Friday, August 31, 2012

Pesadelos com a Feijoa







Estes sonhos acompanharam-me pela maioria desta noite que deveria ser de descanso.

Estava em casa na sala junto ao meu quarto. Feijoa foi para a rua mas a rua não era a rua de minha casa. Era uma rua desconhecida, bem movimentada, com prédios altos e uma rotunda com relva verde. A Feijoa atravessou a rua depois de eu lhe abrir a porta. Pareceu-me a mim que nenhum carro a apanhou mas a minha irmã havia dito o contrário quando chegou a casa, descrevendo a forma estridente como a gata miava na rua, a ponto de a minha irmã não lhe reconhecer a voz.

À noite não havia sinal da Feijoa, o que causava grande apreensão. A minha irmã insistia que um carro tinha apanhado a gata mesmo que de raspão. Esperávamos ela surgir com grande expectativa e apreensão.

Ela apareceu. Fiz-lhe festas e ela ronronou. À partida estava bem. Não tinha reparado que ela mancava de uma das patas traseiras que ainda sangrava.

Acordei aliviada por tudo não ter passado de um sonho. Vivi-o intensamente como se tudo aquilo tivesse sido real.

“Justine” (impressões pessoais)




Prometia ser uma obra sem chama, sem luta, sem emoção, mas não foi assim tão enfadonha como inicialmente previa devido aos recursos usados pelo escritor para nos contar a sua história.

Esta obra (e outras três do mesmo autor) narra as memórias de um escritor enquanto viveu na cidade de Alexandria. Agora retirado da cidade, o protagonista serve-se de apontamentos seus e de pessoas que morreram ou que ele deixou para trás para escrever essas histórias.

Nesta obra é recordada Justine- uma mulher misteriosa, perversa, arrebatadora, que não deixava indiferentes os que a conheciam e com ela se relacionavam. Homens e até mulheres se apaixonavam inexplicavelmente por ela. Ela era a perdição dos Alexandrinos.

Nesta obra Justine pode ser vista como uma personificação da própria cidade de Alexandria. A sensualidade, o calor, o exotismo são características marcantes. Quando Justine parte, regista-se uma mudança na cidade e em todos os seus habitantes que são personagens deste livro. Quando se muda para a Palestina, a própria Justine também muda drasticamente o seu carácter.

Dou nota positiva a esta obra. Apesar de a história não me ter cativado por aí além, as descrições ricas que são usadas acabam por suscitar o interesse em algo que, à partida não teria interesse algum para mim por ser adepta de outro tipo de obras.

Por falar nesse outro tipo de obras, vou pegar justamente num livro desses para o ler. Para vos aguçar o apetite devo dizer que vai ser uma viagem até ao Texas. Só de mencionar esta palavra, já se adivinha acção e é isso que vai acontecer. As primeiras impressões são excelentes. Estou já a ler a obra “Colisão” de Jeff Abbott.

“Segura lá ó Beto…e boa sorte para vocês”

O Braga venceu a Udinese em Udine por 4-5 após a marcação de grandes penalidades depois de se ter registado ao fim de cento e vinte minutos outro empate a uma bola, tal como aconteceu na primeira mão em Braga. Os arsenalistas devem agradecer ao Jogador Número Setenta E Sete da Udinese que fez um autêntico passe a Beto.

Vamos então aos apontamentos do jogo histórico para o Braga!

Que oportunidade para Lima! O guarda-redes da Udinese tira a bola praticamente de dentro da baliza.

Douglão agora cria perigo na sequência de um canto com a complacência do guarda-redes da equipa adversária.

De cabeça, Di Natale envia a bola à rede lateral da baliza de Beto. Di Natale de novo e bem perigoso. O remate vai ao lado.

Começam os remates de longe por parte dos jogadores do Braga. Cabe a Mossoró abrir as hostilidades.

Agora Pinzi também remata de longe. Também já aprendeu.

É golo da Udinese. O autor foi o seu Jogador Número Vinte E Sete. São assim as equipas italianas. Cínicas o quanto baste.

Ih, que fumarada. Os adeptos da Udinese festejaram o golo com fumos e tochas. Nem se vê nada para a baliza para onde o Braga está a atacar.

A Udinese agora cria perigo através de um livre de Di Natale.

Beto defende com os pés mais um lance perigoso do contra-ataque da Udinese.

Agora havia fora de jogo de Di Natale. O árbitro apita para intervalo com o Braga a perder por 0-1.

Leandro Salino inicia a segunda parte a rematar mas sem perigo.

De livre, Hugo Viana obriga Brkic a aplicar-se a fundo. Na sequência do canto, Ruben Amorim remata para fora.

