Sunday, September 07, 2008

Medalha de ouro da estupidez onírica

Este é mais um rol de disparates com que o meu sono foi abalado nesta noite. Com o Desporto como pano de fundo (os Jogos Paralímpicos estão aí) eis muita acção, suspense e…disparates até fartar.

Não me lembro bem como tudo começou, mas vou descrever aquilo de que me lembro e de onde me recordo. Ora bem…tinha o super-poder de viajar da minha santa terrinha para qualquer país europeu. Era rápido, barato e estava em casa de volta em poucas horas. Era como se tivesse ido a Coimbra e voltado. Claramente.

Depois de na véspera ter ido visitar a Itália e a Alemanha, foi a vez de ir até França. Realizava-se por lá uma prova de Ciclismo em que a Rabobank marcava presença. Bramito de Zevenhoven (alcunha com que eu baptizei o Bram De Groot) encetava uma fuga em solitário. Eu ia a pé (imagine-se) a acompanhar o atleta. A certa altura ele meteu-se por um caminho de terra batida e nunca mais o vi. Mas por que raio foi ele por ali?

Voltei para trás, estava já a cair a noite. Duas senhoras francesas de uma caravana publicitária distribuíam t-shirts. Fui-lhes pedir uma e elas disseram que só davam essas camisolas a deficientes visuais. A mim não davam. Disse às duas criaturas que era deficiente visual e até lhes mostrei a minha certidão multiusos. Elas não acreditavam em mim e eu tive de me chatear com elas. Também me chateio com pouco. No interior de uma loja a discussão acendeu e eu tive de colocá-las na ordem. Escusado será dizer que houve molho.

A deitar fumo de raiva, saí á rua e mais nervosa fiquei quando vi que já era noite e que os transportes internacionais já tinham partido todos. E agora onde é que eu ia ficar? Lindo!!!

Em plena luz do dia, de um dia radiante de Sol, decorre uma cena passada no nosso cantinho. Ouvia um barulho de um carro da polícia ou de uma ambulância. Despertei do meu sono e saí apressada para a rua. Consta que fui em cuecas e t-shirt para ver o que provocava aquele alarido.

Foi nesses trajes menores que cheguei á porta da minha vizinha. Tinham torcido a minha bicicleta toda. Quis-lhe pegar para acompanhar uma possível prova que estava prestes a passar por ali. Mas quem terá feito um serviço destes? Só então reparei que não me tinha vestido e fiquei envergonhadíssima. Tentando esticar a t-shirt para parecer mais comprida, ali estava sem vontade de ir a casa vestir algo decente. Isso é que eu não compreendi. Se calhar era a vontade de ver a prova.

Afinal a prova era a pé. Era uma corrida onde pontificavam atletas veteranos e amadores. Aproveitando um corte no grupo, infiltrei-me lá também. De chinelos e com o traje a que fiz referência, lá fui eu pela ladeira que habitualmente subo nos meus treinos.

Cheguei junto de minha casa e fiquei passada. Atletas barrigudos, roliços, e já com um considerável número de cabelos brancos passavam por mim como se estivessem a andar de Ferrari. Que mau! Queria continuar mas as pernas não me obedeciam. Até tropeçava e tudo. Que vergonha! Que vexame! Ao que eu cheguei! Não sei o que era mais condenável, vir nua ou ser uma lesma a correr.

Como me havia de lembrar desse sonho algumas horas mais tarde! De facto o que aconteceu nessa tarde foi que tive de parar por lesão no gémeo da perna esquerda.

Agora vem o personagem que há dias povoa os meus sonhos. Estava a assistir á cerimónia de abertura dos Jogos Paralímpicos. As delegações dos países participantes desfilavam. Chegou a vez do Uzbequistão desfilar. Fiquei surpreendida por tal país ter representação nas olimpíadas do Desporto Adaptado mas depois constatei que aquele país só levava unicamente um atleta.

E lá ia o ilustre representante do Uzbequistão sozinho a carregar a bandeira verde, branca e azul do seu país. Que miséria franciscana! Reparei nele e constatei que ele era o mesmo do sonho do outro dia. O rapaz louro que durante uma corrida eu apanhei do chão todo grogue. Um sonho que não teve final.

E já estava a chegar de tanto disparate junto. O melhor era acordar que já se fazia tarde.

O Sol regressou novamente e a temperatura nem estava assim tão fria. Apetecia fazer algo de diferente, mas o quê? Acabei por ficar a ouvir música depois de ter assistido ao que restava da Cerimónia de Abertura dos Jogos Paralímpicos.

Acabei depois por ir treinar mas tive depressa de deixar de correr devido a me ter ressentido da lesão que contraí na passada quarta-feira. Que chatice! Acabei por fazer apenas alguns abdominais e mais nada. Daqui a nada começava o Futebol.

Portugal não teve dificuldades em golear Malta por 0-4. O primeiro golo foi marcado pelo Jogador Número Quatro de Malta na própria baliza. Os restantes golos foram apontados por Hugo Almeida, Simão e Nani. O jogador do Manchester United festejou o seu golo com o habitual mortal. Quem não gostou dessa forma de celebrar foram os adeptos da casa que logo passaram a vaiar o jogador português.

Chuva de golos aconteceu também na jornada de Hattrick. Apesar de jogarmos com jogadores que habitualmente não jogam, o resultado foi de uns concludentes 10-0. Bisaram nesta partida os jogadores Lisnic, Smiljanic, Stanciu e Sobjanek. Os restantes dois golos foram marcados por Ricardo e Catanha que fizeram assim os primeiros golos oficiais da época. Estes dois jogadores foram os principais marcadores da equipa na época passada. O croata Smiljanic ao apontar dois golos neste jogo passa a ser o terceiro melhor marcador da série com onze golos.

Destaque ainda para as estreias no banco dos jovens Murat (do Kazaquistão) e Lino Gadanha- jovem a quem demos uma oportunidade na equipa principal.

No outro jogo que interessava para as contas finais, o Kanelas goleou o Peniche City por expressivos 7-0. Com esta derrota, a equipa do Centro fica impedida de subir. Para a semana seremos nós a jogar em casa deles. Esse jogo irá ser decisivo na luta pelo terceiro lugar, pelo menos para já. Os resultados completos foram os seguintes:

Sportivus 1- Os Rodas 8;
Kanelas 7- Peniche City 0;
Vale de Avim 10- Tabuaunited 0;
MS 3- Os Lingrinhas 1.

E assim com muito Desporto declaro fechado o tópico em que se fala de toda a espécie de modalidades possíveis, imaginárias e sonhadas.

Situação do dia:
Decorriam sensivelmente cinco minutos de jogo quando o Jogador Número Sete de Malta alertou o árbitro holandês que dirigia a partida para o facto de a iluminação do estádio ser insuficiente para a continuação do jogo. O juiz interrompeu a partida e esperou cerca de onze minutos até que o problema fosse solucionado.

Primeiras chuvas

Levantei-me cedo mas voltei-me a deitar e a adormecer. Era já mais de uma da tarde quando voltei a acordar.

Estava um dia excepcionalmente escuro e chovia bastante na rua. Deixei-me ficar na cama só para sentir a agradável sensação de ouvir a chuva cair lá fora. Eu adoro essa sensação. É uma espécie de conforto, de aconchego.

Mais à noitinha houve Futebol. Em Wembley chovia copiosamente e Portugal foi derrotado pela Inglaterra por 2-0. O Jogador Número Nove de Inglaterra realizou uma excelente exibição. Era um jogador bastante forte e deu imenso trabalho a Vasco Fernandes, Gonçalo Brandão e seus pares.

Quem não esteve bem neste encontro foi Paulo Machado. Se soubesse que o jogo lhe ia correr tão mal nem tinha saído de casa.

Enfim, mais um dia em que nada de especial se fez.

Já cheira a Outono

Quinta-feira, 4 de Setembro de 2008. Oficialmente o primeiro dia de Outono. Mas o Outono não deveria começar mais lá para a frente? Sim, mas agora o clima não se rege pelo calendário. Estamos no início de Setembro e já os dias se apresentam cinzentos e com alguma chuva.

O frio também vai surgindo e também vai apetecendo estar em casa sem fazer nada a olhar para o Céu carregado e ouvindo o vento que vai assobiando lá fora.

Já se fazem os preparativos para as vindimas. Na rua já cheira a cachos maduros prontos a se transformarem em mosto. O lume começa a crepitar na lareira e os gatos adivinham dias mais frios ao se enroscarem na cinza que rodeia o fogo.

As marcas da mudança de estação também se começam a fazer sentir nas pessoas. A algazarra e alegria do Verão dão agora lugar á sobriedade e melancolia de um Outono que se adivinha chuvoso, ventoso e em que a temperatura irá descer consideravelmente.

Com um dia assim mais cinzentão claro que fiquei por casa a arrumar uma roupa. Nada mais se passou neste dia.

ASAE no Parlamento

Rufino Guedes foi chamado para uma diligência da ASAE. Mais uma na sua carreira! O que seria desta vez?

Acompanhado por outros seus colegas lá partiram na viatura habitual para diligências e seguiram a rota previamente estabelecida pelos seus superiores. Ao percorrer as ruas da cidade de Lisboa verificou que se encaminhava para os lados do…Parlamento.

Ainda pensou que havia algum café ou restaurante nas imediações que tinha de ser vistoriado a pente fino. De referir que as ordens estavam com o seu colega e superior Sérgio Neves.

A temida viatura da ASAE parou justamente à porta do Parlamento e Rufino não conteve o seu espanto. Que iriam eles fazer para aquele lugar?

Entraram no edifício e dirigiram-se para a cantina. Lá examinaram tudo como se de uma qualquer feira de Domingo se tratasse. Rufino nem sabia como lidar com uma vistoria a um lugar tão ilustre como este. Ainda pensava que se tratava de uma brincadeira. Mas com que propósito?

Na cantina jaziam em cima do lava-loiças frigideiras sujas de óleo com restos de batatas fritas agarradas no fundo. Uma mosca boiava no óleo. De pé atrás, Rufino pegou no seu bloco de notas e apontou a ocorrência.

Uma torneira pingava de modo a causar nervos a quem a ouvia. Já estava velha e a ferrugem já se apoderava das suas extremidades. Notinha a vermelho no bloco de notas de Rufino Guedes.

