Wednesday, March 27, 2013

Muros e paredes

Sonhei com imensas coisas mas, ultimamente, não me consigo lembrar com precisão dos meus sonhos. A excepção a essa regra são os sonhos que tenho imediatamente antes de acordar. Foi o que aconteceu hoje em que não precisei de despertador para acordar três minutos antes da hora.

Sonhei que havia uma actividade qualquer num local desconhecido. Participava muita gente nesse evento mas eu apenas conheci a minha irmã e uma amiga nossa. Os outros eram jovens desconhecidos que tinham frequentado ou estavam a frequentar a universidade. Vestiam fatos de treino completos da Adidas de várias cores e alguns, na sua maioria raparigas, usavam as orelhas de burro feitas de cartolina ainda a assinalar que eram caloiras. Cantavam alegremente.

O percurso era inicialmente feito no interior de um enorme edifício. Até aí não tinham havido grandes problemas. Tínhamos de subir e descer escadas mas todos os obstáculos foram transpostos. Um colega de nome Vasco ausentou-se de repente alegando que tinha de ir tomar banho. Levava um pacote não sei de quê. A minha irmã foi perguntar o que era aquilo ao local onde se vendia isso e afinal era…café.

Saímos para a rua. Andávamos pela cidade normalmente, em cima dos passeios, mas aquela cidade tinha as suas particularidades. Tínhamos de subir um muro, uma parede de pedra que parecia escorregar imenso. Ainda finquei os pés para me agarrar mas o medo apoderava-se de mim e já chorava a dizer que não conseguiria subir aquilo com a imagem do abismo lá em baixo.

A minha irmã e a minha amiga estendiam a mão para que eu a agarrasse. Passei as mercadorias que trazia para a outra mão e consegui agarrar a rocha como se tivesse garras. Não conseguia içar os pés para cima. Isso enervava-me. Tinha medo de dar a mão a elas e desequilibrar-me. Balançava na rocha de forma periclitante. Cairia por ali abaixo a qualquer momento.

Acordei atarantada. Através do estore fechado dava para ver que já tinha amanhecido mas o despertador ainda não tinha tocado. Faltavam ainda três minutos.

Buzina também para quem anda a pé

Ia eu muito sorrateiramente pela rua em direcção ao trabalho. A viagem não é longa mas, com a chuva que caía incessantemente e o trânsito que parece muito mais intenso nestas ocasiões, demora-se um pouquinho mais.

De guarda-chuva aberto, atravessava uma passadeira. Antes de eu passar, tinha cruzado a passadeira um veículo a alta velocidade. Outros dois estavam do outro lado da estrada à espera que eu passasse.

Atravessei a rua no meu passo normal mas já havia uma fila de carros. Um veículo de cor escura, impaciente, começou a buzinar. Que raiva! Nem o podia ouvir. Nem respeito tem por quem anda a pé e à chuva. Mau era se lhe estava a chover dentro do carro! Quer-se dizer, o condutor deste veículo passaria na passadeira sem se preocupar se arrastava algum peão.

Foram aquelas buzinadelas impacientes que deram o mote para que começasse a imaginar como seria a vida na cidade se os peões também tivessem buzina. Provavelmente o ambiente seria ensurdecedor.

As buzinas dos peões serviriam para ser usadas nas passadeiras para indicar aos automobilistas que íamos a passar. Já que eles também fazem o mesmo, ao menos estaríamos em pé de igualdade.

Onde certamente a buzina seria mais utilizada seria nos passeios onde sempre se encontra uma pequena assembleia de gente a conversar e a obstruir a passagem dos outros que, ao contrário de quem ali parou, estão cheios de pressa para irem trabalhar. Uma sonora buzinadela para mandar arredar esta gente.

Nos passeios estreitos, há gente que anda mais rápido e gente que anda molemente. Andam tão devagar, tão devagar, mas tão devagar, que até cansa observá-las. Por acaso ia à minha frente ontem uma senhora com essas características. Desejei ter uma buzina para a mandar arredar ou andar mais depressa.

Em suma, uma buzina nas nossas mãos até seria uma ferramenta poderosa, e barulhenta também, tantos seriam os momentos que merecessem que a ela recorrêssemos.

“Mensagem” (impressões pessoais)



Esta foi uma oportunidade de ler algo de Fernando Pessoa tantos anos passados sobre os estudos secundários.

Sempre achei Fernando Pessoa um poeta um pouco complicado. Prefiro Camões, sem dúvida. A poesia tem uma coisa boa que vem compensar o pouco interesse que lhe dedico: lê-se mais rápido do que a prosa.

Nesta obra que foi a única de Fernando Pessoa publicada em vida, destaco este poema que é o meu favorito. Aqui João Vilaret recita-o.




Também conheço este. Por acaso tive sorte ao encontrar o que eu queria. Isto quase que dava um “Música Com Memórias”. Ainda eu não sabia quem tinha escrito “a letra desta música” já a ouvia. Salvo erro, servia de banda sonora numa campanha para umas eleições, se não estou em erro, era o tema musical do PPM. Realmente tem tudo a ver.



O que mais há a dizer. Penso que está tudo dito. Uma positiva incursão por obras de poetas portugueses antes de passar novamente para aquele tipo de literatura que realmente me enche as medidas.






Tuesday, March 26, 2013

“Anedotas Do Bocage” (impressões pessoais)



Desde muito pequena que ouvi falar de Bocage. Normalmente todas as avós estão sempre prontas para nos contarem histórias e a minha não fugia a essa regra e brindava-nos com todo o tipo de histórias, desde as bíblicas, às tradicionais, passando por acontecimentos que ela presenciou ou que lhe contaram e que foram passados nas proximidades e também outras histórias engraçadas e com imensa piada.

Muitas vezes ela contou as tropelias de um tal de Bocage. Fiquei com a ideia de esse senhor ser um palhaço autêntico. Isso durou até às aulas de Português no liceu. Afinal Bocage era um poeta. Estudámos os seus poemas mas, e as histórias? Talvez foso outro com esse nome, o protagonista das peripécias que sempre ouvira contar. Não. Era o mesmo, afinal. Numa ocasião, essa faceta do poeta foi abordada.

No outro dia, indo ao sítio do costume para comprar livros, encontrei este pequeno exemplar e resolvi comprá-lo para, certamente, me proporcionar umas boas gargalhadas. Por acaso comecei a ler esta obra numa noite em que andava um pouco mais introspectiva e, o facto de ler algo cómico que me fez rir, aumentou sobremaneira o meu humor. Uma boa escolha para aumentar o ego.

