Thursday, May 24, 2007

Para os lisboetas aprenderem


Durante os últimos dias chovram apelos para que todos os associados da ACAPO comparecessem em peso nas respectivas delegações regonais para impedir que as alterações feitas aos Estatutos fossem aprovadas.

Em causa estava toda uma série de mudanças que se conjuugavam todas para retirar poder às delegações regionais e locais que já de si não possuem quase nenhum. So a presença massiva de todos e os votos contra evitaria tal atentado para a nossa associação.

Entre outras alterações, os Estatutos que estavam a votação contemplavam o fim das eleições na delegações locais e regionais, cabendo à Direcção Nacional nomear pessoas da sua confiança para esses cargos. Se isto não é uma ditadura, é uma extrema e gritante falta de democracia. Havia que comparecer mesmo na assmbleia.

As pessoas lá de baixo ainda querem ter mais poder para depalperar ainda mais as delegações do resto do País. Eles são mesmo muito espertos. Como Portugal não é só Lisboa, eles que esperem. Eles que tiram das nossas contas todo o dinheiro que é pedido para a realização de actividades. Deixam as contas a zero e casos dramáticos que são reslvidos pelos dirigentes locais. Quando lhes vamos pedir explicações, eles fogem de nós como se tivéssemos uma doença contagiosa. Isto é tiranismo!

Foram contemplados novos órgãos nos Estatutos. Estes novos órgãos permitiriam aos lisboetas controlar melhor e com rédea bastante curta toda a actividade das delegações do resto do País. Que eu saiba, o 25 de Abril já se deu há quase 33 anos.

O salão da ACAPO-Centro tinha uma moldura humana considerável. Eram os guerreiros que prometiam lutar com toda a garra contra as pretenções de Lisboa. Que eu saiba, ainda não nos foi tirado o dirteito de voto.

Lamentavelmente mais uma vez ninguém da DN se fez representar na nossa assembleia. Lá está! Que mal lhes fizemos ou que mal lhes poderemos fazer. O próprio presidente da DN da ACAPO pertence a esta Deldgação. Talvez tenha medo do confronto com as pessoas que lhe querem pedir satisfações por algumas coisas erradas que acontecem. Até terá medo que lhe batam. Só de me lembrar que ele estava na nosa sala de aulas uma vez e fugiu a sete pés assimque nos viu entrar. Principalmente de mim. Ele deve ter ouvido dizer que eu tinha muito para lhe dizer sobre o tratamento que a ACAPO dá aos associados e especialmente aos atletas da Região Centro. Não ouve o povo. Não estamos em 1936.

Ficámos indignados qunado nos informaram que já tinham sido nomerados por esses lisboetas dum raio os elementos que iriam fazer parte dos novos órgãos. Notem bem! As alterações aos Estatuos ainda não tiham sido votadas. Que dizer e que pensar disto?

O que fazer face a esta tremenda falta de consideração sabíamos nós. Se já estávamos reunidos ali para acabar com toda aquela palhaçada vinda da Capital, agora tínhamos mais motivos para nos unirmos e votar contra esses documentos tão lesivos para o futuro da nossa instituição. Nomear os elementos para os órgãos sem os Estatutos terem sido arovados era o fim!

Na Capital deste belo País a confiança em que o documento passasse nas três assembleias devia rondar os cem por cento. Já houve elementos que tomaram posse e tudo. Deixem estar meus amigos. O povo ainda tem força.

Foi com revolta que todos votámos contra o documento. Restava esperar pelos resultados de Porto e Lisboa. Havia apreensão no ar. Se os lisboetas votassem todos a favor, de nada servia todo o nosso esforço contra eles.

E finalmente chegaram os resultados. Deus foi grande e impediu os lisboetas de cantarem vitória. As alterações dos Estatutos só passaram mesmo em Lisboa. Porto e Coimbra votaram contra. O engraçado é que hove pessoas em Lisoa a votar contra. Coitadas! Devem ter sido condenadas ao ostracismo. De certeza!

Festejámos efusivamente. Estava em causa a sobrevivência da nossa associação que esteve ameaçada pela tirania de Lisboa que poderia fazer o que bem lhe apetecesse. Nós impedimos o pior e ficámo-nos a rir da cara deles que já tinham até nomeado elementos para órgãos que criaram sem que os novos Estatutos fossem aprovados.

É para eles apr3enderem a não ser tão autoritários e tão arrogantes. Eu só queria ser mosca para ver as caras de desalento deles face à derrota dos seus intentos. Que pena eu não ter o dom da omnipresença!

Era sábado. Nada justificava que me levantasse tão cedo. Sabia bem estar na cama e sonhar com coisas sem sntido.

Sonhei que viajava num pequeno avião que planava rente a um pôr do sol maravilhoso de um final de tarde primaveril. A viagem seria para uma festa que se realizava em Espanha e que tinha a ver com a ACAPO. Parece que a minha presença nessa festa chique que tinha inúmeras variedades e imeno glamour esteve ameaçada porque, alegadamente, tove um qualquer problema de saúde.

Deicdi levantar-me. O dia era de Sol e Céu azul. Fui até ao Estádio comprar um bilhete para o jogo entre a Académica e o Benfica. Lá consegui um e segunda-feira lá estarei para apoiar...as duas equipas.

A assembleia escaldante e decisiva que se realizou e que srviu de tma a este texto terminou. Juntamente com os sócios de Águeda, e com o sorriso da vitória estampaado nos lábios, fomos de comboio para depois apanharmos um outro transporte que nos devolvesse às nossas casas. Nós faríamos o resto do percurso de táxi.

No estádio do Restelo Belenenses e Sporting empataram a zero. O jogador Mancuso do Belenenses tentou imitar Ronny do Paços de Ferreira e introduziu a bola na baliza leonina com a mão. Desta vez a equipa de arbiragem viu e não deixou passar o lance em claro. O encontro ficou igualmente marcado pla indisciplina de Carlos Martins que tantas dores de cabeça deu a Paulo Bento que viu a sua equipa ficar reduzida a dez jogadores.

No Lisboa-Dakar foi dia de descanso, mas os nossos heróis não souvberam o que era isso. Tentando recuperar o tempo perdido, continuaram a percorrer as quentes areias do deserto. O GPS funcionou mal e o veículo comportou-se pessimamente. Como se não bastasse tanta falta de sorte, uma tempestade de areia reteve-os por algumas horas em peleno deserto.

Situação do dia:
Não participa no Lisboa-Dakar, mas incomoda muita gente. O automóvel aqui apresentado na oto estava estacionado à entrada da ACAPO em dia de grande afluência de cegos e ambliopes.

Bacorada do dia:
“Jogo mais de luto do que propriamente jogado.” (Quem é que morreu?!)

Ó Luisão olhó balão


Diz que eram quatro da madrugada quando Luisão foi mandado parar pela Brigada de Trânsito. Chamado a soprar no balão, o defesa do Benfica acusou excesso de álcool no sangue.

Como é procedimento normal nestas situações, o brasileiro foi presente a tribunal para dizer de sua justiça. Já no local de treino, Luisão justificou-se numa conferência de imprensa em que confirmou ter sido detido após ter sido confirmado que realmente conduzia com uma taxa de alcoolemia acima do permitido por lei.

O atleta justificou-se com um jantar de amigos, depois da longa viagem que fez desde as Arábias. Naqueles países, realmente, a religião muçulmana não permite que se beba outra coisa para além de chá e aguinha pura. A boa picanha com arroz de feijão preto que os brasileiros tanto adoram também é desconhecida para os homens de turbante.

Chegado a Lisboa, Luisão vingou-se. O repasto foi intenso. Altas quantidades de picanha com arroz do mais natural e feijão preto importado do Brasil foram devoradas por ele e sua família. O repasto foi tão intenso que se estendeu pela madrugada dentro. Depois da picanha, também houve um enorme rodízio à brasileira regado com cerveja fresquinha. Hum! De comer e chorar por mais!

De barriga cheia e sem sede nenhuma, o brasileiro pegou no seu automóvel e regressou a casa. A fria madrugada de Janeiro mostrava os seus rigores aos membros da Brigada de Transito que tinham de fazer alguma coisa para aquecer. O carro dos brasileiros foi, por isso, mandado parar e Luisão lá teve de bufar no balão. O excesso de álcool era o menos para os brasileiros. Se houvesse um detector de picanha e de feijão, acho que ele rebentava com a escala. Conduzir com a barriga cheia também pode originar acidentes e manobras perigosas. Especialmente se comeram feijão preto a acompanhar a bela da picanha.

Estava Sol, mas também estava algum frio- para não dizer mesmo que estava muito frio. Janeiro já se faz sentir com grande intensidade. Aguardem pelos próximo dias para ver que nesta manhã até estava uma temperatura de Verão, se compararmos com alguns dias que aí vêm. Dia 26, por exemplo.

É incrível! Sempre que eu me estou para ir embora, acontece sempre qualquer coisa para me atrasar. Cai alguma coisa no chão para eu me demorar a procurá-la, não sei de alguma coisa que me é precisa, entorno bolachas no chão e tenho de as apanhar, cai roupa ou livros...É demais! Parece praga que me rogaram.

Que bom! O autocarro estava quentinho. Estando lá dentro, não apetecia nada voltar à rua. Saberia bem andar nele sem destino com os pés agradavelmente quentes e sem sentir as agruras do tempo frio lá fora. Mas tenho de sair...Se eu não tivesse que trabalhar, andaria naquele autocarro durante todo o dia. Nem a noite me impediria de dar mais umas voltas pela cidade de autocarro.

Naquela manhã o computador resolveu complicar. Estava lento demais e dava uns erros esquisitos. Se demorou uma eternidade a procurar uma escola, foi anormalmente rápido a encontrar outra. Foi o fim do Mundo com ele!

Depressa chegou a hora de ir almoçar. Quando regressei, ainda ouvi parte das notícias. Uma notícia curiosa chamou-me a atenção. Uma encarregada de educação de um aluno protesta porque não queria que o filho passasse para o 5º ano. Diz que a criança não está preparada para prosseguir e não o deixa ir às aulas. Essa é boa! No tempo em que eu estudava, havia pais que iam demonstrar a sua raiva e descontentamento porque os filhos reprovavam. E posso dizer que não eram nada meigos nos insultos aos docentes, especialmente aos directores de turma. Vi uma vez uma encarregada de educação de uma miúda da minha terra a dar tamanho escândalo que nem os outros encarregados de educação- minha mãe incluída- poupou nas suas críticas. Chegou mesmo a dizer que a filha não passou de ano porque ela não tinha o hábito de oferecer presentes aos professores como, por exemplo, a minha mãe fazia para eu e a minha irmã não chumbarmos. Ora essa!

O problema com o computador foi definitivamente resolvido e não houve chatices da parte da tarde.

Depois de sair do trabalho fui até à sede da Briosa visitar o pessoal e procurar um bilhete para o jogo da próxima segunda-feira com o Benfica. Chamou-me a atenção aquele rapaz alto e magro que envergava uns jeans azuis e uma camisola às riscas. Conhecia-o. Havia lá um funcionário na Académica que era assim como ele, segundo a minha percepção de toupeira. Perguntei a esse rapaz se estava tudo bem, mas ele não me respondeu.

Instantes depois, a secretária da Académica chegou e cumprimentou-me com grande alarido. Ficou agradavelmente surpreendida de me ver por lá. Ela desculpou-se por não ter tempo para conversar comigo porque tinha uns assuntos a tratar com o Gyano. Eu perguntei-lhe onde é que ele estava e ela disse que ele estava mesmo ao pé de mim. Toupeira dum raio! Então não é que o Rapaz da Camisola às Riscas que eu cumprimentei quando entrei julgando ser o funcionário da Secretaria era, afinal, o Gyano! Como ele ainda não domina a Língua Portuguesa não me respondeu quando eu perguntei como iam as coisas. Quando lhe falei em Inglês ele já percebeu.

