravidou, abandoonou o trabalho e foi viver para a aldeia onde criou a filha antes de a enviar para a mansão para imitar os seus passos. Ela acaba por se afeiçoar às irmãs logo que chega. O pai também a reconhece e é através dessa reacção de Frederick assim que vê Grace que me leva a desconfiar que ela é sua filha. Não me enganei.

Fica aqui uma curiosodade. Eu conheço um Robert Hunter. Este. Acho que ele tem de pedir uns troquitos a Kate Morton por ter dado o seu nome a um dos seus personagens. Bem, pela descrição do Robert Hunter do livro, não tem mesmo nada a ver.




Resumindo, trata-se de um romance de época muito bom, com mistério, com histórias dentro da mesma história, com tudo o que é capaz de cativar o leitor até à última página.

Tuesday, November 27, 2012

João Tomás e Meyong



Num Domingo com muita chuva, houve chuva de golos no Estádio do Bonfim em Setúbal onde o Rio Ave venceu o Vitória local por 3-5.

Seis dos oito golos apontados nesta partida foram apontados por dois senhores que já fazem parte do Futebol Português há muitos anos e é uma honra tê-los aqui connosco no nosso Campeonato a darem-nos tardes como esta.

João Tomás marcou três golos e Meyong marcou outros três. Memorável!

Fica aqui o registo para a posteridade e a merecida homenagem da minha parte a estes dois senhores que, apesar da idade, ainda fazem vibrar os estádios nacionais com os seus golos.

João Tomás apontou mesmo o seu centésimo primeiro golo no nosso Campeonato e mesmo assim´foi sempre ignorado pelos seleccionadores nacionais que não lhe deram a tão merecida oportunidade que sempre recalamou. Até parece que temos um viveiro de pontas de lança cá no burgo!




Sem ter a que me agarrar

Sábado de manhã. A chuva é constante. Sabe bem estar na cama...mas não com sonhos destes.

sonho que me encontro na caminhada que iria fazer no dia seguinte. O tempo está escuro ou é quase de noite. Subimos uma rua íngreme. Não vemos o fim à subida. Toda a gente já vai cansada e a andar muito lentamente. Eu vou olhando para vislumbrar também o fim do calvário.

Saimos da estrada. Vamos dar a uma espécie de escada tosca com uns degraus irregulares e muito altos. Estavam também perigosamente escorregadios. No cimo, para complicar ainda mais as coisas, havia uma plataforma de madeira muito estreita e escorregadia.

subi a medo os degraus mas fiquei aterrorizada logo a seguir. Subia-se os degraus e a plataforma de madeira escorrregadia era muito estreita. Pareia quase uma trave olimpica das de Ginástica. Quer-se dizer, nós subíamos, o último degrau era essa tal plataforma de madeira que induzia em erro. Um pé em falso e cairíamos de uma altura de cerca de dez metros para o vazio.

Foi isso mesmo que me aconteceu quando coloquei os pés na madeira. Desequilibrei-me e fiquei apenas pendurada por um braço à plataforma escorregadia. O abismo verde e cruel aguardava-me lá em baixo. Eu chorava porque esperava o pior e não via quem me tirasse dali. o meui equilíbrio era muito percário e sentia cada vez mais os meus braços e o meu corpo a ecorregarem.

Acordei. Fui ver o mail. Da lista para a caminhada não constava o meu nome. Ainda percorri a lista umas três vezes para verificar melhor. Estava muito pouca gente inscrita.

"El Português II "(impressões pessoais)


Carlos Paiãoi e Herman José tiveram olho para fazerem um hino tão cómico e bem humorado para a campanha portuguesa no México 86. Realmente esta espantosa, atendendo ao que dizem que foi esse Mundial. Já que Paulo Futre colocou a letra desta canção no seu livro...




Quem melhor do que o contador de estórias genuíno e bem lusitano que é Paulo Futre para nos contar o que se passou realmente em Saltilho? Ele estava lá. Foi protagonista e conta-nos, à sua boa maneira, como tudo se passou.

Avivou a memoria de muita gente e contou o que se passou a quem apenas tinha ouvido falar por alto. Foi o meu caso. Na altura não acompanhava o Futebol como hoje. Tinha nove anos e só tinha olhos na televisão para as tabelas de música. Penso que o primeiro jogo que vi do princípio ao fim foi a vitória do Porto em Viena contra o Bayern de Munique. Esse jogo lembro-me de ter visto. O Mundial 86 não vi e só sei por alto que essa campanha foi vergonhosa para as cores nacionais. Agora fiquei esclarecidissima sobre o que se passou.

Paulo Futre e mesmo um personagem. Não tem papas na lingua, conta mesmo tudo sem deixar nada para trás. Por acaso tive pena de não ter ido assistir à demonstração que ele fez de Goalball. Deve ter sido divertido!

Bem, agora ando à procura do primeiro livro dele. Pensava que esta era uma reedição do anterior mas não. É um novo livro. Já o vi por aí mas agora não o encontro. É sempre assim.

Para terminar, recordemos o momento que colocou novamente Paulo Futre nas luzes da ribalta depois de ter pendurado as botas. Digamos que ganhou uma segunda vida. Depois disto, descobriu-se que, para além do excelente jogador que foi, Futre também tem outros dotes. De humorista, de contador de estórias...Portugal já merecia um artista assim!




Friday, November 23, 2012

Procurando

Sonhei que tinha ido numa excrusão a Évora. Era um daqueles passeios que se organizam na minha terra e em que quase metade da aldeia vai.

Nesse dia toda a minha família foi . Era uma oportunidade de sair de casa. Isso só acontecia quando éramos crianças. Aí é que toda a gente saía de casa. Agora isso não acontece.

Parámos num local para comprar qualquer coisa. Era num mercado. O autocarro era daqueles que tinha dois andares. Eu saí e, à primeira, achei o meu lugar onde tinha as minhas coisas. É assim, deixando algo, que eu consigo encontrar depois o meu lugar.

Andei às voltas depois num e noutro andar do autocarro à procura das coisas que tinha deixado (um casaco e uma mochila). Não encontrava. Já estavva a ferver de nervos e respondia de forma intempestiva a quem para mim falava. A camioneta iria arrancar dali a nada, eu queria ir às compras e não podia por causa de não saber das minhas coisas.

Agora o sonho passa-se em minha casa. Estava no meu quarto quando desconhecidos que trabalhavam na vinha em frente abriram a janela do meu quarto (na realidade até nem abre com tanta coisa lá encostada). O objectivo era assaltar.

Num Domingo à tarde, estava sol e algum calor. Apetecia-me fazer uma caminhada longa mas não podia ir a pé para cima por haver por aí ladrões, tarados e toda a espécie de gente pouco desejável. Ora bem, quando está escrito que as coisas têm que acontecer, acontecem mesmo. Se não vamos para a rua e encontramos os bandidos, eis que eles próprios vão a nossas casas.

Passou-se assim: estava um belo dia, uma bela tarde de Domingo. A minha mãe colocou toda a bicharada na rua (cães, cabras...). Os animais fugiram desalmadamente e a minha mãe ficou sem saber o que fazer.

Vindo das terras, um jovem negro ofereceu-se para recuperar os animais e...conseguiu. A minha mãe mandou-o entrar para lhe oferecer qualquer coisa como forma de agradecimento, mas ele já tinha entrado pela outra porta e se enfiado em nossa casa, em qualquer divisão lá dentro, vá-se lá saber onde e com que propósitos.

Acordei quando se procurava o intruso por toda a casa.

Thursday, November 22, 2012

Sem Office

Bem, ontem cheguei aqui para efectuar a minha rotina diária de escrever uns textos de manhã antes de ir trabalhar e deparo-me com o Office que foi à vida.