Felizmente para o braga, o jogador da Udinese tropeçou e caiu justamente quando se preparava para marcar o segundo golo da sua equipa e também o seu segundo golo no jogo. Roçou o ridículo, este lance.

Enquanto escrevo, Alan quase marca o golo do empate do Braga.

Pinzi vê agora o cartão amarelo por entrada dura sobre Leandro Salino.

Desta vez o remate de longe de Hugo Viana foi bastante por cima.

Lima estava no sítio certo mas um adversário desviou a bola também no momento certo. É canto.

De longe, Ismaily ia marcando novamente. Ele que foi o autor do golo em Braga. O guarda-redes da Udinese arroja-se ao relvado. O Braga carrega.

De livre, Hugo Viana proporciona a defesa da noite ao guarda-redes sérvio Brkic da Udinese.

GOOOOOOLOOOO DO BRAGA! Rúben Micael empata o jogo e a eliminatória. Vamos embora!

O Braga continua a carregar em busca do seguindo golo. Entretanto é a vez de Di Natale ver o cartão amarelo por falta sobre Leandro Salino.

Hugo Viana novamente de longe para defesa do guarda-redes sem dificuldades.

Ao fim dos noventa minutos, o jogo regista o mesmo empate a uma bola com que terminou em Braga o jogo da primeira mão. Há que recorrer ao prolongamento.

Lima falha o golo de forma incrível. O Braga ameaça.

Mossoró trava com uma falta uma jogada bem venenosa do contra-ataque da Udinese e vê o consequente cartão amarelo.

A primeira parte do prolongamento chega ao fim ainda empatada.

Beto afasta a pontapé um remate perigoso da Udinese. Na resposta o Braga também cria perigo.

Lima não chega a tempo. Seria um golo que valeria milhões.

Brkic sai corajosamente aos pés de Lima. Avizinham-se grandes penalidades.

Com o Braga no ataque, o árbitro holandês dá por terminado o jogo. Vamos para as grandes penalidades.

O Jogador Número Setenta E Sete da Udinese entrega positivamente a bola a Beto na marcação da terceira grade penalidade da equipa italiana. Uma grande penalidade como esta até eu defendia. Foi mesmo horrível.

Bem, para o Braga foi óptimo este falhanço. O Jogador Número Setenta E Sete da Udinese não entregou só a bola a Beto. Entregou um prémio de muitos milhões. É bom ter amigos destes. O Braga segue para a fase de grupos da Liga dos Campeões onde já estão Benfica e Porto.


Thursday, August 30, 2012

Amoreirinha- esse benfiquista dos sete costados



Passou-se toda a semana a esmiuçar o empate do Glorioso em casa frente ao Braga por 2-2 com Melgarejo e Jorge Jesus no centro das críticas.

Os treinadores de bancada estão de regresso, demonstram estar em forma e Jorge Jesus já tem as orelhas a arder de tão mal dele que dizem os adeptos. Para além de não ter colocado Carlos Martins em jogo frente aos arsenalistas, o treinador do Benfica é acusado de teimosia extrema ao insistir em Melgarejo como lateral-esquerdo e, na opinião dos mais cíticos, estar mesmo a desaconselhar a contratação de um jogador mais conceituado para essa posição.

Para complicar ainda mais as coisas, o Jogador Número Vinte E Cinco do Glorioso esteve directamente envolvido nos dois golos do Braga, tendo mesmo apontado um dos tentos na própria baliza e dando outro a marcar aos adversários. Foi uma noite infeliz que incendiou os adeptos, não contra ele, mas contra o treinador que insiste em o colocar ali.

Os adeptos mais críticos ainda rejubilaram de alegria a meio da semana quando chegou a notícia de que Melgarejo se encontrava com uma amigdalite e estava em dúvida para o jogo com o Vitória de Setúbal no Bonfim. É que, no final do jogo com o Braga, Jorge Jesus garantiu categoricamente que Melgarejo seria titular na jornada seguinte. Estando doente, as contas do treinador sairiam furadas.

A desilusão para os adeptos que queriam ver Jorge Jesus engolir o que dissera surgiu no dia seguinte. Rijo como um pêro, como todo o latino-americano, Melgarejo apareceu a treinar no dia seguinte como se nada tivesse acontecido. Febre? Isso não é nada para um indivíduo da América do Sul. Para não jogar, só mesmo uma perna partida.

Os treinadores de bancada continuam a conspirar mas não podem fazer nada contra as ideias fixas do treinador Jorge Jesus. Há, no entanto, um benfiquista que ainda pode interferir nesta situação. Será o único adepto do Glorioso que pode, realmente, fazer alguma coisa para alterar no imediato estas ideias do treinador. Como o invejam, os outros sócios e simpatizantes do Glorioso por ter a oportunidade de ouro de, pelos seus próprios meios, pôr cobro imediatamente aos males que atormentam os benfiquistas.