Minutos depois, chegava o genuíno funcionário da Académica que eu confundi com o Gyano. Vestido de ganga, ele é ligeiramente mais forte, apesar de ser praticamente da mesma altura. É, no entanto, menos jovem que o avançado húngaro da Briosa.

Sentei-me um pouco à espera da minha orientadora de estágio. Preparavam-se os jogos do fim-de-semana e os miúdos treinavam Futsal. Os cromos que a minha orientadora de estágio idealizou quando eu lá estava estão a ser um sucesso e vendem-se a ritmo alucinante. Os miúdos deliram com eles. Ainda bem! Ela trabalhou tanto neste projecto que merece o sucesso que está a ter.

A minha orientadora de estágio chegou finalmente e estivemos alguns minutos a conversar. Na sede da Briosa não havia bilhetes para o grande jogo. Havia que ir ao Estádio comprar.

Foi o que eu fiz. Era noite cerrada e o frio era intenso. Caminhava ao longo do Estádio. Nessa altura deveria estar lá dentro a treinar, mas não treinei por ter ido à sede da Académica. A bilheteira estava fechada para meu azar. Voltaria lá no dia seguinte. Não queria por nada perder aquele jogo. E eu que sou adepta dos dois emblemas!

Finalmente cheguei a casa. Para se protegerem do frio, os dois gatos pretos resolveram dormir um pouco no quentinho do sofá da sala. Se os deixassem, dormiriam lá de bom grado até de manhã.

O final do dia foi passado a ver televisão. No dia seguinte havia uma assembleia decisiva para o futuro da ACAPO. Levantar-me –ia mais tarde.

Algures em Marrocos, os nossos representantes no Lisboa-Dakar prosseguiram alguns quilómetros e continuam a percorrer esse território do Norte de África. Para sobreviverem, andam a vender por irrisórias quantias em dinheiro os produtos que os patrocinadores lhes ofereceram. Recorde-se que parte dos patrocinadores são empresas de medicamentos que aliviam os problemas digestivos, tais como: diarreia, má digestão, náuseas, vómitos, dores de estômago, prisão de ventre e acumulação de gases. E lá se vai o chá dos marroquinos!

Só agora reaprei- e não deixa de ser cómico- os nossos pilotos andam porta a porta a impingir algo aos marroquinos? Essa é boa!

Ah! Já me esquecia, os nossos jovens também transportam folhetos com o endereço deste humilde blog. Só que os marroquinos não vão entender uma única palavra porque eu não sei Árabe e traduzir estes textos enormes para Francês dá imenso trabalho.

Situação do dia:
Na paragem do autocarro um casal de idosos resolvia a sua vidinha e tentava organizar-se da melhor maneira. Diz a senhora para o marido que se movia com extrema dificuldade e com o auxílio de canadianas:
-“Eu vou a pé, que me faz melhor, e tu vais de autocarro.”
Com nítida dificuldade, o idoso entrou no autocarro. Cambaleando por força dos seus problemas físicos, vasculhava os bolsos à procura do passe ou de uma senha para poder viajar. Estava a ser difícil encontrar e o homem não se sentava. Era o Deus-nos-acuda sempre que o autocarro travava ou executava um movimento mais brusco. O homem ameaçava estatelar-se no chão ou ir contra o vidro e magoar-se imenso. Por fim, lá achou uma senha (ou comprou uma) mas não a soube passar na máquina correctamente. A máquina manifestou-se com aquela musiquinha bem engraçada a que eu já fiz referência num destes dias. Comentário do homem após várias tentativas de passar a senha sempre de forma incorrecta:
-“Logo via que a música era diferente!”
Resta dizer que o senhor saiu nos HUC. A viagem também era curta. Se a esposa chegou ou não primeiro que ele indo a pé, não sei responder.

Bacorada do dia:
“As toucas custam 10 cêntimos?!!” (Liquidação total! Venham!)

Paguem e não bufem

Na passada semana surgiu uma notícia que chama a atenção a quem, como eu, se interessa pelo mundo do Desporto, especialmente pelo Futebol. Parece que o Governo vai obrigar os futebolistas a pagarem os seus impostos como a maioria dos cidadãos que trabalham em outras actividades.

Acho inteiramente justo que os futebolistas que são, na sua maioria, bem remunerados paguem impostos. Afinal exercem o seu trabalho como outra pessoa qualquer. A desculpa de que a sua profissão é de desgaste rápido e que a actividade desportiva deve ser tratada aparte não pega.

Apesar de reconhecer que a actividade desportiva engloba um risco acrescido, também concordo que os atletas paguem impostos e tentem dar o exemplo a todos aqueles que os admiram e que vêem neles um modelo social.

Se um cidadão que trabalha de sol a sol numa exploração agrícola e é mal remunerado contribui com os seus impostos, um desportista que ganha num mês o que muitos desses trabalhadores ganham em anos não fica mais pobre se cumprir com as suas obrigações fiscais.

José Sócrates e seus pares estiveram bem ao dar igual tratamento aos futebolistas. São largos milhões de euros que serão recolhidos se essa lei for mesmo para a frente. Se o Futebol é uma das principais fontes de economia de Portugal, o país tem de tirar o melhor partido disso mesmo.

Penso que de nada vale haver uma greve de jogadores de Futebol. Se eles fazem greve porque se recusam a pagar impostos, acho que os camponeses, os pescadores, os mineiros, os bombeiros profissionais, os motoristas, os trabalhadores da construção civil e demais representantes de profissões em que o risco é elevado também deveriam fazer greve.

Resta aos jogadores que alinham no nosso Campeonato acatar as ordens impostas pelo Governo e colocar os impostos em dia.

Sei que uma carreira desportiva de alto nível acaba cedo e, por vezes, de forma abrupta mas há sempre uma alternativa para o atleta viver o resto da sua vida sem sobressaltos económicos. Por isso é que é de extrema importância conciliar os estudos com o Desporto de Alta Competição.

Outra forma de garantir o futuro depois do desgaste da carreira é investir ou poupar o dinheiro que se angariou de modo a não se temer o futuro.

Não será certamente por pagarem os seus impostos que os jogadores ficarão mis pobres. Pelo contrário. Ganham a riqueza da credibilidade e da confiança por parte dos adeptos que tanto os admiram e apoiam dentro e fora dos relvados.


Tenho andado a dormir mal e não sei a razão. Será do tempo que de repente se tornou frio e seco?

Pela manhã os pombos já percorrem a cidade. Não se importam com o frio intenso da manhã. Um deles chegou mesmo a esvoaçar por cima da minha cabeça. Apanhei um valente susto.

Na Piscina apontei o número de crianças de uma escola com um lápis vermelho. O número destoava dos outros e eu ria-me. Foi o que estava mais à mão para eu escrever.

A tarde passou de forma tranquila. O treino marcado para esse dia foi algo semelhante à última sessão. Corri trinta minutos. A alteração foi que- em vez de fazer duas séries de cinco minutos rápidos com cinco de intervalo a ritmo normal- fiz três séries de três minutos rápidos e duas igualmente de três minutos a ritmo normal. Foram mais de dez voltas dadas a uma das pistas de fora, tal como na passada terça-feira. Também completei a restante meia hora de que ainda dispunha para fazer alongamentos.

Judite de Sousa iria entrevistar naquela noite Ricardo Araújo Pereira do “Gato Fedorento”. Imperdível!

De referir que adormeci e não vi as “Paixões Proibidas”.

A etapa do dia do Lisboa-Dakar ficou marcada por cenas de pugilato entre dois pilotos franceses. Eles devem ter visto as imagens do emocionante combate entre Luiz Fabiano e Diogo no outro dia. Quiseram fazer igual, mas não resultou tão bem.

Entretanto o nosso veículo anda por aí algures. Não sabemos onde ele está desde ontem à tarde- altura em que a ligação ficou completamente cortada. Ela que já nos chegava com muitas falhas e interferências. Vamos ver se eles dão sinal e se nos informam do que andam a fazer. Se quiserem, é claro!

Situação do dia:
Na cantina fui a pegar no prato para o meter no tabuleiro e enterrei as mãos no arroz.

Bacorada do dia:
“Eu sou muito extêntrica!” (Muito quê??!!!!)

Tuesday, May 22, 2007

Autocarro fedorento


Sempre atenta a tudo o que se passa a meu redor, dou por mim a observar tudo e mais alguma coisa minuciosamente. Todos os meus sentidos estão em estado de alerta. Todos mesmo. Até a escassa visão que tenho serve para observar a realidade que eu capto na minha rotina diária.

O facto de andar muito de autocarro e de encontrar lá todo o tipo de pessoas leva a que siga ao pormenor o que se passa em cada viagem. Todos os dias tem de acontecer algo novo e engraçado.

Falei num texto anterior de uma conversa interessante sobre o vestuário de ontem e de hoje. Agora vou falar de algo menos agradável que se vê muito nos autocarros. Infelizmente.

Ah! Não se vê, sente-se. Entra-nos pelas narinas e provoca em nós sensações de repulsa, de desagrado...Enfim.

Muita gente viaja diariamente de autocarro. Não admira que os veículos cheguem ao final do dia com uma amálgama de cheiros impregnada no seu interior. Uns mais agradáveis que outros.

No fim de almoçar apanhei um dos autocarros que vai para o hospital. Vinha da cantina e o cheiro da comida apoderou-se do meu casaco. Era um cheiro agradável, sobretudo para quem ainda não tinha almoçado.

O mesmo não se pode dizer de certos odores que certas pessoas transportam para dentro dos autocarros. O que me causa ainda mais impressão é que essas pessoas têm, muitas vezes, como destino o hospital. Tenho pena dos profissionais de Saúde que têm a má sorte de atender pessoas que não cuidam da sua higiene mais elementar.

Sempre que eu sinto que alguém cheira desagradavelmente mal, a primeira paragem que eu imagino para destino final é a dos HUC. Acerto em mais de noventa por cento das vezes. Na sua maioria são pessoas de uma certa idade e que aliam a falta de higiene a outra característica- não sabem como picar as senhas e desconhecem o local onde vão parar.

Mas a família dessas criaturas deixa-as ir assim para o médico? É incrível! Coitado do médico que tivesse de atender o avozinho que vinha atrás de mim no autocarro. O intenso cheiro a urina que emanava do indivíduo não o deixaria avaliar o seu actual estado de saúde com precisão.

Mas nem só de falta de higiene pessoal vivem os autocarros fedorentos. Aconteceu também cheirar desagradavelmente a naftalina. A traça já não iria, certamente viajar naquele autocarro. A criatura até devia trazer bolas no bolso. Doses industriais delas mesmo.

Outro aroma mais habitual, mas igualmente desagradável é o cheiro a tabaco. As pessoas fumam na paragem enquanto esperam nervosamente pelo autocarro. Quando o avistam, apagam os seus cigarros à pressa e entram ainda a fumegar. É horrível.

E assim se fez mais uma viagem até aos odores sentidos no interior dos autocarros. São eles os nossos companheiros de uma viagem curta, mas intensa.

Parecia mais um dia de Primavera do que de Inverno. Estava mesmo um velo dia para se andar a passear na rua.

È incrível! Sonhei com um cão preto que tive quando era criança. Onde é que eu fui buscar essa?

Como acontece às quartas-feiras, fui até à ACAPO. Consultei os mais e consultar outras páginas da Internet que me dizem respeito.

Depois do atendimento, havia que retomar o trabalho normal. Fiquei furiosa porque o autocarro arrancou quando eu estava a chegar à paragem. Que nervos!

Tive de esperar largos minutos pelo autocarro seguinte. Foi durante esse período que passou um carro funerário com umas flores azuis-celeste sobre um caixão. Ninguém fica indiferente à passagem desses veículos da morte.

Nada houve de relevante nessa manhã. À tarde haveria mais trabalho.

Cheguei a horas. E lá fiz asneira! Tirei uma senha para uma menina que, afinal tinha cartão.