Continuando na senda de poetas portugueses, este dispensa apresentações. Irei ler “Mensagem” de Fernando Pessoa.

“História Do Terror” (impressões pessoais)



Ora aqui está uma obra que eu não dispenso nem por nada e que muito me enriqueceu ao me embrenhar pelas suas páginas.

Pura e simplesmente, a leitura deste livro me deixou fascinada. Ao longo das suas páginas,, Paul Newman aborda a evolução do terror ao longo dos séculos, especialmente no Reino Unido.

Fiquei a saber muitas coisas curiosas, desde o início da Humanidade até aos nossos dias. De onde vieram certos mitos que ainda hoje nos acompanham, a razão de ser do horror a certos animais, a Religião como veículo de propagar o medo e muito mais.

Sem dúvida, uma leitura bastante positiva. É, até ao momento, o melhor livro que li neste ano de 2013 e não é preciso ser um romance ou um conto para me agradar. Basta haver numa obra algo que me interesse para logo a absorver com todos os meus sentidos.

Agora dedicarei, mais uma vez, um cantinho para o que é nacional e, por incrível que pareça, vou fazer uma incursão pela poesia. É algo que se lerá rápido.


Thursday, March 21, 2013

“Uma Árvore, Um Amigo”- Joel Branco (Música Com Memórias)



Ainda no seguimento dos dias mundiais de qualquer coisa, desde que me conheço como gente que este dia 21 de Março é o Dia Mundial da Árvore. Por isso mesmo, este “Música Com Memórias” é especial.

Estas memórias bem coloridas levam-me ao tempo em que andava na escola primária. Todos os dias 21 de Março era uma alegria. Nesse dia, saíamos de casa na direcção da escola com um entusiasmo especial e uma alegria incontida. Não iríamos ter aulas dentro da sala. Ficavam para trás as cópias, os ditados e, especialmente para mim, os números. Este dia era passado no jardim que rodeava a escola, ao ar livre, a plantar árvores, a jogar às escondidas e (não menos importante) a cantar esta música. Cantávamos outras mas esta era obrigatória.

Lembro-me vagamente de um ano em que a nossa professora nos deu autocolantes com árvores. Não me lembro se tinham alguma coisa escrito mas penso que sim.

As professoras do ensino especial também comemoraram o Dia Da Arvore connosco. Normalmente elas vinham sempre à sexta-feira e esse dia era passado de maneira diferente. Talvez o Dia da Árvore tenha calhado a uma sexta-feira num ano. Eu lembro-me que nos fartámos de cantar. Elas trouxeram um gravador para gravar as nossas cantorias. Envergonhadas, as minhas vizinhas não cantaram nada. Nessa ocasião, cantou-se muito esta música.

Um factor curioso envolvia esses tempos em que se comemorava o Dia da Árvore na escola: estava sempre sol e a temperatura estava agradável. Não é como hoje, que andamos todos encasacados e os dias estão mais pardos e tristes. Talvez por aqui se veja que algo está, efectivamente, a mudar em termos climáticos.

Ficam as memórias de dias diferentes, passados no exterior da escola, cantando e rindo, ao mesmo tempo que aprendíamos a cuidar da Natureza.

Wednesday, March 20, 2013

Dia mundial…de contar histórias

Como ultimamente tenho reparado, agora arranjam-se dias mundiais de tudo e mais alguma coisa. Então imagine-se que hoje, 20 de Março é, nada mais, nada menos, que o dia mundial de contar histórias.

Parte-se do princípio de que hoje se deveria contar uma história mas, segundo pude reflectir, a esmagadora maioria dos actos de comunicar se cingem a contar histórias.

De manhã ligo o rádio, ouço as notícias que não são mais do que relatos das histórias recentes e que marcam a actualidade. Depois passa uma música. A sua letra conta, naturalmente uma história. Pode ser triste, pode ser alegre, mas é certamente uma história.

Pelo caminho encontro pessoas conversando, interrompendo até a circulação nos passeios. Elas não fazem mais do que contar as histórias do seu quotidiano, do seu serão da véspera, dos seus familiares, de tudo o que se lembram de contar.

No trabalho envio mails, telefono, relato as últimas incidências. Isso também é contar histórias, bem vistas as coisas.

Vou almoçar. Discute-se Política e Futebol. Estes dois assuntos dão milhares de histórias que são contadas, comentadas, esmiuçadas à medida que se leva uma colher ou um garfo à boca.

É final do dia. Sento-me ao computador e começo por escrever algumas linhas. Assunto a abordar? O dia mundial de se contar histórias. O meu blog está repleto de histórias contadas com mais ou menos piada. Histórias engraçadas, embaraçosas, de coragem, de luta, memórias soltas que povoaram a minha infância, subtilezas de um subconsciente caprichoso. Tudo isto são apenas e só histórias. Este dia também é dos blogs, veículos privilegiados da narração das histórias quotidianas por excelência. Enquanto não há um dia mundial do blog, penso eu, o dia do blog será também este dia mundial de contar histórias.


Tuesday, March 19, 2013

“Money For Nothing”- Dire Straits (Música Com Memórias)



Como já é a segunda vez que ouço esta música hoje, achei que estava mesmo a pedir para ser a próxima a ser abordada em mais uma edição de “Música Com Memórias”.

Desde tenra idade que me habituei a acompanhar religiosamente os tops das músicas. Hoje isso não acontece. Em primeiro lugar, não sou assim grande fã da música que hoje se faz e em segundo lugar, existem muitas plataformas onde podemos ouvir música quando e onde quisermos. Na altura não era bem isso que acontecia.

Tinha aí os meus oito ou nove anos quando este tema liderava o top nacional de vendas. Aos Domingos à tarde, nessa altura, ficava sempre à espera do grande momento da tarde em que passava o videoclip desta música. Era ponto assente que passava, pois o tema não arredava pé do primeiro lugar. Refira-se que, naquela altura, ainda tínhamos televisão a preto e branco. Sempre que chegava a casa de alguém com televisão a cores, ficava extasiada a absorver cada imagem, cada ponto luminoso. Em suma, ficava a olhar para aquilo como um boi olha para um palácio.

Apesar de a televisão lá em casa ainda ser a preto e branco (e de a música falar em televisão a cores- coisa que na altura ignorava) eu achava este videoclip bem animado e provocava em mim uma atracção enorme. Pouco ligava à música, o que eu queria ver era mesmo o videoclip e mais nada.

Sem dúvida, uma das imagens que faz parte da minha infância e que hoje felizmente posso recuperar e recordar.