No chão havia guardanapos e restos de comida, migalhas por cima da mesa e até beatas de cigarro pelo chão. Nem parecia um espaço frequentado pelos deputados da Nação!

Rufino assinalou a reprovação do espaço no seu bloco de notas. Estava algo divertido com a decisão de chumbar rotundamente o refeitório do Parlamento quando uma vozearia interrompeu as suas introspecções.

No Parlamento discutia-se acesamente os problemas desta nação que ultimamente tem andado de ânimos algo exaltados, a julgar pelo recurso à força das armas e da violência. Será que era disso que se discutia?

Nos corredores os elementos da ASAE escutavam a discussão e iam-se deliciando com os ataques e contra-ataques verbais que os deputados dirigiam aos seus oponentes. Aquilo era de ir às lágrimas.

Na cabeça de Rufino bailavam ideias divertidas. Afinal os políticos são seres humanos normais e reagem da mesma maneira que reagem os aldeões nas tascas quando a discussão aquece. Só o tipo de linguagem muda.

A discussão subiu de tom e Rufino assistia encantado a um bate-boca com desfecho imprevisível. Qual seria o próximo passo? Vias de facto? Isso estava fora de hipótese pois os políticos não se podem dar ao luxo de partir para a agressão física.

Outra ideia bem cómica invadiu a mente do inspector da ASAE. Lembrou-se que para o deputado chegar ao seu oponente teria de passar por cima dos outros. Numa altura de discussão mais azeda quem é que se dá ao trabalho de dar a volta pelo outro lado? Para aquecer, o senhor deputado ainda ia distribuindo cacetada em todos os outros seus companheiros de hemiciclo por onde tinha de passar.

Estava Rufino perdido nos seus pensamentos maldosos quando a discussão ganhou um tom digno de entreposto de venda de peixe. Agora é que ia ser bom!

Os políticos trocaram ideias de uma forma mais ríspida e chegaram mesmo a insultar-se mutuamente. Foi então que Rufino sacou do seu bloco de notas e assinalou a vermelho o chumbo dos políticos portugueses. Consta que a nota dada aos nossos deputados foi substancialmente mais baixa do que a nota negativa que levou o refeitório do Parlamento.

Com políticos destes, como é que Portugal pode andar para a frente?

Parece que o tempo está a mudar um pouco. As temperaturas estão mais amenas e já se notam os primeiros pingos de chuva que anunciam a vinda do Outono dentro de alguns dias.

Era para ir visitar a minha tia mas levantei-me tardíssimo. Assim fiquei por casa na minha actividade normal de extremo ócio.

Fui treinar um pouco de bicicleta estática. Cerca de uma hora e meia. Mais precisamente 1.29.32.22. O treino saldou-se por uma pequena lesão nos gémeos da perna esquerda já na parte final do apronto.

A minha equipa de Hattrick, o Vale de Avim F.C. venceu copiosamente o leirisporting por 8-0. Margarido Reforço e Biscaia apontaram dois golos cada. Os restantes foram apontados por Sivestrone logo a abrir o jogo, Loução, Catanha e Ispas.

Sinceramente não estávamos à espera de tantas facilidades por parte da nossa equipa adversária. Esperava-se um jogo mais equilibrado. Contra o TabuaUnited vai haver uma ligeira mudança, isto para não dizer uma autêntica revolução no onze titular da equipa. Tudo em nome da gestão do plantel. O jogo com o Peniche City será decisivo para as nossas aspirações.

E com as actividades normais terminou este meu dia. Nada mais se passou de relevante.

Reabertura

Bem, é melhor começar isto de novo. Esquecer todo o atraso que este blog levou. Deixem lá o que ficou para trás! Agora o que interessa é o que vem aí.

Tenho plena consciência de que é difícil arranjar assunto para encher este humilde espaço estando eu sempre encafuada em casa mas vou tentar.

Dado não haver muito assunto por aqui, a partir de agora vou tentar que o texto criativo e a ficção tomem conta deste espaço. Toca a inventar histórias do arco-da-velha e a fazer comentários divertidos a situações que aconteceram na realidade!

Bem, hoje fui a Coimbra. Estava uma manhã de nevoeiro mas adivinhava-se um dia de calor.

Antes de sair de casa ouvi barulho na rua. Pareciam-me gatos. Estava com medo de encontrar algum gato estendido na estrada atropelado por um carro.

Finamente arranjei coragem e meti os pés na rua. Abelhas zumbiam ameaçadoramente no jardim. Fiquei atrapalhada. Milú miou na eira. Voltei a abrir a porta que já tinha fechado e a gata branca entrou em casa.

Liguei a minha música e lá fui eu ao seu ritmo. Cheias de ritmo, as músicas estimulavam-me a andar.

Uma senhora que foi emigrante nos Estados Unidos deu-me boleia até Anadia. A senhora viu lixo espalhado no chão pelas ruas da Moita e isso serviu de pretexto para ela lamentar a falta de civismo das pessoas quanto à higiene das ruas e á recolha e separação do lixo.

E lá cheguei eu à paragem depois de uma ida à papelaria ver se os DVD’s do “Gato Fedorento” estavam já à venda.

Sentei-me a ler um livro que ainda dura e dura e dura porque é uma grande seca até que a camioneta chegou. Lá fui eu sem incidentes até Coimbra.

Na cidade já estava Sol e já se fazia sentir algum calor. Apanhei o 5 e fui até à ACAPO. A nova fornada de formandos ainda não chegou. Enquanto isso, os formandos que vão para estágio daqui a dias preparam-se para esta nova e decisiva etapa.

Fui para a sala de multimédia preparar umas coisas e depois apeteceu-me ir a casa da minha senhoria. Entrei e não a vi. Procurei-a pela casa. Não estava em lado nenhum mas as janelas estavam abertas. A porta da sala estava fechada. Abri-a devagar e vi que a minha senhoria fazia renda. Estive a conversar com ela até que chegou a hora de o meu colega sair da aula.

Sentados os dois no banco de madeira da entrada da ACAPO, esperávamos por um outro nosso colega que prometeu de vir almoçar connosco mas que estava a demorar para nosso desespero. Depois de lhe ligarmos e de ele ter dito que ainda demorava fomos até ao General comer uma francesinha.

Durante o almoço conversámos sobre Hattrick e constatámos que já estávamos atrasados. Nem café bebemos. Eu tinha de ir ao psicólogo e o meu colega tinha de ir para as aulas.

Chegou a hora de apanhar o autocarro para a Rodoviária. Ainda passei pela farmácia para me abastecer de gotas para os olhos. A tarde estava quente.

Sem querer dei por mim a dormir na camioneta. Já não sabia onde estava. Era incrível! Deu-me a sensação de já ter passado Anadia. Dei um salto e fiquei atenta.

E lá tinha novamente de me pôr ao caminho de volta para casa. O calor era intenso mas a música atenua tudo. Ao ritmo de temas mais mexidos arregacei as mangas para o Sol me queimar os braços e meti pés à estrada.

Cheguei à rotunda da Igreja da Moita e tive de arrepiar caminho por fora da estrada como sempre. As ervas secas magoavam-me as pernas. Soltei os palavrões da praxe e tive de regressar á estrada.

Junto ao talho da minha madrinha um senhor da minha terra deu-me boleia. Já tinha andado meia hora a pé. Saí de Anadia eram 16.47h e cheguei junto do talho às 17.13. Andei bem!

Chegada a casa, voltou o marasmo. Internet, sopa de peixe, brincadeiras com os gatos e um serão no quarto da minha irmã- que está a trabalhar em Estarreja- a ver televisão. Assim se passou mais um dia.

Situação do dia:
A gata Teka tem um feitio difícil. Para se esconder dos irmãos Konguito e Juju, a gata foi para cima do micro-ondas.

Friday, April 04, 2008

Era um chapéuzinho bem grandinho aos quadradinhos amarelinhos





Aquela manhã aparentemente fazia adivinhar um dia bonito com Sol, Céu azul e temperaturas amenas. No entanto, à medida que o dia ia avançando, o Céu começava a escurecer cada vez mais e a chuva era uma ameaça real. Além disso, começou a soprar um vento forte e esquisito de que não estava a gostar nada.

Eram cerca de três da tarde quando a prometida chuva apareceu. Ainda tinha esperança de que ela passasse até à hora de eu ir para as aulas. Se aquela chuva não passasse apanharia uma monumental molha a caminho da Faculdade de Letras.

A chuva caía lá fora com gotas cada vez mais grossas. E agora?!!! Não tinha sequer um guarda-chuva. Apenas o meu blusão impermeável me poderia atenuar uma molha valente.

Ainda tive esperança de a chuva passar quando eu ia para sair, mas ela regressou ainda com mais intensidade. Não tive outro remédio senão levar um guarda-chuva emprestado. Estavam lançadas as bases para uma emocionante aventura.

O guarda-chuva era enorme e aos quadradinhos (ver foto). O tempo estava agreste demais. Soprava um vento que quase nos levava. Existem muitas árvores no percurso. Como se não bastasse o vento quase levar o chapéu pelos ares, ainda ficava encalhado entre as árvores e eu molhava-me toda.

Como o guarda-chuva não era meu, tinha medo de o estragar mas nada podia fazer contra o vento e as árvores. Sempre que o chapéu aos quadradinhos encalhava em alguma árvore ou quase era virado do avesso pelo vento, eu ia rindo que nem uma perdida. As poucas pessoas que se atreviam a andar na rua com aquela intempérie olhavam-me de lado.

Como se não bastasse a rábula do guarda-chuva, ainda tive um outro problema. Os passeios estavam molhados e escorregadios. Pensei que não chegava à Faculdade sem enfiar uma valente queda por causa daquele guarda-chuva e por causa do passeio molhado. Escorreguei por duas ou três vezes e passei a seguir com mil cuidados para chegar sã e salva à aula.

Acabei por chegar sem problemas ao meu destino. Para contar a quem queira ler esta hilariante aventura resta lembrar a tarde em que trazia um chapéuzinho bem grandinho aos quadradinhos amarelinhos que pedi emprestado na Piscina e que deu origem a uma viagem bem divertida desde Celas até à Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.

Passamos para outra história. Esta surge do mundo dos meus sonhos e só não é o tema principal deste texto porque surgiu esta intempérie e tudo o que a ela esteve divertidamente associado.

Mas este sonho também é bem divertido. Digo eu! Ia a pé (ou vinha) entre Vale de Avim e a Moita. Saído de uma relva muito verde surgiu um cão feroz ou uma raposa que me mordeu. Fiquei passada. Naturalmente que fiquei.

