Thursday, December 31, 2015

Um ano passado



Este é o último post de 2015. Começamos então por recuar no tempo. Já é tradição o Benfica jogar com o Nacional para a Taça da Liga mas no ano passado terá sido especial. Foi quando reparei no Saleh Gomaa que jogava pelos insulares.

Há um ano atrás a noite era fria. Sporting e Porto tinham jogado antes do Benfica e eu esperava que algum desses jogos desse na televisão. Estava a falar com uma colega minha pelo Facebook usando o telemóvel e fiquei com as mãos dormentes de tanto frio que estava. Vendo que o jogo do Glorioso SLB não dava na televisão, meti-me debaixo das cobertas para ouvir o relato pela Antena 1.

Há um ano atrás, Jorge Jesus ainda era o nosso treinador. Maxi Pereira ainda envergava a nossa camisola e…o Saleh Gomaa era o Jogador Número Dez do Nacional e sempre jogava bem contra o Glorioso SLB- equipa que esteve por duas ocasiões interessada nele.

Há um ano atrás, tal como esta noite, Cristante joga a titular no meio-campo do Glorioso SLB e Nuno Matos volta a relatar o jogo, como bem sabe, para a Antena 1. Há um ano atrás, todo o Portugal futebolístico se admirou de uma jornalista egípcia estar a apresentar as notícias com uma camisola do Nacional vestida. Nuno Matos alertou o Aly Ghazal para a responsabilidade que era agora estar a jogar num clube europeu mas o responsável por aquilo tudo era outro- Saleh Gomaa. Era a camisola dele que a jornalista envergava.

Há um ano atrás, tal como esta noite, o Benfica venceu o Nacional por 1-0.

Há um ano atrás foi assim:

Hoje é como passo a relatar aqui.

A noite está agitada lá para os lados do Dragão. Não está frio mas naquelas imediações o ambiente ferve. O Porto perdeu com o Marítimo por 1-3 e lenços brancos foram avistados das bancadas para Lopetegui. As assobiadelas eram ensurdecedoras, especialmente quando Alex Soares apontou o segundo golo dos insulares.


Benfica e Sporting jogavam quase em simultâneo. Havia que acompanhar os dois jogos.

O Nacional começa, desde logo, por criar perigo.

Já é a segunda vez que o Carcela rema à baliza.

O Sporting marca em Alvalade ante o Paços De Ferreira por Aquilani.

Lindelof vê o cartão amarelo por entrada mais dura. É o primeiro do jogo.

Para quem foi agora o cartão amarelo?

Lisandro vê o cartão amarelo por falta sobre João Camacho que já se esgueirava com perigo.

Carcela falha um golo quase certo.

O cartão amarelo foi agora para Nuno Campos por falta sobre Carcela.

Gustavo cria perigo.

Nuno Sequeira também viu o cartão amarelo por falta sobre Sílvio que hoje é o capitão de equipa. Ele merece. É um grande benfiquista. Tenho uma grande simpatia pelo Sílvio. Para além de fazer anos no mesmo dia que eu, é alguém que sente a camisola que veste e dá sempre tudo o que tem e o que não tem em campo.

O jogo vai empatado para intervalo a zero.

Em Alvalade ainda se joga a primeira parte e o Paços de Ferreira empata de livre por Christian.

Ederson nega o golo ao Nacional.

O Nacional volta a criar perigo.

Jonas já faz ali das suas. Ele que entrou há pouco.

Soares falha um golo quase certo.

GOOOOOLOOOO JIMENEZ! Estava já a desesperar.

Ainda há tempo de Sílvio ver o cartão amarelo.

Tal como há um ano atrás, o Benfica venceu por 1-0. Tal como o ano passado, o Nacional deu luta.

De referir que o Sporting venceu o Paços De Ferreira por 3-1.

Wednesday, December 30, 2015

“O Céu Existe Mesmo” (impressões pessoais)



Este terá sido o livro que terá dado origem a uma vaga de interesse por experiências de quase-morte, questões espirituais e outras coisas do género. Por acaso eu sinto essa curiosidade por esses temas mesmo desde tenra idade e li outros livros sobre este assunto antes de ler este.

Já tenho aqui dissertado longamente sobre este tema. Quem acompanha o que eu escrevo, sabe que gosto de falar sobre estas coisas e cada vez tento descobrir mais. É reconfortante para as pessoas saberem que há qualquer coisa do outro lado, um outro mundo, uma outra dimensão, por assim dizer. A prova disso é simplesmente o facto de se sonhar. Não vamos mais longe porque terão sido poucas as pessoas que vivenciaram uma experiência como a que viveu este menino nos Estados Unidos.

Há quem simplesmente consiga sair do corpo, não ir ao Céu, mas ficar por ali bem perto. Aconteceu comigo em duas ocasiões. Ambas enquanto dormia. Estão ambas aqui relatadas. Uma delas ocorreu numa altura em que estava até bastante triste e isso deu-me um novo alento. Não fui ao Céu, simplesmente fui para o meio da rua a horas mortas da noite. Nunca mais me hei-de esquecer.

Já muito se tem dito e escrito sobre estas experiências. Há quem as veja à luz da sua Fé, como é o caso desta família, mas há quem encontre ou tente encontrar explicações mais científicas. Não estou a par dos progressos nesta área mas penso que é difícil chegar a uma conclusão quanto a esta matéria que a mim tanto me atrai.