Poio ou poia





Num Domingo cinzento e com uma chuva fraca, saímos de Coimbra rumo ao local de mais uma caminhada que iríamos realizar em conjunto com os nossos companheiros de Tomar junto à Serra de Sicó.

Adivinhavam-se dificuldades inerentes ao traçado do percurso com algumas elevações e trilhos sinuosos. Já vinha preparada para enfrentar as adversidades. Em suma, é este espírito de aventura que dá o sal e a pimenta às caminhadas.

Reunimo-nos aos nossos companheiros e lá seguimos em amena cavaqueira pelos trilhos. Havia de tudo. Estrada, terra batida, pedras e vegetação densa onde só passava uma pessoa de cada vez e tínhamos de ir agachados. Ia eu tão curvada, que até perdi o meu bidão da água que ia num bolso da mochila. Seria uma grande perda, porque o fui despejando durante o percurso devido ao esforço que fazia sede.

Agora posso dizer que esta foi a caminhada mais puxadinha que fiz. As subidas eram autênticos muros para escalar. Depois passámos por caminhos onde praticamente só havia pedras. Com a ajuda dos companheiros, consegui vencer a parte mais perigosa.

Caí em duas ocasiões. Da primeira vez, escorreguei numa pedra que estava molhada e lustrosa e, para cúmulo, tinha um buraco cheio de água. Assentei mesmo o cu na água, que até me consolei. Um colega que ia atrás de mim também caiu no mesmo local.

Mais adiante havia lama escorregadia. Atrás de mim, seguia uma companheira que tinha a particularidade de trazer um guarda-chuva aberto. Ainda agora me estou a rir ao recordar a imagem dela a deslizar na lama com guarda-chuva e tudo. Parecia que tinha aterrado de pára-quedas. Poucos metros mais à frente, foi a minha vez de deslizar na lama.

Depois de muitos quilómetros nas pernas em percurso muito acidentado, os quilómetros finais foram um calvário. Toda a gente ia muito devagar, vergada ao cansaço que se fazia sentir. Vi gente a parar a abrir ou fechar guarda-chuvas, a dar um jeito ao vestuário, a esperar por companheiros…já nem se andava para trás, nem para a frente, as pernas não obedeciam.

Eu estava de rastos, mesmo assim ainda passava vários companheiros que deviam vir mais desgastados do que eu. Refira-se que a subida era feita em terra batida, logo não tinha ali dificuldade. As pernas é que não davam para grandes cavalgadas.

Quando cheguei à estrada, tive uma sensação que não experimentava desde os meus tempos de alta competição- a sensação de chegar à meta depois de uma corrida de quatrocentos metros. Aqui a meta vinha em forma de autocarro que estava estacionado ali, juntamente com os veículos que transportavam os nossos animados companheiros de tomar que passaram a caminhada toda a animar as hostes.

Estava lá o autocarro, pois estava, só que…saía dele uma fumarada imensa. Foram várias as tentativas para o colocar em marcha mas ele ia-se abaixo e do seu motor saía um fumo branco e nauseabundo que nos invadia as narinas. Ora essa agora!

Sentámo-nos nas pedras a descansar enquanto não vinha um autocarro para nos recolher num local chamado…Poios e que ficava ainda distante de tudo.

Tivemos de comer o que ainda restava nas nossas mochilas. Eu ainda tinha um pacote pequeno com umas três ou quatro bolachas. Tinha consumido apenas as barras energéticas que tinha levado.

Alguns de nós fomos ainda a pé até uma localidade chamada Anços ao encontro do autocarro para indicarmos o local onde estaria o resto do grupo. Por ali não passava vivalma.

Eu também fui com quem ainda tinha forças para mais uma caminhada extra. O piso agora era em estrada e quase sempre a descer. O Sol brilhava agora e o Céu estava azul. Não sabia que horas eram mas deviam ser aí umas três da tarde. Quando numa aldeia alguém nos deu as boas tardes, eu fiquei atarantada, tal é o hábito de caminhar de manhã.

No local onde estivemos de manhã, esperávamos agora o autocarro que entretanto tínhamos encontrado pelo caminha para explicar onde estava o outro autocarro- o que estava avariado- e o resto do grupo. À frente vinha uma carinha de assistência para tentar reparar a viatura.

O autocarro novo e limpo recolheu-nos. Cheirava agradavelmente bem e eu toda enlameada. Só levo roupa suplementar para as caminhadas quando vamos para sítios onde ficamos até tarde. Para Tomar, por exemplo, que é onde vamos dia 21 de Abril para mais uma caminhada das difíceis. Levamos mais uma história para contar aos nossos companheiros que entretanto se foram embora. Ah, íamos nós pela estrada, ao encontro do autocarro, quando passou por nós um dos carros que transportava alguns dos nossos colegas de Tomar. Também tinha havido um carro deles que ficou pelo caminho. Isto é que foi uma aventura! Uma história que será recordada por muitos e longos anos, até porque há fotos.

“Uma Aventura Perigosa” (impressões pessoais)



Depois da leitura de um livro tão aborrecido, eis que peguei num livro mais interessante e mais fácil de ler para descomprimir.

É incrível como ainda hoje, depois de adulta, continuo a aprender com estes livros, tal como acontecia há vinte e tal anos atrás.

No caso deste, fiquei a saber que a alface tem propriedades calmantes depois de extraído o seu concentrado e que a amêndoa amarga é um veneno letal. Ainda bem que eu odeio amêndoas, já porque apanho algumas bem amargas e que causam uma forte repulsa e mesmo enjoo. É uma coisa que eu não consigo comer e não suporto também o cheiro. Pela Páscoa, se me derem amêndoas, eu apenas ingiro a parte do açúcar ou do chocolate porque posso sempre apanhar dissabores se me aventuro a roer mesmo a amêndoa.

Mais uma vez volto a salientar a capacidade que estas obras têm de transportar o leitor a belos cenários. No caso desta obra, a Serra da Arrábida serve de palco à aventura.

Bem, já me encontro a ler uma obra que também não é um romance, tal como aquele livro que li lá atrás e ao qual não achei o mínimo de piada mas, ao contrário dessa, esta obra está a ser maravilhosa e o conhecimento que dela estou a beber vale mesmo a pena. Estou a fervilhar de ideias à sua conta para futuros contos que possa vir a escrever. Aliás, foi para isso mesmo que a adquiri, pela ajuda que possa vir a dar.