O meu pai parece que vinha ao meu encontro e surgiu não sei de onde para matar o animal com...a minha pen drive que numa operação onírica se transformou numa arma branca bem afiada.

O meu pai lavou a arma improvisada que estava ensanguentada mas não ma queria devolver. Eu bem o tentava convencer de que a minha pen tinha os meus trabalhos e outros ficheiros bastante importantes para mim. Nem assim me queria devolver o seu novo canivete.

Acabei por não ir trabalhar nessa manhã porque não deu tempo. Encontrei um antigo colega nosso que o ano passado desistiu. Ele está disposto a regressar à formação. Isso é bom para ele que estava bastante desmotivado o ano passado e ninguém o convenceu a continuar. Nós ainda tentámos!

Da parte da tarde passava música anormalmente interessante na aula de Hidroginástica. Estava a curtir aquele som!

O meu relógio é que anda a ficar passado. Não sei o que se passa. Anda a pedir para descansar.

A aula também decorreu com alguns episódios bem curiosos. Aliás, este dia foi repleto de situações completamente hilariantes. É para compensar os dias em que nada se passa para além da habitual rotina. Hão de ler o texto seguinte que é disso exemplo.

Bem...no nosso CD de exercícios havia um texto que não estava do início. Na parte oral estava do início, nas não estava escrito do início. Nem tudo é perfeito. Ainda vamos voltar a esta aula para contar o mirabolante episódio do site dos transportes.

Quando cheguei a casa Portugal vencia a Sérvia por 1-0. Tiago foi o autor do golo ainda nos primeiros minutos do jogo. Os balcânicos acabariam por empatar ainda antes do intervalo.

À semelhança do que aconteceu ontem, também em Belgrado tocou música enquanto o jogo decorria. Pelos vistos é moda nessas paragens! Relativismo cultural a funcionar aqui. Consta que os sérvios devem ser bons em desportos que incluam música na sua execução. Deveriam adorar a aula de Hidroginástica de hoje na Piscina. Eu também iria adorar praticar o meu Desporto favorito nessas condições tão ideais para mim.

Quem não gostou daqueles acordes foi o banco de Portugal que logo saltou que nem uma mola a protestar. Scolari não mais se viria a esquecer desse pormenor e logo trataria da vingança no jogo cá no nosso burgo. Aguardem! Scolari irá brindar os sérvios com o Malhão da pesada e no final do jogo que é para não incomodar.

E os episódios rocambolescos neste dia 28 de Março de 2007 continuam. No “Um Contra Todos” teve de vir uma concorrente que era demais. Depois de ter confessado que sonhou com Fontes Pereira de Melo (personagem que eu não estou a ver bem quem foi e o que fez por Portugal, mas que tem ruas e avenidas com o seu nome), a concorrente fez chorar a rir toda a plateia e os telespectadores que estavam em casa a ver quando descreveu aquilo que era um pesadelo. A artista diz que sonhou que José Cid estava a cantar no Festival da Canção o tema que ele levou, salvo erro, a Amesterdão em 1980. Se não me engano, esse tema chama-se “Um Grande, Grande Amor” e nesse festival saiu vencedor o irlandês Johnny Logan que viria também a vencer o festival em 1986 ou 1987. Bem...dizia eu que a concorrente sonhou com José Cid a cantar essa música. O cantor bairradino estava a cantar sem óculos escuros e era totalmente careca. Parece que na realidade ele é mesmo careca, segundo algumas fontes que bisbilhotaram e vieram contar aqui a uma pessoa tão cusca como eu. A concorrente só então reparou que o cantor tinha um olho azul e outro verde (parece que devido a um acidente José Cid tem uma prótese num dos olhos, daí usar óculos escuros quase sempre). Então a concorrente admirou-se ao constatar que estava a ver televisão a cores. Bem. Parece que a televisão a cores surgiu mais ou menos por esta altura. Foi de morrer a rir!

Foi dessa forma divertida que chegou ao fim mais um dia bastante divertido e repleto de tropelias hilariantes. Foi um dos dias mais difíceis de escolher a Situação do dia e o tema principal, tal foi a variedade de acontecimentos. Amanhã já voltamos a ter um dia monótono.

Situação do dia:
Na aula um dos exercícios que tínhamos de fazer era ir a um site de transportes na Holanda e colocar o nosso ponto de partida e o destino que queríamos. Toda a gente tinha de colocar o ponto de partida e o destino que estavam no livro para depois responder ás perguntas. Nós somos cerca de dez alunos. Todos na mesma sala a colocar os mesmos dados...Bem...o site teve um bug e não funcionava, provavelmente por estar muita gente a procurar a mesma informação. Eu já me ria só de imaginar a cara dos holandeses ao verem que cá os tugas lhes mararam o servidor. Com os meus vastos conhecimentos de Informática, acabei por resolver o problema e obter as informações pedidas no exercício primeiro que os meus colegas. Toda a gente se admirou e perguntou como é que eu fiz. Sentia-me importante, mas não consegui responder o que fiz para resolver aquele imbróglio. Simplesmente aconteceu!

Bacorada do dia:
Malato:
- “Que idade tem a sua irmã?”
Concorrente:
- “Vinte e ssssssss...” (A cobra que assobiava sentava-se e jogava)

Não gostaram da música

Em Novi Sad realizava-se mais um encontro entre selecções nacionais de sub 21 a contar para a fase de grupos do apuramento para o Europeu de 2009 a decorrer na Suécia.

Sérvia e Portugal encontravam-se nessa tarde para mais um empolgante encontro que se previa equilibrado.

O jogo na Sérvia teve uma particularidade bastante curiosa: a música na instalação sonora continuava a tocar independentemente de o jogo estar a decorrer ou não. Depois paravam a música e retomavam-na quando ninguém contava com ela. Isso só podia ser para irritar o adversário. Ou então também os benefícios da música no Desporto que eu tanto apregoo estão a ser bem aproveitados pelos especialistas sérvios.

Logo nos primeiros instantes de jogo houve uma contrariedade...não sei para que lado. Inicialmente deveria ser para o lado da Sérvia, mas acabariam por ser as cores nacionais portuguesas a sair prejudicadas. Um jogador local saiu lesionado e foi substituído por outro que viria a ser decisivo no encontro. Se calhar rende melhor com música.

O suplente de luxo fez toda a diferença ao apontar o golo com que Portugal saía derrotado ao intervalo. Esse jogador...é o que eu digo...está habituado a jogar com música. Só pode. È que ele poderia ter marcado mais dois ou três golos. Estava a encher o campo.

Os sérvios continuavam a jogar melhor. Para sorte dos jovens portugueses o poste devolveu um remate de um jogador sérvio e outro falhou de forma incrível um golo certo. Portugal não se dá com a música. Se fosse fado...

A Sérvia ainda marcou um segundo golo. Portugal saía de Novi Sad derrotado por duas bolas a zero.

O dia amanheceu com Sol, Céu azul e algum frio. Ainda estava meio a dormir. Esta mudança de horário dá cabo de mim! Se calhar foi por isso que mergulhei sem querer a minha toalha num qualquer recipiente com água de limpezas que se encontrava na casa de banho.

No autocarro conversava-se numa língua estrangeira que não se percebia. Não terá sido por isso que adormeci. É habitual eu aproveitar a viagem de cerca de vinte minutos para dormir mais um pouco.

Apesar das férias escolares, a manhã na Piscina foi algo movimentada. Tiraram-se poucas senhas mas entrou muita gente com cartões. Como as escolas estão de férias e alguns infantários ainda estão em actividade, houve duas turmas da mesma instituição que entraram ao mesmo tempo. Houve tourada mas tudo ficou resolvido. Dava-se saída de uma e dava-se entrada da outra logo de seguida. Acho que foi assim que fizemos.

Como se não bastasse ter corrido desalmadamente atrás do autocarro, ainda tive de mandar uns murros valentes na porta. É que o veículo ia embora sem que eu entrasse. São demais!

Apesar de ir sempre a ouvir música holandesa e de sempre tentar perceber, estava atenta a tudo o que se passava ao meu redor. Num banco imediatamente atrás do meu uma mãe e umas crianças roíam amêndoas. Depois iria certamente faltar o apetite para o almoço. Duvido que a poucos minutos passados do meio-dia aquela família já tivesse almoçado.

À entrada da escola tiravam-se fotos para as plaquetes da Queima das Fitas 2007. Que saudades dos meus tempos de estudante!

Escusado será falar no atraso dos autocarros.

A tarde foi pouco movimentada até à altura em que a Piscina foi invadida por imensas crianças do Náutico que estavam em férias escolares e aproveitavam os tempos livres para algumas actividades.

Antes de ir treinar ainda fui colocar textos no blog. Para meu azar estava um colega meu a usar o computador. E eu que tinha pressa! Com tudo isto comecei o treino às tantas. Para me despachar dei quatro voltas de aquecimento em 12.07.07 minutos e continuei com dez piques bem rápidos e alongamentos. Uma hora de treino!

Fui a última a sair do balneário. Isso fez-me arrepiar. Era parte do sonho de há uns dias atrás que se estava a concretizar. (ver texto “Foi horrível!”) Espero que a concretização do mais horrível dos sonhos que me lembro de ter na vida fique mesmo por aqui. Já me estava a passar!

Adormeci a ouvir um programa sobre a Selecção Nacional e a antevisão do jogo de amanhã com a Sérvia.

Situação do dia:
Foi uma situação curiosa: tive de apertar o atacador direito à entrada da escola e o atacador esquerdo à saída.

Bacorada do dia:
“Ambas preparam o Campeonato da Europa que vai decorrer na Alemanha.” (Que eu saiba é na Suécia.)

Thursday, April 03, 2008

Mais uma versão da morte do Mong na estrada



Era uma bela tarde de domingo com Sol e temperaturas amenas. Uma tarde de Primavera ou Verão de fazer inveja aos últimos dias que temos tido na vida real. Os dias eram grandes e por volta das oito horas ainda estava algum Sol.

A camioneta da excursão do meu vizinho chegou por volta dessas sete e meia/oito horas da noite. Do meu quarto dei pela sua chegada mas não presenciei nada de estranho. Depois de deixar os meus vizinhos em casa, o autocarro seguiu o seu caminho.