Esse benfiquista chama-se Amoreirinha, joga no Vitória de Setúbal e tem a sorte de entrar em campo juntamente com os jogadores do Benfica para o jogo deste Domingo. O tal jogo em que será Melgarejo a jogar e mais dez.

Como benfiquista indignado com o que acontecera na jornada passada, Amoreirinha tem um plano que, para além de resolver o problema de tirar Melgarejo do jogo, ainda o coloca nas boas graças dos restantes adeptos benfiquistas que lhe invejam a sorte e teriam outros planos mais duvidosos que talvez incluíssem o rapto do jogador paraguaio no dia do jogo, o recurso a macumba, a vodu, a sabotagem de comida ou bebida…tudo para que Jesus não incluísse Melgarejo no jogo deste Domingo.

Amoreirinha optaria pelos meios que seriam os mais adequados à ocasião. Melgarejo ia jogar mesmo. Segundo conseguiu apurar a nossa sempre atenta equipa de reportagem, o antigo jogador do Glorioso e agora jogador do Vitória de Setúbal, andou a pedir o número do expert em lesões para arrumar jogadores nos minutos iniciais de jogo. Tinha ali belgas e dinamarqueses que tiveram esses planos no passado também para arrumarem Cristiano Ronaldo.
Amoreirinha concentrou-se na sua tarefa de executar um tacle a matar que deixaria o Jogador Número Vinte E Cinco do Glorioso algum tempo inactivo. Aí, que remédio tinha o Benfica, se não ir ao mercado contratar um lateral-esquerdo de raiz.

Ainda não estamos com dez minutos de jogo. Amoreirinha vê o seu alvo ali mesmo à mão de semear, respira fundo e aplica uma das suas entradas que o caracterizam. O azar foi que o árbitro viu e colocou-o na rua. Azar maior foi que Melgarejo não sofreu nem uma beliscadela com essa entrada assassina e deu dois golos a marcar dos cinco que o Vitória de Setúbal sofreu.

Embora quisesse a todo o custo ajudar o Glorioso a livrar-se da sua actual maleita através da eliminação do lateral-esquerdo improvisado e defendido por Jesus, Amoreirinha ajudou na mesma o Benfica a construir uma goleada que deixou todos os benfiquistas a rejubilar. Ficaram contentes na mesma, os adeptos do Benfica, com os actos de Amoreirinha. Afinal de contas, ele é um grande Benfiquista.

Wednesday, August 29, 2012

Top Kilimanjaro

Este é mais um episódio incrível a juntar ao rol de episódios semelhantes que ocorrem sempre que adormeço com o rádio ligado e, a dormir, vou ouvindo a música que passa e vai fazendo a banda sonora dos meus sonhos.

Não adormeci a ouvir o jogo como às vezes acontece. Estive acordada até ao final da emissão. Ouvi as entrevistas rápidas dos intervenientes, as conferências de imprensa dos treinadores, também ouvi as notícias já com a moleza a apoderar-se de mim mas, quando estas acabaram, não me apeteceu levantar e mudar o rádio de estação.

Tinha colocado o rádio sintonizado onde estivesse a dar o relato via Antena 1. Em AM havia muitas interferências e em FM, a frequência que inicialmente escolhi também não dava grande coisa. Deve ser do local onde tenho o rádio. Acabei por encontrar uma frequência que dava melhorzito e foi nessa que ficou. Era a RDP África.

Adormeci algures entre as onze e a meia note. Não sei a que horas começou a passar música africana na rádio mas, a certa altura, comecei a ouvir esses ritmos que agora povoam os arraiais, as discotecas e até os rádios dos carros que passam na rua em altos berros.

A confusão na minha mente era muita. Sabia que estava a sonhar mas não estava a fazer ideia de onde vinha aquela música que era antecedida de uma contagem. Já sonhava com números brilhantes em fase descendente num elevador que parecia o do meu prédio. A partir daqui, julgo ter ouvido a sonhar umas cinco ou seis músicas que passaram na rádio. Uma delas ate era brasileira mas era bem ritmada. Estive assim largos minutos.

Para onde foi o meu subconsciente ao som destes ritmos? Naturalmente foi para um local onde se dançava e que estava apinhado de gente que não conhecia. Como o sonho era lúcido, fui dando largas à minha imaginação sempre ao som da música que passava. Ai estávamos na discoteca a dançar kizomba, kuduro, funaná e tudo mais? E a bebida? Não havia? Claro que sim. Quase toda a gente estava mais para lá do que para cá. E dançava-se. Continuava-se a dançar. Gente jovem e animada, vestida com todo o tipo de vestuário, a pista de dança cheia. O DJ a misturar os sons e a colocar umas contagens pelo meio.