Também tinha só o Starter 2010. Um dia destes vou ver se adquiro um Office em condições.

Este computador tem andado um pouco estranho. Quando tiver um tempinho, irei colocar-lhe o antivirus a correr. Já não será esta semana.

Enquanto isso, vou-me safando a escrever textos com o Bloco de Notas, o WordPad e mesmo o próprio blog, como agora estou a fazer neste momento.

quem não tem cão, caça com gato.

Quando os avançados falham, os centrais resolvem

O Benfica necessitava de vencer o Celtic de Glasgow para ainda poder alimentar esperanças de se manter na Liga dos Campeões. A acontecer, esta vitória daria ao Glorioso a possibilidade de prosseguir nas competições europeias.

Os dois defesas centrais acabaram por ser decisivos nesta vitória por 2-1. Entretanto também estivemos atentos ao que se passava na Roménia onde o Braga lutava também com o Cluj pela continuação na Liga dos Campeões. infelizmente as coisas não correram bem e os arsenalistas perderam por 3-1, dizendo assim adeus definitivamente às competições europeias desta época.

Cardozo começou por rematar de longe no Estádio da luz.

Na Roménia, Rui Pedro marca o primeiro golo pelo Cluj frente ao Braga. Ao mesmo tempo sensivelmente, Ola John faz levantar o Estádio da Luz ao marcar o golo do Glorioso. É o primeiro golo com a camisola encarnada para o jóvem holandês.

Voltam a chegar más notícias da Roménia. O Cluj marca o segundo golo frente ao Braga e novamente por Rui Pedro.

O Braga ainda chega ao golo por Alan. Renasce a esperança para os minhotos. Vamos Braga!

O Estádio da Luz assobia agora de forma ruidosa. Ai os meus ouvidos! Isto porque o árbitro húngaro não deixa reentrar Enzo Perez em campo depois de ter sido assistido.

Cardozo acaba de ter a sua primeira perdida da noite.

Agora há um remate de Salvio, parece-me a mim.

Na sequência do primeiro canto a favor do Celtic, o grego Samaras faz o primeiiro golo para os escoceses.

Na Roménia, Rui Pedro faz o seu terceiro golo no jogo contra o Braga.

Voltando ao Estádio da Luz, Enzo Perez remata de longe e sem perigo.

Cartão amarelo agora para Samaras por falta sobre Enzo Perez.

Chove agora imenso em Lisboa. Há novo canto para o Celtic. Nem quero ver!

Salvio por cima. Foi uma bela jogada.

O guarda-redes do Celtic nega o segundo golo a Ola John.

Da Roménia chega mais uma péssima notícia que dá conta da amostragem de um cartão vermelho directo ao central do Braga Douglão por agredir de forma descarada e despropositada um adversário. Fica tudo mais complicado para a turma minhota.

O intervalo chega nos dois jogos. O Benfica empata com o Celtic a uma bola e o Braga perde 3-1 na Roménia com o Cluj. Isto na segunda parte tem de mudar. É mau demais para as duas equipas.

O Jogador Número Desasseis do Celtic vê agora o cartão amarelo. O livre é muito perigoso e favorece o Benfica.

Um jogador do Celtic tira agora a bola de dentro da sua baliza depois de um remate de Lima.

O Benfica carrega agora. Enzo Perez remata para fora.

Se Luisão agora marcava, acho que o Estádio da Luz vinha abaixo de tanta histeria. Haveria certamente mais ruído do que há pouco quando assobiaram o árbitro.

Matic de longe e para fora.

Foi o Lima a rematar?

GOOOOOOLOOOO, GARAY! A assistência foi de Luisão. O Benfica chega ao golo que tanto andava à procura através de uma jogada dos dois centrais.

Salvio à trave. Há pouco Artur defendeu categoricamente um remate de perigo dos escoceses.

Melgarejo vê o cartão amarelo por travar um contra-ataque promissor do Celtic.

É anulado um golo ao Braga na Roménia. Havia fora de jogo de Mossoró.

Cardozo marca muito bem o livre e o guarda-redes cede canto.

E finalmente o jogador queniano do Celtic vê cartão amarelo. Fartou-se de distribuir cotoveladas.

Eis a segunda perdida da noite por parte de Cardozo...ah, foi o guarda-redes que defendeu.

Gaitan, o brinca-na-areia, atira para fora.

Há ainda um cartão amarelo mostrado a André Almeida quando Jardel entra e Salvio sai.

Há agora um remate perigoso do Celtic que vai por cima.

O Celtic cria perigo. Isto nunca mais acaba! Mas o árbitro está à espera de quê? Do golo do Celtic? ACABOU!

O Benfica venceu e garantiu desde já a permanência nas competiões europeias. Se vai ser ou não na Liga dos Campeões, só na última jornada se saberá e o jogo é só contra o Barcelona. Infelizmente para o Braga, o sonho europeu fica por aqui. A derrota por 3-1 frente ao Cluj acabou com o sonho.




Tuesday, November 20, 2012

Os gatos e a piscina

Sonhei que tinha uns gatos pretos que na realidade não tenho. Era uma gata toda preta com uma ninhada de quatro gatinhos já com os olhos abertos.

Eu tinha-me afeiçoado a um deles e passava o tempo a brincar com ele. Também gostava dos outros mas aquele era especial.

Tinha uma piscina em casa, bem no meio do terraço. Ao ver os gatos aproximarem-se perigosamente da água, logo temi o pior que viria a acontecer. O meu gatinho preferido, logo esse, caiu à água. Fiquei triste e furiosa.

Antes que fizesse alguma coisa, a mãe atirou-se também à água. A piscina foi despejada mas a mãe dos gatinhos jazia meio inconsciente com a língua de fora. Não sei se se salvaria.

Acordei sobressaltada. Ainda a madrugada devia ir a meio, apesar de não ter visto as horas.

Rua acima, rua abaixo

Para este Sábado estava marcado o magusto da ACAPO que iria ser nas instalações do Instituto Português da Juventude.

Como já era tarde, resolvi meter-me por onde julgava ser mais perto…e acabou por ficar mais longe porque, depois de muito subir e percorrer ruas que iam dar sempre ao mesmo sítio, chateei-me e desci até à Praça da República e não tive outro remédio que não fosse ir pelo caminho que conheço melhor, antes que fosse noite.

Por acaso o concerto não tinha começado às três da tarde certas. Como já levava mais de uma hora de caminho, pensei que ia lá chegar no fim. Acabei por chegar no fim da primeira música.

O concerto serviu para animar e aquecer um pouco para o magusto que se seguia. As castanhas estavam a ser assadas na rua e a ser entregues em cartuxos feitos em papel de jornal, como as tradicionais que se vendem na rua.

Fomos para dentro comer as castanhas e beber uns copos de jeropiga que era bem docinha e serviu para aquecer mais um pouco.

No final constatei que os meus amigos com quem eu me dou melhor tinham ficado noutra mesa mais à frente. Nem tinha reparado que ali estavam. Fiquei algo desapontada mas logo fui compensada com tempo extra para estar com eles e viver a aventura da noite.

Àquela hora não havia autocarros e um amigo nosso tinha de estar na Rodoviária a tempo de apanhar o expresso para Leiria. A solução era irmos a pé mas…éramos quatro. Como é que eles iam todos comigo a uma hora destas da noite? Bem, não havia outro remédio. Por ali eu já sabia o caminho.

A técnica de guia para levar três pessoas foi a seguinte: uma pessoa agarrava o meu braço normalmente e as outras duas agarravam os braços dos restantes. Estava a fazer mal porque as boas técnicas mandam que o guiado (neste caso os guiados) não vão pelo lado da estada mas eu só vejo de um olho e não posso levar as pessoas do lado do olho que não vê. Levo-as sempre do mesmo lado.