A minha vizinha entrou em nossa casa a chorar convulsivamente. Não se percebia nada do que ela dizia. Mesmo nada!

Não sei o que é que eu fui fazer à rua. A tarde ainda estava luminosa. Olhei para o outro lado da berma da estrada. O que eu vi paralisou-me. Estava explicado porque é que a minha vizinha chorava tanto. A camioneta havia matado o gato Mong que jazia agora imóvel em frente à minha casa.

Este foi o enésimo sonho em que o assunto é o atropelamento do gato Mong. Resta dizer que por esta altura esse artista anda lá não sei por onde e gozar de boa saúde. Tem gatas quantas quer. Já não o vejo há muito tempo.

Na tarde antes de mais este sonho ele ainda me tinha vindo fazer companhia para o escritório. Outros tempos!

A semana de trabalho iniciou-se com tempo chuvoso. Para não variar, à segunda-feira é sempre o mesmo calvário: tem sempre de estar a chover para mal dos meus pecados.

Escusado será dizer que se verificou a selva habitual no autocarro 29. Desta vez estava cheio até abarrotar e toda a gente protestava muito.

Sem a presença das escolas, o ambiente na Piscina é calmo até demais. Os autocarros também se atrasam um pouco. Um pouco?!!! Um pouco é favor, atrasam-se imenso.

Na aula houve um colega meu que achou um vídeo no Youtube que era montes de engraçado. Vou partilhar convosco. Mais uma risota à custa dos belgas!

http://www.youtube.com/watch?v=MWvQEmUCZoU

Na aula tive de ser eu a ler algo relacionado com a cidade de Assen. Eu que por duas vezes estive para ir a essa cidade. Aliás, fico bastante triste ao lembrar-me dessas oportunidades perdidas assim e não vejo a hora nem o motivo para viajar até à Holanda.

A vantagem da mudança de horário é vir das aulas quando ainda está de dia. Não vejo outra. A hora de Verão espevitou alguns estudantes que aproveitaram o facto de ser de dia até mais tarde para exagerarem na alegria que demonstravam com os seus cânticos.

No Pingo Doce também se sentiam os efeitos da mudança de horário que decorreu este fim-de-semana. Protestava-se porque o estabelecimento comercial, apesar da passagem para a hora de Verão, ainda continuar a fechar às oito e meia.

Eu também me passo por causa da mudança de horário. Isto porque é uma situação que mexe com o sistema de qualquer pessoa. De noite nunca há sono e de manhã a preguiça é mais que muita. Depois de passar umas fotos para o computador fui me deitar sem conseguir dormir.

Situação do dia:
Uma estudante foi nadar um pouco com as colegas. Ao sair das instalações da Piscina tropeçou não sei em quê. Se não fosse a porta, eu queria ver só onde é que ela ia parar.

Bacorada do dia:
“Tinha de haver alguém que soubesse Chinês para falar com os japoneses.” (O problema é que eles não iriam entender.)

A morte anunciada da Avozinha

Já há muito que se aguardava a morte da Avozinha de Vale de Avim. Era assim conhecida por ter participado no programa da RTP 1 “Praça da Alegria”.

A Avozinha estava internada no Hospital de Anadia com uma doença que lhe provocava um sofrimento e uma qualidade de vida inaceitável para qualquer Ser Humano. A morte era esperada. Ninguém merecia sofrer nestas condições.

Não sei como é que Deus pode ser tão cruel ao enviar este tipo de enfermidades que corroem os órgãos vitais e fazem com que o Homem morra lentamente depois de ter sofrido para além dos seus limites. É uma das coisas que eu não percebo.

Deus me livre desse tipo de praga que vai alastrando pela nossa sociedade e que torna as condições de vida dos doentes terminais bastante desumanas. Morro de medo de cancro. Tenho mais medo da doença cancerígena que da própria morte.

Todas as pessoas que padecem dessa enfermidade sofrem imenso sem nada terem feito para merecer tal provação. Mesmo os que conseguiram lutar contra esta praga dos nossos dias têm uma longa história de batalhas sofríveis para contar. É horrível!

Naquela tarde contava-se no lugar de Vale de Avim que a Avozinha estava sob um sofrimento atroz e que a morte seria o caminho para acabar com aquela situação provocada pelo cancro.

Nessa noite havia um clima estranho no lugar de Vale de Avim. Havia aves de rapina a sobrevoar os céus escuros. Nada de estranho! Esse tipo de aves sempre anda por aí. Mas nessa noite era diferente.

Ia para colocar a chave na porta do escritório. Do lado da casa da Avozinha ouviam-se uivos de dor de alguns cães. Imediatamente percebi que agoiravam o previsível e aguardado fim da Avozinha que já não fazia nada neste Mundo senão sofrer de forma desumana. Cheirava a morte lá para cima. Não me preocupei. Sabia o que se estava a passar e até era de agradecer a Deus a vinda da morte para a Avozinha para a livrar de todo aquele penar.

A esperada notícia espalhou-se pelo lugar logo às primeiras horas da manhã. A Avozinha havia deixado de sofrer as agruras daquele maldito cancro que a corroía. Os familiares e amigos suspiraram de alívio por não a voltarem mais a ver sofrer. Pode ser que onde ela esteja agora seja recompensada pelos últimos dias de vida em que sofreu para lá da compreensão humana.

Ainda tentei dar um jeito na Internet de modo a trazer a actualidade do Mundo do Ciclismo. Nada feito! Mas nem se pense que vou ficar sem dar toda a informação do que se passa. A solução passa pela falta de actualização do blog que permite que eu agora procure no arquivo o que se passou.

O que estava na ordem do dia era a preparação das Clássicas de Primavera. A Rabobank preparava com limitações de lesões e de gripes a sua participação nestes eventos. Oscar Freire era a principal esperança para vencer algumas dessas provas.

Estive a estudar um pouco. Não havia Futebol para o Campeonato. Houve apenas um jogo em atraso a contar para a Taça de Portugal em que o Braga derrotou o Varzim por 2-0. O herói desse jogo foi o brasileiro Maciel que apontou os dois golos dos arsenalistas.

E lá tinha eu de levar os textos para colocar na Internet em Coimbra. Então pois!

E estava lançada mis uma semana de novas aventuras e peripécias.

Situação do dia:
A minha mãe correu tudo mas mesmo tudo à procura do podão. Queria cortar uma lenha para pôr no lume e a dita ferramenta não dava sinal de vida. A minha vizinha ia a passar por uma zona do nosso terraço e pisou qualquer coisa que fez barulho. Sem querer havia achado o podão que estava debaixo dos seus pés. A minha mãe ficou admirada de o utensílio de cortar lenha aparecer ali sem querer quando ela passou horas a procurá-lo.

Bacorada do dia:
“Vou dizer que sou uma mulher à moda antiga.” (De referir que isto foi proferido por um colega meu não sei a que propósito.)

Thursday, March 27, 2008

Foi horrível!!!

Quando acordei daquele pesadelo logo encontrei um motivo para que ele acontecesse. Ainda estremunhada, lembrei-me do que tinha acontecido poucos segundos antes de adormecer. Para dizer a verdade, acho que já estava mais a dormir que acordada.

Depois de ter adormecido a ver televisão- como habitualmente- acordei quando já estava a dar o “Código Sintra”. Apaguei a televisão e retomei um CD que tinha deixado em pausa antes do jogo começar. Faltavam poucas músicas para o CD terminar, mas eu nem me levantei para o recomeçar. A preguiça tomava normalmente conta de mim.

Estava frio. Estava totalmente metida debaixo dos cobertores. Da rua o som de uma ambulância ou de uma viatura da polícia cortou o silêncio e fez-me estremecer. Estava dado o mote para o meu subconsciente fazer o favor de me estragar a noite, transformando esta situação num horrível pesadelo.

Eram dezenas, centenas, milhares...nunca tinha visto tanta ambulância a passar, ainda por cima num local tão recatado como a minha terra. Estava uma noite escura e triste. Uma noite de um sábado para domingo. A janela do quarto da minha irmã ainda permitia ver para a rua (coisa que já não acontece hoje com as obras que se fizeram em casa). Os semáforos da mega-caravana feriam os olhos. Gritos de pavor saíam de dentro das viaturas que passavam a apitar também de forma horrível. Eram crianças, bebés até que exprimiam toda a sua dor. Algo de muito grave se tinha passado algures.

Eu e a minha mãe observávamos com horror da janela tudo aquilo. Ainda hoje me arrepio só de pensar nos gritos que saíam do interior das ambulâncias. Não recomendo a ninguém. Uma cena dessas só num sonho é possível. Ou então num cenário de guerra ou atentado terrorista em larga escala. Ali?!!!

Parecia não ter fim a passagem de todas aquelas ambulâncias. Peguei no telemóvel e fotografei a sua passagem. Inquietava-me. A primeira coisa que eu pensei foi que se tivesse tratado de um acidente ferroviário na ponte de Várzeas ou de um incêndio num local onde estivesse muita gente. Não sei!

Com a televisão ligada, o meu pai dormia indiferente ao barulho lá fora e aos nossos comentários. A televisão dava notícias. O que se passava ali ainda não tinha chegado ao conhecimento dos órgãos de Comunicação Social. Disse eu que ia procurar um número de telefone e alertar para este acontecimento. As ambulâncias ainda continuavam a passar.

As notícias eram as habituais. Parecia que nada se estava a passar ali naquele momento. Algo se passava e era sério. Era de abrir qualquer noticiário.

Parece que o tempo passou. Na adega de casa do meu vizinho assistia a algo arrepiante. Foi para lá que foram transportadas as vítimas daquela...como é que eu hei-de chamar...tragédia. Estava escuro. Apenas uma luz lilás mostrava sombras de pessoas penduradas. Crianças sobretudo. Eu tapava os olhos horrorizada. Caminhava para a cozinha onde havia roupa hospitalar e sacos negros.

Acordei a tremer de pavor. Ainda ecoavam na minha cabeça os gritos daquelas pessoas e os alarmes das ambulâncias. Que horror! Ainda mais apavorada fiquei quando me lembrei que dia era. Era sábado e tinha de ir a pé para casa. Lembrei-me que uma vez não fui não sei onde porque também tinha tido um pesadelo. Se algo acontecesse...Comecei a arquitectar um plano para não ir a pé. Carregar a mochila com coisas pesadas para alugar um táxi. Mas as coisas, a terem que acontecer, aconteceriam seguramente.