Inseri ali uns elementos vestidos com as cores do Vale de Avim. Vinham do jogo. Era Sábado à noite. Ganhámos. Siga a festa! De referir que nem fui ver quanto ficou o jogo.

A tal música que eu disse que era de uma dupla brasileira. Uma música bem safadinha para o pessoal aproveitar para curtir. Vejo-me a percorrer os bastidores daquele espaço onde já se começa a notar a decadência. Muita gente pedrada, bêbeda até não poder mais. E que tal uma visitinha às casas de banho? É a loucura! Deixa-me espreitar o que lá se passa! Não deve ser nada de jeito mas há que aproveitar.

As portas são cinzentas. A música mudou agora e ouve-se mais distante. Exactamente como se eu fosse da pista de dança para o exterior ou mais para o interior, para as casas de banho ou coisa assim. A fila é imensa ali. Alguns jovens ainda se balançam ao som da música. Os excessos ali fazem-se sentir e pesam. Muita gente não aguenta.

O chão já esta pegajoso de vomito, urina e mesmo bebidas que ainda levaram para ali. Observo comportamentos humanos típicos dessas ocasiões. O limite é mesmo a minha imaginação.

Resolvo sair dali. Volto para o interior da discoteca onde a festa continua animada. A música já é outra. Quando essa música acaba e começa outra com a contagem pelo meio, eu acordo. A confusão instala-se. Constato que a música que passa na discoteca é a mesma que passa no rádio que se encontra ligado. Mas que raio se passa aqui? Nada de luzes ou de multidão. O quarto está escuro. Aguardo uns momentos até que a música acabe e comece outra. Estava a ouvir bem. Estava no ar uma contagem de música africana.

Ainda a saborear os momentos de loucura que tinha tido ao som daquelas melodias, mudei o rádio de estação. Isto conseguiu colocar-me de bom humor.

P.S. De referir que o Vale de Avim ganhou por 5-0, logo havia motivo para haver grande farra. Que bela noite!

A esperança é Verde

O meio-fundista Humberto Verde, de dezasseis anos, qualificou-se para o Mundial de Juniores de Atletismo do Maxithlon que terá lugar na próxima quarta-feira, 29 de Agosto em Itália.

O atleta irá participar nas provas de oitocentos e mil e quinhentos metros, sendo a sua prova favorita a segunda.

Somente com lugar garantido para vinte e cinco atletas europeus, Humberto Verde conseguiu o décimo primeiro posto nos oitocentos metros com o tempo de 2.16.45 conseguido num meeting regional no passado dia 22 de Agosto.

Nos mil e quinhentos metros, o tempo de 4.35.99 conseguido a 1 de Agosto valeu-lhe o vigésimo primeiro posto no ranking de atletas europeus e consequente apuramento para estes mundiais.

Tatiana Contreiras, actual treinadora de Humberto Verde traça apenas o objectivo de uma boa classificação, especialmente nos mil e quinhentos metros onde este atleta futuramente pode ter o seu espaço. “O Humberto ainda só tem dezasseis anos e para o ano de certeza que terá outra oportunidade para se apurar para uma competição internacional. Vamos aproveitar a experiência deste ano para no ano que vem sonharmos com as medalhas”.

Humberto Verde está radiante e destaca o carácter enriquecedor da experiência. “Será uma boa oportunidade para competir ao mais alto nível com atletas dos quatro cantos do Mundo. E pena o campeonato não ser noutro continente para desfrutar da viagem também”.

De fora ficou outro meio-fundista de enorme qualidade. Óscar Aleixo ficou a uma unha negra de também ser apurado nos oitocentos metros mas, tal como Humberto Verde, para o ano ainda terá idade para ir a uma competição de Juniores que será um Europeu- mais fácil de conseguir o apuramento.

Kai Reus no Sabugal


Agora, como estou a trabalhar, é-me difícil seguir a Volta a Portugal com mais atenção mas não pude deixar de sentir enorme felicidade ao tomar conhecimento de quem venceu esta sétima etapa que terminou numa localidade que me diz muito- o Sabugal. Foi aí que a 25 de Abril de 1997 iniciei a minha carreira no Atletismo e ter sido também um ciclista que conheço a vencer ali foi especial.

Notei que alguns jornalistas não conheciam este ciclista ou então têm a memória curta porque rapidamente as pessoas caem no esquecimento colectivo, por mais rico que seja o seu passado em matéria de sucessos.