“O Esoterismo de Dante” (impressões pessoais)



Sabem que mais, ainda bem que este livro era relativamente pequeno. Se fosse um calhamaço, acho que não o leria até ao fim.

Antes de mais, esta obra escrita pelo senhor René Guénon deveria advertir o leitor para a necessidade de ler a “Divina Comédia” de Dante antes de se embrenhar nas sinuosas páginas deste estudo sobre essa obra clássica.

O que mais me irrita nesta obra (ou em qualquer outra) é o excessivo abuso de notas à margem. Eu detesto estar a ler um texto e estar a ser sempre interrompida por notas que, parte-se do princípio que sejam fundamentais para compreender o que se está a tentar explicar. Aqui as notas só estorvam e, na sua maioria, remetem-nos para um verso ou uma estrofe da “Divina Comédia”. Ora eu cometi a insanidade de pegar neste livrinho sem o meu exemplar da obra de Dante (que não tenho” à frente. Para cúmulo, e para dificultar ainda mais a vida, o autor recorre a parágrafos longuíssimos e a frases também muito extensas. Naturalmente que isso não abona nada em favor da boa compreensão.

O tema até era interessante. Com este estudo, Rene Guenon queria provar que na “Divina Comédia” há uma mensagem oculta que só os iniciados compreenderiam. Há as naturais referências à Maçonaria, aos Templários e a outras organizações iniciáticas das quais Dante seria seguidor.

A forma como o tema está abordado é que é completamente descabida. Este senhor deve cativar imenso os estudantes, principalmente os de hoje que não estão para grandes maçadas.

Adiante, que o livro até já anda a perder páginas, que é por causa das coisas. Venha outro bem mais interessante!

Friday, March 15, 2013

Cardozo é rápido a responder

O Benfica está nos quartos-de-final da Liga Europa depois de ter vencido o Bordéus em França por 2-3.

Sem os dois centrais titulares, Jorge Jesus teve de recorrer a Jardel e Roderick e a usar os seus melhores jogadores do meio-campo para a frente para fazer face a este jogo. Mais uma vez venho aqui manifestar a minha estranheza pelo facto de André Gomes nem sequer no banco se ter sentado. Ele, que até era apontado por alguma imprensa desportiva como sendo titular.

Vamos aos momentos do jogo, que isso é que interessa.

Sem Luisão, hoje o capitão de equipa é Gaitan- o brinca-na –areia. Eu acho que o sub-capitão do Benfica é Maxi Pereira e a seguir é Aimar mas ambos estão no banco. Por isso mesmo, o símbolo da liderança dentro do campo hoje está no braço do Jogador Número Vinte do Glorioso.

Tanto tempo para se marcar um livre contra o Benfica! Irra!

O temido ponta de lança do Bordéus já faz jus ao seu famoso jogo aéreo rematando agora de cabeça.

Henrique vê o primeiro cartão amarelo da partida que o impede de participar no próximo compromisso europeu no caso de o Bordéus passar. Entrou de forma dura sobre Enzo Perez.

O remate do Bordéus é muito perigoso. Valeu Artur.

Artur está-nos a safar de já estarmos a perder por uns dois golos.

Com o guarda-redes pela frente, Salvio permite a intervenção deste.

GOOOOOOLOOOOO JARDEL! Foi na sequência de um canto. Mais uma vez, o guarda-redes do Bordéus não fica isento de culpas neste lance. Recorde-se que a UEFA lhe atribuiu a autoria do golo com que o Benfica venceu na passada semana. Para já, este Carrasso está a ser amiguinho.

Alegadamente por protestos, o Jogador Número Quatro do Bordéus vê o cartão amarelo.

Artur volta a defender um remate perigosos de Djabate.

Novamente Djabate, desta vez à malha lateral ainda antes do intervalo que chega com a vitória parcial do Benfica por 0-1. Para seguirem em frente, os franceses terão de marcar três golos na segunda parte.

O Bordéus cria perigo na sequência de um canto.

Roderick Miranda vê o cartão amarelo agora.

Sertic, o Jogador Número Vinte E Seis do Bordéus remata de longe mas sem perigo.

Há golo do Bordéus. O autor não poderia ser outro, que não Djabate. Por acaso merecia este golo pela persistência. O Benfica responde imediatamente por Cardozo que entrou há pouco a substituir Rodrigo. É o 1-2 neste jogo.

O barbudo e horrivelmente feio Jogador Número Oito do Bordéus vê cartão amarelo por falta sobre Ola John. Em vez de um carão, o árbitro deveria exibir-lhe um kit de barbear, pois é isso que ele não tem em casa. Estou-me a lembrar que no Boxe não é permitido os atletas competirem com as barbas grandes. No Futebol também não deveria ser, digo eu que detesto ver um homem de barbas compridas.

Ola John, que ia para marcar o canto, ainda viu um cartão amarelo. Depois foi substituído por Carlos Martins- outro que às vezes também anda de barbas compridas.

Sacko ainda remata ao lado.

Acabadinho de entrar, Maxi Pereira vê o cartão amarelo por simular.

E Jardel marca o seu segundo golo na partida…desta vez na baliza errada. É o segundo golo do Bordéus. Não se pode dizer que ele tenha marcado um golo em cada baliza. A baliza era a mesma só que na primeira parte o Glorioso atacava para lá e agora, naturalmente, é o Bordéus quem ataca desse lado do campo. E Cardozo não perde tempo a responder. É o terceiro golo do Glorioso. Ainda bem que os golos do Benfica são marcados escassos minutos depois dos golos do adversário, senão , não sei como seria a nossa vida.

Agora é Enzo Perez de cabeça a criar perigo mas o remate sai sem força.

O jogo chega ao fim com os festejos merecidos do Glorioso que assim segue em frente. Deixem-nos sonhar que vamos ganhar a Liga Europa!


Thursday, March 14, 2013

Isco lançado para pescar dragões

Terminou o sonho de conquista da Liga dos Campeões para o Porto. Tudo aconteceu em Málaga onde os portistas perderam por 2-1 e estiveram praticamente toda a segunda parte reduzidos a dez jogadores.

Danilo começou por rematar para fora numa altura em que o jogo estava equilibrado e bastante disputado a meio-campo.

Otamendi vê o primeiro cartão amarelo da partida. Fez falta sobre Antunes.

Agora é Defour quem vê o cartão amarelo. Foi mais um lance rasgadinho. O jogo está mesmo assim, com alguma impetuosidade.

De muito longe, Defour atira para fora.

