Sunday, January 28, 2007

Ó mãe, olha ali o Mong!


Acordei e desliguei a televisão. Não sei precisar que horas eram, mas estive longo tempo acordada a pensar na minha vida e em coisas que me vinham à ideia e que faziam com que estivesse largo tempo acordada.

Não gosto de passar largo tempo acordada depois de já ter dormido. Normalmente isso dá origem a algo estranho que eu nem sei como caracterizar. Desde pequena que é assim.

Aqueles sonhos (se é que podem ser chamados assim) decorrem de uma forma muito especial. Na maioria das vezes são passados exactamente no sítio onde nós estamos deitadas. Dá a sensação de que vemos ao pormenor todos os objectos que temos no quarto. Durante esse período colocamos em dúvida se estamos acordadas ou a dormir. Temos controlo sobre os nossos actos, mas tudo nos faz arrepiar. É como se levássemos uma espécie de choque. Algo que nos oprime.

Nessa noite era alguém que me estava a puxar a roupa da cama. Tive a sensação que berrava alto e que mandava a criatura para onde não devia. Durante essa fase, também pensei (porque pensamos tal e qual como se estivéssemos acordadas) que a minha senhoria tivesse ouvido alguma coisa e tivesse perguntado o que era. Acordei. Estava tudo sossegado.

Passado pouco tempo adormeci novamente e aí sai completamente do local onde eu estava. Foi um sonho normal, portanto. Vinha do lugar com a minha mãe. A noite já caía. Estava até agradável de se andar na rua. Quando cheguei junto à porta de minha casa, olhei para o outro lado da estrada. Nem queria acreditar! Com a cabeça toda esborrachada e envolto numa poça de sangue, o gato Mong jazia morto no asfalto. Eu exclamei:
-“Ó mãe, olha ali o Mong!”
A minha mãe chorava. Tudo se transformou num mar de dor. Acordei e suspirei de alívio. Depois de acordar, lembrei-me que a minha mãe nem teria assim tanta pena daquele gato. Ele é uma peste!

Por acaso junto à janela do meu quarto alguém falava nos gatos que andam por lá e que são pretos como o Mong. Uma neblina fazia-se sentir, mas o dia haveria de ser de Sol e de calor. Um calor algo estranho.

Os automobilistas não aprendem a andar devagar na estrada. Houve um carro que travou mesmo em cima da passadeira. É demais! Também vinha um homem de bicicleta a toda a velocidade por cima do passeio.

Já embrenhada no trabalho, ouvi vindo da rua o som da música “Vestido Azul” da Floribella.

Estranhei ver tão pouca gente na cantina a almoçar. As mesas voltaram a ser mudadas de sítio. Depois lembrei-me que era dia da Latada. Nem quando andava a estudar queria saber da Latada, quanto mais agora. A Latada é para os caloiros.

Como a escola estava deserta, encontrei o meu antigo professor de Informática.

Findo mais um dia de trabalho, fui treinar à pressa. Tinha também umas ligeiras cólicas de passar todo o dia sentada. O treino nem foi registado.

O Sporting jogou com o Bayern de Munique e empatou a zero. Podia ter ganho se Liedson não tivesse sido enganado por um apito que veio das bancadas no preciso momento em que ele se encontrava só com Oliver Kahn pela frente.

Foi a ver o “Um Contra Todos” que adormeci. Iria saber bem aquele feriado!

Situação do dia:
Uma senhora aproveitava o bom tempo para levar o seu cão a passear. Eu achei piada ao cão e assobiei-lhe. Ele fugiu à dona. Foi um pretexto para ela desenferrujar as pernas e começar a correr atrás do cão.

Bacorada do dia:
“Tinha o mesmo cabelo que tu.” (Sempre há cada coisa!)



De autocarro até Dakar


Já se fazem os preparativos para mais um Lisboa- Dakar. Os pilotos treinam arduamente para aguentarem as agruras do implacável deserto africano, as máquinas são meticulosamente afinadas e uma vasta equipa trabalha com afinco para que tudo corra sobre rodas.

Este ano, o evento contará com uma novidade. Pela primeira vez na sua história, a mais prestigiada e mais dura prova de todo o terreno terá uma variante muito especial: a categoria autocarro. Se preferirem, a categoria choça velha que já não serve para nada a não ser para passar vergonha.

Segundo consegui apurar, a ideia partiu de dois holandeses que estão dispostos a atravessar o deserto africano de autocarro. Era o sonho de cada um deles participar numa prova dessa importância, por isso não desistiram e resolveram empenhar-se a fundo nos seus intentos.

O autocarro veio directamente da Transdev Centro. O veículo em questão costuma avariar e deixar ficar mal o motorista que o conduz e os passageiros que sofrem grandes transtornos por causa das constantes avarias daquela camioneta.