Íamos devagar. Estava com atenção redobrada às árvores, aos veículos nos passeios e às folhas molhadas que são uma maravilha para escorregar. Ainda nessa tarde, uma voluntária que vê bem e ainda à luz do dia, colocou o pé numa folha quando levava um colega nosso e espalhou-se de costas no chão. Ele teve de a levantar. Eu seguia imediatamente atrás deles e fui pelo lado contrário para não escorregar lá também.

Voltando à nossa aventura quando era já noite cerrada, lá seguíamos. Por sorte, não havia ninguém a pé pelas ruas. Passavam alguns veículos. O que iam pensar de quatro pessoas todas atreladas umas às outas? Não interessa. É a forma de se andar na rua quando não há autocarros. Eu até penso que o nosso amigo de Leiria trazia a bengala branca visível.

A estrada estava molhada e as luzes reflectiam. Era difícil ver as passadeiras para atravessar. La tínhamos de voltar para trás para apanhar a passadeira.

A seguir ao Teatro Académico Gil Vicente, era sempre a descer e aí já se fez bem o caminho. Num semáforo para peões, um automobilista tentou passar com o semáforo verde para nós. Logo lhe berrámos. Que falta de respeito!

Junto ao Jardim da Manga, deixámos uma amiga nossa perto da subida onde ela mora. Ainda estivemos um pouco à espera para ver se ela ia orientada antes de seguirmos para o nosso destino que era a rodoviária.

Chegámos lá ainda a tempo de o nosso colega comprar o bilhete do expresso e de comermos todos uma sandes no café antes de nos separarmos.

Vá, correu tudo bem. Chegámos aos nossos destinos sãos e salvos, apesar das dificuldades de ser de noite, de estar o piso molhado e escorregadio, de sermos muitos…

Ainda nos enfiámos na relva numa ocasião em que apanhei com uma luz forte nos olhos mas nada mais se registou. As árvores foram passadas sem problemas (havia imensas no passeio) e os veículos também não ofereceram grande dificuldade.

Foi uma aventura para recordar.

Uma espécie de tornado

O clima anda realmente muito estranho e imprevisível. Agora já há tornados e tudo, como aqueles que se vêem na televisão e que acontecem especialmente nos Estados Unidos.

Por aqui também começam a surgir alguns. No Algarve, um tornado arrastou tudo o que apanhou pela frente em várias localidades. Era a notícia do dia.

Quando saí do trabalho, não estava vento por aí além. Estava a começar a chover mas também não era muito. Ia a caminho de casa sossegada da vida.

Estava quase a chegar a casa quando, de repente, comecei a ouvir um barulho intenso. Olhei para o lado e vi as árvores a balançar ferozmente. Aquilo não era uma rajada de vento comum. Era algo que eu nunca vira antes.

Por sorte, nenhuma árvore caiu e nada foi arrastado. Corri e meti-me em casa.

E de repente a luz faltou




Cheguei a casa depois de um árduo dia de trabalho. Tinha em mente acabar um texto que começara naquela manhã e que era muito longo para o reler e colocar online.

Estava eu muito sossegada a reler o texto quando, de repente, a luz faltou. O que vale é que tinha a bateria do computador mas preferi terminar o que estava a fazer, não fosse a luz regressar com uma corrente mais forte e me avariar o computador.

Os alarmes tocavam na rua. O ambiente era estranho. Aproveitei para comer qualquer coisa, mesmo às escuras, e esperei que a corrente eléctrica fosse restabelecida.

Passaram largos minutos e a luz sem vir. Preparei-me então para me enfiar debaixo das cobertas. Com o auxílio de uma lanterna, tirei as cosas de cima da cama. Já tinha a cama livre de roupa e da carteira quando a luz regressou.

Liguei novamente o computador e retomei o que estava a fazer. A luz ainda voltou a faltar mas foi por pouco tempo. Depois já não houve problemas.

Para a posteridade, aqui fica o vídeo que fiz da rua que, quase às escuras, me parecia muito estranha.

Thursday, November 15, 2012

Jogo exótico e acidentado



Aceitando um milionário cachet oferecido pelo Presidente do Gabão (o povo a morrer de fome e os políticos a gastarem dinheiro em caprichos), Portugal deslocou-se com alguma polémica a esse país africano para uma jogo amigável que ficou empatado a duas bolas.

Este jogo foi marcado por inúmeras peripécias e acontecimentos insólitos. A figura principal foi o árbitro, também ele africano, que assinalou três grandes penalidades, quase assinalou um golo fantasma ao Gabão e apitava com tanta exuberância e espalhafato, que se ouvia por todo o estádio.

As hostilidades abriram muito bem. A banda filarmónica lá do sítio tentou tocar o nosso Hino Nacional mas eu quase nem reconheci a música de tão mal tocada e desafinada. Espero que alguém tenha filmado e colocado no Youtube. Será mais um vídeo a acrescentar a alguns que eu consegui recolher de acontecimentos insólitos em cerimónias antes de jogos de selecções. Ah, não perderam tempo. Já aqui está! Porreiro!



Consta que Portugal nunca jogou com o Gabão. Os jornalistas só se lembram de o Antchouet ter jogado em Portugal e de uma ténue passagem do guarda-redes que esta noite estava na baliza africana ter tido uma ténue passagem pelo Paços de Ferreira. Eu lembro-me de outro que jogou no Chaves e que se chamava Parfait.

Começa bem esta transmissão. Com cortes. Ainda vamos ficar sem jogo.

O equipamento do guarda-redes do Gabão é muito engraçado. Não me lembro dele no Paços de Ferreira. Deve ter jogado muito, deve, para eu não me conseguir lembrar dele.

Parece que forneceram a constituição da equipa do Gabão com os números todos trocados. Os jornalistas portugueses que se arranjem! Que divertido que isto está a ser!

O Jogador Número Três do Gabão chocou com Varela e está no relvado.

Hélder Conduto:
-“O árbitro agora consulta a bola.”
Bem, estamos em África, terra de gente dotada com poderes sobrenaturais. Se este senhor conseguir ver o futuro através de uma bola de Futebol, abre-se uma nova era no ramo das ciências ocultas. Estas bolas sempre são mais fáceis de conseguir do que as bolas de cristal.

Pepe, hoje capitão de equipa, já espalha o seu charme pelas Africas, mostrando aos adversários a sua exagerada agressividade que coloca em cada lance que disputa. Atropelou logo dois.

O Jogador Número Sete do Gabão cria muito perigo. Estamos com vinte e cinco minutos de jogo e o relvado já parece um campo de batatas. Daqui um bocado não é verde. É amarelo, castanho, laranja, da cor da terra…

Este Jogador Número Sete do Gabão é um craquezinho.

Ruben Micael vê o primeiro amarelo do jogo por entrada justamente sobre o jogador de quem falava.

Há agora grande penalidade a favor do Gabão. Foi Sílvio a cometer a falta. A grande penalidade e convertida.

Agora a grande penalidade é na outra área. Penso ter sido o Jogador Número Doze sobre Eder. Foi mesmo. Pizzi converte a grande penalidade e restabelece o empate.

O Jogador Número Seis do Gabão vê o cartão amarelo por falta dura sobre Ruben Micael. O madeirense está caído.

Há alguma imprecisão na identidade do Jogador Número Doze do Gabão. Os jornalistas conhecem-no. Parece que ele joga em França mas traz outro número e outro nome na camisola. Bem, eu dou um palpite para o que aconteceu. Terá vestido a camisola do colega por engano ou então sabotaram-lhe o equipamento. Também existe a possibilidade de ele ter deixado o seu equipamento em casa e ter vestido o de um colega. Mais desenvolvimentos sobre este assunto mais à frente. Seguimos porque o Gabão está a criar perigo.