O Glorioso defrontava a Lazio no Torneio do Dobai. O jogo voltou a ser decidido através de pontapés da marca de grande penalidade. Moreira que foi titular nesse jogo defendeu 3 penalties, sendo um deles do próprio guarda-redes da Lazio.

A Lazio tem muitos jogadores que são meus velhos conhecidos. Conheço há muitos anos o albanês Tare que também foi um dos que falhou a grande penalidade. É um jogador que eu distingo bem ao longe pela sua peculiar fisionomia.

Makinwa conhecia um que jogou no Setúbal aqui há uns anos e que era conhecido, simplesmente, por Maki. Consultando a página oficial do clube romano acabo de constatar que não é o mesmo. Provalemente serão da mesma família.

A vitória encarnada no Torneio do Dobai ficou selada com o pontapé vitorioso do jovem Pedro Correia.

Infelizmente a morte de um motociclista e lutou a caravana do Lisboa- Dakar e veio relembrar a todos os participantes que todos os dias e em cada trajecto o perigo espreita.

Alheios a isso, os ossos pilotos continuam em Marrocos e de lá não sairão tão cedo. Ontem deixaram o autocarro num local e foram em busca de uma aldeia perdida num local onde uma casa é uma perfeita miragem. Apanharam um pequeno susto porque já não sabiam onde tinham deixado o veículo, mas logo o localizaram graças ao fumo que ele continua a deitar. De referir que eles afastaram-se ainda alguns quilómetros.

Bacorada do dia:
“Há muitos jogadores que têm dupla nacionalidade portuguesa.” (São os chamados portugueses de alma e coração.)

Monday, May 21, 2007

O Beira-Mar e os Espanhóis

Ventos de mudança começaram a soprar em Aveiro ainda enquanto decorria o encontro entre o Beira-Mar e o Santana a contar para a Taça de Portugal.

Vindo de Espanha, o vento anunciava que nada iria ser como dantes no clube aveirense que ocupa os últimos lugares na tabela classificativa da Superliga.

Dizia-se que Carlos Carvalhal iria deixar o comando técnico da equipa e que para o seu lugar seria colocado pelos novos investidores o ex-jogador do Maiorca Francisco Soler. Não acreditando muito em tais notícias, os repórteres correram em busca de as confirmar ou desmentir.

Tudo isso é verdade. Uma empresa de agenciamento de jogadores de Futebol com sede no País Vizinho vai investir fortemente no Beira-Mar e colocará na equipa alguns jogadores ligados à empresa.

Os sócios do Beira-Mar já ergueram as suas vozes contra a decisão tomada pela Direcção, liderada por Artur Filipe, de deixar que os espanhóis tomem conta do clube. No entanto a decisão parece ter como objectivo imediato tirar a equipa da situação aflitiva em que se encontra e ajudar a equilibrar as contas.

É uma decisão arrojada. A razão falou mais alto que o coração e a direcção do Beira-Mar achou que era necessário fazer algo para os objectivos serem atingidos. Assim é o Futebol de hoje. O coração pouco conta num mundo em que o milhão é rei.

O Futebol de hoje deixou de ser o mero pontapé numa bola e passou a ser uma indústria global, capaz de mover um elevado capital. É usual em Inglaterra grandes empresas investirem ou comprarem mesmo grandes equipas de Futebol, chegando até a custear novos recintos desportivos para as mesmas.

Portugal ainda não acordou para essa realidade que só agora com o Beira-Mar parece começar a instalar-se. Há alguns anos atrás, o clube aveirense realizou um acordo semelhante com uma empresa britânica similar a esta. Nessa época, o melhor que o Beira-Mar conseguiu foi um excelente jogador que eu ainda hoje tenho pena de não ter sido aproveitado pelos grandes do nosso Futebol que preferem ir ao Brasil abastecer. O Benfica que o diga! Esse atleta com nome de antivírus bloqueou os nossos defesas ao ponto de nem pernas terem para um outro jogador que não era muito rápido, mas que apontou dos golos em pleno Estádio da Luz.

De referir que nessa época o Beira-Mar desceu de divisão, apesar do esforço final de Augusto Inácio que entretanto tomou conta da equipa. Veremos o que acontece este ano. Costuma-se dizer que “de Espanha nem bom vento, nem bom casamento”. Os adeptos do Beira-Mar esperam que esta aliança traga, a curto prazo, os seus frutos. Veremos se a história não se repete.

Ultimamente os sonhos andam a ser um pouco estranhos. Cómicos até. Na noite anterior sonhei com uma assembleia que não havia meio de começar. Hoje sonhei que estávamos a fazer uns exames para um qualquer projecto de voluntariado Procurava uma casa de banho que tivesse uma porta que fechasse, mas todas as casas de banho iam dar a um corredor e nenhuma delas tinha porta.

Apanhei o autocarro bem cedo. Começava também mais cedo uma manhã de trabalho.

Um acidente provocado, segundo dizem, por um velho já muito idoso que ainda anda na estrada a conduzir fez com que o trânsito não circulasse com normalidade. Atrasei-me imenso. Como é bom de calcular, a fila na cantina era enorme quando finalmente cheguei à escola. Acho que nunca me atrasei tanto. Bem, valeu o facto de ter chegado mais cedo de manhã.

A tarde também passou sem incidentes. Já bastava o atraso do autocarro. Foi enorme.

Depois da gloriosa tarde de sábado eis-me de regresso aos treinos. O apronto consistiu em trinta minutos de corrida. Quinze minutos foram reservados para aquecimento e os restantes quinze para duas séries de cinco minutos de corrida mais rápida, alternados com outros cinco minutos de corrida normal. No total percorri pouco mais que dez voltas a uma pista de fora. Os alongamentos encerraram- como sempre- um apronto que decorreu dentro da normalidade. Pelo menos eu não tenho aqui qualquer coisa anormal apontada.

A noite caía. A estreia da novela “Paixões Proibidas” baseada na obra de Camilo Castelo Branco ocupou a minha noite. Eu não gosto de novelas, mas esta será diferente. Quero ver o que foi feito com essas obras.

Situação do dia:
Alguém entrou nas instalações da Piscina da parte da tarde e voltou a sair sem falar com ninguém. Visita rápida ou engano no local que procurava?

Bacorada do dia:
“É Natação ou é Piscina?” (Hidroginástica)

No meu tempo não era assim


Andar todos os dias em transportes públicos urbanos é cansativo. Porém é dentro dos autocarros amarelos que se vivem e presenciam histórias mirabolantes. E as conversas cruzadas? São do melhor e mais enriquecedor que há.

O incrível é que há determinadas conversas que começam numa ponta do veículo e percorrem-no até ao extremo oposto. Um fenómeno difícil de explicar à luz da Ciência.

As conversas mais frequentes nos autocarros são sobre a vida alheia. Falam dos vizinhos, dos filhos, dos conhecidos, dos familiares mais afastados...Tudo menos da sua vidinha que parece não padecer dos defeitos da vida dos outros.

Outro tema com muita saída nos autocarros é a desgraça. São as catástrofes, os acidentes e as tragédias. É raro o dia em que não ouça alguém a lamentar-se da sua pouca sorte ou da sorte que tem um familiar. Uma notícia que comova a sociedade também é espremida ao máximo por quem melhor sabe comentar- o povinho.

A actualidade também se discute dentro dos autocarros citadinos que percorrem as ruas de Coimbra. A crise, as novas regras e o estado do tempo têm assento em autocarros que costumam vir lotados.

Mas hoje venho falar do tema favorito das pessoas de uma certa faixa etária mais avançada- as recordações do passado e as comparações entre ele e os dias de hoje.

Tovim é um local que inspira as pessoas a dar à língua. O autocarro faz uma paragem de alguns minutos que parecem horas. Isso não tira minimamente a vontade de falar a algumas pessoas mais idosas que não estão sujeitas à correria da nossa vida.

Duas senhoras de uma certa idade trouxeram para cima da mesa, ou melhor, para cima dos assentos do autocarro, um tema deveras interessante: a indumentária usada nos dias de hoje e o vestuário usado no tempo em que aquelas duas criaturas eram jovens e tinham sonhos.

Com certo sarcasmo e com alguma ponta de inveja, as senhoras criticavam a forma arrojada como os jovens de hoje andam vestidos. Do rol das suas recordações constam as parcas peças de roupa de que dispunham e que não lhes davam alternativas para se apresentarem bonitas.

Os vestidos de chita bem prendados e em quantidade reduzida marcavam a indumentária feminina de há meio século atrás. Nem pensar em usar calças. Nem sonhar com ousadas mini-saias.

Para além de terem pouca roupa- normalmente tinham dois ou três vestidos, sendo um deles para levar à missa no domingo- as idosas lamentavam o controlo a que na altura eram sujeitas por parte dos pais que lhes impunham o que deveriam ou não vestir.

Depressa a conversa se estendeu a outros idosos que estavam sentados na parte de trás do veículo. Passados alguns minutos a conversa estendia-se e a mistura de vozes gastas pelo passar dos anos fazia-se ouvir. Os jovens olhavam sem tomar parte naquele desdobrar de memórias dos avozinhos.

Sentada ao lado das senhoras que deram o mote para a discussão, eu ia reflectindo sobre tudo o que ouvia. Concluí que não gostaria de ter vivido naquela altura. Tenho aversão a saias ou vestidos e gosto de vestir o que me apetece, de modo a ter uma aparência descontraída e desportiva.

Graças a Deus que tenho oportunidade de viver no século XXI. No meu tempo as coisas são assim e cada um veste da maneira que mais lhe agrada. Vestidos de chita só nos concursos para o efeito que todos os anos se realizam em Anadia.

Oh não! Que vida a minha! Todas as segundas-feiras a mesma coisa! Ameaça chover e eu ainda tenho de ir de motorizada apanhar a camioneta para Coimbra.

Ainda esperei longo tempo pela camioneta que se atrasou. Eu não me lembro se alguma vez ela chegou a horas decentes. Acho que nunca. Pelo menos sempre que eu tenho de a apanhar, ela nunca chega a horas.

Em Coimbra o autocarro que me transporta para Celas é o mesmo que transporta inúmeras pessoas para as unidades de Saúde mais importantes da cidade. Nem se consegue respirar dentro daquele autocarro. Se as pessoas estão doentes, mais doentes se apresentam no médico. São tantos os empurrões, puxões, apertões que dão cabo da pouca saúde que as pessoas já levam. Devia haver um desdobramento para evitar tal confusão. Mas há mais autocarros que vão para os HUC e as pessoas precipitam-se para dentro do que vem primeiro. Até se matam para entrar primeiro que a pobre velhinha apoiada em canadianas que vem lá atrás e já levou 5846155 encontrões.

Se reclamam que o autocarro vem cheio, a culpa é delas. Aposto em como o seguinte não encontra ninguém na paragem. Ainda os autocarros não chegaram e já há pessoas passadas na paragem porque a consulta estava marcada para as oito e meia e o autocarro já está atrasado. Depois é a selva nua e crua.

Dada a confusão que grassava num autocarro, que nem sei como consegue mover as rodas de tanto peso que leva, tive de sair numa paragem diferente e pela porta dianteira. Por esse facto me confundi um pouco no caminho. Mas tudo acabou por correr bem.

Do local onde me encontro a trabalhar é possível ver o que se passa na rua. Uma criatura passou por lá com um chapéu muito cómico. E se chovesse? Ia ser de morrer a rir!

A chuva caiu mesmo ao final da manhã quando eu ia a sair para almoçar depois de uma manhã normal de trabalho.

Depois do almoço apanhei um autocarro que também teve uma longa paragem junto do hospital. Reparei num cartaz que lá existia e que chamava a atenção para os problemas da Saúde em Portugal. Até tirei uma foto.

A tarde ficou marcada por uma pequena falha de luz de origem desconhecida. Depois fui para casa acabar de ver o jogo entre o Benfica e o Bayern de Munique a contar para o Torneio do Dobai.