Avivando a memória dos que já se esqueceram e informando os que não conhecem mesmo o kai Reus, devo dizer que ele foi uma das grandes esperanças da Rabobank, ganhou tudo o que havia para ganhar enquanto ciclista jovem e estava na primeira linha para renovar as fileiras da equipa quando se aproximava a retirada das suas maiores referências. Mas a 12 de Julho de 2007 a Rabobank perdeu o seu puto-maravilha devido a uma grave queda que colocou mesmo em perigo a sua vida.

Eu estava na Holanda quando soube da notícia. Nem quis acreditar. Ao longo desses dias, tentei saber mais acerca do seu estado e perguntava a amigos que o conheciam. Olhei vezes sem conta para uma foto que tirei na Figueira da Foz com os ciclistas da equipa continental da Rabobank que ali estavam na altura. Ele também lá estava e lembro-me que foi o primeiro a vir ter comigo porque ele estava no hall à espera dos outros e o recepcionista disse-lhe que eu andava à procura de alguém da Rabobank. Essa memória esteve bem presente nessa noite.

Também me lembrava de uma manhã em que o Senhor Rogério Teixeira me ligou depois da Volta ao Algarve de 2005 a contar as incidências da competição. Eu tinha sido operada há pouco tempo e tinha ido a Lisboa num Sábado ter com os meus antigos colegas do Atletismo. Não acompanhei essa etapa da Volta ao Algarve mas consta que grande parte do pelotão havia sido desclassificada por ter chegado fora de horas.

Na segunda-feira de manhã, depois de terminada a Vota ao Algarve, o Senhor Rogério Teixeira disse-me que a Rabobank Continental tinha acabado a prova apenas com um ciclista. Eu ri-me porque logo imaginei como seriam os preparativos para uma etapa em que uma equipa tivesse só um elemento. Quantos carros levaria, qual seria a táctica, quantas pessoas iriam para a estrada apenas por causa de um atleta…eu sempre pensei que as equipas com menos de três elementos eram excluídas mas devia estar a fazer confusão com aquilo que é a classificação geral colectiva. É a mesma coisa que vigora na maratona no Atletismo. Para fazer uma equipa bastam três mas pode perfeitamente uma equipa de nove ficar reduzida a um . Simplesmente essa equipa deixa de figurar na classificação colectiva. Nesse dia eu não pensei nisso. Apenas perguntei ao Senhor Rogério Teixeira quem tinha sido o resistente. Ele disse-me que tinha sido o Kai Reus. Não foi surpresa nenhuma. Era o craque daquele conjunto de nove ciclistas e era também um dos mais novos.

Lembrei-me dessa história da Volta ao Algarve vezes sem conta nessa noite em Utrecht.estava terrivelmente triste e revoltada por ter acontecido um acidente como aquele.

O kai Reus enfrentou um longo período de recuperação. A Rabobank soube esperar. Regressou ao fim de um tempo mas naturalmente que um acidente grave como aquele deixa marcas que o tempo demora a apagar.. Se não tivesse acontecido o acidente, este ciclista não estaria na Volta a Portugal. Talvez tivesse ido ao Tour de France e seria, com toda a certeza, um dos melhores da Rabobank que teve de recorrer ao melhor ciclista da fornada da equipa continental a seguir à do kai Reus para o substituir.

Em 2010, devido a problemas de saúde, Kai Reus abandonou o Ciclismo de alta competição para em 2011 refazer a sua carreira desde início em equipas amadoras e assim chega ele aqui à Volta a Portugal, ao Sabugal para vencer.

Sei que ele não lerá este post mas ficam os meus desejos de sinceros parabéns e todo o reconhecimento pela imensa luta que tem travado de há cinco anos a esta parte. Que a sorte lhe volte a sorrir de novo, e que o Sabugal seja o que já foi para mim- o ponto de partida para o sucesso.






Tuesday, August 28, 2012

Ameixas à moda do Minho

O Braga empatou em casa com a Udinese de Itália a uma bola em casa num jogo a contar para o acesso à fase de grupos da Liga dos Campeões. Ainda nada está perdido mas, atendendo à forma cínica de jogar das equipas italianas, a tarefa dos minhotos não se afigura nada fácil. Não será de admirar vermos a Udinese jogar para o empate a zero.

Depois de um começo algo morno, o jogo começa a aquecer de um e de outro lado com alguns remates perigosos.

Basta tira o pão da boca a Hélder Barbosa que se preparava para fazer o golo e cede canto. Do canto resulta ainda outro.

O primeiro cartão amarelo do jogo é mostrado ao italiano Pinzi por ter jogado a bola com a mão.

Sai agora um remate de longe daqueles em que Hugo Viana é especialista. Uma ameixa, portanto.

Bela jogada de Lima! Os italianos cedem canto.