O Jogador Número Dezassete do Gabão sai lesionado para entrar o Jogador Número Cinco.

Ih que confusão para ali vai! Foi provavelmente o golo mas estranho a que assisti e já vi milhares de jogos. Afinal nem é golo. A bola nem sequer tinha beijado a linha. O árbitro auxiliar viu bem o lance. Apesar de toda a balbúrdia, foi mais um sinal de aviso para Portugal.

Chega o intervalo com a igualdade a uma bola a registar-se.

Custódio vê o cartão amarelo por travar uma jogada de contra-ataque do Gabão que inicia esta segunda parte com grande perigo.

O cartão é agora mostrado ao Jogador Número Cinco do Gabão.

Há agora bola ao poste da baliza do Gabão que logo responde em contra-ataque.

Do lado de Portugal, saiu indubitavelmente Eder e entrou Hugo Almeida. Do lado do Gabão saiu o Jogador Número Seis e entrou o Jogador Número Vinte E Dois que parece que não consta da ficha de jogo que foi entregue aos jornalistas. Ainda bem que os jornalistas portugueses se devem ter prevenido e passado estes últimos dias a estudar os jogadores do Gabão, as suas fisionomias, a sua forma de correr…De outra forma estavam perdidos. O jogador parece já ter sido identificado.

Parecem cansados, os portugueses. O Gabão até já merecia o golo pelo empenho que está a colocar em cada jogada de ataque.

É Portugal quem chega ao golo por Hugo Almeida completamente contra a corrente do jogo.

No Gabão entrou agora…o Marcolino.

Varela sai e entra Paulo Machado.

Mais uma grande penalidade assinalada! Desta vez é para o Gabão por alegada mão que Ricardo Costa colocou na bola em plena área de rigor. O Jogador Número Quinze do Gabão converte-a e restabelece o empate, desta vez a duas bolas.

O Jogador Número Doze do Gabão parece em sérias dificuldades. Chocou com o seu guarda-redes.

Bruno Alves já aplica os seus famosos cotovelos na nuca do tal do Marcolino.

O nosso amigo que arranjámos hoje- o Jogador Número Doze do Gabão- reentra em campo com a cabeça ligada. Desta vez bem podia mandar vir a camisola quatro, inicialmente atribuída a ele na ficha de jogo. A camisola que enverga ficou cheia de sangue. Se não tem outra para vestir, mais vale ser substituído. Bem, ainda há a hipótese de ele vestir uma camisola de quem saiu, como faz o Beira-Mar por cá porque ali o dinheiro também não dá para comprar camisolas ao desbarato.

Isto é incrível! Tirou-se um cruzamento na área do Gabão. A bola foi para o outro lado. Ninguém foi à bola. Pensaram que ela tinha saído, não sei. Espantoso! Este jogo dá para tudo.

Beto aplica-se a remate do autor do primeiro golo do Gabão.

Há agora um choque entre os dois números onzes. É curioso!

Rubem Amorim ainda vê mais um cartão amarelo exibido pelo sorridente e simpático árbitro que veio do Gana.

Hugo Viana também vê o cartão amarelo. O livre é perigoso. Há pouco, uma falha de Beto quase que dava golo para o Gabão.

Agora é que entra o Jogador Número Quatro do Gabão. Eles terão as camisolas trocadas ou coisa assim.

O jogo termina com uma igualdade a duas bolas num jogo inclassificável de tão estranho que foi. Passou-se muita coisa mesmo fora do vulgar. Foi um fartote.

Foi uma quarta-feira de selecções. Para além deste jogo, há a registar a vitória por 3-2 da Selecção Sub-21 sobre a Escócia num jogo amigável realizado em Setúbal e no Futsal Portugal foi eliminado do Mundial na Tailândia pela Itália perdendo 4-3 apos prolongamento. Ainda estivemos a ganhar mas não aproveitámos.

No grupo de Portugal a contar para o Mundial 2014. Irlanda do Norte e Azerbaijão encontraram-se em Belfast e empataram a uma bola. Portugal tem é de se preocupar com Israel. Mau é se agora se têm de preocupar com o Azerbaijão ou a Irlanda do Norte que só não ficam em último do grupo porque está lá o Luxemburgo.





Tuesday, November 13, 2012

Sarilho no trilho








Tivemos sorte. Depois do muito que choveu de madrugada, amanheceu um dia radiante de sol com uma temperatura agradável. Um dia perfeito para passar ao ar livre e, naturalmente, para fazer uma caminhada.

Cantanhede acolheu-nos. Começamos na antiga estação de comboios onde foram prestadas homenagens aos caminheiros já falecidos e onde aquecemos junto com os caminheiros locais.

Seguimos pelas vinhas que emprestavam à paisagem outonal umas cores bem agradáveis. Como havia chovido, era natural que os trilhos estivessem cobertos de lama que rapidamente se entranhou nos pés e na roupa. Todo o cuidado era pouco para não se escorregar ou não se enfiar os pés na água.

Entrámos depois num bosque bem agradável, cheio de árvores, plantas de diversas espécies e com uma interessante mistura de odores de ervas aromáticas. Havia imensa lama por lá e uma espécie de plataforma de madeira que estava molhada e escorregava muito. Pareceu-me ter ouvido alguém a cair lá mas não tenho a certeza.

O trilho com o sugestivo nome de Trilho do Sarilho (apelido do dono do terreno) tinha muitas encruzilhadas. Consta que houve quem se tivesse dispersado. Uma pequena distracção era fatal. Para não voltar a acontecer, houve que parar algumas vezes para esperar que o grupo estivesse novamente unido.

Ainda bem que levei bastão! Assim não caí de costas na lama. Sempre que escorregava (e não foram poucas as vezes) sempre tinha onde me apoiar.

Para o fim o percurso começou a endurecer um pouco mas à nossa espera havia castanhas assadas e jeropiga. A tarde seria de grande animação.


Saturday, November 10, 2012

“No Ver Está A Diferença” (impressões pessoais)



Ver também “Duas pequenas histórias envolvendo deficientes visuais e pessoas aparentemente normais”

Vendo este livro à venda no estabelecimento onde trabalho, logo me apressei a comprá-lo e a lê-lo, apesar das toneladas de livros que tenho para ler.

O nome do seu autor diz-me alguma coisa mas, neste mundo da deficiência visual, conhece-se sempre imensa gente, outros apenas me conhecem a mim devido ao Desporto e de outros simplesmente já não me lembro.

Dou os parabéns a Henrique Portugal por ter abordado a temática da deficiência visual de uma forma leve, mantendo uma atitude pedagógico e dando ao mesmo tempo a conhecer a problemática da deficiência visual a quem não vive nesse mundo.

Esta obra está simplesmente maravilhosa. Não há mais nada a dizer sobre ela. Está muito bem escrita, fácil de ler e de compreender, consegue captar o leitor, arrancar-lhe por vezes umas boas gargalhadas, interessá-lo até nos aspectos da nossa vida, do nosso quotidiano, dos nossos problemas.

Se cada deficiente visual começasse a narrar as suas peripécias quotidianas, teríamos certamente um compêndio enorme de histórias rocambolescas, cómicas, embaraçosas, engraçadas, emocionantes, hilariantes, épicas…basta sair-se para a rua e deparar com um mundo que não está feito à nossa medida. Há quem escreva um livro a narrar os episódios que vão surgindo e há quem como eu tenha um blog que inicialmente foi criado precisamente com o propósito de narrar o meu quotidiano, o que eu vivo, o que eu penso, como eu encarro o que me rodeia…Já aqui tenho narrado algumas das histórias que se passam na rua, especialmente nos autocarros que são uma fonte inesgotável de histórias hilariantes. O texto que coloquei acima é o exemplo mais gritante desses relatos.