Numa sexta-feira já do longínquo ano de 2005, duas senhoras lamentavam-se ao condutor pelo facto de terem vindo naquela camioneta que deitava fumo pelo tejadilho e fazia com que os outros veículos parassem e buzinassem de forma estridente. As passageiras chegaram mesmo a sugerir que quando voltasse a acontecer a mesma coisa, nem deveriam de ser cobrados bilhetes para compensar a vergonha passada ao longo de todas as localidades por onde a camioneta passou. As senhoras foram mais longe e disseram que aquela cena era digna de noticiário televisivo.

Fartos de ouvir as queixas dos passageiros e sem saber que rumo dar ao autocarro, os responsáveis da Transdev Centro optaram por dar a viatura àqueles dois interessados em a fazer desaparecer algures pelo deserto.

Os responsáveis pela organização do Lisboa-Dakar ofereceram uma quantia simbólica que foi muito mais do que valia, realmente, aquele autocarro e empenharam-se a fundo para conseguirem que o veículo esteja pronto a partir juntamente com a caravana no dia 6 de Janeiro de 2007.

Patrocínios não faltam para ajudar os jovens nessa primeira participação numa prova com a envergadura do Lisboa-Dakar. Algumas empresas de fabrico de medicamentos e produtos que valorizam o bom funcionamento do sistema digestivo digladiam-se para obterem o seu nome inscrito no autocarro branco e verde que será pintado com outras cores.

Garantido está já o patrocínio daqueles comprimidinhos que, por acaso, também já patrocinaram o “Contra Informação” para acabar com a diarreia. A famosa marca irá fornecer aos participantes um stock de material que está armazenado desde há uma série de anos, do qual se pretende libertar. Também está prevista a entrega de um montante em dinheiro não especificado.

Um dos participantes nesta louca travessia do deserto afirmou mesmo estar ansioso que a prova comece. Questionado sobre os eventuais riscos daquela missão, o caramelo sempre foi dizendo que não era a primeira vez que estava em território africano e que vivia uma aventura.

O “Toupeira” irá acompanhar a par e passo as aventuras dos dois jovens pelos terrenos arenosos até Dakar. Isto se até lá me calhar o Euromilhões!

A manhã estava nublada. Iria chover outra vez? Para já só ameaçava.

Adormeci a sono solto na camioneta. Num instante já tinha chegado a Coimbra. E se eu me tivesse deixado ir até à Portagem? Azar!

Tive logo de me chatear de manhã. No passado Sábado tinha havido nas instalações da ACAPO uma Assembleia que foi uma vergonha, com pessoas a partirem para a ofensa pessoal em vez de discutirem o que realmente interessava. A técnica queria falar comigo, não sei já sobre que assunto. O que é certo é que me estragou o dia falando-me do pessoal de Lisboa.

E dizia ela para eu não lhes chamar nomes, nem os tratar mal. E eles trataram-me bem? Se não me tivessem feito o que fizeram eu não lhes chamava nomes. Eu não sou da laia deles que vêm aqui para Coimbra insultar os outros.

De lágrimas nos olhos fui para a rua com destino à Académica. Podia ser que o ambiente lá me ajudasse a esquecer as coisas de que me fizeram lembrar. Alunos do Ensino Secundária organizavam uma manifestação e queriam à força (e à custa de ameaças e palavrões) que os colegas aderissem.

Não havia ninguém no gabinete. Ainda bem que ninguém me viu assim! Não havia nada pendente. Como ia ter teste de Holandês nessa tarde, resolvi estudar um pouco e esquecer tudo o que me atormentava.

Depois de ter ainda adiantado umas perguntas para a parte da tarde, fui almoçar. Levei o guarda-chuva para a cantina, mas devia ter levado os óculos de Sol. Foi um erro de cálculo.

Na cantina havia uma discussão por causa de tigelas da sopa enquanto se partiam copos. Estranho, no mínimo!

Todos os bocadinhos de tempo que eu tinha livres eram aproveitados para estudar. Assim passei a tarde. Antes de fazer o teste voltei a ouvir uma conversa que me fez, novamente, recordar os problemas que tenho. Uma colega minha queria que eu fosse pedir à professora para ir com ela à Holanda. Eu sempre lhe fui dizendo que não tinha coragem para isso e que as pessoas que provocaram toda esta situação é que a deveriam emendar. As pessoas de fora não têm culpa das barbaridades cometidas por aquelas pessoas que não têm dignidade para com seres humanos. Depois admiram-se de eu lhes chamar nomes. Eles mereciam muito mais do que chamar-lhes nomes. Haviam de pagar por o que me estão a fazer sofrer.

O teste correu-me bem. Eu achei que era fácil.