O pesadelo, os seus sons e as suas imagens ainda me mantinham em estado quase de choque. Há muito que não acordava tão apavorada. Como é habitual, comecei a rebuscar na minha mente as causas para tão horrendo pesadelo. A primeira, e a principal, foi a passagem de um veículo desses na rua a fazer todo aquele barulho quando já estava o meu subconsciente a trabalhar. Não foi a primeira vez que isso aconteceu. Há uns anos atrás, ainda eu estudava, passou também na rua uma ambulância. Também deu origem a um sonho semelhante, mas com consequências menos devastadoras. Mas para que é que os alarmes andam ligados a altas horas da madrugada quando há pouco tráfego na rua?

Aquela imagem final de pessoas penduradas...Eu conhecia aquilo de algures. Dei algumas voltas à cabeça e lembrei-me de algo que aconteceu naquela noite enquanto dava o jogo entre Portugal e a Eslováquia. Passou em rodapé um anúncio de programação especial para as comemorações do 100º aniversário da Irmã Lúcia. Dever-me- ei ter lembrado de imagens dela do Museu de Cera em Fátima. É isso! O Museu de Cera! A cena em que Nossa Senhora mostrou o Inferno aos Pastorinhos. É aí que se encontram algumas figuras assim penduradas. Lembro-me que lhes toquei. Aqui no sonho recuei quando lhes coloquei os olhos em cima. Vejam lá a associação que o meu subconsciente fez aqui!

Gritos de crianças! Para isso também arranjei uma causa. Lembrei-me que num dia destes ouvia gritar na Piscina e perguntei a uma colega o que se estava a passar para as crianças gritarem daquela maneira. Estava tudo normal. Gritavam só pelo acto de fazer barulho.

Ainda peguei no sono depois, mas todos os sonhos estavam ligados com esse. Num desses sonhos estava no balneário do Estádio com outras raparigas que costumam lá estar. Todas nós estávamos ali nuas. Tínhamos medo de sair “para não passar por ali”. Por ali por onde eu tinha passado. Onde estavam todas aquelas pessoas. Todos os caminhos lá davam. Não tínhamos saída.

Foi arrepiante essa madrugada. Pensei em escrever logo a quente o sonho no meu computador portátil, mas tremia por todos os lados. Mesmo assim (e revelando um pouco dos bastidores deste blog) este texto não se sujeitou a ser escrito cerca de três meses depois. Os textos que descrevem sonhos são escritos no próprio dia ou apontados à mão. Como este foi marcante, no dia a seguir a ele ter acontecido, ainda me lembrava bem de como tinha sido um pesadelo que não desejo que se repita nem que se realize de qualquer forma.

Nada se passou naquele dia. Resumindo e concluindo, a noite foi ainda mais agitada que o resto do dia.

A primeira coisa que fiz foi ver se o gatinho estava confortavelmente agasalhado e quente. Depois fui procurar a gata que apareceu uns minutos depois de eu ter aberto a porta.

E lá parti rumo a casa. Tinha medo de ir a pé mas era isso que ia acontecer. Quando cheguei a Anadia reparei que ao pé do mercado já existe uma passadeira. Nós reclamávamos sempre pelo facto de ali não haver uma passadeira e mais abaixo estarem duas no espaço de cerca de trinta metros.

Se bem me lembro, acabei mesmo por ir a pé para casa. Nada de anormal se passou.

Bom, com este sonho ficou alterado o tema de um texto que seria seguramente dedicado ao Portugal- Bélgica que prometia depois de tudo o que aconteceu ao longo desta semana.

Teve de ficar para segundo plano esse assunto. Este sonho foi marcante. Acho que não me lembro de ter acordado tão passada por causa de um sonho.

O jogo saldou-se numa goleada da Selecção de Todos Nós à agremiação nacional daquele nosso amigo Stijn Stijnen.

Quando foi entoado o Hino Nacional da Bélgica, o público manifestou-se de forma lamentável com assobios e impropérios contra os adversários. Foi o que o excelentíssimo guarda-redes belga arranjou!

Aos dois minutos de jogo (precisamente a altura que Stijn Stijnen apontava para a execução do plano de arrumar Cristiano Ronaldo) o Jogador Número Treze viu um cartão amarelo por entrada bastante violenta sobre...Quaresma. Como Cristiano Ronaldo é o 17 e Quaresma é o 27, o artista só se pode ter confundido.

Quaresma viria a marcar o golo da noite. Foi um golo que ninguém se cansa de ver a toda a hora. Cristiano Ronaldo marcou dois golos. Num desses golos, o seu amigo Stijn Stijnen acabou por dar um frango. O público não lhe perdoou o erro e logo entrou em histeria O outro golo foi apontado por Nuno Gomes.

No final do encontro os dois amigos tiveram uma conversa e cumprimentaram-se. Aparentemente ficou tudo bem entre Cristiano Ronaldo e Stijn Stijnen. O craque português parece ter arranjado uma amigo...e nós...também.

Situação do dia:
Eu adoro quando os gatos vão para saltar para qualquer lado e falham. É a loucura! Desta vez a gata Feijoa ia para subir para cima de um banco e acabou por escorregar.

Bacorada do dia:
“Fiquei muito satisfeito com o comportamento do público.” (Pelos vistos Scolari adorou que os adeptos tivessem vaiado o Hino da Bélgica de forma lamentável e tivessem insultado o guarda-redes belga de cada vez que ele se mexia.)

Agitação antes das férias da Páscoa



Pois é! Hoje é o último dia de aulas do segundo período. Não admira toda a agitação que se vive por parte dos estudantes.

Para nós vai ser uma seca. As escolas estão de férias e vamos passar cerca de duas semanas sem a agradável companhia das crianças.

É engraçado! Às vezes queixamo-nos de que elas fazem imenso barulho, mas quando há férias escolares ansiamos pelo seu regresso. Elas são a alegria da Piscina.

Como irão ver pela descrição deste dia, anda tudo muito agitado por causa das duas semanas que há sem aulas.

A manhã acordou com Céu cinzento, frio e algum nevoeiro. Aos poucos o Sol começou a brilhar mas nem por isso o frio desapareceu.

Há gente que começa as manhãs com as pilhas carregadas ao máximo. Logo àquela hora vão no autocarro a berrar ao telemóvel.

Como atrás referi, as férias já causavam mossa. Andava um grupo de crianças na rua para comemorar o último dia de aulas. Eu não conseguia passar por eles. Eram imensos e ocupavam o passeio todo.

Já ia atrasada. Mais uma vez aproveitei a agitação das férias para ganhar mais uns segundos. Duas alunas corriam na passadeira. Estavam radiantes demais com as férias. Eu aproveitei e corri também.

Houve ainda algumas estudantes que cantavam alegremente. O que fazem as férias!

A tarde conheceu algum movimento na Piscina. De manhã tudo havia estado normal.

Depois do treino cheguei a casa. Em cima do sofá da sala da minha senhoria havia uma surpresa. Era um pequeno gatinho que a gata ali tinha deixado. (ver foto) O problema é que a gata desapareceu. E agora? Embrulhámos muito bem o frágil animal preto e fomo-nos deitar.

Eu não sabia que havia um jogo particular realizado em Fátima de selecções sub-21. Portugal defrontou a Eslováquia e venceu por 2-0. Os golos foram apontados por Ricardo Vaz Tê e Miguel Veloso.

Semedo, com todo o ímpeto e agressividade que se lhe reconhece, quase arrumava o Jogador Número Oito da Eslováquia.

E lá fui eu dormir. Se eu sabia o que ia acontecer, nem sequer tinha fechado os olhos. Valia mais estar a escrever alguns textos em atraso. Mal sabia eu o que me esperava!

Situação do dia:
O meu treino acabou por ter apenas 45 minutos. Tudo porque me esqueci da t-shirt em casa e apenas tive de correr com a camisola de manga comprida. Acabei por dar quase sete voltas à pista em vinte minutos. Como habitualmente acabei com alongamentos e ginástica.

Bacorada do dia:
- “O que é que a senhora perdeu?”
- “Foi tipo uma espécie de coisas de borracha para não escorregar na água” (Por incrível que pareça, logo compreendi de que se tratava.)

Uma espreitadela ao treino da Selecção Belga

Pois bem, depois das declarações do guarda-redes da Selecção Nacional Belga, a sempre atenta equipa deste blog não descansou enquanto não fez deslocar ao país das batatas fritas uma equipa de reportagem para ver como decorriam os treinos.

Segundo as sapientes palavras de Stijn Stijnen (assim se chama a criatura, cujos seus pais não tiveram o mínimo de originalidade para escolherem um nome) os belgas não estão empenhados em ganhar o jogo. A sua única preocupação é arrumarem Cristiano Ronaldo logo aos dois minutos de jogo.

E como treinam os jogadores para conseguirem os seus intentos? Até me mordia o corpo de curiosidade! Tive de mandar alguém para lá observar aquilo que era mais um treino para um jogo entre selecções.

Chegámos junto do quartel-general da Bélgica. Ali junto aos balneários havia sacos com gelo, ortopedistas com fartura e alguns socorristas. Aquilo parecia uma situação de guerra e não um simples treino de Futebol.

Aproximámo-nos do relvado. Nem imaginam quem é que lá encontrámos! Nada mais, nada menos que Jean-Claude Van Dam. Foi ele que esteve a dar umas aulas ao nosso amigo Stijn Stijnen e aos outros. Já vão ver. Além disso, estava a fazer segurança ao próprio centro de treinos para ninguém vir bisbilhotar o treino ultra secreto que os belgas estavam a realizar.

Já a preparar o seu braço direito para um directo à nossa cara, o conceituado actor de filmes de pancadaria ordenou-nos que nos fôssemos embora antes que viesse por ali...Stijn Stijnen. Aí ele próprio teria de fugir porque não se lembra de alguém pior que ele em temos de pancadaria e de maldade. Nem mesmo o Stalone.

Mesmo assim não desarmámos e resolvemos ir por outra porta. O personagem que vimos deixou-nos ainda mais aterrados de medo. Primeiro tivemos de procurar uma casa de banho antes de enfrentarmos a criatura. É que já nem nos lembrávamos que aquela ave rara existia. Era Gilles De Bilde, um jogador que -se não me falha a memória- teve de ir jogar para o Campeonato Holandês porque deu uma cotovelada bem certeira num jogador do Alost que o colocou na mesa de operações onde foi operado a um olho. Nem pensar em passar por ali.