As pessoas aqui em Coimbra, vendo um cego num autocarro que desce ou sobe os Combatentes, partem logo do princípio de que ele vai para a ACAPO. Mesmo que seja de noite, Domingo ou feriado. Tem sempre de ir para a ACAPO e ponto final.

Eu agora ando pouco de autocarro porque trabalho perto de onde estou a morar mas apanho o autocarro aos fins-de-semana para ir um pouco até ao Dolce Vita, especialmente. Outras vezes vou mesmo a pé. Depende das horas que são. Já me perguntaram várias vezes se eu queria sair na ACAPO. Respondo que vou para o Dolce Vita, que também sou filha de Deus. Se o comum dos mortais vai espairecer até ao centro comercial, eu também tenho esse direito. As pessoas desconhecem que a ACAPO ao Sábado normalmente está fechada, excepto quando há alguma actividade.

Foram colocadas duas paragens em frente à delegação da ACAPO em Coimbra mas eu raramente saio lá. Só lá saio quando vou com amigos meus na conversa e eles lá saem. É uma questão de não os deixar a falar sozinhos. Não custa nada segui-los. Agora devido aos compromissos profissionais estou muito pouco tempo com eles. Há que aproveitar cada momento. Já nem me lembro da última vez em que coloquei os pés na ACAPO, mesmo dentro das instalações. Talvez lá vá um dia destes quando for o magusto para me divertir um pouco.

Sendo amblíope congénita, ando ainda na rua sem problemas, apesar de ter só um décimo de visão apenas num olho. Enquanto que quem é cego total tem as mesmas necessidades ou praticamente as mesmas, na baixa visão não é bem assim. Talvez se houver mil e um amblíopes, haverá mil e uma formas de os abordar e de atender às suas necessidades. Mesmo ambíopes com a mesma patologia. É uma questão de hábito. Um dos comportamento mais comuns que se têm na presença de um amblíope é ampliarem-lhes as letras do que se lhes dá para ler. No meu caso, como tenho o campo visual muito apertado, não há necessidade de ampliar. Eu consigo ler letra normal, contando que não seja muito pequena, usando apenas auxiliares ópticos. Fomos desaconselhadas a usar documentos ampliados porque tal só nos ia limitar no nosso futuro. Tinham razão. Leio livros e revistas sem problemas e ler para mim é o maior dos prazeres que tenho.

No meu caso, habituei-me a fazer da cor um factor importante da minha vida. Isso talvez tenha a ver com a forma como fui estimulada ainda em tenra idade. As minhas referências na rua têm muito a ver com as cores. Como tenho problemas também com a lateralidade, se me derem indicações “para a esquerda” ou “para a direita” baralham-me um pouco. Se me disserem que eu devo cortar onde vir uma casa branca, uma casa amarela, uma casa com um toldo azul e por aí fora, assim eu já me oriento. Eu também devo baralhar um pouco as pessoas que me pedem indicações, fornecendo-lhas da mesma forma que eu as compreendo. Se acaso eu disser que deve seguir para a esquerda ou para a direita, o mais certo é eu estar-lhes a dar as indicações ao contrário porque a minha noção de esquerda e direita é muito estranha e isso não tem nada a ver com a deficiência visual, tem a ver com o facto mesmo de ser canhota. As pessoas apanham-se com as referências que eu lhes dou e muitas vezes ouço algo como isto:
- “Nem sabia que existia ali uma casa verde.”

Outra coisa que faz um pouco de confusão (tenho amigos cegos com o mesmo problema) é estarmos tão rotinados a fazer um dado percurso e, se vamos com alguém de carro e nos deixa a escassos centímetros até de onde queremos ir ou do local que conhecemos, ficamos baralhados. No meu caso, tenho muitas vezes de voltar para trás e refazer o caminho. Fico algo confusa mesmo. Por essa razão, quando alguém me dá boleia até casa, peço para parar ao pé das paragens do autocarro ou parar onde há um contentor do lixo (mesmo em frente à minha porta). Se param algures ali a meio, eu tenho mesmo de andar para trás até junto das paragens dos autocarros para me orientar.

Nas paragens dos autocarros e afins é que surgem as maiores confusões. As pessoas ficam um pouco confusas quando eu estou na paragem, digo que vem lá um autocarro quando ele ainda vem do outro lado da rua e depois pergunto o número dele. Elas ficam assim com cara sei lá de quê mas isso é fácil de explicar. Os autocarros são amarelos, normalmente, e dá para eu os ver bem mas alguns têm os números pequenos. Há autocarros como o sete, o vinte e nove, o onze e outros com os números grandes e luminosos. Esses dão para ver bem mas um dez, por exemplo, já não dá para ver muito bem. Fui um dia a uma feira de ajudas técnicas no Porto e experimentei uns telescópios que me davam jeito para esse fim. Mandei vir um e é com isso que eu por vezes vejo os números dos autocarros, mas quando está sol e bate nas placas onde estão os números, já tenho de perguntar os números de todos.

Estou na paragem com mais amigos meus. Sô eu é que vejo. Anuncio-lhes que vem um autocarro, por sorte vejo que é um sete, um onze ou um vinte e quatro. As pessoas ficam embasbacadas. Olham-me como se eu fosse de outro planeta. Isto acontece, na minha opinião, porque ainda há quem pense que existem cegos a cem por cento e pessoas com visão a cem por cento. Desconhecem que há pessoas com baixa visão. Basta a pessoa ver alguma coisa para já ver bem.

A história mais cómica que me aconteceu num autocarro? Não sei se já contei isto no meu blog mas penso que na altura o meu blog andava um pouco em baixo. Como o comum dos mortais, o deficiente visual também tem o direito de festejar o Carnaval. Tinha comprado uma máscara mesmo muito feia que vi em Anadia . Como havia a festa de Carnaval na ACAPO, resolvi utilizá-la. Com uns adereços simples que já tinha em casa, faria uma vestimenta para me apresentar a concurso. Tinha tudo, menos um pau. Achava que um pau ficava ali bem. Se fosse o cabo de uma vassoura, melhor ainda. Nessa altura estava desempregada e estava em casa. Fui para Coimbra na véspera da festa, dormiria por lá e festejaria o Carnaval conforme aconteceu. Claro que fui para a ACAPO no autocarro e saí na paragem antes da ACAPO (nem sei se na altura já lá existiam as paragens em frente da delegação). O cabo da vassoira ia na mão, não havia nada onde ele pudesse caber. Dirigi-me para a porta de saída do autocarro. Foi então que ouvi os comentários de duas passageiras uma para a outra:
Passageira 1:- “Ai, faz-me tanta impressão como esta gente consegue andar assim na rua!”
Passageira 2:- “Olhe, estamos quase na Quaresma. É altura de pedir a Deus por eles. Reze!”

Elas pensavam que o pau que trazia era uma bengala branca. Tenho duas até mas só as uso quando vou para fora e quando não conheço os sítios. Em Coimbra não é necessário. Resumindo e concluindo, estive quase todo o dia a rir daquele episódio.