Em casa a minha senhoria tinha uns frutos esquisitos que lhe tinham dado (ver foto). Pareciam ouriços e ninguém sabia como se comiam.

Estava cansada e adormeci com o debate sobre o aborto como pano de fundo.

Situação do dia:
Estava na casa de banho a fazer um strip enquanto pensava distraidamente nuns holandeses. Assustei-me porque não estava a contar que abrissem a porta. Bem, não estava propriamente a fazer strip. Apenas tirei uma camisola.

Bacorada do dia:
“Não sou propriamente um ex libris em matéria de treino.” (Um quê?!!!)

Mexidas

No Ciclismo vive-se agora uma época em que nada de especial se passa. Bem, as mexidas nas equipas e os lamentáveis dossiers sobre doping ainda marcam a actualidade.

Na Rabobank dava-se conta de mais uma mexida. Desta vez nada de grave se passou com nenhum ciclista. O nosso Huub Duyn foi para uma equipa dos Estados Unidos tentar a sua sorte. Para o seu lugar foi contratado Thomas Berkhout que alinhava na Van Vliet e que, certamente, não estava a contar vir a vestir de laranja e azul na próxima época.

Que pena! Se eu este ano voltar a estar com o pessoal da Rabobank, já lá não estará o Huub Duyn que é bastante simpático. Resolvi ir à procura de notícias sobre ele e descobri que ele tem um site. O problema é que agora vai ter o trabalho de alterar o fundo. È que as cores base do site eram o azul e o laranja.

Seja como for, aproveito para lhe desejar a melhor sorte do Mundo para a nova etapa da sua carreira. Resta-me acompanhá-lo na medida do possível e esperar que ele um dia regresse à nossa equipa.

Quem também mudou de equipa foi o nosso amigo Robert Hunter. O sprinter sul-africano que já vestiu a camisola da Rabobank irá representar a Barloworld em 2007.

Mas nem só de Ciclismo viveu aquela madrugada. Por curiosidade andei a tentar saber mais sobre alguns cantores holandeses mais ou menos conhecidos. Estava a divertir-me ao tentar compará-los com cantores cá do nosso burgo. Existe o José Malhoa da Holanda (Wolter Kroes) que canta músicas que o daqui costuma cantar. Ainda não chegou ao “Aperta, aperta com ela”. A propósito, como é que se dirá isso em Holandês? Existe ainda lá um cantor (Koos Alberts) parecidíssimo com o falecido Dino Meira, só que ainda é vivo.

Há outros cantores lá que não têm comparação possível com cantores daqui. Também não devo lá ter encontrado ninguém que se compare ao nosso Quim Barreiros. Se calhar o que aqui resulta, lá não passa de uma inofensiva e inocente canção como as outras.

Nem tudo correu bem naquela noite. Não tive tempo de ligar o computador mais cedo e isso reflectiu-se depois. Por uma vez ficou sem som e por outras duas bloqueou mesmo. É o que faz passar a semana sem fazer nada!

Era um Domingo de Futebol em que eu normalmente aproveito para descansar um pouco. Parece que a jornada foi fértil em lesões complicadas um pouco por todo o lado.

Também fiz um treino rápido de bicicleta só de 46.22.53 minutos. O tempo de que dispunha era muito escasso.

O gato Léo andava a tentar galantear a gata Feijoa. Ela não foi na conversa e pareceu querer dizer: “Mau, mau!”.

O computador andava novamente insuportável não sei porquê. Tive de o reiniciar para ele ficar em condições.

E assim se passou mais um fim-de-semana. Como é que eu me fui esquecer da estreia do “Gato Fedorento”?

Situação do dia:
Ao tirar um café com a máquina lá de casa, reparei que algo estranho se passava. Fiz um enorme sacrifício para beber aquele café que não era mais que água suja a que juntei açúcar. Quando foi a lavar a loiça, a minha mãe não encontrava a peça de coar o café e pensou que estivesse encravada e não saísse. Só depois de muitas tentativas é que constatou que tinha trado o café sem coador. Eu sou demais!

Bacorada do dia:
“Havia jogadores em posição posicional.” (Já são 110 as posições!)

Adivinhem quem derrotou a Briosa!

Até parece castigo! Já aqui tive oportunidade de dizer neste blog que engracei com um jogador polaco que faz parte do plantel da União de Leiria. Na semana que antecedeu o jogo entre os leirienses e a Briosa também calhou em conversa eu manifestar a minha simpatia por esse mesmo jogador.

Mal sabia eu que esse jogador me iria fazer uma desfeita daquelas. Com dez jogadores do Leiria que estavam em campo (se contarmos que o guarda-redes normalmente não marca golos) logo tinha de ser ele a marcar os dois golos com que a Académica perdeu o jogo.