No autocarro umas raparigas seguraram-me quando ele travou. Por falar nisso, quando fui almoçar ia para me enfiar noutro autocarro.

Para minha sorte o jogo foi para prolongamento e teve de ser decidido por penalties.
Moretto mostrou que é especialista neste tipo de lances e defendeu dois remates dos jogadores da equipa alemã.

O Desporto dominava mesmo a actualidade naquele fim de tarde. Confirma-se que o Beira-Mar vai receber forte investimento de uma empresa espanhola de agenciamento de jogadores. Isso trará profundas mudanças na estrutura do plantel profissional. Desde logo o comando técnico da equipa fica a cargo do espanhol Francisco Soler.

Também de Espanha chega a notícia de um exemplo de interdisciplinaridade no Desporto. De Futebol, os jogadores Luiz Fabiano (que teve uma ténue passagem pelo Porto) e um jogador uruguaio do Maiorca chamado Diogo passaram para um combate de boxe de fazer inveja a Mike Tyson. Os amantes das duas modalidades não deram por mal empregue o dinheiro dispendido nos ingressos. Ficaram satisfeitíssimos. Diz-se que um ferrenho adepto do Sevilha convidou um seu amigo que detesta Futebol, mas que adora lutas, para o acompanhar ao estádio. O indivíduo resistiu, mas acabou por experimentar. Ao ver o espectáculo oferecido por aqueles jogadores sul-americanos já diz que vai adquirir um bilhete de época para ele e para uns seus amigos que praticam Vale Tudo. Há muito que aprender com estes exímios desportistas vindos, precisamente, dos países onde não basta apenas saber jogar à bola, também é preciso ser bom na porrada.

Ao final da noite, questões relacionadas com a falta de água nas torneiras da casa de banho e o mau estado do autoclismo levaram a uma acesa discussão entre mim e a minha senhoria.

No Lisboa-Dakar cumpriu-se o terceiro dia de prova já em terras marroquinas. O nosso autocarro ficou retido numa pequena aldeia devido a uma avaria que não pôde ser resolvida em tempo útil. Os restantes veículos motorizados seguiram rumo a mas uma etapa.

Situação do dia:
Aquando da marcação da sua grande penalidade, Luisão chutou a bola com tanta força que deve ter feito um buraco na rede da baliza. Pelo menos a bola saiu por trás.

Bacorada do dia:
“Chupicao” (Chipicao, naturalmente.)

Quando o Porto perde

É dia de festa! Sempre que o Porto perde apetece sair à rua e dar largas à euforia. Eles que se orgulham de ser os invictos, os maiores, os paranormais...

Quando o Porto perde o coração pulsa com um outro alento e tudo em volta transborda felicidade e harmonia. Explodem as gargantas e as frases de escárnio atroam os ares.

Assim foi naquele domingo algo cinzento, que logo se alegrou perante o infortúnio dos dragões, que se viram bem cedo afastados da conquista da Taça de Portugal, graças a um golo do jogador David do Atlético.

E os tripeiros que antes de a época terminar já dizem que na época seguinte conquistarão a “dobradinha”. A única dobradinha com que se terão de contentar é mesmo com o prato que caracteriza a sua cidade. Outra equipa vencerá a Taça de Portugal esta época. Seguramente.

O sorteio havia presenteado os “grandes” com equipas de escalões inferiores. O Sporting teria a tarefa mais dificultada, apenas e só porque se tinha de deslocar à Madeira para defrontar o União. O jogo foi antecipado para 21 de Dezembro e os leões venceram por 1-3 com relativa facilidade.

O Benfica recebeu ontem o Oliveira do Bairro e venceu confortavelmente por 5-0. Esperava-se que os tripeiros fizessem o mesmo, tendo também como adversário um conjunto da II Divisão.

Mas o Atlético veio ao Estádio do Dragão extremamente concentrado e decidiu bater-se de igual para igual com o campeão. O Porto começou a ficar nervoso e os lisboetas aproveitaram.

Na segunda parte o golo do Atlético fez rejubilar os adeptos que não simpatizam minimamente com aquele emblema azul com um dragão. O avançado brasileiro David bateu Vítor Baía que defendia as redes portistas nesse jogo. Aliás, a equipa do Porto foi toda alterada de modo a que os jogadores mais utilizados pudessem descansar. È que parece que o calendário tinha sido bastante duro no Futebol Português!

O golo do Atlético foi apontado de uma forma pouco ortodoxa, mas ia dando alento aos seus adeptos e aos adeptos dos outros clubes que sempre dão tudo para ver um deslize dos dragões.

O coração ficou em suspenso quando foi assinalada- já em descontos- uma grande penalidade a favor do Porto. Chamado a converter, Ricardo Quaresma falhou e voltou a alegria aos lares anti dragão.

Jesualdo Ferreira estava passado com Quaresma e com os restantes jogadores. Como sabe bem uma derrota do Porto! Só o gozo que dá vê-los a culparem-se mutuamente!

A festa foi de arromba para os adeptos e jogadores do Atlético. A equipa da Tapadinha conseguiu repetir a proeza do Torriense há uns anos. Por acaso foi num dia de Carnaval. Um jogador chamado Cláudio Oeiras ficou famoso por ter marcado o golo que afastou o Porto da Taça em pleno Estádio das Antas- local onde poucos venciam.

Antes de terminar este assunto, quero acrescentar que há uma altura em que eu dou tréguas ao meu antitripeirismo. Isso acontece quando o Porto joga para as competições europeias. Aí estou sempre do lado das equipas do meu País.

A manhã estava algo cinzenta. Havia que apanhar o comboio até casa e assim poder gozar o que ainda restava de um fim-de-semana bem positivo.

Houve um almoço de família em que a minha madrinha tinha sido convidada. Durante esse repasto a minha vizinha armou confusão porque estava indecisa e algo confusa sobre a data em que queria matar a porca. Estiveram horas a discutir sobre a melhor data. Aquela criatura é assim!

Era um domingo em que a chamada “festa da Taça” se fazia sentir. E como foi bela a festa! O Porto caiu aos pés de rei David que comandou uma bem organizada equipa do Atlético. Outro emblema que também surpreendeu foi o Penafiel que afastou o Marítimo da Taça. Também venceu por 1-0 mas em sua casa.

A goleada desta eliminatória da Taça de Portugal foi conseguida pelo Beira-Mar que aviou os madeirenses do Santana por 6-0. Nem os rumores sobre a revolução que o clube iria sofrer durante a semana impediram que a equipa conseguisse uma vitória tão expressiva. O avançado brasileiro Roma, que recuperou de prolongada lesão e que tanta falta tem feito aos aveirenses, regressou em grande.

A Académica recebeu e venceu em casa o Vitória de Setúbal num jogo entre duas equipas da Superliga. O húngaro Gyanno apontou os dois golos da Briosa.

Ao final da tarde a chuva fez-se sentir. Espero que não chova quando estiver para sair de casa. Mas que castigo!

No Sul do País, os pilotos e as máquinas que participam no Lisboa-Dakar cumpriram mais um dia de prova. A nossa equipa chegou a Portimão com mais de três horas de atraso. O veículo ainda parou umas quantas vezes por pequenas avarias e foi apupado pelo imenso público que se encontrava já a abandonar o local da passagem da caravana.

Situação do dia:
No Estádio do Dragão um pequeno melro passeava pelo relvado enquanto decorria a partida entre o Porto e o Atlético a contar para a Taça de Portugal. Era a chamada ave de mau agoiro que pressentiu o afastamento dos dragões da prova.

Bacorada do dia:
“Kamzerkak” (Como?!!!!!!!!)

Com o fogo nos pés

Estava Sol e as temperaturas até nem estavam muito frias. Era o ideal para fazer uma prova. O pior é a falta de treinos. Tenho-me andado a baldar.

A ver veríamos se o número 399 me daria sorte naquela tarde de Sol e temperatura amena, ideal para a prática desportiva.

Entrei em cena nos 60 metros, prova em que a boa partida e a velocidade pura marcam a diferença. O resultado foi uma tremenda decepção, apesar de ter feito apenas mais sete centésimos que no mês passado. A marca foi então de 12.53 segundos.

Os sessenta metros foram ás quatro e meia da tarde sensivelmente e os duzentos metros fechariam o programa para aquele sábado. Já tinha trazido um Kinder Bueno para não ficar esfomeada como na prova anterior, apesar de eu desta vez ter almoçado melhor que no outro dia. Também trago sempre a garrafa do Powerade atrás.

Esperaria quase três horas para entrar novamente em pista. Iria empenhar-me ao máximo para vingar o resultado dos sessenta metros. Tinha de ser. Nem que me esfolasse toda e deixasse a pele na pista.

Naquele intervalo entre as duas provas alimentei-me com o Kinder Bueno e fui bebendo um pouco de Powerade para estar pronta. Uma atleta que ia fazer os 400 metros sozinha ainda me tentou para a acompanhar, mas eu tinha de me concentrar naquela que é a minha melhor prova- os 200 metros. Não arriscaria. Se estivesse mais treinada… Além disso, participo extra competição e não valia a pena estar a fazer um esforço inglório e estar a sacrificar aquilo que eu acabaria por fazer.

A noite começava a cair e o frio começava a fazer-se sentir com mais intensidade. Já passava das sete da tarde quando finalmente nos encontrámos prontas para partir. Era a oportunidade de ouro que tinha para salvar o dia. Iria dar o máximo.

Soou o tiro de partida. Corri o mais depressa que era possível correr. Era de raiva a minha prestação naquela prova. Empenhei-me a fundo em cada metro de pista. No final o frio tinha desaparecido e os meus pés fervilhavam como se tivessem sido possuídos pelo fogo. Na verdade até foram. O fogo da raiva de mim própria.

Fui tomar banho sem saber o resultado da prova. Tinha a consciência de que tudo fiz para conseguir um resultado que apagasse a má imagem deixada umas horas antes. Pelo que as pessoas gritavam, acho que me estava a sair bem.

Finalmente soube o resultado: 43.19. Confirmou-se o facto de estar melhor que o ano passado. Fiquei radiante! O meu esforço havia sido compensado. Quando isso acontece é um motivo de grande orgulho e satisfação para qualquer atleta.

Fica a recordação de cada metro dessa corrida. Como se a pista me queimasse os pés.


Levantei-me eram onze da manhã. Houve que preparar as coisas para a eventualidade de eu ainda ter tempo de ir para casa. Depois mandaria guardar tudo até que as provas terminassem.

O meu telemóvel estava com pouca bateria. Havia que a descarregar por completo para a eventualidade de mais logo ter de ligar a alguém para me vir buscar. Não existe nada de jeito no telemóvel para me entreter e a única música que lá existe é uma versão um pouco brejeira (para não dizer muito brejeira) da Floribella que me arranjaram. Foi um suplício esperar para que o telemóvel estivesse em condições para carregar.

Em simultâneo com as provas estava a decorrer no estádio da Luz o jogo entre o Benfica e o Oliveira do Bairro. O rádio da instalação sonora do Estádio Cidade de Coimbra chegou a estar, por momentos, sintonizado na Antena 1. Decorriam os instantes iniciais da partida que contava para a Taça de Portugal. Depois o rádio foi sintonizado numa estação onde passasse quase sempre música.

Satisfeita com a minha prestação em mais uma jornada de provas, perguntei como tinha ficado o jogo. Disseram-me que o Glorioso esmagou a equipa bairradina por 5-0. Mantorras regressou aos golos naquela tarde solarenga de sábado.

Começou na manhã desse dia mais uma edição do Lisboa- Dakar. Pilotos e máquinas meteram-se a caminho rumo ao deserto no coração de África. De referir que, pela primeira vez em toda a história da competição, um autocarro participa. Ao volante seguem dos destemidos jovens holandeses com vasta experiência em peripécias no Continente Negro.