No trabalho, na escola e noutras situações, eu noto que as pessoas reagem de duas maneiras. A mais usada é a de pura e simplesmente nos cortarem as bases à partida. Infelizmente foi assim que se gorou o meu grande sonho de fazer rádio. Mais frustrada me sentia quando chegava lá qualquer pessoa e, ao fim de dois ou três dias, já trabalhava lá dentro no estúdio. Eu ficava ali a empatar à espera de uma oportunidade que nunca surgia. Mais tarde, quando essa oportunidade surgiu, o Destino impediu pura e simplesmente que eu prosseguisse. Estava a ter sucesso. Tinham-me dado a tão desejada oportunidade, estava feliz, apesar da época conturbada que vivia com o agravar do glaucoma. Foi esse agravar da doença que me empurrou dali para fora. Ainda hoje sinto tristeza quando me lembro de me terem implorado ali que ficasse mas não podia fazer nada. Tinha de me ir embora porque adivinhei de antemão o calvário que se seguiu com as operações aos olhos e tudo o que a elas estava associado.

Estive a fazer o estágio do meu curso numa rádio onde, para mal dos meus pecados, estava uma senhora que tem um certo rancor a deficientes, sejam eles físicos ou mentais. Eu via isso porque na altura também trabalhava lá um senhor deficiente motor e ela simplesmente o tratava igual a lixo. No início até tive ali algumas oportunidades mas ela terá começado a ver que eu era melhor do que ela e resolveu cortar-me as pernas antes que eu fosse uma ameaça. Começou também a tratar-me quase como tratava o colega. Estava mortinha por me vir dali embora e nunca mais lhe olhar para a cara. Certa tarde, como ela me proibiu de ir lá para dentro do estúdio, fiquei cá fora à entrada. Não tendo o que fazer, observava o andamento dela a gravar um programa que iria para o ar de madrugada. Uma hora para gravar meia dúzia de takes!!!! Vi ali colegas a gravarem-nos em cinco minutos. Depois ainda praguejava contra o computador. Um belo de um espectáculo! Um espectáculo mesmo triste! Até me estava a meter impressão. Para essa criatura, o computador era um bicho complicado mesmo. A Delegação da ACAPO de Águeda teve conhecimento de que essa desprezível personagem apanhou lá para divulgação um folheto com actividades da delegação, rasgou-o em mil pedacinhos e colocou no lixo. Eu ainda perguntei aos meus colegas se lhe queriam fazer uma espera à porta da rádio para ajustar contas. Eu ainda sabia o caminho para lá. Era por de mais humilhante para uma pessoa assim comer uma sova de meia dúzia de cegos. Isso é que era!

Depois mudei de ramo profissional e senti que, ao simplesmente fazer bem o meu trabalho, estava a frustrar as expectativas niveladas por baixo que tinham a meu respeito pela deficiência. Ao verem que eu executava as tarefas tão bem como elas, viam em mim talvez uma ameaça. Depois, qualquer errinho, qualquer inaptidão para fazer outras coisas (cortar, por exemplo) era o pretexto para exprimirem os seus sentimentos.

Eu até compreendo tais sentimentos e tais atitudes. Deve ser frustrante ver uma pessoa com uma deficiência fazer as coisas tão bem ou melhor do que elas. No caso da senhora da rádio, eu era muito melhor do que ela. Seguramente. Demoraria mais de cinco minutos a gravar um take mas não estava ali uma eternidade como ela. Das duas uma, ou não nos deixam trabalhar à partida, ou deixam-nos trabalhar e depois começam a ficar melindradas por gorarmos e desmistificarmos os seus preconceitos e essa frustração acaba por ser despejada contra nós.

Hoje por acaso trabalho num local sossegado onde ninguém me observa a trabalhar e não ficam ali pasmados a olhar para mim como acontecia dantes. Como isso era horrível! Trabalho à minha maneira, ao meu ritmo e…consigo competir com as minhas colegas que desempenham as mesmas funções que eu. Foi-me dada essa oportunidade, tive de me adaptar, não foi fácil nos primeiros tempos mas, depois de ter tudo ao meu jeito, faço sempre o meu melhor e tenho tido sucesso. Como trabalho à distância e não vejo as pessoas com quem trabalho, nem elas a mim, ainda há muita gente que desconhece que eu tenho apenas um décimo de visão num olho. Outras, quando há a oportunidade de estarem comigo frente a frente, ficam simplesmente embasbacadas. Pela minha parte só tenho de sentir orgulho e me sentir feliz por não se notar a diferença entre o meu trabalho e o de outra colega sem problemas. Isto é sinal de que todos os meus sacrifícios não estão a ser em vão e é um impulso para eu continuar.

E assim é a vida de cada um de nós que nasceu diferente ou a vida cavou as diferenças. Às pessoas que ficam impressionadas e questionam como nós vivemos, sempre digo que vivemos como toda a gente, simplesmente vivemos naquilo a que eu chamo o mundo-cão das deficiências, o mundo tão incompreendido e tão desvalorizado neste nosso Portugal, o mundo que está longe de ser feto à nossa medida, o mundo onde todos os dias temos de lutar pela sobrevivência.







Friday, November 09, 2012

A vitória fugiu por pouco

Quando já se pensava que era desta que o Sporting iria regressar aos triunfos, eis que os belgas doi Genk empatam o jogo a escassos minutos do fim. O Sporting conseguiu mais um de muitos empates que já leva esta época e vê comprometida a permanência na Liga Europa.

Vamos ao jogo, que mostrou um Sporting algo confuso, ainda a assimilar as ideias impostas pelo novo treinador, curiosamente, o antigo treinador do adversário do Sporting na noite de ontem.

O Genk começa por rematar por intermédio do Jogador Número Dezanove mas o remate vai por cima.

Viola vê já o primeiro cartão amarelo do jogo por falta dura sobre o Jogador Número Dezanove do Genk.

Rui Patrício faz uma primeira defesa. A remate de quem? Do Jogador Número Dezanove do Genk. Já repararam que, até ao momento, ele aparece em todos os lances aqui reportados. É incrível!

Nuno Luz da SIC sobre um árbitro auxiliar que estava a provocar forte irritação a muita gente:
- “…de vez em quando levanta o pau, outras vezes nem por isso.”

Sai um cartão amarelo para um jogador da equipa belga e é livre perigoso em zona frontal para o Sporting que não criou perigo algum.

Num curto espaço de tempo, Capel tira dois cartões amarelos aos adversários. Agora foi o Jogador Número Dezasseis a ver o cartão.

Agora também foi Schaars a ver o cartão amarelo por entrada dura sobre um adversário que rebola no relvado com grande intensidade, sinal que a entrada magoou mesmo.

Pensei que Dani Fernandez ia também ver o cartão amarelo por falta sobre Capel mas o jogador espanhol do Genk não viu qualquer cartão, apesar do grito lancinante do espanhol do Sporting que poderia ter sugestionado o árbitro a exibir mais este cartão.

Agora é Insua a ver amarelo. Fez uma falta e ainda protestou. Por este andar, o jogo não acabará com onze jogadores para cada lado.

Já se ouvem assobios em Alvalade porque o sporting troca a bola sem progredir no terreno. Chega o intervalo e o Sporting tem de fazer mais na segunda parte para vencer este encontro.

Já estamos na segunda parte e Van Wolfswinkel falha um golo quase certo.

De livre, Insua remata por cima.

Sai agora um remate perigoso de Elias que o guarda-redes defende para canto.

Schaars vê agora o segundo cartão amarelo…por falta sobre o Jogador Número Dezanove do Genk. Sempre ele! Estava bom de ver que este jogo não iria acabar com onze jogadores para cada lado, dada a quantidade de cartões que este árbitro sueco retira do bolso. Acertei.

Mais um remate…do Jogador Número Dezanove do Genk. Sempre ele! É o Capel lá do sítio. Saca cartões para os adversários, remata, tira cruzamentos perigosos, aparece em todo o lado do campo…

Rui Patrício agora sai a punhos e evita o golo do Genk. Na resposta, Van Wolfswinkel faz o golo do Sporting. Alvalade explode mas o avançado holandês não festeja o golo. É estranho. Talvez por os adeptos o crucificarem por falhar tanto e o culparem, de certa forma, pelos mais resultados. Mas que pode ele fazer também? Está ali plantado na área sozinho.