Não tenho sorte nenhuma. Esperava mais uma vitória da Académica para me dar ao gosto de a equipa vencer durante aquele tempo em que eu lá estava a trabalhar. Veio aquele “caramelo” e teve de me estragar os planos. Estou de rastos!

Para agravar ainda mais as coisas, diz a crítica que Milos Pavlovic (porque é que não foi também outro qualquer?) e outro jogador que agora não me recordo foram os responsáveis pelo primeiro golo do Leiria. O outro foi Sougou e outro ainda foi Slusarski que finalizou a jogada com êxito. Tirem-me daqui!

Sougou estava a ser uma dor de cabeça para os defesas academistas, mas terminou ele próprio o jogo com uma enorme dor de cabeça. O jogador africano foi mesmo obrigado a deslocar-se ao hospital após um lace fortuito com um nosso defesa.

Segunda-feira já vou ouvir bocas. Posso desde já preparar-me. Aquele raio daquele polaco tinha de fazer dois golos contra a Académica. Que vida a minha! Podia ter torcido um pé antes do jogo para não jogar contra a Briosa. Podia ter ficado trancado na casa de banho do balneário que assim já não fazia estragos.

Em contrapartida, para tudo me correr bem, o Pavlovic havia de estar tipo Buba ontem e aviar os leirienses com quatro golos que até se consolavam. Eu ia rejubilar!

Sábado de manhã é tempo de pegar nas coisinhas e ir para a terrinha saber as novidades que uma semana em Coimbra trouxe.

Não dormi bem de noite. Gatos à bulha com os seus gritos estridentes tiravam o sossego e impediam o sono profundo e merecido de quem passou toda a semana a trabalhar.

Estava um óptimo dia de Sol com temperatura agradável. Era o dia ideal para ir a pé para casa e aproveitar todos os benefícios daquele Sol.

Já tinha planeado que aquele Sábado seria ocupado a limpar o meu quarto. Depois ouviria o relato do jogo entre Leiria e Académica. Assim aconteceu.

Foi na altura em que estava a arrumar os tapetes que dois protestantes se abeiraram da minha porta. Queriam conversa. Antes da minha mãe me ordenar para os mandar pregar para outra freguesia, já eu os tinha despachado. Não queria conversa. Não há necessidade de as pessoas andarem a bater à porta das pessoas a angariar fiéis para as suas crenças religiosas. Se as pessoas estiverem interessadas em se converter, irão ao encontro deles e mais nada.

A minha mãe andava num dia 13 de Maio a cozer a broa e empunhava um pau com ramos secos a arder quando eles lá apareceram para lhe moer o espírito. Ameaçando-os com o pau a arder, a minha mãe mandou-os ir até Fátima “que estava lá muita gente a rezar” naquela altura. Eles correram a sete pés, tentando sair dali o mais rápido possível.

Naquele Sábado à noite havia um clássico do Futebol Português. Sem Miccoli, o Benfica deslocou-se ao Dragão para defrontar o Porto. Em jogos desta natureza, a emoção está sempre ao rubro.

Para além do resultado que se saldou numa derrota do Benfica por 3-2, o jogo ficou ainda marcado pela lesão aparentemente grave de Anderson num lance dividido com Katsouranis.

Os golos do Benfica foram apontados por Katsouranis e Nuno Gomes.

Situação do dia:
De manhã bem cedo, quando eu procurava o que era necessária para levar para casa, dei uma valente cabeçada na mesa a apanhar uma camisola que estava no chão.

Bacorada do dia:
“Fora de casa a Académica tem um bom registo: 3 derrotas.” (Depende da natureza do registo, bem como dos seus objectivos.)

Bubadeira de leão

Estava uma bela note! Não estava frio, mas também não estava calor. Em Aveiro havia um encontro de Futebol entre o Beira-Mar e o Sporting. Longe estava eu de imaginar que iria ser um jogo emocionante e dos mais espectaculares a que me lembro de assistir no Campeonato Português. Haviam de ser todos assim!

O central camaronês Buba estava a jogar pela primeira vez esta época no eixo da defesa aveirense. Segundo a crítica, estava a jogar pessimamente. Perdia lances de forma infantil e permitia que o Sporting criasse jogadas de extremo perigo. Estava uma nódoa! Estava irreconhecível! Longe estava toda a gente de imaginar que aquele seria, provavelmente, o jogo da sua vida.

Com que então Buba estava a jogar mal! Num lance de bola parada favorável ao Beira-Mar, o defesa africano antecipou-se a toda a gente e fez o primeiro golo. Já perdiam os lagartos em Aveiro. Um golo marcado pelo pior jogador em campo até ao momento.

Só marcando uma data de golos é que Buba se poderia redimir. Tarefa impossível? Apenas complicada. Ele lá ia marcando, mais uma vez. Alternava lances perigosos protagonizados por ele para a sua equipa com lances perigosos protagonizados por ele contra a sua equipa. Estava a ser esquisito!