Noutra das portas que dava acesso ao complexo desportivo estava uma criatura horrenda também. Todos nós a conhecemos. É o famoso ciclista Frank Vanderbroucke que vai fazendo uns biscates enquanto não regressa em definitivo à competição.

Fomos ainda ver se a outra porta estava guardada. A criatura que lá vimos não impunha grande respeito. Era...Leif Hoste- um ciclista também com as mãos prontas para arrear em quem não cumprisse as regras de segurança. Para se excitar de raiva- digamos assim- ia vendo uns vídeos de provas de Ciclismo e de quedas em que eram protagonistas aqueles ciclistas que costumam ser protagonistas de quedas. Demos lhe um tabefe e passámos à vontade.

O barulho que ouvíamos no complexo desportivo em nada se identificava com o característico bater de bolas de Futebol. Fui espreitar melhor. Era em sacos de boxe que eles batiam. E assim preparam o jogo contra a Selecção de Todos Nós!

Stijn Stijnen era o mais entusiasta. Como estava animada, a criatura dos infernos! Ele ordenou que se passasse ao acerto táctico. A esperança em que desta vez fossem treinar Futebol reacendeu.

Mandaram vir uns monos de madeira parecidos com o Cristiano Ronaldo. Vestiram cada um deles com as cores nacionais e escreveram nas costas de cada um o nome do craque madeirense.

Foi entregue um a cada jogador e Stijn Stijnen logo brindou o seu com um directo à cara, mal lhe foi entregue. O pobre boneco de madeira logo se partiu nuns poucos de bocados. Insatisfeito, o guarda-redes logo iniciou uma corrida na direcção dos Cristianos Ronaldos dos colegas. Correu-lhe mal! O colega preparava-se para entrar a pés juntos sobre o boneco e acabou por entrar a pés juntos sobre o colega. Bem feito!

Stijnen ficou furioso e iniciou-se ali um treino bem à maneira entre os dois. Foi de morrer a rir. Rezava para que ambos saíssem dali lesionados e não jogassem contra nós. Teria todo o orgulho em poder dizer quando chegasse a Portugal que aqueles morcões se lesionaram ao tentarem treinar a forma de lesionar Cristiano Ronaldo.

Pobres bonecos de madeira! Um a um foram todos feitos em pedaços. Foge Cristiano Ronaldo que eles vêm aí!

Foi mandada entrar em campo a equipa de amadores que, alegadamente, iria fazer um simples jogo-treino com a Selecção Belga. Como estavam felizes aqueles jogadores por jogarem contra os sus ídolos- se bem que qualquer pessoa com princípios morais razoáveis não se reveja num jogador como Stijn Stijnen.

Coitados! Mal sabiam eles o que os esperava! Acharam estranho terem de vestir as cores de Portugal e alinharem todos com a camisola de Cristiano Ronaldo mas...estavam eufóricos demais para repararem nesses pormenores.

Muitos deles pediram a familiares e amigos que filmassem o treino. Iria ser um momento para mais tarde recordar. Oh se ia!

Mal eles entraram em campo, logo os jogadores da Selecção Belga se deitaram a eles. Estavam mesmo possessos, os diabos vermelhos. Nunca antes o nome havia sido tão bem aplicado.

Com ares interrogativos, os desgraçados lá foram para o degredo. Stijn Stijnen lesionou cinco jogadores por sua conta. Só não lesionou mais porque dava já sinais de algum desgaste físico. Não pude evitar uma sonora gargalhada quando o guardião belga ia para rasteirar o adversário e tropeçou nos seus próprios pés. Era sinal de pouco discernimento físico e mental. Se ele fosse descansar é que campava.

Consta que os jogadores belgas saíram exaustos do complexo desportivo. Se treinassem Futebol normalmente, sairiam mais frescos. Alguns deles apresentavam mazelas bem visíveis. Bem feita!

Stijnen saiu do complexo desportivo em ombros, amparado pelos quatro seguranças que estavam a guardar as quatro portas que davam acesso ao relvado.

Os dias continuam anormalmente frios para esta altura do ano. Valha-nos haver um pouco de Sol.

Perdi o autocarro e tive de esperar pelo próximo ao frio, que até me consolei.

Sentado à minha frente no autocarro ia um homem que até metia impressão de tão obeso que era. Saiu no hospital. Se calhar ia à consulta de Nutrição.

O frio realmente é insuportável. Chega até a cortar. Mesmo assim ontem andava pela rua um estudante de calções. Só agora me lembrei.

A manhã foi calma. Com este frio quem é que se atreve a sair de casa? Eu se pudesse estava agora debaixo das cobertas. Lá é que se está bem! Ao quentinho.

E lá terminei a leitura de mais um livro bastante interessante e bem misterioso: “Qmrán- O Enigma dos Manuscritos do Mar Morto” de Eliette Abécasis e iniciei a leitura de mais um livro daqueles que eu gosto de ler: “O Diário Secreto de Da Vinci” de David Zurdo e Angel Gutierrez.

No autocarro ia uma criatura que até enervava. Ia sempre a estalar os dedos.

A tarde teve o mesmo registo calmo da manhã. O frio a fazer das suas.

O treino acabou por ser suave. Como ainda me ressentia do treino de anteontem e estava muito frio, acabei apenas por fazer corrida contínua. Andei a rolar trinta minutos e fiz outro tanto de alongamentos.

Com este frio estava-se bem em casa debaixo das cobertas. Havia uma entrevista de Valentim Loureiro para ouvir. Antes fiquei a saber que alguns jornalistas portugueses que foram esperar a Selecção Belga ao aeroporto foram agredidos a soco e a pontapé. Pelos vistos até os dirigentes treinaram!

Situação do dia:
Quem é a ave rara que tem agora o péssimo hábito de trancar a porta da entrada do prédio? Se ontem não tivessem partido o vidro, quem o partia era eu hoje. Só atrapalham a vida a quem quer trabalhar. Tive de sair pela parte da porta que não tinha vidro. Não tive mesmo outro remédio. Não é a eles que lhes faz diferença.

Bacorada do dia:
“O Windows é o sistema operativo por excelência dos atalhos.” (Que confusão!)

Um agitado despertar




Acordei sobressaltada! Não sabia que horas eram. Estava anormalmente de dia e eu ainda não tinha ouvido o despertador. Depois lembrei-me que era quarta-feira e que acordava mais tarde. Fiquei mais descansada.

Algo me tinha acordado. Algum barulho. Mas que se passou? Havia ali um ambiente estranho. Coloquei-me alerta. Andariam a assaltar? Pareceu-me ter ouvido um estrondo.

A campainha da porta da entrada do prédio atroou os ares em sinal de alarme. Mau!!! Voltaram a tocar ainda com mais força. Depois já era aos murros à porta. Que raio!

Ergui a cabeça. Estava intrigada com o que já se passava por ali àquela hora da manhã. De repente...

Ouviu-se o barulho inconfundível de vidros a partir. Alguém tinha pregado um monumental pontapé no vidro da porta da entrada. Seriam assaltantes? Depois não se ouviu mais nada.

Quando saí à rua, era bem visível o estrago na porta (ver fotos). Tive de sair com cuidado para não pisar nenhum vidro. Foi sem saber o que se tinha passado que saí para mais um dia de trabalho.

À noite a minha senhoria contou-me o que se passou. Alguém teve a péssima ideia de trancar a porta da entrada do prédio. Não o devia ter feito porque nem todas as pessoas que ali moram têm os mesmos horários de entrada e de saída. Um morador ia a chegar a casa de manhã, viu a porta fechada, queria entrar e não teve outro remédio senão partir o vidro.

No dia seguinte, como irão ver no texto a seguir, iria eu própria dar graças a Deus de o vidro estar partido. Queria sair e a porta estava outra vez trancada. Só mesmo a estoiro é que essa gente vai lá.

A manhã era de Sol e Céu azul. Se não fosse algum frio que se fazia sentir, estaríamos na presença de um belo dia de Primavera que agora começava.

Depois da consulta na ACAPO, eis que eu estava de volta ao meu trabalho. Na paragem, como irão ver mais adiante, havia umas aves raras...

Por falar em autocarros, ontem aconteceu uma cena que eu me esqueci de contar. O autocarro travou e a minha mochila foi ao chão. Eu pensei que tinha estragado o meu leitor de mp3.

Tal como aconteceu ontem, despachei-me também hoje. Porém a Piscina haveria de encerrar.

Houve uma amiga minha que me ligou. Como estávamos encerrados, tive um pouco de tempo para falar com ela.

Valeu a pena tanto sacrifício. Tirei 19.3 no teste. Como estou feliz!

A aula foi dedicada a todas as rotinas de comprar bilhetes de comboio e autocarro. Como me iria ser útil aquela aula! Neste dia eu mal imaginava.

Era uma noite em que fazia imenso frio. Parecia uma noite de Dezembro. Não fiz mais nada. Enfiei-me na cama.

Situação do dia:
Na paragem do autocarro estavam apenas duas mulheres já com uma certa idade. Falavam sobre as suas vidinhas. Uma delas trazia, imagine-se, uma ninhada de pitos. Por acaso acho que ela ia apanhar o autocarro 9. Como ia ser animada a viagem! Eu é que não ia nesse autocarro. Tinha de apanhar o 7. Infelizmente! Dava tudo para ir naquele autocarro e ver como tinha sido a viagem dos pitos. Não sei se foi a mesma criatura também na paragem a ligar para o número errado e a não querer que lhe dessem o número certo. Como é teimosa a mulherzinha!

Bacorada do dia:
“Dank you!” (É o que faz ser poliglota.)

Monday, March 17, 2008

São assim os sonhos



Não houve luz naquela noite, mas houve sonhos com fartura. Deixem estar que o meu subconsciente de imediato tratou de arranjar um motivo para a falta de luz.

Comecemos com uma situação de festa na minha terra. É um tema recorrente nos meus sonhos. Não sei por que razão isso acontece mas...Desta vez queria ir ao arraial e não tinha companhia. Os meus pais não me deixavam ir sozinha. Estava bastante triste ao ver a possibilidade de ficar em casa.

A música que mais tocava nos arraiais era um novo sucesso cantado pelo...Raul Solnado. Enfim...só mesmo em sonhos.