O avançado do Genk, Jelle Vossen cria perigo agora.

Rui Patrício volta a negar o golo aos belgas.

Sai um remate muito perigoso agora do Jogador Número Dez do Genk.

Rui Patrício defende agora um remate cruzado que ia bem tenso e era muito perigoso.

Alvalade gela agora. O Jogador Número Catorze do Genk faz o golo do empate a poucos minutos de terminar o jogo…a cruzamento do Jogador Número Dezanove. Sempre ele! O mesmíssimo jogador há pouco caíra na área num lance com Cedric que deixou muitas dívidas…ou não deixou nenhumas. Foi mesmo carregado e o árbitro não assinalou a grande penalidade. Que sorte para o Sporting! Refira-se que o jogador que marcou o golo se chama Plet e é holandês. Os dois golos foram holandeses neste jogo.

Ainda hã tempo para um derradeiro cartão amarelo exibido ao Jogador Número Nove do Genk, ao Vossen, por estar em fora de jogo e ter prosseguido com o lance depois de o árbitro apitar.

É mais um jogo que o Sporting passa sem vencer. As contas ficam muito complicadas agora.

Refira-se que o Marítimo também está praticamente arredado da Liga Europa. Perdeu em França com o Bordéus por 1-0. Surpreendente foi o resultado da Briosa com o Atlético de Madrid. Houve festa aqui em Coimbra e todos nós sentimos orgulho de sermos adeptos deste clube. Ganhámos por 2-0 ao detentor do troféu. Não é para todos. Apesar de a equipa espanhola ter deixado alguns jogadores de fora, jogou com outros com outro grau de notoriedade que os jogadores da Académica ainda não têm. Refira-se que os dois golos foram ambos apontados por Wilson Eduardo.




Thursday, November 08, 2012

Objectivo conseguido

O meio-fundista Humberto Verde conquistou ontem a medalha de bronze nos 1500 metros nos Europeus de juniores do Maxithlon que decorreram em Itália.

Com o tempo de 4.25.92, o nosso atleta conquista assim o seu objectivo de chegar à medalha. O quarto tempo com que partia para esta prova fazia-o sonhar com esse desiderato. Esta prova foi ganha pelo sérvio Milivoje Trivic com 4.18.89.

Esta medalha de bronze viria a dar um novo alento ao nosso atleta para encarar os 800 metros onde conseguiu um décimo lugar com 2.16.76 que é a sua melhor marca da época. Nesta prova esteve igualmente presente Óscar Aleixo que não foi além de um penúltimo lugar com 2.19.70, sô atrás ficou o espanhol Didac Tello. O primeiro classificado desta prova foi outro espanhol- Juan Manuel Baraja que havia sido prata nos 1500 metros.

Noutra dimensão

Acordei confusa e intrigada por volta das três da madrugada. Pensava que já havia dormido muito mas ainda a noite ia a meio.

Estava algo intrigada com o sonho que tinha tido e que já não era a primeira vez que tinha um sonho semelhante. Não sei o que estes sonhos querem dizer. Eles distam décadas até entre si mas deixam um rasto de confusão e intriga.

Depois de ter sonhado com uma rua movimentada e com pessoas amigas e conhecidas, sonhei que estava num local muito pacífico onde se ouvia música agradável. Não conhecia ninguém que ali estava. Tudo era estranho ali mas não conseguia perceber o que causava tal estranheza.

Foi então que tive conhecimento de que todos ali tinham já morrido, inclusive eu. Fiquei admirada. Não me lembrava de haver partido para outra dimensão. Ora uma destas!

Havia álbuns digitais afixados, alguns com imagens de festas, outros de flores e restantes elementos da Natureza…e havia um cuja imagem de capa mostrava-me a mim sentada em cima de um muro alto. Envergava uns corsários e uma t-shirt amarela. Trazia um saco ao regaço. Apontando para essa foto, alguém que não conhecia disse-me que eu havia morrido porque caí para trás enquanto estava sentada nesse muro. A surpresa da minha parte foi grande.

Estava calma ali ao som daquela música agradável. Todos estávamos em paz e confraternizávamos sem os problemas da vida terrena, por assim dizer.

Na segunda parte da noite, sonhei que procurava roupa para ir a uma festa qualquer ou para sair pura e simplesmente.

Sonhei que tinha um carro vermelho que me tinham dado mas não tinha carta para o conduzir. Precisava de o tirar de uma zona difícil. Para piorar ainda mais as coisas, o carro transformou-se em moto. Ainda era mais complicado de conduzir.

O despertador tocou quando me tentava equilibrar em cima do veículo de duas rodas que inicialmente era de quatro.

Wednesday, November 07, 2012

Empate chegou para o apuramento

O Porto empatou em Kiev a zero com o Dínamo local e segue em frente na Liga dos Campeões juntamente com o Paris Saint Germain.

Como habitualmente, passo a transcrever para aqui os meus apontamentos desta partida.

O Dínamo de Kiev cria perigo. O Porto vai-se ver e desejar neste jogo. Estou mesmo a ver.

E o caceteiro Jogador Número Vinte E Três do Porto, a quem agora chamam Ba, e que deixou muita vez a Briosa reduzida a dez unidades na época passada, espalha já o seu charme sobre Gusev. O árbitro avisa-o.

Varela encara este jogo com umas cuecas brancas vestidas. Vi agora quando ele se rebolava no chão depois de um lance mais duro com um adversário.

Sai o primeiro cartão amarelo para Vukojevic por falta sobre James. Na minha opinião, também ficou por mostrar há pouco um cartão amarelo a Danilo por travar o Jogador Número Dez do Dínamo de Kiev que saía perigosamente em contra-ataque.

O Porto está-se a movimentar bem no ataque. Com isso confunde as marcações dos adversários.

Apesar de aparentemente ter sido empurrado, Jackson Martinez ainda cria perigo.

Milevski vê o cartão amarelo por falta sobre o argentino Otamendi. O intervalo chega com um nulo a verificar-se no marcador.

No início já da segunda parte, Varela falha uma clamorosa oportunidade de golo.

O Dínamo de Kiev responde e Helton tem de se aplicar perante o Jogador Número Nove.

Haruna é agora completamente ceifado pelo sempre impetuoso Jogador Número Vinte E Três do Porto que passou a ser conhecido apenas e só por Ba a partir de hoje. Cheira-me que o central tripeiro não descansa enquanto não rebentar com um tornozelo de um adversário.

Parece-me que o Porto agora se está a ver mais em apuros. Aqueles dois jogadores nigerianos que entraram para o ataque do Dínamo de Kiev estão a animar isto. Entretanto Helton tem de se aplicar mais uma vez.

Lucho remata de longe mas o remate sai ao lado.

Defour agora está lesionado. Mais uma lesão a juntar às que o Porto sofreu no jogo contra o Marítimo na passada sexta-feira? O jogador belga vai mesmo sair e entra Castro para o seu lugar.

Rodeado por adversários, Lucho ainda remata ao lado.

Entra agora um streaker em campo quando o Dínamo de Kiev atacava com perigo. O jogo está quase no fim.

O empate a zero com que terminou este jogo acabou por ser justo pelo que as duas equipas fizeram em campo. Para o Porto foi quanto bastou para seguir em frente na Liga dos Campeões. Aparentemente, o Dínamo de Kiev transitará para a Liga Europa.