O Jogador Número Cinco do Málaga vê o cartão amarelo por falta sobre Varela. Mais um cartão amarelo exibido pelo árbitro italiano. Desta vez é para Alex Sandro por falta sobre Saviola. Jesús Games também vê o cartão amarelo. Por este andar, o jogo não vai terminar com onze jogadores para cada lado.

Antunes aplica o seu potente remate que tão bem conhecemos. Helton esteve à altura a defender.

E Saviola até nem estava fora de jogo.

A bola entra na baliza do Porto mas é assinalada uma falta de Júlio Batista sobre Helton.

Lucho viu o cartão amarelo ou quê?

Agora é que vale o golo do Málaga marcado por Isco aos quarenta e dois minutos. É com a eliminatória empatada e com a vitória do Málaga por 1-0 neste jogo que chegamos ao intervalo.

Olhem o João Moutinho a ser substituído ao intervalo! Um fenómeno raro, explicado por uma eventual recaída do Jogador Número Oito do Porto que vinha de uma lesão. Entrou James.

Defour é expulso por acumulação de amarelos por travar o Jogador Número Sete do Málaga em falta. Há toda uma segunda parte para o Porto jogar com dez. Vai ser complicado!

Vítor Pereira tenta remediar. Faz entrar Maicon para travar o ímpeto dos espanhóis e tira Varela de campo.

Quem é o James Martinez???!!!

Isco remata à malha lateral. Deu a sensação de golo. Só dá Málaga, naturalmente.

O cartão amarelo sai agora do bolso do árbitro italiano para ser mostrado ao Jogador Número Oito do Málaga.

A velocidade de Atsu será em breve lançada por Vítor Pereira. Sai Alex Sandro.

De livre, o Porto cria perigo. Foi Jackson Martinez.

Entrado ainda há pouco para substituir Júlio Batista, Roque Santa Cruz faz o segundo golo para o Málaga na sequência de um canto.

A bola ainda entra na baliza do Málaga mas havia um fora de jogo.

É a vez de Mangala também ver o cartão amarelo.

Mais uma bola que entra na baliza do Málaga mas foi assinalada uma irregularidade. Havia um fora de jogo.

James ainda remata mas a bola sai sem força suficiente para criar perigo. O Porto sai assim da Liga dos Campeões num jogo em que faltou sorte e as suas unidades mais influentes com outra disponibilidade física que não têm. Nota-se algum abaixamento, algum cansaço, nos jogadores do Porto.







Wednesday, March 13, 2013

“Crónica De Uma Morte Anunciada” (impressões pessoais)



De tanto ouvir falar maravilhas de Gabriel Garcia Marquez e da sua obra, fiquei tentada a ler algo dele quando surgisse a oportunidade. Sinceramente, já nem me lembrava que tinha este livro lá em casa. Tenho tantos…

Esta obra leva-nos a reflectir sobre a inevitabilidade da morte. Quando alguém morre, especialmente se essa morte não é consequência de causas naturais, ouvimos sempre alguém durante as cerimónias fúnebres ou mesmo depois a dizer que se a vítima fizesse diferente, a tragédia não se dava. Penso que nem é preciso ler esta obra para chegar à conclusão de que há algo superior que se conjuga para que termine uma vida que está destinada a terminar naquele momento e não mais tarde.

Aqui na obra, este fatalismo da Morte, a sua inevitabilidade, é aqui levada ao extremo. Quer-se dizer, os assassinos apregoaram aos sete ventos que iam matar Santiago para reporem a honra da sua irmã, algumas pessoas (muitas mesmo) têm intenção de avisar a vítima mas algo se interpõe nessa altura e acabam por nunca mais se lembrarem. Há quem venha determinado em o avisar mas eis que chega alguém, outros não se querem meter, uma vez que se trata de uma questão de honra. Houve quem tirasse as facas aos assassinos mas eles logo foram buscar outras…

Repare-se no dia em que este crime ocorre. Havia um alvoroço na localidade devido à espectativa de um bispo que passava de barco parar, saudar a comunidade e celebrar missa. O que aconteceu? O barco com o bispo simplesmente passou e seguiu viagem. As pessoas continuaram no mesmo local algo desiludidas. Foi nesse clima que se deu o crime.

Repare-se nos desencontros que se deram no momento fatal. O amigo procurava Santiago dentro de sua casa. Ele, que o tinha perdido na multidão e o queria proteger do seu destino. Ninguém o viu entrar em casa da namorada e muita gente estava na rua. A mãe de Santiago procurava-o no quarto quando ele estava na rua a ser atacado. Ainda a mãe, fechou a porta no trinco, impedindo o filho de escapar aos golpes dos irmãos Vicario, na tentativa de barrar a porta aos assassinos, ainda pensando que o filho estava dentro de casa. Enfim…tinha que ser. Como disse um personagem desta história: “era como se ele já estivesse morto”.

Os presságios, as crendices, a inevitabilidade da tragédia e da morte estão muito presentes na literatura dos escritores latinos. Igualmente presente nas suas obras está uma queda para o pormenor mais descarado. Já referi isso em outras obras de escritores latinos, mesmo em escritores portugueses. Aqui nesta obra, são enumeradas as vezes que cada um dos irmãos Vicário foram à casa de banho, é narrada a diarreia súbita de Pablo (é aqui usado o termo tão querido das gentes da aldeia cá em Portugal- a palavra “soltura” que muita gente ainda utiliza quando vai ao médico queixar-se de diarreia), a dificuldade em urinar de Pedro…

Os escritores da América Latina têm uma coisa que serve para prender o leitor até ao fim: têm um vocabulário muito rico e pouco formal. Contam as coisas como elas realmente são sem recorrerem a grandes floreados. Isso torna as obras fáceis de ler e mais atractivas para todos os tipos de leitores.

Adorei esta obra. Foi mais uma que li de um laureado com o Prémio Nobel da Literatura. Gabriel Garcia Marquez foi contemplado em 1982. Penso que este escritor colombiano ainda é vivo. Está muito velho e já deixou de escrever há uns anos por não estar na plena posse das suas faculdades. Não me lembro de ter ouvido dizer que ele tenha morrido.

E prosseguem as leituras agora com alguns pequenos livros que não me ocuparão muito tempo.

O que fazer com este mau tempo?

As previsões meteorológicas não eram nada animadoras para este fim-de-semana. Não estava assim tanto frio mas o tempo estava horrível e instável.

Desde logo, com a trovoada, não se podia fazer nada usando o computador. Ler no quentinho do quarto seria a solução mais indicada. Também se aproveitaria para descansar um pouco.