Alecsandro e Liedson introduziram mesmo a bola na baliza do Beira-Mar, mas o lance foi anulado por fora-de-jogo.

E à segunda tentativa Alecsandro marcou mesmo o golo da igualdade para o Sporting. Ale ficou muito mal visto no lance. Pode-se mesmo dizer que o guarda-redes brasileiro ofereceu um frango ao seu compatriota.

Um bom frango tem de ser acompanhado com opulentas ameixas. Yannick entrou e fez questão de oferecer uma a...Liedson que se intrometeu no caminho da bola e levou com ela.

Já que Yannick resolveu levar as suas ameixas para Aveiro, tinha de fazer proveito delas. A segunda levou a direcção certa e colocou o Sporting em vantagem. Só que...

Buba estava sob influência de um qualquer deus africano e cometeu a proeza de marcar dois golos ao Sporting. Tratando-se de um central, era uma marca impressionante. E logo contra o Sporting.

Costuma-se dizer que Liedson resolve. O “Levezinho” colocou novamente o Sporting em vantagem. O emocionante jogo estava a escassos minutos do final. O Sporting tinha tudo para ganhar aquele jogo que já estava a ser inesquecível para Buba e para quem estava a assistir. Tomara que todos os jogos fossem assim. Muitos problemas financeiros seriam resolvidos para alguns clubes. Valeria a pena pagar bilhete para assistir a um monumental espectáculo como aquele.

Já com Jardel em campo e com o jogo já em período de descontos, o Beira-Mar beneficiava de mais um lance de bola parada. Seria a última oportunidade para a turma de Aveiro empatar o jogo. Impressionada com a presença de “Super Mário” na área, a defesa do Sporting claudicou e sofreu o terceiro golo que provocou uma explosão de alegria e emoção em todo o Estádio. Adivinhem quem marcou o golo! Buba, pois claro. Nem outro jogador do Beira-Mar seria o marcador de golos naquele jogo. O defesa africano que veio do Estoril tornou-se mesmo o melhor marcador da equipa. Se o jogo tivesse continuado, seria mesmo o melhor marcador do Campeonato.

Os repórteres da TVI não entrevistaram o herói, mas muitos jornalistas de outros órgãos de Comunicação Social se abeiravam do jogador dos Camarões para testemunharem o seu estado de espírito depois de ter feito um jogo memorável que dificilmente esquecerá.

Graças a Deus que o Sol regressou. Começava a sentir falta dele. A chuva durante muitos dias consecutivos já me estava a aborrecer. Aquela manhã luminosa sabia extraordinariamente bem.

Era um dia marcado pelas eleições no Benfica. Já há muito que se sabia que Luís Filipe Vieira iria ser novamente eleito. Nem valia a pena haver eleições quando é apenas um candidato a sufrágio.

Sabia bem andar pela rua assim com o tempo, mas o meu trabalho é dentro de um gabinete. Apesar disso, sabe melhor estar a trabalhar com a claridade que vem da rua.

Fiz mais uma entrevista a mais um jogador da Briosa que não iria ser convocado para o jogo do dia seguinte em Leiria. Rapidamente se aproximou a hora de sair e de gozar mais um fim-de-semana.

O treino realizou-se em condições óptimas. Consistiu em dar quatro voltas de aquecimento, fazer alguns alongamentos e fazer um cooper. O resultado foram quase cinco voltas efectuadas numa das pistas de fora. Faltaram-me apenas cem metros para concluir as cinco voltas. Já é bom.

Depois de mais alongamentos e de alguma ginástica concluí o treino. Teria dois dias para descansar e mais uma semana na Académica. Que pena ser apenas essa semana!

Situação do dia:
Logo de manhã tive de aturar o rato do computador da ACAPO todo desmontado e desligado do cabo.

Bacorada do dia:
“Normalmente o Sporting, por norma, dá 45 minutos de avanço para o adversário.” (Por norma, normalmente, os jogos só se vencem no final.)

Farta de chuva

Mas há quantos dias é que já está a chover? Começo a ficar passada com isto! Estou farta! Sol e tempo bom já!

Já não me lembro da última manhã em que saí de casa e pude contemplar o Sol das primeiras horas de mais um dia. Assim que acordo ouço apenas o som das gotas de chuva a cair e constato que o dia amanheceu-mais uma vez- escuro e triste.

O guarda-chuva é o meu companheiro inseparável. Na verdade, dispensava a sua desagradável companhia. Detesto trazer muita coisa a ocupar-me as mãos e agora tenho de andar todos os dias com aquele empecilho atrás de mim. Já começa a chatear!