Tuesday, November 06, 2012

“As Ligações Perigosas” (impressões pessoais)



Chega ao fim a leitura de um clássico da literatura mundial, três vezes adaptado ao cinema, se bem que eu não encontre nenhum dos filmes para ver como conseguiram adaptar esta obra tão originalmente escrita para o grande ecrã.

Tratando-se aparentemente de um romance erótico, claro que o seu autor tinha de ser francês. Alias, isto até pode ser um preconceito meu mas eu associo muito a França ao erotismo, ao romantismo, à sedução, à voluptuosidade, à tentação…

Para romance erótico, esta obra deixa um pouco a desejar. Poderá ter realmente provocado escândalo mas tal se deveu ao facto de partir de factos reais de pessoas altamente influentes na alta sociedade parisiense. As cartas existem mesmo e as pessoas também existiram e eram muito respeitadas na época, isto é, antes da Revolução Francesa.

As pessoas pertencentes à alta sociedade tinham de possuir virtudes e não se comportarem como meros mortais. Pelos vistos, ainda se portavam pior que meros mortais, especialmente a Marquesa e o Visconde que são os personagens mais importantes desta história.

Só no final do livro (lendo as notas) é que eu percebi por que razão os dois personagens se queriam vingar de Gercourt. Simplesmente ele trocou a Marquesa pela amante do Visconde. Tendo sido ambos traídos, uniram-se para se vingarem dele, usando meios pouco convencionais e sacrificando aquilo que na época era muito importante- a honra da jovem que estava prometida em casamento a Gercourt. Ambos quiseram fazer dela uma devassa aos olhos dos usos e costumes da época.

Nota-se bem aqui que, felizmente, a sociedade evoluiu. Eu seria incapaz de viver naquele tempo em que não havia liberdade nenhuma. Havia que sacrificar sentimentos, gostos pessoais, e a própria felicidade sempre com medo de parecer bem ou mal à sociedade. Hoje em dia ainda se vive assim, especialmente no meio rural, mas não se nota tanto como naquela época. Muito desgraçadas eram as pessoas, apesar do dinheiro que pudessem ter!

Voltando aos nossos personagens, é incrível o trabalho rasteiro a que ambos se prestam apenas e só para irem para a cama com o homem ou a mulher que querem. Muito complicado e o Ser Humano! Segundo dizem as Escrituras, tudo começou quando Eva deu a comer a Adão a maçã. Se a culpa não fosse de quem já não está entre nós para se defender, hoje não haveria tanto escândalo, tanta intriga, tanto rodeio, apenas e só por algo que é dado ao Homem pela Mãe Natureza, tal como deu aos restantes seres vivos.

Hoje em dia, escândalos rebentam todos os dias nos jornais, carreiras auspiciosas se destroem, pessoas caem no desespero. Porquê? Porque essas pessoas apenas se limitaram a seguir os seus instintos animais.

Atribuo nota positiva a esta obra. A ideia que o autor teve em reunir todas aquelas cartas e lhes dar um seguimento lógico de forma a constituírem uma história é de louvar. Como romance erótico propriamente dito, fica muito aquém mas sempre tem o interesse de se tratar de um romance de época.

De seguida vou ler um pequeno livro que diz muito aos deficientes visuais e que promete uma reflexão mais aprofundada da minha parte.

Velhotes fogosos na excursão



Conta-se por aí que um casal bem idoso foi certo dia a uma excursão para um local distante onde ninguém os conhecia de lado nenhum.

O seu anormalmente tórrido romance fazia furor na vizinhança e era visível o ar de troça que toda a gene fazia sempre que com eles se cruzava na rua.

Os pombinhos foram então à excursão com um numeroso grupo de pessoas das aldeias vizinhas que já sabiam do romance. Houve uma ocasião em que se deixou de ver o casalinho maravilha mas ninguém ligou ao facto. Era tão intenso o seu amor…

Eis que uma senhora teve necessidade de ir a uma casa de banho. Estava algo aflita. Disseram-lhe onde ficava uma casa de banho mas também disseram que alguém tinha entrado lá para dentro e que se estava a demorar. Como a necessidade era urgente, a boa da senhora entrou.

O que foi encontrar? O casal protagonista desta história a dar lagas ao amor intenso que lhes aviva a chama de corpos já gastos pelo passar dos anos. Correndo, a senhora saiu dali com ar escandalizado. Depressa perdeu a vontade de se aliviar.

Agora o gozo e a troça para com estes dois senhores que já tinham idade para terem juízo aumentou e de que maneira. Rapidamente se espalhou a novidade e já se fazem planos para não os deixarem em paz.

Friday, November 02, 2012

Atletas a caminho de Itália

Os meio-fundistas Óscar Aleixo e Humberto Verde preparam-se para rumarem até Itália para disputarem provas no Campeonato Europeu de Juniores do Maxithlon.

Óscar Aleixo conseguiu mínimos nos oitocentos metros com a marca de 2.17.05. Refira-se que o mesmo atleta ficou de fora por muito pouco de ter disputado os Mundiais na época passada.

A esses Mundiais foi Humberto Verde mas não conseguiu obter grandes resultados. Este ano espera até uma medalha nos 1500 metros, onde é um dos favoritos com o tempo de inscrição de 4.31.29. O atleta estará também presente nos oitocentos metros mas a sua marca não melhorou em relação à época passada por o atleta se estar a dedicar mais à distância mais longa.

Os Europeus decorrerão na próxima quarta-feira, 7 de Novembro. Veremos se haverá uma medalha mais para as nossas cores depois da prata conquistada por Irina Cláudio num Mundial de Juniores de há umas épocas atrás.

Véspera da partida

Dormi extremamente bem nesta noite, por isso só me recordo dos sonhos que tive imediatamente antes de acordar.

Era Verão no meu sonho. As idas à praia povoavam o quotidiano das pessoas que me eram mais próximas. Também era o Domingo da festa lá na aldeia e a véspera dos filhos do meu vizinho partirem juntamente com a mãe para o Luxemburgo.

Na televisão dava um programa de captação de novos talentos musicais e a seguir daria um outro programa que eu não quereria perder. Por essa razão, não iria ao arraial.

Os filhos do meu vizinho esperaram o regresso da avó que tinha ido até Mira na camioneta e estava prestes a chegar. Estava a anoitecer e nós preparávamos algo para todos comermos.

As gatas foram postas na rua. A noite já tinha caído completamente nessa altura mas estava luar. Dava para ver a rua perfeitamente. Teka havia saído pela porta da sala junto ao meu quarto. Ouvindo movimento, corri para recuperar a gata novamente para dentro mas ela já tinha atravessado a estrada na direcção da vinha.

Estava desesperada. Não poderia mandar parar um carro, caso ela resolvesse atravessar, porque estava do lado de dentro da eira e o pequeno portão estava fechado à chave. Ela atravessou e só não foi atropelada por mero acaso.

Veio uma sucessão de carros que me estava a meter nervos. Teka aguardava voltar a atravessar de novo na berma da estrada do lado da eira. Estiquei a mão pela grade e apanhei-a. Ela não queria vir para dentro mas teve que ser.

Estava toda a gente à mesa da sala a comer as sobras do almoço. Era intenso, o movimento na rua. A minha vizinha afirmou que tinha medo de ir para casa com todo este movimento.

À mesa falava-se da partida dos filhos do nosso vizinho para o Luxemburgo. Toda a gente ficou calada e pensativa pelo facto de estarmos longo tempo sem os ver. Anos, até. Quando regressassem, não iriam sequer falar Português e não conheceriam ninguém.

Enquanto conjecturava na vida dali em diante, mastigava lentamente uma sandes de leitão. O despertador tocou. Admirei-me de não me lembrar de ter acordado uma única vez durante toda a noite.