A minha mãe estava visivelmente afectada pela gripe. Mesmo assim, andava à chuva a dar de comer aos animais. Que teimosia!

Fui para dentro ouvir o relato do jogo do Porto. Na rua alastrava um incrível temporal com chuva, vento e até trovoada. Peguei no telemóvel e filmei um pouco desse mau tempo.




Ouvi miar passados alguns minutos. Chovia torrencialmente e trovões ribombavam com uma intensidade medonha. Abri a porta e a Feijoa entrou completamente encharcada. A minha mãe começou a discutir que tinha colocado a gata na rua pelo outro lado. Como estava a chover imenso, abri-lhe a porta e deixei-a entrar. Ela escondeu-se e a minha mãe ameaçou que, se a encontrasse, até o pescoço lhe apertava porque ela lhe ia partir as coisas na sala. Felizmente não a encontrou. Mal a minha mãe virou costas, Feijoa veio ter comigo. Eu sequei-a um pouco e depois, quando houve alguma trégua na chuva e na trovoada, coloquei-a na rua.

O dia seguinte foi marcado por aguaceiros intensos. Aproveitei para ler um pouco. Havia um livro para acabar e dei grande avanço noutro que entretanto comecei.

Domingo era dia de a minha irmã e o meu cunhado virem almoçar lá a casa. Da ementa constou arroz de pato e petiscos que ambos trouxeram aquando da passagem da lua-de-mel na Serra da Estrela. Depois do almoço, a família reuniu-se em torno do LCD onde foram reproduzidas as fotos do casamento para toda a gente ver.

A noite foi mal dormida porque a minha mãe acordava-me constantemente com a sua tosse e havia outros barulhos que me impediram de ter uma boa noite de sono. Se dormi uma ou duas horas, foi muito. Estava de rastos de manhã quando me levantei.

Por todo o lado se ouvia alguém a tossir. No autocarro iam mesmo umas cinco ou seis pessoas atacadas pela tosse. Era incrível! A gripe anda mesmo aí.

Quando cheguei a casa, enfiei-me debaixo das cobertas. Estava extenuada de não ter dormido. Havia que descansar bastante e recuperar as horas perdidas. Devido á privação do sono, andei todo o dia cansada e com dores de cabeça.

Dormi toda essa noite sem que me lembre de alguma vez ter acordado.

Tuesday, March 12, 2013

“U.R.S.S. 50 Anos Depois” (impressões pessoais)



Esta foi uma leitura diferente de todas as outras. Foi uma breve incursão por uma obra que não é um romance.

Este livro é antigo, muito antigo mesmo. Ainda ostenta uma etiqueta com o seu preço. Querem saber quanto custou esta obra a alguém que um dia, há muitos anos, a comprou? Vinte e cinco escudos. Isso mesmo. Convertendo isto para euros…dá algo como doze cêntimos mais qualquer coisita. Hoje em dia, o que é que se compra com esse dinheiro? Nada.

Esta obra foi feita a partir de alguns artigos publicados na imprensa internacional aquando da passagem do jubileu da Revolução Russa de 1917. Dá-nos uma perspectiva muito diversificada do que mudou e do que foi feito na União Soviética. É claro que na altura ninguém fazia ideia que, cerca de vinte e três anos mais tarde, este grande país indestrutível se viria a desmoronar depois da queda do Muro de Berlim.

Naquele tempo não se falava em Perestroika e outras coisas que nos habituámos a ouvir nos últimos anos que durou a Cortina de Ferro.

Eu gosto sempre de saber algo sobre a história, especialmente a da Europa. Por momentos julguei regressar ao liceu, a um tempo em que requisitava um livro sobre a Segunda Guerra Mundial e o passava todo à unha. Como diz uma colega minha: nem sei como foi possível estudarmos e tirarmos o curso.

As sábias páginas amarelecidas deste pequeno livro alimentaram-me de sabedoria política e histórica sobre uma temática que sempre me foi bem querida- o Comunismo e o Leste da Europa.

Voltamos à literatura de ficção. “Crónica De Uma Morte Anunciada” de Gabriel Garcia Marquez será a obra que irei ler de seguida.


Não importa quem marcou o golo, o que importa é que o Glorioso ganhou

Apesar de não ter feito uma exibição por aí além, o Benfica venceu o Bordéus por 1-0 num golo cuja sua autoria é duvidosa. A bola entrou na baliza adversária, não entrou? Isso é que interessa. Se foi Rodrigo ou o guarda-redes a marcar, não é por isso que este golo deixa de valer o que vale.

O jogo foi algo morno e nem sempre bem jogado de parte a parte. Só muitos minutos depois de ter começado é que foi possível observar uma jogada de algum perigo para qualquer uma das equipas.

Mas o que deu agora a Artur? Bem, como o presidente do Bordéus chamou galinhas e passarinhos aos seus jogadores, o guarda-redes do Glorioso terá tentado abrir a capoeira para essas galinhas entrarem. Que aflição!

Que golaço de Rodrigo! Isto foi para acordar, que isto estava uma lástima, uma pasmaceira. Foi mesmo para animar aqui as hostes. Estamos com vinte e um minutos de jogo e pouco ou nada se estava a passar até ao momento. Foi um golo de levantar o estádio.

O guarda-redes do Bordéus nega o golo a Cardozo.

O Bordéus tenta ir para intervalo com outro resultado, que não a derrota parcial por 1-0 mas não consegue os seus intentos.

O Benfica cria perigo por Cardozo mas Rodrigo estava fora de jogo.

O primeiro cartão amarelo do jogo é exibido a Carlos Martins que fez falta sobre um adversário. Recorda-se um jogo que Carlos Martins fez contra o Lyon em que fez várias assistências para golo. Foi um jogo no Estádio da Luz com o Lyon. A crónica desse jogo também está neste blog, claro está (ver texto “Provavelmente o jogo da vida de Carlos Martins”).

Entretanto chega a notícia de que a UEFA atribui o golo ao guarda-redes do Bordéus e não a Rodrigo. Justamente o Jogador Número Dezanove do Glorioso, que há poucos segundos atrás era o autor do golo, vê cartão amarelo por protestos.

Sai agora uma ameixa daquelas a que Carlos Martins sempre nos habituou. Ainda se reclama canto.

Plasil remata e Artur defende. A bola ia traiçoeira devido ao relvado escorregadio.

Sai agora algo que nem é cruzamento e muito menos remate. Nem sei como devo chamar a esse lance. Simplesmente um lance de ataque do Glorioso da autoria de Melgarejo.