Começa a não haver calçado que resista à chuva forte que todos os dias faz com que passe o tempo com os pés desconfortavelmente encharcados e doridos com o frio que incomoda bastante. Existem inúmeros pares de meias a secar e algum do meu calçado está agora mais pesado e desconfortável por acção da chuva que teima em não se ir embora.

O treino com a pista molhada parece que é menos produtivo. A sorte é que a chuva dá sempre algumas tréguas nesse espaço horário senão andava que não podia mais com a sua desagradável presença.

Peço encarecidamente ao S. Pedro que feche as torneiras e as janelas para que possamos ter sossego. Basta de mau tempo! Venha o Sol para que possa desfrutar dele.

Alguns sonhos curiosos marcaram a madrugada. Num primeiro sonho estava na Semana Jovem em Viseu e uma rapariga ofereceu-me um telemóvel sem mais nem menos. Realmente ando a precisar de um!

Sonhei também que estava a vestir uma camisola numa casa de banho. Com um movimento mais brusco, uma das mangas molhou-se ao mergulhar dentro da sanita. Com um ar extremamente aborrecido lá tive de lavar a camisola.

Escusado será dizer como estava o tempo. Claro que estava a chover, como sempre tem acontecido ultimamente.

Antes de me submeter às agruras do clima hostil que tem sido o prato do dia, andei desesperadamente à procura da caneta com que estava a tirar apontamentos para daí a três meses escrever então o texto.

O trabalho na Académica prosseguiu com normalidade. Tudo me está a correr bem e isso é que importa. A chuva é que me chateia bastante.

Na volta do almoço continuava a chover, claro está! Uff! Quando é que S. Pedro resolve arranjar o raio das torneiras? De volta para mais uma tarde de trabalho em que iria entrevistar mais um jogador da Briosa, ia caindo na escada que escorregava por estar molhada.

Findo mais um dia de trabalho, fui treinar. Que bom que já não estava a chover! Pude fazer trinta minutos de corrida com duas acelerações de cinco minutos. Poderia ter feito uma terceira (o que já dava quarenta minutos) mas já estava a ficar escuro. Também já estava a ficar cansada e a corrida ficou por ali mesmo. Foi um bom treino. Dei dez voltas certas numa das pistas de fora. Alguma ginástica e alongamentos deram por concluído este apronto.

Mais um dia de chuva! Se amanhã chove, eu nem sei.

Situação do dia:
Em pleno mês de Outubro ainda andava uma mosca muito chata no gabinete onde eu estava a trabalhar. Só me faltava mesmo esta para me chatear também! É que ela incomodava imenso!

Bacorada do dia:
“A Lei Seca proibia o consumo de fruta.” (No mínimo proibia o consumo de sumo de uva.)

Quando a chuva foi demais


A chuva caía com tal intensidade que me acordava em sobressalto. Aqui e ali o vento uivava de forma medonha. Estava assim instalado o caos em forma de temporal que se abateu sobre Coimbra e sobre muitas regiões do País. Os prejuízos iriam ser incalculáveis.

A manhã trouxe um cenário quase apocalíptico. A chuva persistia e as ruas eram um emaranhado de pedras, terra com poças de água enormes e profundas. O simples facto de se ter de sair de casa poder-se –ia transformar numa tormentosa aventura.

Era hora de partir para um dia normal de trabalho. No entanto, o temporal da noite anterior iria fazer com que aquele não fosse um dia como os outros. Bastou para isso o facto de a ACAPO ter metido água novamente.

Desta vez a inundação tinha outras proporções e o nível da água chegava quase ao meio da perna em alguns compartimentos. A água era muita para ser escoada com recurso a baldes, mas era insuficiente para ser retirada com recurso a mangueiras dos bombeiros.

Toda a gente arregaçou as mangas e pegou em baldes, esfregonas e serapilheiras na tentativa de retirar o que era susceptível de se deteriorar com a acção directa da água que teimava em voltar para trás quando era varrida para a rua.

Esta situação causou-me grandes transtornos. Não se podiam ligar computadores e fiquei sem fazer o trabalho de Holandês. A consulta com o psicólogo também teve de ser cancelada pelos mesmos motivos.

Visivelmente chateada saí dali e fui até à Académica. Pelo menos lá a água não teria entrado, com toda a certeza. A chuva ainda caía fortemente. Nem sabia já onde era a passadeira. Um manto castanho envolvia a estrada e algumas pedras soltas no passeio faziam-me redobrar as precauções para não cair.

Na sede da Académica também chovia ao cimo das escadas. Nada que se comparasse ao lagoeiro que existia na ACAPO. Era melhor ir trabalhar e esquecer os estragos que a chuva já tinha provocado na planificação das minhas coisas. A vida tinha de continuar.