A viatura é uma choça velha gentilmente cedida pela Transdev- Centro que aproveitou a oportunidade para se desfazer do veículo que só trazia amargos de boa à empresa.

À partida os nossos meninos que chegam do Norte da Holanda mostram-se confiantes em levar o autocarro até Dakar, embora seja complicado. Nem nas estradas da Região Centro aquela camioneta anda em condições, quanto mais nas areias espessas e quentes do deserto. A ver vamos.

Situação do dia:
Ia a caminho do Estádio. O percurso não é assim tão longo, a julgar pelas coisas que aqui passo a relatar. Passei por uma casa que tinha um portão onde um pequeno cão branco e preto me ladrou. Toupeira dum raio! Estava a mandar o animal para dentro e ele estava do lado de lá do portão, sem hipóteses de sair. Mas tive olhos para olhar com desdém para um veículo que passou por mim. Não me perguntem de que cor é que ele era. A sujidade era tanta...Parecia um automóvel tirado do interior da Terra. Estava demais!

Bacorada do dia:
www.igor.pt ?!!!” (E isto existirá?!!!)

Saturday, May 19, 2007

Se eu mandasse no Futebol


Não me lembro o que se passou para eu ter destes pensamentos enquanto almoçava. Certamente tinha a ver com o mercado de transferências de Futebol.

A minha imaginação conheceu intensa actividade. Se calhar foi por isso que me distraí. Se tivesse a sorte de me calhar o Euromilhões, eu fazia algumas coisas interessantes. Compraria um clube? Provavelmente. E se eu fosse uma alta figura do dirigismo desportivo?

As regras no meu clube seriam rígidas. Quem as violasse sofreria as consequências. Pagava bem a funcionários e seguranças de discotecas e outros estabelecimentos de diversão nocturna para não deixarem entrar os jogadores do meu clube ou para os correrem de lá. Se eles insistissem, iriam corridos para casa a toque de caixa. Noutras ocasiões seriam ministrados sedativos nas bebidas dos atletas para eles sentirem uma certa moleza e irem dormir para casa. Mas dormir mesmo!

Se acaso algum atleta aparecesse no treino com sinais visíveis de ressaca, ia tomar banho no lago finlandês que era uma banheira de gelo. Faz muito bem a quem perde a noite. Ganha logo forças para uma sessão de treinos exigente.

O treinador do meu clube seria alguém ainda pior que o Scolari. Teria mão de ferro e castigaria os jogadores que não se aplicassem a cem por cento nos treinos e nos jogos. O treinador da minha agremiação teria luz verde para castigar jogadores com treinos duros e outro tipo de coacções.

Jamais despediria o treinador se a equipa atravessasse uma fase de maus resultados. Antes despedia os jogadores ou castigava-os severamente com multas que era para eles aprenderem. A vigilância aos seus tempos livres seria ainda mais apertada. Dormiriam no grandioso centro de formação que eu mandasse construir. Esse local funcionaria com mais rigor ainda que uma abadia na Idade Média.

Contrataria maioritariamente jogadores de Leste por virem de países onde o rigor e a disciplina imperam. Seria um clube à minha imagem e semelhança. Brasileiros e outros jogadores da América do Sul não queria no meu clube. Gostam de sair à noite e cometem alguns actos de indisciplina. Quanto a jogadores portugueses, teria alguns. Prefiro jogadores vindos de Leste. Dos Balcãs. Sempre gostei. Da Rússia só se for o Artem Dzuba.

Pagaria todos os impostos e cumpriria com todas as minhas obrigações cívicas. Faria do meu clube um exemplo para a sociedade. Nada de relações promíscuas entre nós, autarquias ou empresas. A transparência seria uma das minhas bandeiras.

Pagaria aos atletas e demais elementos da minha agremiação a tempo e a horas. Nenhum atleta ganharia desmesuradamente. O jogador teria de fazer por merecer o salário. O contrato por objectivos seria uma regra.

No nosso Estádio não haveria Liga nem Federação que nos impusesse preços de bilhetes. Os ingressos seriam a preços simbólicos para serem acessíveis aos adeptos mais carenciados. Os nossos associados pagariam uma quota comportável aos seus rendimentos.

Para atrair público ao nosso Estádio, promoveríamos actividades em que os atletas estariam envolvidos. A proximidade entre jogadores e adeptos seria uma constante. Haveria arremesso de equipamento de jogo para as bancadas em cada partida. Equipamento completo. Se perdêssemos o jogo, os jogadores ficariam em campo a compensar os adeptos com um monumental show de variedades que incluiria canto, anedotas e...strip do jogador que entendêssemos ter sido o responsável pelo desaire.

Com o tempo chegaria a dirigente associativa. Aí tentaria impingir o meu modelo de dirigismo a todos. Não sei se o Futebol iria melhorar.

Também me surgiu a ideia de ser empresária de jogadores. Mais uma vez, tentaria representar única e exclusivamente jogadores do Leste da Europa. Os jogadores brasileiros começam a ser demais nos clubes portugueses e nem sempre se adaptam da melhor maneira. Jogadores sem grande nome e desconhecidos para a generalidade dos adeptos poderão causar surpresa. Atente-se no exemplo do Boavista este ano que adquiriu por empréstimo dois excelentes jogadores polacos. Para mim um deles é mesmo um dos melhores jogadores a actuar no campeonato esta época. Abriria caminho para que Portugal abrisse as portas ao mercado dos jogadores que se tornaram recentemente membros da Comunidade Europeia.

Claro que isto não passa de uma utopia. Talvez quando me calhar o primeiro prémio de um Euromilhões com jackpot eu pense mais nisso. Por agora nada me resta senão o sonho e a fantasia enquanto vou saboreando um apetitoso e merecido almoço na cantina da ESEC.

A chuva que caiu ao longo daquela madrugada teve o condão de tornar a temperatura matinal um pouco mais suave para quem tem de meter pés ao caminho bem cedo como eu.

Ia a aprontar-me para sair na paragem. O autocarro travou e eu fui enviada mais para trás. Foi para acordar que o cansaço à sexta-feira é mais acentuado. O sono e a moleza teimam em não me largar.

O dia de trabalho decorreu dentro da normalidade. Nada de extraordinário há a apontar nessa manhã.

Apesar de o autocarro se ter atrasado ligeiramente, consegui despachar-me e cheguei a horas. Como atrás referi, esse período do almoço serviu para me distrair com os pensamentos divertidos que fiz questão de colocar como tema deste texto.

O Sol e o Céu azul fizeram parte da paisagem desse início de tarde. A tarde de trabalho não trouxe nada de anormal.

Em vésperas da primeira prova de 2007 o treino teria de ser mais suave, apesar dos poucos dias que tive para preparar a competição. Dei sete voltas à pista em 25 minutos de corrida contínua. Os restantes 25 minutos que durou o treino serviram para ginástica e alguns alongamentos.

Da actualidade desportiva deste dia, destaca-se o longo castigo aplicado ao jogador do Benfica Nuno Assis devido ao seu controle positivo. Apesar da contestação eu concordo que um caso de doping seja punido severamente. A credibilidade e a verdade desportiva estão postas em causa com estes procedimentos. Além disso, a saúde dos atletas fica irremediavelmente lesada com o recurso a substâncias dopantes. Se usam a desculpa de que a profissão de atleta é uma actividade de desgaste rápido para não pagarem impostos, também deveriam ter em conta isso antes de tomarem a decisão de recorrer ao doping para aumentar o rendimento. A vida para além do Desporto é longa e deve ser levada com saúde e bem-estar.

Situação do dia:
Como fiz questão de frisar no início deste já longo texto, o almoço foi passado a imaginar algumas situações divertidas. Era tanta a distracção que já me ia embora e deixava a garrafa da água em cima da mesa. Tive de voltar atrás para a ir buscar.

Bacorada do dia:
“Só falaram com estas cruzinhas?” (Falar com cruzinhas só quando se está só à noite fechada no cemitério.)

Em sobressalto

Há noites assim! Um pesadelo nunca vem só. O remédio é acordarmos e vermos que nada daquilo se passou. Apesar disso, a angústia e o medo já se apoderaram de nós. Eis o relato de dois pesadelos ocorridos numa só noite. São duas situações completamente diferentes, mas ambas me fizeram acordar em sobressalto. Se até pude sorrir com a primeira ao acordar, com a segunda fiquei completamente em pele de galinha. Aqui temos uma das situações que referi no outro dia que na vida real não me causa medo e em sonhos fico completamente passada.

Eis os pesadelos de uma noite de Inverno:

A manhã parecia ir alta. O Sol brilhava num belo Céu azul e invadia o meu quarto de Coimbra. Acabava de acordar. Ainda meio a dormir e estranhando o facto de estar assim tanto Sol peguei no relógio de pulso. Nem queria acreditar! Já eram 9.47 horas da manhã! Fiquei fora de mim. Tinha de ir trabalhar e não acordei. Eram os meus primeiros dias de estágio. Não! Isso era demais. Que vergonha! Adormeci e agora?!!

Quando acordei suspirei de alívio ao ver que ainda era noite cerrada e que a madrugada ainda tinha muito para dar. Pena foi que o muito que aquela madrugada ainda tinha para dar fosse do género daquilo que eu passo a narrar seguidamente!

Tudo começou com uma colega minha da formação a decidir aprender Holandês também. Iria com uma tia para a Holanda de forma a esquecer a tragédia que lhe bateu à porta. Eu sentia um pouco de inveja por não poder ir até lá. Mas que tragédia foi essa afinal?

O sonho avança no tempo. Dias mais tarde dizem-me que a minha colega está zangada comigo por causa das aulas de Holandês. Na vida real eu andei zangada com ela, como referi neste blog na altura em que algumas quezílias entre nós duas aconteceram. Agora está tudo ultrapassado e ela ligou-me anteontem quando eu me estava a inscrever para a consulta a perguntar se ia estagiar. Naquele sonho que descambou para um pesadelo horrível voltávamo-nos a desentender. Enquanto me diziam isso eu fazia qualquer coisa no computador e nem prestava atenção.

Depois de ter avançado no tempo, o pesadelo recua até acontecimentos trágicos. Isto quase dava para escrever um livro. Por enquanto dá para escrever um post para o meu blog.

A minha colega disse que tinha de ir ao Instituto de Medicina Legal reconhecer o corpo do namorado que tinha sido vítima de um crime terrível. Eu, o meu pai e um outro senhor que eu não conhecia também lá estávamos. O indivíduo que estava connosco ia frequentemente à casa de banho. Um local daquela natureza dava-lhe volta ao organismo.

Encontrávamo-nos numa sala de espera do IML. Havia ali muitas portas de madeira pintadas de castanho-escuro. As paredes eram brancas e a iluminação era feita através de luzes fluorescentes. Só a casa de banho tinha uma lâmpada normal.

A minha colega estava inconsolável e chorava pelo corredor. O namorado dela chamava-se Vítor bruno ou Hélder Bruno. No sonho apareceu com dois nomes diferentes. Na vida real não tem nenhum desses nomes. O que os sonhos fazem! Nem sei onde fui buscar isso.

Não sei que voltas o sonho deu que o aparato para o funeral já era em minha casa. Começa o terror! Fechei-me no meu quarto às escuras a ouvir música. Não queria, de maneira nenhuma, ouvir o triste e horrível espectáculo que vinha lá de fora. Cortava mesmo o coração. Ouvia música de Leandro & Leonardo e de outros artistas que me fizessem ignorar o que estava a acontecer ali. Por mais que tentasse escapar, os sons eram arrepiantes. Magoavam mesmo.

Apareceu o meu primo (filho da minha madrinha). Eu admirei-me de ele ali estar. Ele contou-me que presenciou o assassinato daquele rapaz. Ia na mesma viatura que foi alvejada a tiro por desconhecidos. Por sorte não sofrei quaisquer danos.