Há agora uma grande defesa do guarda-redes da Udinese a remate de Paulo Vinícius. Há também um cartão amarelo mostrado a Antonio Di Natale por protestos.

Contra a corrente do jogo, a Udinese marca o seu golo por Dusan Basta. Os italianos nada tinham feito até aqui para merecerem esta vantagem mas sabemos como são as equipas italianas. Não é surpresa nenhuma. Desde que vi uma vez a Juventus reduzida a dez unidades a jogar com o Barcelona com os catalães a massacrarem e a Juventus a sair num contra-ataque quase no final do jogo e a marcar um golo por Zalayeta que eliminou o Barça, já nada me surpreende nestas equipas.

Mais um remate de Hugo Viana à passagem da meia hora de jogo para defesa do guarda-redes da Udinese.

Sai agora um cartão amarelo para o Jogador Número Dezassete da Udinese que já havia sido avisado pelo árbitro que, à próxima entrada ríspida que tivesse, veria cartão mesmo.

Cheira-me que o Jogador Número Dezassete da Udinese não vai acabar o jogo. Mais uma entrada dura por ele protagonizada!

Se bem os contei, este já é o terceiro remate de longe de Hugo Viana. Desta vez foi à figura do guarda-redes da Udinese.

E sai a quarta ameixa de Hugo Viana, desta vez sem perigo. O Braga chega ao intervalo a perder por 0-1. Há que fazer alguma coisa.

Lima vê o cartão amarelo por protestos depois de uma bela jogada do Braga.

Agora penso que não foi Hugo Viana que rematou de longe. Lima também de longe mas ao lado da baliza da Udinese. O Braga está a jogar bem.

Beto agora tem de se aplicar a dois remates perigosos e consecutivos da Udinese.

Há agora uma tentativa de chapéu de Ruben Micael mas a bola vai um pouco acima da barra.

Que golaço! O autor foi Ismaily. Tinha de ser de longe. Continuem! Estou a adorar esses remates de muito longe. São espectaculares. Eu gosto de ver.

Agora o cartão amarelo é exibido ao Jogador Número Onze da Udinese.

Há agora uma estrondosa defesa do guarda-redes da Udinese a remate de longe (tinha de ser) de Ruben Micael.

Márcio Mossoró vê agora o cartão amarelo por uma falta inequívoca sobre um adversário. Depois Mossoró sofre uma falta de Danilo. O defesa brasileiro da Udinese também vê cartão amarelo.

O Braga ainda faz um notável esforço para alterar este resultado que não é nada animador, tendo em conta que o adversário vem de Itália e se vai fechar muito em sua casa para conservar este empate a uma bola com que acaba este jogo. Nada está perdido e o Braga sai daqui de cabeça erguida e, mais uma vez, mostra a essa Europa do Futebol que é o quarto grande do Futebol Português neste momento. Com Peseiro e com jogadores internacionais portugueses que não têm lugar em Benfica, Sporting e Porto, o Braga vai longe e é candidato novamente ao título.








Moto GP

Foi uma noite em que, apesar do intenso calor que se fazia sentir, dormi extremamente bem. Tendo regressado de férias e tendo imenso trabalho acumulado para fazer, sentia-me também um pouco cansada.

Foi uma noite quase sem sonhos. Os de que me recordo surgiram mesmo quase ao tocar do despertador.

Sonhei que era voluntária numa prova de Motociclismo que se realizava de noite mas a adiantadas horas da madrugada.

Lembro-me que me tinha de deslocar de autocarro. Seria uma longa e dispendiosa viagem. Para quê?

Na primeira noite não havia resistido e adormeci lá a um canto. Devo ter dormido umas longas horas ou mesmo toda a noite, a julgar pela torrente de sonhos de que me lembrava.

No dia seguinte a prova iria ser de dia e isso não iria acontecer. Pessoal da ACAPO havia sido convidado para o evento.

Numa radiante tarde de sol, fomos largados na estrada logo atrás das motos. Discutíamos que a vitória acabaria por sorrir sempre ao mesmo motociclista português quando o despertador tocou.

Friday, August 24, 2012

“Um Homem Muito Procurado” (impressões pessoais)



Se não me engano, este é o terceiro livro de John Le Carré que leio. O anterior que havia lido foi “O Fiel Jardineiro”.

São sempre obras que me prendem pelo suspense e mistério que suscitam. Desta vez o escritor britânico traz-nos um tema muito actual- o medo que se sente em relação ao terrorismo e ao fundamentalismo islâmico que se instituiu imediatamente após o 11 de Setembro.