E afinal por que é que faltou a luz? Querem mesmo saber? Ora bem, a energia eléctrica tinha sido cortada por causa de...um sismo. Mas nem se pense que foi um sismo ligeiro. O tremor de terra chegou a atingir uma intensidade elevada. Eu não havia sentido nada. Eu em matéria destas coisas sou mesmo uma insensível.

A minha irmã estava em nossa casa e diz que morreu de medo do sismo. Eu disse que nem dei por nada.

Por falar em minha casa, é aí que se passa o próximo acto deste sonho. A minha mãe e a minha madrinha haviam feito as pazes e tomavam chá e bolachinhas em amena cavaqueira.

Agora a cena é outra e é bastante cómica. Ia enviar uma carta para um daqueles programas que costumam preencher as tardes televisivas. Quem apresentava esse programa era José Carlos Malato. A minha mãe começou a disparatar comigo por causa disso. Eu ia dizendo que o motivo pelo qual eu escrevi para lá prendia-se com um pedido de ajuda para adquirir uma impressora Braille para a ACAPO.

Apanho-me agora a realizar uma estranha competição. O meu adversário era uma criatura bem divertida e estranha. Era toda negra e eu corria atrás dela sem a conseguir apanhar. Ela sempre arranjava maneira de me fugir.

A certa altura, agarrei-a pelo seu rabo fino. Ela voltou a escapar-me. Corri novamente atrás dela mas tropecei e caí. Muito chateada peguei numa bola, espetei-lhe um morteiro e ela embateu com estrondo numa tabela de Básquete. Foi nessa altura que o despertador tocou. Despertava para a realidade.

A manhã estava algo fria, porém o Céu apresentava-se azul e o Sol já brilhava.

De manhã o ambiente esteve calmo demais na Piscina. Pouca gente marcou presença.

Vá lá! É de admirar. O autocarro veio cedo. Foi por uma fracção de segundo que não apanhei fila na cantina. Quando os alunos saíram já eu estava bem na frente.

Independentemente da peripécia que mais adiante passo a contar, acabei por chegar bem cedo. Como estava contente por isso!

Como sempre acontece, estou também com um olho nas notícias. Na Rússia há só desgraças! Houve uma explosão numa mina de carvão na Sibéria e um violento incêndio num lar d idosos.

No início daquela tarde até se tiraram algumas senhas.

O treino naquele dia iria ser à base de piques para treinar a velocidade que é agora o meu ponto fraco. Apesar do imenso frio que se fez sentir e que não é aconselhável para este tipo de treinos, acabei por cumprir e fazer vinte piques. Antes aqueci durante quinze minutos e depois dos piques fiz alguns alongamentos. O apronto durou uma hora e dez minutos.

Tal como eu previa, os meus chinelos acabaram por aparecer algures entre o balneário masculino e o feminino. Isto levou-me a depreender que as coisas sempre se passaram como eu imaginei. (Ver texto “Não posso fazer milagres mas...”)

A notícia que marcou a actualidade desportiva deste dia foi uma entrevista dada a um jornal flamengo pelo guarda-redes da Bélgica. Segundo essa ave rara (não tem outro nome) os colegas devem lesionar Cristiano Ronaldo, se possível logo aos dois minutos de jogo. Para que é que essa criatura abriu a boca? Cheira-me que este blog ganhou mais um amigo. Aguardem!

Situação do dia:
O almoço na cantina foi esparguete à bolonhesa com muito molho. Ia com o tabuleiro tão inclinado que o molho acabou por escorrer para as calças. Só quando acabei de comer é que reparei. Imediatamente me dirigi à casa de banho e logo fui molhar as nódoas (ver foto). Já não tinha tempo de mudar de roupa. Acabei por ir para o trabalho com as calças todas molhadas.

Bacorada do dia:
“Então tiraram-lhe o sangue para tirar o ADSL”. (ADN)

Saturday, March 15, 2008

The united colours of the weather







A casa do Kasper



Ia a caminho da Faculdade de Letras. O vento era insuportável. Já não chovia, o Sol até brilhava e o Céu apresentava-se agora azul.

Junto aos Arcos quase levantava voo. Já há muito que não via tanto vento e com esta intensidade.

Aguardava ansiosamente aquela aula de Holandês. Era convidado um professor que dá aulas nas Antilhas. Em Aruba, me parece a mim.

Não havia ninguém à porta da sala de aulas. Estranhei. Ouvia um barulho estranho. Parecia vindo da sala ao lado que se encontrava fechada. Resolvi escutar. Aquilo parecia o barulho característico de uma casa assombrada. Resolvi captar esse som para a posteridade com o telemóvel. Aquilo era incrível. Chegava a assustar. Era arrepiante! Parecia o cenário de um filme de terror.

Estava eu a captar os sons vindos da sala que estava fechada e ficava em frente à nossa quando a nossa professora chegou com o professor que ia falar sobre as Antilhas. A palestra iria ser em Inglês.

A professora lamentou o facto de estar só eu na aula. Para ela, a falta dos alunos devia-se ao tempo lá fora que estava medonho. Aquele vento era incrível!

Os professores esperaram algum tempo que viesse mais alguém. Como isso não aconteceu, a aula teve início. Só depois é que chegou outro colega meu. Foi pena o professor falar apenas para dois alunos!

Estava com toda a atenção do Mundo a tudo o que era dito e mostrado. Eu adoro aquelas aulas assim. Sempre desejo saber mais sobre outros países e outras culturas.

O professor arranjou mapas das colónias holandesas e algumas imagens de areias brancas e mares esverdeados. Muito lindas, essas imagens! Nunca tinha visto nada igual! Apetecia ali passar umas férias de sonho.

A certa altura foi mostrada uma casa típica das Antilhas. Fiquei boquiaberta! È o que eu digo! O meu futuro deve estar nas ciências ocultas.

Não entenderam?!!! Passo a explicar: era uma madrugada de Agosto do ano passado que já ia longa demais e em que eu estava mais para lá do que para cá em termos de sono. (ver texto “Eu e o Caribe”)

Costumo dizer que é de noite que a minha imaginação e a minha criatividade atingem níveis mais elevados. Quando eu já estou com algum sono então parece que vivo as coisas. A minha imaginação voa. Parece que assisto a uma novela ou a um filme em que acontece tudo o que eu quero e em que posso estar ao pé de quem me apetece. Tudo quanto eu quero acontece.

Nessa noite, ouvia música do Caribe e isso levou-me a imaginar cenas passadas nessas paragens. O protagonista era Kasper Nijkamp- um ciclista que fez parte daquilo a que se chama a primeira equipa amadora da Rabobank. Agora é a Rabobank Continental, mas em 1997 chamava-se Rabobank Amateurs.

Esse ciclista é holandês mas estava inscrito num site como sendo originário das Antilhas.

Imaginava uma cena bem longínqua no tempo em que ele era o protagonista. Por incrível que pareça, imaginava a casa dele tal e qual como esta. Pouco diferia. O mais incrível é que eu nem sequer fazia ideia que as casas naquelas paragens eram assim. Sou demais!

Comecei o Dia do Pai a correr desalmadamente atrás do autocarro. Aposto em como, se no sábado tivesse corrido os 100 metros àquela velocidade, o resultado seria outro. Certamente.

Da manhã de trabalho nada há a registar. Apenas o facto de a chuva ter regressado contra todas as previsões. Quando eu saí de casa, o Céu estava cinzento, fazia algum vento mas não chovia nem parecia que ia chover tão depressa.

No autocarro o estado do tempo era tema de conversa. A chuva parece ter desaparecido, mas o Céu continuava carregado em algumas zonas. Noutras estava completamente azul. Era incrível! O vento entretanto também começava a soprar com uma intensidade assustadora.

Acabei por chegar atrasada, mais uma vez, por causa dos atrasos nos autocarros. Começo-me a passar com eles.

Apesar das condições climatéricas adversas, registou-se algum movimento na Piscina. Não estava assim tanto frio.

E cheguei finalmente a casa depois daquela emocionante aula a que fiz referência no início deste tópico. Estava confortável a ouvir o relato de mais um jogo em que o Glorioso ganhou.

O Benfica venceu o Estrela da Amadora na Reboleira por 0-1. O golo foi marcado por Petit. Já é o terceiro golo consecutivo que o médio encarnado marca. Tudo golos decisivos. Parece estar em excelente forma.

Em excelente forma também parece estar o meu subconsciente. Vejam o próximo capítulo da saga do meu blog!

Situação do dia:
No autocarro (para não variar) não sabia onde me havia de sentar. Por incrível que pareça, houve gente que ocupou os bancos de forma descarada. Num banco, uma mulher espalhava facturas e documentos que eu depreendi que eram para o IRS. Parecia que estava em casa dela, a criatura. Era demais! Noutro banco em frente jazia uma carteira de senhora. Não sei se era da mesma pessoa. Se era, era mesmo uma falta de respeito para com os outros passageiros a ave rara estar a ocupar todos os bancos do autocarro a ordenar documentos para fazer o IRS. Não sabia ter feito isso em casa?!!!

Bacorada do dia.
“Data de Nascimento: Acho que é 25 de Outubro.” (A memória já não é o que era.)

Correndo e voando

Fiquei em Coimbra a passar o fim-de-semana por causa das provas de Atletismo. Já se sabia que iria ficar a dormir até não poder mais. Se calhar até muito perto da hora de começar o Futebol.

Realmente é a dormir que há mais acção e se passam as melhores cenas no nosso subconsciente. Num domingo em que nada de especial se passa, resta a esperança de me poder lembrar dos sonhos e de eles poderem ser o que há para contar neste texto para hoje.

De facto assim aconteceu. Passo a contar toda a azáfama de sonhos que tive durante todas aquelas horas que passei a dormir.

Corria atrás do comboio que ia para Miranda do Corvo. Ia cheia de medo. Tinham dito que recentemente tinha ali morrido uma pessoa colhida pelo comboio. Mesmo assim continuava a correr. A corrida foi em vão, pois não consegui apanhar o comboio.

Não sei porque carga de água voava agora sobre campos muito verdes. Sentia uma certa liberdade. Estava bastante feliz.

Não sei onde estava. Só sei que queria dormir e as minhas colegas do Náutico estavam-me a fazer cócegas. Era demais. Eu já me estava a começar a enervar com elas. Mandava-as embora mas elas voltavam.

Enfim, sonhos para darem um outro colorido a um dia de Sol em que nada mais se iria passar. Que seca!