O Jogador Número Oito do Bordéus ia agora empatando isto. Oxalá que não! Os franceses estão a tentar algo.

Agora é o Jogador Número Vinte E Seis do Bordéus que tenta a sorte de longe. Ai que isto não me está a cheirar nada bem! Cheira ao golo dos franceses.

Ainda bem que o jogo acaba. Ouvem-se assobios e protestos das bancadas. Até parece que perdemos. Está bem que a exibição foi fraquinha mas ganhámos e partimos em vantagem para França. Quinta-feira em Bordéus tentaremos a passagem à próxima fase e já teremos o nosso Matic disponível para nos ajudar.




Thursday, March 07, 2013

Músicas novas feitas a partir de canções mais antigas

Estava sossegadamente a almoçar hoje quando ouvi na rádio esta música. Imediatamente tive a ideia de dissertar sobre este fenómeno que, alias, não é novo mas que agora está na moda. Esta não é o único êxito da actualidade feito a partir de alguns acordes de outra música de sucesso. Ontem mesmo, no mesmo local, ouvi uma música como esta feita a partir do megahit “Dragostea Din Te”dos O’Zone (essa mítica banda romena).



Resolvi trazer alguns exemplos. Quem habitualmente lê este espaço já deve conhecer a minha ignorância em termos de música mais recente mas vou tentar colocar aqui algumas.

Alyssa Reid pegou no tema “Alone” dos Heart para fazer uma música completamente nova mas que mantém o refrão e uma parte do tema original.



Esta moda ter-se-á propagado quando Jennifer Lopez pegou numa música que tanto sucesso fez cá em Portugal nos anos oitenta e conseguiu idêntico sucesso. Tal como acontece com a música da Christina Aguilera, também esta tem a parceria de Pitbull. É uma moda como outra qualquer.



Antes disso, já Madonna fez a mesma coisa. Esta música já é de 2004 ou 2005.



Recuemos ainda mais no tempo e vamos encontrar algo ainda mais sofisticado. Trata-se de um dos temas mais labirínticos que conheço e já tem uns anitos valentes. Esta canção é feita a partir de várias músicas (já soube quantas foram utilizadas mas já não me lembro). Pelo menos três reconheço aqui. Lembro-me de ter ficado embasbacada quando ouvi isto pela primeira vez. É uma música especial de corrida, digamos assim.



E há certamente muitas mais. Lembrar-me de todas é quase impossível.



Wednesday, March 06, 2013

E o homem do jogo foi o do apito e dos cartões

O Real Madrid foi a Old Trafford vencer o Manchester United por 1-2 e qualificou-se para os quartos de final da Liga dos Campeões. O jogo fica marcado por uma decisão polémica do árbitro turco que apitou a partida e que mudou irremediavelmente o desfecho da mesma. Nani foi expulso de forma injusta quando a sua equipa vencia por 1-0 aos cinquenta e seis minutos.

Diego Lopez apresenta-se hoje com um equipamento bem curioso e que eu não me lembro de ter visto igual em algum guarda-redes. Enverga uma camisola preta e uns calções vermelhos. Quase parece o equipamento alternativo do Glorioso.

Higuain remata com algum perigo mas falha o alvo.

Há agora uma bela jogada de ataque do Manchester United. Ainda há canto e Cristiano Ronaldo anda em processos defensivos agora.

O primeiro cartão amarelo da partida é agora exibido a Evra.

Agora há muito perigo. A bola ainda vai ao poste mas já havia dois jogadores do Manchester United fora de jogo.

Agora é a vez de a bola entrar na baliza do Real Madrid sem o golo contar. Sergio Ramos também estava fora de jogo.

Temos agora um remate perigoso de Van Persie. Na recarga, Welbeck ainda remata por cima.

Arbeloa vê o cartão amarelo por falta dura sobre Evra.

Di Maria lesiona-se e é rendido por Kaká. Só mesmo o Real Madrid para ter um jogador destes no banco.

Ronaldo ainda remata sem perigo antes do intervalo mas o nulo persiste. Com este resultado, os comandados de Sir Alex Ferguson estão apurados.

E se as coisas já estavam complicadas para Mourinho, agora pioraram substancialmente com este golo do Manchester United no inicio da segunda parte. Ainda por cima foi um autogolo de Sergio Ramos.

É incrível! Nani é expulso na sequência de um lance fortuito que em Inglaterra nem falta seria. Nani terá acertado sem querer em Arbeloa e o árbitro turco exibe-lhe sem hesitar o cartão vermelho directo. Isto pode ter influência no jogo. O Real Madrid já começava a reagir ao golo.

Naturalmente que agora o Real Madrid carrega com tudo. Cada vez mais.

Completamente contra a tendência do jogo, sai um potente remate de longe de Van Persie que morre nas mãos de Diego Lopez.

O Real Madrid acaba de empatar a eliminatória com um espectacular remate de Modric que tinha entrado há poucos minutos.

O segundo golo surge logo a seguir por intermédio de Cristiano Ronaldo que não o festeja.

Há um cartão amarelo exibido a jogadores do Manchester United que estavam ali a protestar. Kaká veria o mesmo cartão pouco depois por falta sobre o seu compatriota Rafael.

Mesmo a jogar com dez jogadores, o Manchester United carrega com tudo ainda à procura de qualquer coisa mais.

Diego Lopez tem agora uma excelente defesa a negar o golo ao Manchester United.

Van Persie já seguia isolado mas Diego Lopez defende mais uma vez. O Manchester United está a tentar ainda a sua sorte. Tem de marcar mais dois golos para seguir em frene.

E Pepe tinha de ver o seu cartão amarelo. Ele, que entrou há apenas escassos minutos.

Agora Diego Lopez estende-se no relvado, claramente a perder tempo e a quebrar o ímpeto ao adversário que estava positivamente a bombardear a sua baliza.

Ronaldo ainda tenta mais um golo mas DeGea defende.

É mais uma monumental defesa do guarda-redes Diego Lopez do Real Madrid. Do outro lado também há um guarda-redes espanhol- David DeGea que nega mais um golo a Ronaldo antes de o jogo terminar.

O Real Madrid segue assim em frente mas fica a ideia de que tudo poderia ter sido diferente caso Nani tivesse continuado em jogo e, consequentemente, as duas equipas tivessem jogado em igualdade numérica. Se fosse num jogo do nosso campeonato, este lance seria recordado por muitos e muitos anos. Assim …também será.




Férias e festividades

Durante esta semana gozei alguns dias de merecidas férias na véspera do casamento da minha irmã.