Assim estive a fazer o que tinha de fazer até à hora de ir almoçar. Como habitualmente me resta algum tempo, costumo ir para a esplanada do café ao lado da sede da Briosa. Foi aí que constatei que o temporal havia feito estragos por todo o lado. Muita gente ficou desalojada e as ruas de algumas localidades tornaram-se intransitáveis. Todos os canais de televisão distribuíram equipas de reportagem por inúmeras localidades para dar conta dos estragos que a chuva em demasia estava a provocar. Não se falava mesmo de outra coisa! Incontornavelmente, todas as conversas que se iam ouvindo por todo o lado giravam à volta do estado do tempo.

A certa altura do dia, a chuva decidiu dar tréguas e o Sol voltou a brilhar, acompanhado de um vento forte. Já chegava de chuva!

Fora a chuva, pouca coisa marcou este dia tão atormentado pelos estragos do mau tempo. Sonhei com várias coisas das quais não me lembro enquanto a chuva caía lá fora.

Um automóvel encarnado e bem vistoso ultrapassou os outros na rua e quase nem parou na passadeira. É assim que algumas pessoas resolvem andar na estrada, que é que se há-de fazer!

Era dia de aula de Holandês. Também tive de ir até à Faculdade com muito cuidado, não fosse esbarrar com algum obstáculo. À saída o vento soprava forte. Um grupo de estudantes cantava pela rua. Não eram caloiros porque estavam quase todos trajados. Iriam para algum rasganço?

E finalmente estava em casa a ver o “Um Contra Todos”. Que tristeza! Três pessoas não sabem as cores da bandeira holandesa. Pior foi um concorrente que errou uma pergunta facílima e obvia sobre Segurança no Trabalho. A resposta correcta a essa pergunta era “saber onde estavam os extintores”. Malato fez o concorrente que errou descer e levar um extintor para cima. Toda a gente se riu.

Antes disso desequilibrei-me e derrubei algumas coisas que estavam em cima de uma mesa que tenho no quarto. O resultado foi o que se pode observar na foto e uma barrigada de riso.

Situação do dia:
Não é todos os dias que se tem a pontaria que tive. Cometi a proeza de gastar mesmo até ao último cêntimo todo o dinheiro que trazia no almoço e no café.

Bacorada do dia:
“O computador está morrido!” (Quando muito bloqueou.)



Sunday, January 21, 2007

Cartões que valem milhões

Que aborrecido! Não estava a encontrar nada que servisse de tema para este texto. Estava condenado a ser um mero relato de mais um dia daqueles em que nada de extraordinário se passa. Em que nada de insólito acontece.

Eis que surge uma notícia sobre a qual me poderia debruçar e fazer algo engraçado: os árbitros vão passar a participar em campanhas de solidariedade. Não me façam rir!

Imediatamente me lembrei da excelente prestação de Carlos Xistra no passado domingo. Quem sabe se esse homem do apito já não estará a participar numa campanha de solidariedade cujo objectivo é angariar dinheiro por cada cartão mostrado. Se é por uma boa causa, senhor Carlos Xistra, faça favor. Até pode mostrar mil e um cartões por jogo.

Outra campanha de solidariedade que envolvesse os juízes consistiria em eles oferecerem presentes consoante as pessoas das instituições que visitassem pelo Natal os recebessem. Quanto mais hostil fosse a ameaça, mais o árbitro oferecia. Se houvesse ameaças com armas o prémio seria chorudo.

Já estava também aver um árbitro a visitar um doente que os médicos já perderam a esperança de recuperar. Godofredo- um benfiquista ferrenho- encontrava-se a vegetar depois de ter apanhado um AVC durante um jogo do Benfica em que o árbitro anulou três golos ao Glorioso, fez vista grossa a dois pénaltis, expulsou o Luisão sem motivo aparente e correu o banco encarnado do jogo. Estava a ser demais para este fervoroso benfiquista!

Desconhecendo a razão pela qual Godofredo Meireles teve o AVC, o médico que era director do hospital resolveu convidar o árbitro que prejudicou o Benfica a visitar a enfermaria. E lá ia dizendo:
- "Este é o senhor Godofredo. Teve um AVC e só um milagre o trará novamente à vida."

Apesar do seu estado de saúde, Godofredo reconheceu o árbitro, não se sabe como. Num impulso, levantou-se da cama, retirou todos os aparelhómetros e espetou dois estalos valentes na cara do árbitro enquanto proferia as palavras da ordem "gatuno", "ladrão", "palhaço"...e por aí fora.

Os mesmos termos utilizariam as crianças que, sabendo que o senhor árbitro as vinha visitar, construíram um monumental apito forrado com papel dourado e lá dentro havia um concentrado feito com toda a espécie de ingredientes que se estragaram na despensa da cozinha. Consta que o árbitro ofereceu para a instituição uma carrinha de 32 lugares. Aquela recepção foi o máximo!