Continuava na penumbra do meu quarto. O meu rádio continuava com o volume no máximo para impedir que ouvisse o que vinha do exterior. O horror apoderava-se de mim. Começava a ter medo. Ouvia agora cassetes com brancas entre músicas. Esses tempos mortos incomodavam-me porque ouvia aquilo que não queria: prantos tristes e gritos de horror.

A certa altura passava uma música horrível. Ainda hoje me arrepio só de pensar nela. Acho que até para um filme de terror tal melodia sensibilizava demais as pessoas imunes a essas coisas. Foi aí que acordei. Ainda bem que me encontrava em Coimbra e não em minha casa. Seria terrível acordar no mesmo cenário onde decorria o pesadelo- o meu quarto.

Mal dormi o resto da noite. Depressa chegou a hora do despertador tocar. Tinha um ar cansado. Aquele pesadelo deixou-me de rastos. Havia algumas nuvens no Céu e o frio de Janeiro sentia-se com alguma intensidade.

No trabalho confundi duas senhoras e esqueci-me de dar saída de um cartão.

Na paragem dos HUC é raro o dia em que não apareça uma pessoa ou mais que não saiba, nunca tenha visto ou faça mil e uma confusões com as senhas. As máquinas passam-se e avariam.

Da parte da tarde tudo correu normalmente. A água da Piscina teve de ser desinfectada novamente. Ah! Houve uma senhora que entrou nas instalações de propósito só para perguntar as horas. Certo não confiava em quem encontrava pela rua.

Ameaçava chover. Queria ver se o agravamento das condições climatéricas não estragava o treino. Este decorreu sem chuva. Depois de cinco voltas à pista dadas em 15.37.65 minutos, fiz rectas de sensivelmente sessenta metros. Este apronto serviu de preparação para as provas do próximo sábado. Como habitualmente, os alongamentos concluíram um apronto que durou uma hora, tal como sucedeu na véspera.

Os gatos andavam dentro de casa e foram para o meu quarto. Eu brinquei animadamente com eles. Eu adoro mesmo estes animais. São fofinhos e aliviam a tensão. Quando eu passei por momentos mais delicados da minha vida, em que sofria as agruras do glaucoma, tinha o Raider para me fazer companhia. Depois ele foi atropelado e eu senti muito a sua falta. Nenhum outro me fazia tanta companhia como ele. Aqui em Coimbra há dois gatos que nos fazem companhia e sempre mato saudades dos lá de casa.

No “Um Contra Todos” a pergunta era sobre cinema e fez uma autêntica razia entre os concorrentes. Houve 42 respostas erradas!

Situação do dia:
. Os chuveiros do Estádio têm uns tapetes com uns buraquinhos. Algo estava a entupir esses buracos que emitiam um som cómico à passagem da água. Assobiavam, zumbiam e até parece que cantavam, por vezes. Era de morrer a rir.

Bacorada do dia:
“Tenho-me trazido de esquecer essa porcaria.” (O tipo de conversa que se tem para um gato.)

Crónica de um dia normal

Levanto-me bem cedo. Tem de ser! A música alegre que escolhi no telemóvel para me despertar contrasta com o ar sonolento e a pouca vontade de enfrentar o frio da manhã.

E lá dou os primeiros passos no quarto. Ainda meio ensonada, coloco um CD a tocar para ser a banda sonora daquela manhã. Hoje é quarta-feira e tenho a sorte de me levantar um pouco mais tarde porque vou para a ACAPO ter atendimento com o psicólogo.

A manhã é de Sol. Encontro-me na cozinha a tentar ligar o esquentador. Apanho um valente susto. Uma bola de fogo sai do seu interior e espalha um cheiro a esturro pela casa. Tudo se normalizou.

E depois do fogo, a água. Tive outra vez de limpar o chão da casa de banho. Mas de onde vem tanta água? Não percebo. A minha grande preocupação é se a minha senhoria escorrega no chão molhado e cai.

Depois de me ter preparado e de ter tomado o pequeno-almoço, fui ao banco levantar dinheiro para pagar o alojamento. Só depois rumei à ACAPO para consultar a Internet.

Depois do atendimento, fui até ao meu local de estágio, a Piscina de Celas. A água estava a ser submetida a tratamento.

Chegou a hora do almoço. Como sempre acontece, desloco-me à ESEC para almoçar na cantina. Hoje a novidade é a colocação de umas mesas na rua para os estudantes estarem sentados a conversar ou a fazer os seus trabalhos académicos. O problema é que estamos em Janeiro e esperam-se dias de frio intenso.

Regresso à Piscina para mais uma tarde de trabalho. Quem não quer trabalhar é o computador porque cada vez está mais lento. Eu também sou lenta, por vezes, a fazer contas. Estou mesmo abaixo de forma nos pagamentos!

A febre da Floribella continua. Agora canta-se uma canção que é qualquer coisa como “Assim Será”. Eu não sou fã de tal coisa. Se calhar os fãs da Floribella também não gostam das coisas que eu admiro. Perguntem-lhes só se eles conhecem a Rabobank.

Chegou a hora de sair. Há que apanhar o autocarro de volta para casa. Enquanto espero na paragem, uma ambulância passa a toda a velocidade. A enorme fila de carros que entretanto se formou ali arreda-se quase para cima dos passeios para lhe dar passagem.

Já dentro do autocarro uma criança pede encarecidamente ao condutor que espere pela sua mãe. O condutor não atendeu ao pedido e alegou que tinha horários a cumprir. A criança ficou sozinha na paragem à espera da mãe. Iriam no próximo autocarro!

O meu primeiro treino em 2007 consistiu em quarenta minutos de corrida contínua e alongamentos. Foram doze voltas completas numa pista de fora. Durante a corrida tive de parar para apertar os atacadores das sapatilhas. Tive de parar o cronómetro. Não foi a mesma sapatilha que se desapertou.

Depois de alguns alongamentos que concluíram uma hora de treino, fui tomar banho. Tive de ter cuidado porque havia vidros no balneário. Tinham partido um frasco de perfume ou algo do género.

E encontro-me novamente em casa. Há roupa para arrumar. Aproveito e distribuo também os sabonetes com aroma a limão que comprei nessa manhã pelas gavetas. Procuro a minha senhoria por toda a casa. Desta vez parece que não está mesmo. Se calhar foi cantar as janeiras.

O frio aperta. Depois de comer alguma coisa, há que ver um pouco de televisão. Enfio-me debaixo dos cobertores.

No “Um Contra Todos” a concorrente venceu e ficou nas nuvens. Decidiu apresentar o programa e até se saiu bem. Malato deve ficar preocupado com a concorrência.

O telemóvel toca quando eu já estou deitada e a começar a dormir. Os pés já aqueceram. Era a minha irmã.

Desligo a televisão e adormeço outra vez. Mal sabia que aquela noite seria passada em sobressalto.

Situação do dia:
Uma senhora ligou para a Piscina de Celas, imagine-se, a perguntar se era da TVI.

Bacorada do dia:
“Os habitantes da Estónia são os estóicos.” (Só se for a aguentar o frio que deve ser muito para essas paragens.)

Ano Novo velhos problemas


O ano de 2007 começava logo com uma sempre temível ida ao oftalmologista para mais uma consulta.

Ao contrário da última vez que lá fui e que deu um dos mais inspirados textos deste blog, o ambiente estava calmo. A época das festividades ainda se fazia sentir. As poucas pessoas que havia na sala de espera apenas teimavam em não fechar a porta quando entravam ou saíam. Nada do barulho de ocasiões anteriores.

A consulta era de Hipovisão, mas, mediam a tensão ocular na mesma. Esta estava novamente elevada para mal dos meus pecados. Apesar disso, a médica disse que não havia que me preocupar. O que é certo é que me preocupei. Não queria passar por todo aquele inferno outra vez. Realmente há que me preocupar. Não me digam que o Novo Ano trouxe de volta aquilo que é mais terrível para mim: a ameaça constante com que vivo.

A médica que dá a consulta de Hipovisão tem a particularidade de classificar os atletas deficientes visuais para as provas desportivas. Isso foi tema de conversa entre ela, eu e a técnica que trabalha com estudantes com visão reduzida.

O meu futuro também foi tema de conversa. Mas que futuro com esta terrível ameaça outra vez a pairar sobre mim? Ainda neste mesmo dia começava o meu estágio na Piscina. O meu futuro próximo agora passa por aí. Depois logo se verá. Isto partindo do princípio que o glaucoma me deixa em paz.

Obviamente que o Desporto marcou a conversa. Surgiu a ideia de se criar um clube ou uma escola de Atletismo para que os jovens que aparecem nas consultas sejam encaminhados. Eu iria ficar responsável por essa secção. O problema todo é que a ACAPO não tem meios nem iniciativa para recuperar o Desporto ou desenvolver quaisquer outras actividades.

As pessoas estão cheias de ideias e é confrangedor ver que não há solução para este problema. Vejo que a nossa associação não tem iniciativas e, o que é ainda mais grave, as coisas boas que tinha estão a perder-se pouco a pouco.

A boa-fé das pessoas em me quererem ajudar não chega. Nos Covões toda a gente me viu cair vergada pelo glaucoma e assiste a uma tentativa lenta de me voltar a levantar. Sabem que tudo o que eu quero é permanecer ligada ao Desporto e essa seria uma boa solução para mim e para todos aqueles que sonham ser desportistas e são impedidos de o ser devido aos preconceitos que ainda grassam em Portugal.

Sinto uma certa mágoa por haver ideias e comportamentos que impedem alguém de gozar os seus direitos de cidadão na sua plenitude. Para agravar as coisas, quem deveria ajudar é o primeiro a condenar as nossas ideias, por melhores que elas sejam. Faltam meios humanos e materiais e a mente dos portugueses ainda não compreendeu que somos cidadãos com direitos e deveres, tal como os outros.

E assim segui viagem depois da consulta, pensando nos meus velhos problemas no início de um Novo Ano que não começa da melhor maneira. Há que seguir em frente. A Piscina de Celas é o meu destino agora. Lá irei esquecer todos os problemas que me afectam e tentar fazer sempre o meu melhor.

Ficaram para trás as festividades e umas férias bem atribuladas. Havia que regressar a Coimbra para mais um patamar que tenho de ultrapassar na minha vida. Não escondia o nervosismo motivado por mais uma consulta. Que iria a acontecer?

O gato Mong apareceu bem cedo para chatear quem queria sossego. Havia que retomar a rotina de apanhar a camioneta. Esta nunca mais chegava e já estava mais nervosa só de pensar na eventualidade de ter avariado. Tinha consulta e não podia faltar.
~
Coimbra ainda parecia mergulhada nas férias de Natal. Os autocarros eram menos a circular pela cidade e isso causava transtornos.

Na Piscina a nova funcionária deu-me as boas-vindas. Iria começar a trabalhar da parte da tarde. O almoço seria mesmo em Celas. Os autocarros eram poucos a circular e não vinham a horas.

A televisão exibia as notícias da hora do almoço. Retirei muitas coisas que merecem comentários da minha parte.

A melhor de todas as notícias (pelo menos é a que interessa mais para este espaço) é a que diz respeito ao pagamento de impostos por parte dos futebolistas. Os profissionais do sector já reagiram a essa medida e equacionam mesmo fazer greve. No entender destes privilegiados atletas, a sua profissão é altamente desgastante, pelo que o Governo se deve compadecer e voltar atrás. Assunto a desenvolver em próximos textos.

Parece que a Indonésia é um país martirizado. Todo o tipo de catástrofes naturais acontecem neste arquipélago asiático. Sismos acima dos seis graus na escala de Richter, inundações impiedosas, tsunamis…A zona mais afectada pela monumental catástrofe de finais de 2004 continua a ser fustigada pela Mãe Naturezas que parece estar a vingar-se do pobre povo daquela região que, já de si, é bastante pobre.

A execução de Saddam Hussein ainda continua na ordem do dia. Só depois de morto é que se ouve falar bem do ditador iraquiano. “Era uma jóia! Não fazia mal a ninguém coitado! Pobre homem!”Estes poderão ser os comentários ouvidos lá para as bandas do Iraque Dirão o mesmo de Bush, acaso ele morra com um AVC um dia destes? Veremos.