Sabemos que se cometeram exageros e injustiças. Quem usasse turbante era perseguido e investigado, quem frequentasse a mesquita já não vivia em sossego, tudo na vida destas pessoas era monitorizado pelos serviços secretos de todo o Mundo com os Estados Unidos à cabeça.

Esta obra retracta isso mesmo, a perseguição feroz a inocentes na cidade de Hamburgo onde Mohamed Atta e outros intervenientes no 11 de Setembro planearam as suas acções terroristas. Em suma, não se podia ser muçulmano em Hamburgo. Mesmo que se viesse da Rússia e não de um país árabe.

Mais uma vez, a obra de John Le Carré não termina bem. Aliás, as três obras que li deste autor não têm o final que se espera mas também é bom haver de vez em quando uma obra ou um filme sem final feliz. Achei, no entanto, injusto terem reportado a família turca que deu acolhimento a Issa e que já estava instalada na Alemanha há muitos anos com um comportamento irrepreensível.

Agora vou ler um livro que se prevê menos interessante ou até maçador. “Justine ” é o nome da obra que vou ler.



Thursday, August 23, 2012

“Nove Semanas E Meia” (impressões pessoais)


Sempre ouvi falar no filme com este nome, especialmente quando se ouve na rádio a música que segue abaixo. Não sabia, ate há bem pouco tempo, que o filme teve origem num livro escrito por alguém que relata as suas aventuras eróticas com um homem que mal conhece.



Esta obra está escrita sob a forma de uma espécie de diário em que a protagonista relata os acontecimentos na primeira pessoa. Ela é uma habitante de Nova Iorque, que trabalha num escritório (ocupará também um cargo importante) e certa tarde conhece num mercado de rua um homem também bem sucedido profissionalmente. Ambos vivem um romance repleto de aventuras e fantasias sexuais.

Pessoalmente, não acho o mínimo de piada a esse tipo de relações em que se tem de se infligir sofrimento para se chegar ao prazer. As pessoas que assim agem só podem ser doentes, na minha opinião. Há gostos para tudo e esta senhora até gostava e apreciava imenso tudo o que o seu amante lhe fazia.

Infelizmente não encontrei no Youtube o filme completo. Nem dublado, nem por dublar. Fica para uma ocasião em que ele passe na televisão a altas horas da madrugada. Não sei se alguma vez passou mas é provável que sim.

Agora irei ler algo com mais luta, com mais emoção. Sinceramente, não me satisfaz este tipo de literatura. Gosto de crime, acção, suspense. É por isso que vou ler agora John Le Carré com o livro “Um Homem Muito Procurado”. Adoro livros sobre personagens que chegam de Leste.

As sempre esperadas férias

As minhas férias não tiveram nada de especial, apenas serviram para descansar um pouco, que já merecia, e recarregar baterias para continuar a dar sempre o meu melhor no trabalho.

A primeira semana foi passada aqui em Coimbra com três idas à praia do Cabedelinho de manhã com alguns colegas da ACAPO. O tempo estava bom, só na sexta-feira é que não esteve grande coisa para se fazer praia e a água estava fria. Levava umas sandes preparadas à pressa para comer ao almoço e vinha depois para casa ver os Jogos Olímpicos.

Na quinta-feira, 9 de Agosto, passei o dia com a minha melhor amiga. Como estou a trabalhar, nem sempre sobra tempo para estar com os amigos que não têm transporte para vir até à cidade quando eu estou livre que é ao fim de semana.

Aproveitámos para percorrer a cidade a pé e ficámos toda a tarde no local onde se vendem livros em final de edição a conversar. Ela ri-se de eu chamar antro de perdição àquele local mas é mesmo. O que vale é que ele fica perto de casa para eu só andar escassos metros com os sacos carregados de livros.

O Desporto marcou os meus afazeres durante estas férias. Naturalmente que os Jogos Olímpicos mereceram grande destaque. Foi uma sorte estar de férias nesta altura para poder acompanhar melhor este evento e vibrar com ele.

Houve festa na minha aldeia mas nem me dignei a ir ao arraial porque me estava a saber bem ver a cerimónia de encerramento dos Jogos Olímpicos. Depois começou a Volta a Portugal sem a Rabobank mas com três ex-ciclistas desta colectividade no pelotão e a correr pela mesma equipa.

Depois ainda começou o Campeonato. Acabou o sossego. Já se fala de Futebol a torto e a direito. Também já se morria de tédio. Isto andava muito morno.

Também no final das férias apanhei um belo dia de praia num local perto de Águeda que tem rio. Foi um pouco estranho tomar banho ali. Foi a primeira vez. Havia pedras por debaixo da água que me magoavam os pés e que escorregavam. Constatar que a água era doce e não salgada foi uma sensação estranha para mim.