Durante estes dias, para além das arrumações, tive oportunidade de me dedicar à leitura, como é fácil de comprovar pelos textos anteriores deste blog.

Foi uma semana marcada por uma vaga de frio anormal para esta época do ano. Nunca mais temos um dia de temperaturas amenas para ainda se poder dar uma volta no final de mais uma jornada de trabalho.

O frio fez com que os dias fossem passados no aconchego do lar. Sair à rua com estas temperaturas tão baixas era desaconselhável.

Chegou finalmente o grande dia. A minha irmã estava esplêndida no seu vestido de noiva. O casamento foi na capela lá da aldeia que estava engalanada para o efeito. A cerimonia foi bonita e repleta de emoções fortes.

A caravana seguiu depois para o local da boda onde os convidados puderam comer bem e confraternizar. No dia seguinte, alguns familiares e amigos ainda se juntaram em minha casa para beberem um copo à saúde dos noivos que não estavam presentes.

Chegou a segunda-feira. Há que regressar ao trabalho.

Tuesday, March 05, 2013

“Derrocada” (impressões pessoais)







Esta é a terceira obra literária que leio em escassos dias. Como me encontrava de férias, houve que colocar a leitura em dia- algo que muito me apraz.

Houve uma ocasião em que tinha já escolhido esta obra para ler mas, como ela faz parte de uma trilogia, tinha a ideia de ter o primeiro livro dos três. Afinal parece que não o cheguei a comprar e foi pena. Gostei particularmente deste.

Pata além da trama, o que mais me cativou foi a forma como este iRcardo Menendez Salmon escreve. É um estilo único, no meu entender. Torna a obra mais fluída, mais interessante, consegue assim cativar a nossa atenção.

O protagonista desta obra, no meu entender, é um polícia que está a investigar um estranho caso de um assassino cruel que comete vários crimes. Ao lado de cada vítima deixa um sapato da vítima anterior.

Paralelamente decorrem os actos terroristas de três jovens que formam um gang ao qual deram o nome de “Os Arrancadores” e que morreram quando fizeram explodir uma estrutura de um parque temático dedicado ao corpo humano.

Achei interessante o facto de o escritor usar as mesmas palavras na primeira e na última página. Na primeira descreve o assassinato que Mortenblau- o assassino dos sapatos- comete. Na última página descreve com as mesmas palavras a execução de Mortenblau por parte do polícia Manila que se vinga da morte da sua mulher que estava grávida e que foi raptada e morta por Mortenblau depois de ter dado à luz.

Gostei imenso deste livro. É pena não ter o anterior, apesar de ter ideia de que o tinha. Ainda irei procurar melhor.

“A Mulher Do Mau Olhado” (impressões pessoais)



Já há muito que tinha esta obra guardada em casa mas só agora surgiu a oportunidade de a ler.

Quando vasculhava nos livros que eram para ir para o lixo e que povoaram um dia o salão da ACAPO, imediatamente coloquei este de parte para levar comigo. Chamou-me a atenção o seu título. Buscava nele algo de fantástico, de misterioso, de sobrenatural.

Esta obra foi escrita por Gomes Monteiro- um escritor que desconhecia por completo. Antes de começar a escrever algo sobre este livro, fui procurar algo sobre este autor e a sua obra. Nasceu em Boticas mas conhece Portugal inteiro e isso viu-se nesta livro que se vai desenrolando em diversas localidades portuguesas.

A história passa-se aqui em Portugal na viragem do século dezanove para o século vinte. Um homem apaixona-se por uma mulher que herdou de sua mãe o dom para colocar mau olhado e fazer a vida dos outros desgraçada.

Esse homem casa-se, tem filhos e também esses enveredam pelo clima de fatalidade. Nesta obra acompanhamos especialmente o filho mais velho que se chama Domingos e que conhece a mulher que desgraçou a vida do pai quando se tentava abrigar de um temporal na Falperra. Domingos é vítima de ódios e invejas por parte dos vizinhos, até ao dia em que é acusado pelo povo e por seu primo José de matar a sangue frio a mulher deste último. Domingos cumpre a sua pena, apesar de estar inocente. Quando regressa e se tenta reabilitar honestamente, é acusado de cometer pequenos furtos no Jardim Zoológico e não aguenta mais as acusações injustas que lhe fazem. Decide pôr termo à vida depois de tantos anos sempre a provar a sua inocência dos actos hediondos de que era acusado.

Apesar de ser um romance muito antigo, há todo um enredo bem interessante capaz de prender o leitor. A autoria do crime era previsível mas tudo o que envolve a obra está muito bom.

Depois de ter lido dois livros de autores nacionais, chegou a vez de ir até ao outro lado da fronteira e ler uma obra um pouco diferente de um escritor espanhol. Uma obra que também promete.


“Uma Aventura Secreta” (impressões pessoais)



Apesar de estar a ficar velha e de já quase ter idade para ser avó de netos, não deixo de, de vez em quando, pegar num destes livros desta magnífica colecção e o ler. Eu ainda hoje continuo a fazer colecção destes livros. Ainda me faltam muitos mas vou-os adquirindo conforme os vou encontrando.

Há muitos, muitos anos atrás, prometi que quando trabalhasse e me fosse possível ter dinheiro, compraria toos estes livros e faria a colecção completa. A tarefa é árdua mas já estou a arranjar um local para os colocar por ordem.

Na verdade, foram estes livros que me incutiram o bichinho da leitura que ainda hoje conservo. Andava eu aí no meu sexto ano e tínhamos aulas de Português em que tínhamos uma aula ou duas por semana dedicadas à leitura de um livro. O primeiro livro que li nessas aulas foi “Uma Aventura No Supermercado”.

Quando fui para o liceu, andava sempre com estes livros. Requisitava-os na biblioteca da escola. Depois também fui comprando alguns.

Sobre este livro propriamente dito, tem a particularidade de a acção decorrer em Mafra. Sinceramente nunca lá fui mas fiquei com curiosidade em conhecer. Gosto da forma como as autoras aproveitam cada pormenor das suas visitas a locais e monumentos para logo imaginarem aventuras. Foi esse o espírito que me incutiram na minha juventude e que ainda hoje se mantém vivo.

A próxima obra que irei ler também é da autoria de um escritor português que desconhecia completamente. Trata-se de um livro muito antigo que eu apanhei de entre algumas obras que alguém há uns anos atrás queria pôr no lixo. Trata-se da leitura de uma obra já com as folhas bem amarelecidas pelo passar dos anos. Vai saber bem ler.