A temperatura atmosférica caía a pique. Chegava ao fim mais uma tarde normal de trabalho. Não apareceu nenhum autocarro. A solução foi meter-me ao caminho. Lá se foi o treino!

Em casa havia que fazer a cama. A Lua tinha um brilho intenso. Peguei no meu telemóvel e tirei a foto que aqui apresento. O Céu sem nuvens permitia que a noite fosse assim tão bonita. Pena o frio ser demais para podemos andar na rua e saborear o luar.

Para terminar o dia assisti a um emocionante duelo no “Um Contra Todos”.

Situação do dia:
A viagem de autocarro que fiz dos Covões até à Piscina revestiu-se de algumas peripécias. As máquinas de picar as senhas e os passes cantavam uma melodia cómica quando lhe punham uma senha mal. Dentro do autocarro cheirava a presente de cão. Passei toda a viagem a olhar para os meus pés e a tentar limpá-los no soalho do veículo. Afinal não eram!

Bacorada do dia:
“Há o dia de S. Silvestre que é o Dia dos Namorados.” (Ai o amor!)


Tuesday, May 08, 2007

2006

Cai o pano sobre 2006 e o Novo Ano já espreita por detrás da cortina que se vai abrindo. Já é um lugar-comum fazermos um balanço sobre o ano que termina e uma pequena previsão para o Novo Ano. Tal como acontece com toda a gente, também eu aqui vou apresentar um balanço daquilo que foi o meu ano de 2006.

Para ajudar a que o ano corresse de forma positiva basta referir que a minha doença conheceu um período em que não evoluiu. Quando as coisas estão na mesma é quando estão bem, uma vez que o problema não pode ser resolvido. Espero que em 2007 não me tenha de preocupar com isso.

Uma nova etapa se abriu na minha vida. Terminei a Formação na ACAPO que culminou com três experimentações. Numa delas vivi um sonho autêntico porque fez com que um objectivo pessoal se realizasse. Partirei para um nova etapa que será o estágio na Piscina de Celas- local onde realizei a terceira experimentação e onde eu descobri algumas capacidades que julgava não possuir. Dizem até que mudei desde que fui para lá, mas isso não é de todo verdade. Se calhar o facto de eu estar mais ocupada permite que não pense tanto naquilo que me inquieta. Situações negativas também as houve e não foram nada poucas, nem foram coisas ligeiras. Houve mesmo uma situação em que eu fiquei completamente destroçada.

Regressei ao Desporto, porém os melhores momentos da minha vida no Desporto ocorreram fora das minhas provas. Destaco o encontro com alguns elementos da Rabobank Continental. Foi o realizar de um sonho. O momento foi mais marcante ainda porque eu não tive tempo de viver aquela ansiedade de os encontrar. Naquele dia de manhã não estava sequer a contar ter um momento daqueles. Outros encontros marcariam ainda o ano.

É de 2006 que guardo a melhor recordação que tenho. Curiosamente nesse dia deveria estar no meu campeonato, mas o voluntariado no Mundial de Ginástica Acrobática acabou por ser uma coisa que jamais irei esquecer. Outro momento marcante foi a presença na composição da Bandeira humana no Estádio Nacional. Foi algo muito importante, pena foi a falta de organização. Mas tudo foi ultrapassado e hoje orgulho-me bastante de ter participado nessa iniciativa.

Participei igualmente no voluntariado de Triatlo em Lisboa. Quanto às minhas provas, fiz todos os possíveis dentro das minhas limitações para melhorar os meus resultados. Evidentemente que não espero milagres. O novo ano que agora começa trará mais oportunidades de competir. Espero ter oportunidade de ir ao Campeonato Nacional. Este ano comemoro dez anos de carreira. Não é qualquer pessoa que passa o que eu passei e ainda continua a lutar por uma causa quase perdida.

A luta por uma vida melhor faz parte do quotidiano de qualquer Ser Humano. Quando esse ser parte em desvantagem em relação a outros cidadãos, essa luta é uma questão de sobrevivência. Em 2006 tentei mudar um pouco o rumo da minha vida. Candidatei-me a uma bolsa de estudo da ONCE. Fui a Madrid, mas não fui seleccionada. Outubro trouxe ainda mais uma faceta no meu enriquecimento cultural e social. Passei a frequentar aulas de Holandês. Foi nessas aulas que me realizei um pouco.

Alguns acontecimentos que rodeiam o meu mundo exterior influenciaram a minha vida no ano que passou. As mortes dos gatos Ju e Max causaram-me alguma tristeza. As vitórias dos ciclistas da Rabobank foram sempre sinónimo de alegria e espero que continuem a ser neste ano que agora começa.

O ano que passou foi igualmente fértil em eventos sociais. Fui a uma discoteca pela primeira vez no âmbito da Semana Jovem da ACAPO em Viseu. Os eventos relacionados com o voluntariado foram igualmente privilegiados para novos encontros. E como foram!

Situações insólitas também aconteceram. A mais incrível foi estarmos a ter aula numa sala inundada sem nos apercebermos disso.

Por falar em acontecimentos, houve uma repentina vontade de os colocar num blog. Foi assim que surgiu este espaço no dia 10 de Março de 2006. Apesar de nem sempre estar actualizado, eu faço sempre todos os possíveis por relatar o que faço, o que penso, o que acontece, o que invento, o que registo…enfim. Em 2007 espero aperfeiçoar este espaço com todo o meu empenho. Ah! E espero recuperar o atraso que ele leva. Continuarei a descrever sonhos, acontecimentos, chatearei novas pessoas e relatarei os feitos dos ciclistas da Rabobank. Espero comentar a vitória de um deles numa grande competição.

Já me esquecia: passei em 2006 para o clube dos trinta.

Para o final fica algo que lamentei em 2006. Apesar de ter considerado um dos anos mais positivos da minha vida, faltou a cereja no cimo do bolo. Essa cereja era uma viagem até à Holanda. Fiquei triste, magoada, destroçada com tudo isto. Espero que 2007 traga novidades a esse respeito.

Venha 2007!

O primeiro dia de 2007 foi passado em casa e sem história. A morte do nosso primo ainda marca todas as conversas.

À noite estava a ver o “Gato Fedorento” quando da rua ecoou um tiro que colocou toda a gente em polvorosa. Foi alguém que apenas quis brincar.

Situação do dia:
Um amigo meu ligou-me para desejar um Bom Ano. Para falar com ele coloquei o auscultador do telefone ao contrário. Estava a falar com a parte de escutar e vice-versa.

Bacorada do dia:
“Pediu ao senhor que o levasse a Coimbra para em Fevereiro fazer a desoticachão.” (Não sei se foi assim a palavra.)

O Reveillon do Mong


Ele levou as passas, o champanhe, os balões, os papelinhos. Saiu de casa a meio da tarde e ninguém o conseguiu ver mais.

Contou-me uma fonte anónima que no nosso sobrado reinava a animação que faltava cá em baixo. Nada de Floribella ou de qualquer outra coisa do género. Mong seleccionou a música mais animada para o seu Reveillen passado sozinho.

Faltou-nos o champanhe, esquecemo-nos das passas e o gato preto com tudo lá em cima a festejar a passagem de 2006 para 2007 da melhor maneira.

Ele nem sabe quem é a Floribella, nem os personagens dos Morangos Com Açúcar. Sabe apenas o que é ter uma passagem de Ano como outros desejariam ter.

Nada se passou de relevante nesse domingo. Continuei a escrever alguns textos à espera que 2007 surgisse.

Nada de mais interessante dava na televisão. A febre da Floribella imperou para nos fazer lembrar que em 2007 continuará o seu reinado e nós temos que a aturar.

Bacorada do dia:
“Era o Sabestão…” (Sebastião)

Monday, May 07, 2007

Saddam Hussein

Estava eu a ler algumas coisas enquanto ouvia rádio quando uma notícia me chamou a atenção- Saddam Hussein, antigo presidente do Iraque seria executado ao nascer do Sol desse dia 30 de Dezembro.

Ouvira dizer umas horas antes que o ex-lider iraquiano seria executado lá para Março ou Abril. Faltava ainda ser conhecido o veredicto de um outro processo que também poderia conduzir à execução de Saddam Hussein.

É sempre lamentável alguém ser condenado á morte, independentemente do crime que tenha cometido. No meu entender, a prisão perpétua ou a condenação a trabalho comunitário poderia relvelar-se mais eficaz.

Acusa-se o antigo presidente iraquiano de ter massacrado curdos e xiitas. Ele era um ditador, sem dúvida. Houve, no entanto outros ditadores que cometeram crimes mais horrendos e saíram impunes da página negra com que tingiram a história mundial. Estou-me a lembrar do recentemente desaparecido Augusto Pinochet.

A comunidade internacional já condenou veementemente este acto que só vem atear ainda mais o imenso barril de pólvora que eclode no Iraque desde Março de 2003- altura em que os Estados Unidos e seus aliados invadiram sem apelo nem agravo um País independente como o Iraque. Por mais terrível e sanguinário que fosse o seu líder.

Nada mais há a dizer sobre o penúltimo dia de 2006 que conheceu alguma instabilidade em termos climatéricos.

Sem nada de mais relevante para contar, até porque o Desporto conheceu uma certa pausa devido às festividades, nada mais me restava senão escrever uns textos. Rezam as ctónicas que andava com certa inspiração.

Afinal no Desporto vai-se passando qualquer coisa. Parece que Figo, afinal, já não vai para as arábias gozar uma reforma dourada. O Inter decidiu aumentar o ordenado ao jogador português que aceitou permanecer no emblema italiano.

O meu rádio apanhou agora a lua do costume de não ler os CD’s.

Bacorada do dia:
“Acredite que o espaço é muito espaçoso.” (Se ele o diz…a gente acredita.)

Thursday, May 03, 2007

À espera que o telefone toque

O dia revestia-se de grande importância para todos nós. Partimos para estes dias de descanso cheios de dúvidas quanto ao nosso futuro.

Ficou assente que seríamos contactados a 29 de Dezembro para nos comunicarem o veredicto final. Todo esse dia seria passado na ânsia que o telefone tocasse.

Tive de ir tratar de uns assuntos a Anadia. Levei o telemóvel comigo para não perder mesmo nada. Estava mesmo em pulgas por saber se ia ou não para estágio. Disso dependia toda a minha vida.

Ficando mais um ano em Coimbra sempre dava para organizar a minha vida. Continuaria a estudar Holandês, faria provas desportivas e treinaria com outras condições, teria tudo perto, participaria em projectos de voluntariado…

Na minha terra não há nada. Que me dissessem que não havia estágio! Eu nem sei o que fazia se isso acontecesse.

Estava a chegar a casa quando o telefone tocou. Corri que nem louca para o atender.Do outro lado da linha as novidades foram excelentes. Tirei boa nota no conjunto das três experimentações e iria para a Piscina de Celas, tal como ansiava.

Acabou a expectativa. Afinal andámos com tanto medo e tudo acabou bem. Toda a gente vai estagiar e pronto. Foi um grande susto que nós apanhámos ao longo de todos estes dias.

Deitei-me bastante tarde a noite passada. Estive a ler um pequeno livro chamado “O Rei de Montoyya” em que se contavam umas histórias estranhas de uns habitantes de uma localidade imaginada pelo autor.

Voltei a sonhar com o Artem Dzuba do Spartak de Moscovo e com a minha irmã. Uma variante do sonho que tive há uns tempos atrás. Mas esperem para ver a melhor. Mais sonhos estranhos em 2007. Com este artista e com outros. Sonhos divertidos e pesadelos horríveis.

Ainda sonhei com um rapaz ali do Interior que esteve connosco na Semana Jovem em Viseu. Aí eu sei porque foi. No livro que eu estive a ler havia um personagem com o nome dele. Foi isso!