Esteve um belo dia de sol, isso sim, que foi bem aproveitado para me bronzear um pouco antes de retomar o trabalho dali a poucos dias.

Sonhei com imensas coisas durante as férias, claro está, mas para a posteridade fica uma noite em que uma dúvida me assolou o espirito- a bandeira do Uzbequistão é verde, branca e azul ou azul, branca e verde? Tinha de esperar para o outro dia para ver se algum atleta dessa nacionalidade competia nos Jogos Olímpicos para tirar as dúvidas. Eram altas horas da noite. Não me apetecia levantar e ligar o computador para ver. Afinal é verde, branca e azul.

Deu para passar algum tempo em casa com a família, com os cães e com as gatas que estão cada vez piores. Eu tinha sonhado que elas tinham morrido todas.

Durante as férias também aproveitei para ler um pouco mais. Acabei dois livros e comecei outro. A seguir farei a crónica dos dois livros que li.

E assim se passaram umas férias que são sempre curtas. De regresso à habitual rotina do trabalho e das escrituras, actualizo o meu blog também com as incidências destes dias de descanso bem merecido.

Tuesday, August 21, 2012

“Fama Mortal” (impressões pessoais)


Ora aqui está um livro daqueles mesmo que dão luta. Um policial. Nora Roberts também os sabe escrever e muito bem, de maneira a prender o leitor a cada página.

Lembro-me de ter lido um excerto desta obra numa outra da mesma autora- “Tesouros Escondidos”- que não foi assim tão emocionante como esta mas não deixou de ter o seu encanto.

Como sempre acontece quando leio um romance policial, a minha missão é sempre a de adivinhar quem é o assassino. Penso que qualquer pessoa tem esse instinto. Desta vez acertei no criminoso. São poucas as vezes em que acerto mas desta vez lá calhou. Quando é que tive esse vislumbre? Quando apareceu assassinado o traficante de rua que não tinha ligação nenhuma com as outras vítimas. Comecei a ver que só haveria uma pessoa com ligação a todos e assim acertei.

Adorei esta obra. Não foi a melhor que li este ano mas está entre os primeiros lugares.

Agora vou ler algo diferente para descansar um pouco. “Nove Semanas E Meia” é a obra que se segue.

Friday, August 03, 2012

“Wy Worry” – Dire Straights (Música com Memórias)



Recuemos quase vinte anos no tempo e regressemos a uma noite de Novembro ou Dezembro de 1992.

Na altura estava a atravessar graves problemas de saúde mas as crises tinham feito uma pausa nessa semana e permitiram que fosse às aulas normalmente. Andava no nono ano de escolaridade e tinha dezasseis anos. Usava os cabelos compridos que depois me viriam a cair meses mais tarde.

Estava ainda debilitada pela última das crises e era natural que sentisse algum frio. A lareira na sala estava quase apagada e lembro-me de ter colocado lenha no lume. O fumo ia subindo. Estava a saber bem estar ali. Estava em paz.

O rádio estava ligado e ouvi os primeiros acordes desta música da qual sempre gostei. Não estava mais ninguém ali. Só eu sentada à lareira e o rádio ligado a tocar este tema.bEra reconfortante e acolhedor.

Ao som desta música, imaginei-me sendo uma personagem de um filme ou de uma novela em que a minha banda sonora era precisamente esta. Ali estava eu sentada à lareira, colocando-lhe lenha de vez em quando e, sobretudo, estando com um ar compenetrado.

Curioso foi o facto de eu na altura me questionar se recordaria aquele momento muitos anos depois. Isso acontece e acontece sempre que ouço esta música. Aqui estou eu quase vinte anos depois a partilhar este momento com todos quantos visitem a minha página.

Wednesday, August 01, 2012

Músicas das lamentações

Esta semana no “t«Top Das Cinco” da M80 estão em contagem os temas das lamentações. Contagem curiosa, esta. Por mais que puxasse pela cabeça, não me conseguiria lembrar de um tema cantado em Inglês que preenchesse esses requisitos. Já em Português a história é diferente. Eis algumas canções de que me consegui lembrar sobretudo da década de noventa.

Aliás, acho que a língua oficial das lamentações é o Português. Em outra qualquer língua do Mundo as lamentações não têm sentido algum.

Ágata- a grande diva da lamechice em Portugal. Eis alguns exemplos da dourada época de noventa:







Marante- também tem algumas.





Graciano Saga- o artista mais deprimente da musica nacional. Não o suporto mesmo mas vou fazer o sacrifício de aqui colocar os dois grandes hits deste cantor.





Mónica Sintra- também não podia faltar com seu grande sucesso.



E teremos certamente muitas mais músicas. Se fosse para o fado então não sairia daqui mas falta-me tempo.