No Futebol, a Académica deslocou-se a Vila das Aves para defrontar a equipa local. O resultado saldou-se num empate a duas bolas. Nesse jogo Alexandre acabou por ser expulso.

Na Liga de Honra há a registar uma lesão gravíssima do jogador Pedro Moreira do Penafiel. Pensa-se que terá mesmo fracturado uma perna. O incidente deu-se na sequência de um choque entre o defesa penafidelense e um outro jogador do Varzim. O árbitro não foi de modas e expulsou os dois jogadores, provavelmente por ter considerado jogo violento de ambos.

Nada mais se passou neste domingo em que escrevi alguns textos para o meu blog que já anda cada vez mais desactualizado.

Se a semana em termos de texto começou com sonhos, é assim que vai continuar durante a semana. Uma semana marcada pelo oculto e pelo subconsciente.

Situação do dia:
O jogo entre o Gil Vicente e o Gondomar viu o seu início ser retardado por alguns minutos. O relvado havia sido invadido por um pequeno cão negro que teimava em não se ir embora.

Bacorada do dia.
“ABS é uma trombose, não é?” (Santa ignorância!)

Correndo e voando

Fiquei em Coimbra a passar o fim-de-semana por causa das provas de Atletismo. Já se sabia que iria ficar a dormir até não poder mais. Se calhar até muito perto da hora de começar o Futebol.

Realmente é a dormir que há mais acção e se passam as melhores cenas no nosso subconsciente. Num domingo em que nada de especial se passa, resta a esperança de me poder lembrar dos sonhos e de eles poderem ser o que há para contar neste texto para hoje.

De facto assim aconteceu. Passo a contar toda a azáfama de sonhos que tive durante todas aquelas horas que passei a dormir.

Corria atrás do comboio que ia para Miranda do Corvo. Ia cheia de medo. Tinham dito que recentemente tinha ali morrido uma pessoa colhida pelo comboio. Mesmo assim continuava a correr. A corrida foi em vão, pois não consegui apanhar o comboio.

Não sei porque carga de água voava agora sobre campos muito verdes. Sentia uma certa liberdade. Estava bastante feliz.

Não sei onde estava. Só sei que queria dormir e as minhas colegas do Náutico estavam-me a fazer cócegas. Era demais. Eu já me estava a começar a enervar com elas. Mandava-as embora mas elas voltavam.

Enfim, sonhos para darem um outro colorido a um dia de Sol em que nada mais se iria passar. Que seca!

No Futebol, a Académica deslocou-se a Vila das Aves para defrontar a equipa local. O resultado saldou-se num empate a duas bolas. Nesse jogo Alexandre acabou por ser expulso.

Na Liga de Honra há a registar uma lesão gravíssima do jogador Pedro Moreira do Penafiel. Pensa-se que terá mesmo fracturado uma perna. O incidente deu-se na sequência de um choque entre o defesa penafidelense e um outro jogador do Varzim. O árbitro não foi de modas e expulsou os dois jogadores, provavelmente por ter considerado jogo violento de ambos.

Nada mais se passou neste domingo em que escrevi alguns textos para o meu blog que já anda cada vez mais desactualizado.

Se a semana em termos de texto começou com sonhos, é assim que vai continuar durante a semana. Uma semana marcada pelo oculto e pelo subconsciente.

Situação do dia:
O jogo entre o Gil Vicente e o Gondomar viu o seu início ser retardado por alguns minutos. O relvado havia sido invadido por um pequeno cão negro que teimava em não se ir embora.

Bacorada do dia.
“ABS é uma trombose, não é?” (Santa ignorância!)

Wednesday, March 12, 2008

Race in Coimbra, mar 17 2007





























Não posso fazer milagres mas...

Tal como seria de esperar, o texto de hoje não poderia ter outro tema que não fosse o Atletismo e a minha prova.

Estava um belo dia de Sol e a temperatura era bastante agradável para a prática do Atletismo, especialmente para provas de velocidade.

Eu adoro quando a temperatura está mais elevada. Com frio não gosto de correr. O ideal para mim é estar algum calor mas o tempo estar nublado. Tinha calor e Sol a brilhar. Era com essas condições climatéricas que tinha de correr.

Era mais uma jornada de provas organizadas pelo INATEL de Coimbra. Encontravam-se a competir os atletas habituais neste tipo de competição. Muitos atletas veteranos marcavam presença. Parece que vão haver provas internacionais brevemente e eles esforçam-se para conseguir mínimos.

Uma atleta veterana de Coimbra caiu durante uma prova de lançamento do dardo- salvo erro. Parece que fracturou um braço. Foi mesmo pouca sorte!

Mais sorte iria ter eu. Sentia-me realmente bem. Estava muito calor na pista quando eu estava a fazer o meu aquecimento. Isso era muito bom! Tinha todas as condições reunidas para fazer um bom resultado. Além disso, nos 100 metros o Sol não bate naquela zona da pista e não me prejudica.

E eis que a Atleta Número 809 se prepara para a sua memorável prestação nos 100 metros. A seu lado seguem alguns corajosos atletas veteranos que se vão esfolar para conseguirem mínimos para algo. Todos são atletas masculinos, uns mais velhos, outros mais novos.

Na pista ao lado segue o atleta com quem eu vou travar o duelo do dia. Um duelo com dois rounds. É dado o tiro de partida para os 100 metros. A Atleta que veste de negro e enverga o dorsal 809 bem se esforça por se aproximar do atleta que corre a seu lado. Bem lhe tenta chegar, empenha-se, mas falta força explosiva e velocidade. Não admira, por mais que eu treine, acaba sempre por faltar algum trabalho de ginásio que estou impedida de fazer por causa dos olhos. Mesmo assim tento dar o meu melhor. Se fosse antigamente, lutaria palmo a palmo por cada milímetro, por cada centésimo com aquele atleta. Se não lhe ganhasse, ficaria muito perto de o conseguir. Enfim, sei que não posso fazer muito mais que isso. Contento-me em ainda poder fazer alguma actividade desportiva.

O resultado ficou abaixo do esperado- 19.96. mesmo assim consegui melhor que no ano passado. Falta-me explosão. Em certos momentos ainda me falham as pernas. Falta-me trabalho de ginásio.

Nos 400 metros haveria de fazer melhor. Seguramente! Não se exige tanta força bruta nas pernas e as indicações que tenho, segundo o treino da passada terça-feira, não irei ter grande dificuldade em baixar de 1.40 minutos que fazia o ano passado.

Na pista ao lado da minha seguia novamente o atleta com quem travei um interessante duelo na prova anterior. Como iria ser desta vez?

Pedi a uma colega que fotografasse a minha prova. Ainda bem! Iria ser o momento do dia.

Ia na pista 1. Os outros partiriam mais à frente. Foi dado o tiro de partida. O facto de ir na primeira pista teve a vantagem de não me preocupar com o Sol e com os riscos na curva. Bastava seguir junto à relva.

Cheguei a correr durante alguns minutos com o outro atleta em vista, mas ele tinha mais resistência e acabou por fugir. Continuei a dar o meu melhor. O resultado foi como eu esperava: 1.37.59 minutos.

Estava contente! Não defraudei as minhas expectativas. Quando isso acontece fico nas nuvens. Foi nesse estado de espírito que fui tomar um merecido banho. Mal sabia eu a peripécia que iria viver no balneário. Já lá iremos...

Como me portei bem, acabei por ir à Worten comprar alguns CD’s. Andei por lá a ver se já tinha algum CD igual àqueles do Zezé Di Camargo & Luciano. Afinal não eram iguais. A história dos chinelos continuava a intrigar-me.

Cheguei a casa com a noção de dever cumprido. Estava feliz com a minha prestação. Fazer mais é impossível com o actual estado de coisas, mesmo assim faço de tudo por dar o meu melhor.

Parece que não me levantei cedo. Nem devia! Quando há provas tento descansar o mais possível para me apresentar na máxima força.

Este dia 17 de Março de 2007 ficaria ainda marcado por um escaldante Porto-Sporting. Até aí tive sorte. Apesar de quase parecer impossível, os leões acabaram mesmo por vencer. O golo foi apontado pelo chileno Rodrigo Tello na cobrança de um livre. Para o Benfica este resultado acabaria por ser também uma vitória.

E terminou assim mais um espectacular dia que me correu extremamente bem. Apenas uma pequena coisa me intrigava: o que aconteceu aos meus chinelos? Eu tinha uma ideia...

Situação do dia:
Ia bastante satisfeita para o balneário. A jornada havia corrido extremamente bem. No interior do balneário alguém tomava banho. Era...um homem que imediatamente se desculpou pelo facto de o balneário não ter indicado se é masculino ou feminino. Insensível a desculpas, imediatamente lhe ordenei para ir para o balneário ao lado. Esse sim é que era o dos homens. Ele acatou a ordem. Enrolado numa toalha em tons de encarnado, pegou apressadamente nas suas coisas e fez como eu lhe indiquei. Com toda essa situação embaraçosa, nem reparei se ele estava calçado ou descalço, muito menos na cor dos chinelos que trazia. Quando fui para tomar banho, constatei que os meus chinelos haviam desaparecido. Tinha quase a certeza que os tinha trazido e que os tinha colocado em cima do banco junto ao meu saco de equipamento. Mesmo assim, como tinha de ir levar o saco a casa, ainda fui ver se por acaso os lá tinha deixado. Não estavam em casa. Tinha a certeza a noventa por cento que os tirei e deixei em cima do banco. Imediatamente depreendi o que se tinha passado: o atleta que eu apanhei a tomar banho no balneário feminino calçou-os para desenrascar. Se eu não tivesse aparecido, provavelmente ele seguiria a sua vida e deixaria os chinelos no mesmo sítio. Como saiu apressado, levou os chinelos calçados. Sendo assim, eles apareceriam mais tarde. Ninguém quereria roubar uns chinelos tão velhos e tão sujos que chegam a estar nojentos. Fui ter com o segurança do Estádio que me conhece bem e alertei-o para que, se lhe viessem entregar uns chinelos azuis, eles eram meus e eu recuperá-los-ia na próxima terça-feira quando viesse treinar. Contei-lhe o sucedido no balneário e que, provavelmente aquele rapaz os tivesse levado calçados. Vão ver que eu estava coberta de razão. Tenho de montar um consultório. Posso dizer que os meus ranhosos chinelos vão aparecer.

Bacorada do dia:
“Estou a tirar o tempo do vento.” (A medir a intensidade do vento.)