De uma coisa tenho a certeza: algo há para além da nossa existência física e isso reconforta-me bastante.

Tuesday, December 29, 2015

“A Espia Do Oriente” (impressões pessoais)

Só mesmo um escritor português para inventar uma história em que o protagonista principal é um espião português…resultante de um obscuro projecto de clonagem de um cientista russo.

Nuno Nepomuceno narra-nos a aventura de André em busca dos documentos que desmistificam a sua origem. Só há pouco tempo soube que não era filho biológico dos seus pais- dois espiões também.

Parece que este é o segundo livro de uma trilogia mas eu não li o primeiro e não sei como vai fazer o escritor nacional para continuar a obra. Sempre estou curiosa por saber. Talvez por ainda ter continuação, este livro tenha acabado da forma que acabou.

Ao longo da história, André conta com a ajuda de China Girl que é filha do seu chefe e uma mulher chinesa. Ambos enfrentam a Dark Star – a organização mafiosa do irmão do cientista que o criou e que também corre atrás dos estudos que deram origem à criação de André para fins obscuros. Juntamente com estes dois grupos, corre por fora uma terceira organização da qual ainda há pouca informação. Talvez no próximo livro eles apareçam.

Já começam a haver bons escritores portugueses na literatura de suspense, embora este se perca muito nas descrições, o que por vezes corta um pouco o interesse à obra. É um defeito dos escritores latinos.

Também há a destacar Jaime que é, por assim dizer, um baldas à portuguesa e sempre deixa o seu charme nos locais onde vai…pela negativa. As cenas em que ele participa deviam sempre ser acompanhadas de música cómica.

Ah, ressalte-se o facto de André ser do Benfica.

Se realmente esta aventura vai continuar, estou curiosa por saber como.

“A Biblioteca Das Sombras” (impressões pessoais)



E se um livro, de repente, fosse usado como uma arma poderosa e até mortífera? E se houvesse alguém com obscuros poderes que conseguisse ouvir ou até influenciar a nossa leitura?

Daqui parte a história de Jon que, depois da morte do pai, se vê envolvido num mundo misterioso que ele nem fazia ideia que existia, tão absorvido que estava na sua carreira de advogado. A loja de livros antigos do seu pai é o ponto de partida para uma mudança radical na sua vida. Ele descobre ter poderes quando decide passar a fazer parte dos Lectores- uma sociedade secreta composta pelas pessoas que possuem poderes de ouvir e influenciar o que alguém está a ler.

A aventura leva-o até…ao Egipto (é incrível como tudo vai dar lá!) onde na nova biblioteca de Alexandria tem uma missão obscura para cumprir usando os seus poderes acima da média.

Há que realçar a imaginação de Mikkel Birkegaard que teve a ideia de fazer do livro mais do que um objecto de prazer e de enriquecimento cultural. Muitas vezes estava a ler e ia pensando se estava alguém a ouvir-me a ler ou a influenciar-me, enviando as imagens que sempre me vão surgindo quando leio e que por vezes me fazem imaginar como adaptaria eu o que estou a ler a televisão, teatro ou cinema.

Grande obra! Recomendo a todos os que, tal como eu, gostam de ler.

Valentim no MEO Arena



Por estas alturas, a conceituada casa de espectáculos portuguesa estará já repleta de concertos e outros eventos, não havendo lugar para um Valentim qualquer espalhar o seu charme. Para dizer a verdade, nem é ele o protagonista principal deste meu sonho. Houve alguém que deu espectáculo…e não foi dos mais agradáveis.

Mais uma vez, na sala de concertos estavam amigos meus de várias proveniências, desde caminheiros, até malta da ACAPO. Todos estavam ali, com maior ou menor histeria, para assistir ao concerto do cantor romântico do momento- Valentim. Terá sido mesmo Tony Carreira a lançar mais esta voz da música nacional que agora fazia toda a gente suspirar, especialmente as mulheres com um tipo de romantismo típico das grandes vozes da América Latina.

O ambiente na sala estava tão quente, que muitas pessoas se puseram mais à vontade. Já se tinha comido muito, bebido ainda melhor e o elam que o cantor transmitia convidava a toda a gente se abrir para ele, digamos assim. Aquilo já parecia mesmo um bacanal, imagine-se. Eu já andava nua da cintura para cima, imagine-se também. Que espectáculo!

Houve um amigo nosso que, apesar de as músicas não serem muito ritmadas, andou por lá a pular que nem um doido. Já tinha bebido bastante. A certa altura, sentou-se junto à mesa, apoiou os cotovelos nos joelhos e baixou a cabeça num claro sinal de que não se estava a sentir bem.

Houve mais gente a aperceber-se de que algo não estava bem com ele. Logo acorreram pessoas para lhe prestar socorro. Por essa altura, já ele se tinha deitado mesmo no banco de madeira. Eram cada vez mais as pessoas que entretanto iam ver o que se estava a passar. Na sala havia muita gente.

Foi então que ele vomitou violentamente. Jorros de vinho tinto saíam da sua boca. As pessoas corriam para a rua. Eu também corri, esquecendo-me que estava quase nua. Ainda tentei apanhar a minha camisola parra vestir mas já me deviam ter visto.

Entretanto tinham chamado a ambulância para o levar ao hospital mas ele recusou. Ergueu-se de onde estava e, ainda a cambalear, retomou a dança louca que aquelas músicas românticas não pediam.

O despertador tocou. Já eram horas de acordar e deixar a loucura para outras ocasiões.