Como acima referi, fui até Anadia com o meu pai. Tinha de mandar reparar a minha máquina digital. Nos Correios havia muitos livros à venda. Eu aproveitei e comprei um livro com uma história em torno do Futebol. Achei interessante. Se eu pudesse comprava mais dois ou três. Por exemplo andava por lá um livro sobre Vincent Van Gogh.

As notícias que chegam do mercado de transferências dominam o dia. O Braga contratou um central peruano chamado Rodriguez. Não é usual vir um jogador do Peru aqui para Portugal. O mais famoso foi, provavelmente, Cubillas que parece que jogou no Porto aí nos anos setenta.

Com toda a certeza no Porto jogou outro peruano- Roberto Baroni. Lembro-me de um jogo entre o Porto e o Farense em que esse jogador se enfiou em voo pelo banco de suplentes dos algarvios. Parece que ele aterrou lá de cabeça.

O resto do dia foi passado em casa na minha vidinha normal. O meu pai tinha ido para um almoço para os lados de Mortágua. Já vão ver para que é que eu estou a dizer isto!

Situação do dia:
Alto aí! O meu pai que já vinha bem bebido veio à rua mandar parar o pessoal da minha terra que cantava as janeiras. Também já sem sede nenhuma, o pessoal pediu mil e uma desculpas á minha família pelo facto de terem vindo cantar as janeiras a uma casa enlutada. O meu pai ordenou que rezassem um Pai-nosso em memória do meu primo. Um coro de vozes bem desafinado começou a articular o Pai-nosso mais cómico que alguma vez ouvira rezar na vida. Comecei-me a rir porque aquilo foi realmente hilariante. Janeiras substituídas por um Pai-nosso abençoado pelo deus Baco.

Bacorada do dia.
“Onze e meia da tarde” (Hoe laat?!!!)

Wednesday, May 02, 2007

Quanto mais atrasada estou, mais me atraso ainda

Já não vou mais às aulas na ACAPO, mas visitei as salas de aula em sonhos. Não será a última vez que sonho com as aulas, mas é a primeira vez que o faço depois de ter ali terminado a minha formação.

O sonho é, deveras, disparatado. Esse é o motivo pelo qual ele ganha contornos hilariantes.

Andava a chegar constantemente atrasada às aulas nos últimos tempos, logo eu que primava pela pontualidade. Se chegava atrasada era porque acontecia alguma coisa com o computador.

Naquele sonho não sabia o que se andava a passar mesmo para chegar sempre depois da hora e levar sermões dos formadores.

Encontrava-me agora no corredor da ACAPO com uma rima enorme de livros. Daquela vez não queria chegar tarde. Numa tentativa desesperada para não me atrasar, carreguei a enorme pilha de livros que ultrapassava a altura da minha cabeça e pesava imenso.

Ao levantar os livros, eles voltaram a cair, ficando espalhados por todo o lado. Fiquei passada, até porque os formadores riam de mim a bandeiras despregadas. Os colegas também gozavam. Estava a ser o centro das atenções pela negativa.

Acordei. O dia nem estava frio. O Sol estava algo escondido, mas estava um dia agradável.

O dia iria também ser dominado pelo Desporto. Já se agita o mercado de Inverno. A notícia do dia era a hipotética transferência de Figo para um clube da Arábia Saudita de que não me recordo do nome. Sei apenas que é um clube cheio de massa. A referida agremiação queria oferecer ao jogador lusitano um contrato muito superior ao que tem no Inter de Milão.

Depois de escrever alguns textos, ainda tive uma hora para treinar na estrada. Fiz dez rampas em 35.10.74 minutos.

Depois do treino comi uma posta de bacalhau cozido que escorria azeite por tudo quanto era lado.

Estávamos á lareira quando a minha madrinha telefonou a dizer que vinha buscar os documentos do meu primo. Começavam os problemas!

Situação do dia:
Quando a minha madrinha chegou a minha casa, a lareira estava quase apagada. Como ela vinha da rua e estava a ficar mais fresco, ela resolveu reacender o fogo. Assoprou ao lume, mas um manto de cinza cobriu-lhe a cara. Ela saiu da boca do fogão completamente da cor da cinza. Foi demais!

Bacorada do dia.
“Suponhamos que vai para Lisboa fazer uma reportagem ao Estádio…como é que se chama…da Luz!” (vê-se que não é benfiquista!)

No cemitério

Que medo! Mas que importância tem estar sozinha no cemitério quando já escurece?!! Sei que muita gente já acordou sobressaltada, lavada em suores frios e com o coração pronto a sair do peito. Tudo porque sonhou que se encontrava no cemitério a altas horas da noite.

Eu não sonhei. Aconteceu mesmo. Eu nem quero imaginar se a minha irmã não tivesse ido embora e tivesse acompanhado a minha prima, que não pôde assistir ao funeral por estar a trabalhar, ao cemitério. Ia ser lindo! Não estava a minha irmã, fui eu.

Foi assim: no final das cerimónias, outro familiar deu-nos boleia até casa. Algum tempo depois, uma prima nossa que vive no Luso trazia velas e flores para colocar nas sepulturas. Ela não sabia bem onde era o cemitério e pediu á minha mãe que a acompanhasse até lá. Só que a minha mãe já tinha trocado de roupa e andava agora a tratar dos animais.

Eu ofereci-me para a acompanhar. Já estava a escurecer, mas isso não me intimidou. Que mal tem em ir para o cemitério de noite? Os mortos não incomodam ninguém!

A minha mãe tinha emprestado uma caixa de fósforos à minha prima, mas ela esqueceu-se deles no carro que tinha ficado estacionado alguns metros atrás da igreja, já do outro lado. Enquanto ela os foi buscar, fiquei então sozinha junto á campa da minha tia onde agora também repousam os restos mortais do seu filho.

Havia umas luzes laranja que não deixavam o local às escuras. Desculpem defraudar as vossas expectativas quanto à imagem preconcebida de um cemitério totalmente escuro. Pelo menos na Moita o cemitério tem umas luzinhas laranjas como as há nas ruas de Coimbra, por exemplo.

Uma brisa suave soprava naquele final de tarde e devolvia ás minhas narinas o cheiro da terra molhada e acabada de ser revolvida. As flores repousavam sobre a sepultura, indiciando morte recente. Eu estava ali naquele ambiente a pensar no que poderia ter acontecido se a minha irmã se apanhasse sozinha àquela hora ali. A espaços ia rezando por alma do meu primo acabado de ser sepultado sob aquele chão molhado. Ninguém andava por ali. Os mortos eram a minha companhia, digamos assim.

Nem uma ponta de medo me invadia. Eu que também tive pesadelos com cemitérios, tal como toda a gente. A realidade era bem diferente! Nada de pele de galinha nem de arrepios. Era como estar noutro local qualquer.

A minha prima regressou com os fósforos para acender as velas nas duas campas. Para além de alumiar a campa do meu primo e da minha tia, ela também guardou umas quantas velas parra colocar na campa da minha avó que desconhecia onde era.

Depois da passagem pelo cemitério, a minha prima resolveu ainda fazer uma breve visita a um outro primo nosso que se encontra no lar ali ao lado. Ela guiava-me pela mão porque já não se via nada. Só que acabou por ser ela a tropeçar num bocado de ferro que estava no chão. Íamos caindo as duas.

Depois da breve visita ao meu primo, regressámos a casa. Aquela aventura chegava ao fim. Como não irei ter netos para contar esta história, fica mesmo para contar aos presumíveis leitores do meu blog.

O dia foi todo ele dedicado ao funeral do meu primo. Um funeral cheio de equívocos, diga-se de passagem. No anúncio estava um horário, mas a cerimónia acabou por ter lugar uma hora mais cedo. Muita gente foi apanhada desprevenida.

Estive sozinha a guardar o caixão que não podia ser aberto devido ao estado em que a doença deixou o cadáver. O padre entrou para dar início ás cerimónias, mas trocou constantemente o nome do falecido. Foi preciso a minha prima, também prima do defunto, ir pela igreja acima e dizer ao padre que não era esse o nome do primo. Como ela é aquela criatura que se sabe, as pessoas pensaram que se tratava de mais uma das suas manias. Fez bem em o ir corrigir.

As cerimónias decorreram quase unicamente com a presença da nossa família que é bastante numerosa. A minha avó tinha onze irmãos e este meu primo era filho da irmã mais nova da minha avó. Hoje só a mãe da minha madrinha sobrevive já com mais de oitenta anos.

E assim decorreu um dia sempre marcante para qualquer família: o dia em que um ente querido vai a enterrar.

Situação do dia:
Não devia ser assim, mas num funeral também ocorrem factos hilariantes. Não passou despercebida a ninguém a presença de Pintinhas- o cão abandonado que acompanha a minha madrinha para todo o lado. Também ele velava com emoção o meu primo.

Bacorada do dia:
“Acho que eu acho…” (Sinónimo para a célebre frase “penso eu de que”.)

Morte: esse imprevisto tão previsível

O dia mal tinha raiado e já ecoava o toque do telefone por toda a casa. Em condições normais a minha mãe ficava aflita e iria atender o telefone com o coração quase a sair-lhe pela boca. Desta vez todos sabíamos que o telefone a tocar a uma hora daquelas seria para dar a notícia de que já estávamos à espera- a morte do meu primo.

Desde há uns dias a esta parte que esperávamos o pior. A doença era implacável e mortal. Nem um milagre poderia salvar o meu primo do seu destino já traçado. Ele que tivera também uma existência bastante sofrida, cheia de problemas e inquietações. Perdeu a mãe muito cedo, vitima de uma doença horrível que lhe causou um sofrimento atroz. Um acidente rodoviário fez com que lhe fosse amputada a perna esquerda, ultimamente estava a ver cada vez menos devido, porventura, aos diabetes de que também padecia…

Apesar de ser a coisa mais certa que temos, como se costuma dizer, a morte acaba sempre por nos causar algum embaraço e faz com que os familiares da pessoa falecida se desdobrem em contactos para avisar os parentes e amigos e para preparar as cerimónias fúnebres. A morte de alguém vem sempre mexer com o quotidiano dos que cá ficam. Apesar de previsível desde a nossa vinda ao mundo, o nosso desaparecimento torna-se assim o maior imprevisto.

Naquele dia tudo se alterou. Nada do que estava combinado foi feito. Apesar da gravidade da doença do meu primo, ninguém fazia os devidos contactos ou preparava o seu funeral antes da hora. As coisas são assim!

Por minha parte, lá se foram as férias antes do estágio e os dias tranquilos. As cerimónias fúnebres e tudo o que envolve a perda de um familiar marcam a rotina lá de casa. Jamais imaginei passar assim estes dias, apesar de a morte conviver connosco a cada momento. É sempre o grande imprevisto!

Eu fiquei um pouco à margem dos preparativos para o funeral do meu primo. A minha mãe tratou de tudo com a ajuda dos meus primos. Foi chamado o irmão que os acompanhou até à Figueira da Foz para ir buscar todos os documentos. A minha irmã também foi e pediu um dia de licença de trabalho para assistir ás exéquias.

Eu fiquei por casa a receber quem nos vinha dar os sentimentos.

Como tinha de ficar por casa e não queria perder a forma física, até porque há prova já no próximo dia 6 de Janeiro, fiz um treino de bicicleta. O dia seguinte seria reservado para comparecer no funeral. Não havia tempo para treinos.

Parece que também escrevi uns textos para o blog que, como se sabe, anda desactualizadíssimo.

O serão foi passado a tratar da cama para o irmão do meu primo falecido pernoitar e para lhe preparar a comida. Houve também uma primeira vista de olhos passada aos documentos trazidos da Figueira da Foz. É que se esperam problemas por causa da casa que ele deixou. E que problemas!

Bacorada do dia:
“Nem morta ponho os pés numa casa mortuária!” (Pois não! Levam-na para lá.)

Toupeira's Christmas Collection