Escusado será dizer que a manhã estava chuvosa. Agora todos os dias têm o mesmo registo. Mas há-de ser pior. Deixem estar que isto ainda não é nada.

O trabalho prosseguiu com toda a normalidade e todo o afinco que eu coloco nisto que ainda hoje me custa a acreditar que estou a fazer.

A chuva parou. Fui almoçar com Sol, mas o tempo iria mudar ferozmente e transformaria tudo num caos inesquecível que servirá de tema ao próximo texto.

Havia uma entrevista para fazer. Foi das mais rápidas e ficaria pronta ainda nessa mesma tarde.

Uma estudante de Comunicação Social da Maia passou pelas instalações da Académica para fazer um trabalho para as suas aulas. Por essa altura já o tempo estava medonho.

Uma chuvada de proporções bíblicas e de intensidade anormalmente forte, acompanhada de um vento quase ciclónico fazia-se sentir quando estava quase na hora de sair. Logicamente que não ia treinar assim para a rua. Havia que treinar ao coberto no salão da ACAPO. Se bem que a água lá chegue também, deixem estar.

Afinal optei por ir mesmo para a rua. Só que treinei sem relógios nem cronómetros. A chuva não estava para brincadeiras. Apenas andei a rolar e a fazer exercícios de alongamentos.

Já recolhida em casa, vi um pouco de televisão e ouvi as notícias do Desporto. A notícia do dia era o regresso de Jaime Pacheco ao Boavista.

Adormeci embalada pela chuva que caía sem piedade lá fora. Nem sequer imaginava como iria encontrar as coisas no dia seguinte de manhã.

Situação do dia:
Não sei a que propósito comecei a cantar a música “Esquinas” do Djavan na casa de banho enquanto passava pomada na perna.

Bacorada do dia:
“Só assim seramos capazes...” (Futuro impossível do verbo “ser”.)

Regresso ao passado


Era um dia que eu antevia interessante. O dia em que eu ia entrevistar alguém que me faria lembrar de um passado a que eu gostaria de voltar e de onde nunca deveria ter saído. Tenho saudades desses tempos.

A Académica é um dos poucos clubes portugueses que tem jogadores oriundos dos Balcãs no seu plantel. Iria ter a oportunidade, naquele dia, de entrevistar o médio Milos Pavlovic e de falar com alguém dessas paragens muitos anos depois.

Não sabia como iria reagir. Aquele encontro levar-me-ia a recordar a fase mais feliz da minha vida. Tive um amigo que também se chamava Milos que nunca mais vi, tal como os outros. Ele está numa das fotos que o outro dia coloquei neste blog, já não seu a que propósito. Todas aquelas fotos eram de pessoas que adoraria ver novamente.

O tempo passou. Muita coisa aconteceu e agora só me restam as fotos, as lembranças e alguns sonhos que me deixam bastante triste quando acordo. O destino encarregou-se de me tirar tudo aquilo que eu tinha e me fazia feliz: os meus amigos. Hoje estou aqui. Estou a viver uma fase alegre da minha vida e isso faz-me reencontrar com tudo aquilo que eu perdi. Nem que seja apenas por uma coincidência de nomes.

A entrevista teve de ser toda feita em Inglês. Era um teste à minha capacidade de interpretar e de falar. Nunca antes havia feito uma entrevista noutra língua. O contrário já aconteceu.

Tudo correu bem. Consegui fazer a entrevista e também consegui traduzi-la para a transcrever. A magia daquele dia em que me senti voltar aos meus bons momentos terá pesado para que conseguisse.

Era segunda-feira. Havia que regressar a Coimbra para um dia que se antevia especial pelos motivos que acima referi.

Os gatos andavam muito activos de manhã. Mong e Feijoa já por ali andavam bem cedo. A gata estava sentada em cima do microondas. Parecia uma qualquer porcelana. Mong deitou-se no sofá à espera da comida.

Quando estava para sair, cortou o escuro da noite o miar de um gatinho. Disse à minha mãe para ir ver o que era. Poderia ser algum gatinho que tivessem abandonado ali. Afinal eram das minhas vizinhas.

E logo teve de começar a chover quando me ia a ir embora. Tive de levar um casaco pelas costas, mas molhei-me na mesma.

Andava tudo doido na estrada e arredores. A nossa camioneta ameaçou não chegar a Coimbra. Esteve largos minutos parada a fazer não sei o quê.

Era o caos com o trânsito em Coimbra. É o que eu digo: quando está a chover aparece tudo na rua. O autocarro também abarrotava de pessoas. Parecíamos sardinhas em lata ali. Nem espaço havia para respirar.

Cheguei finalmente a casa e fui trocar de roupa e de calçado. Reparei como tinha a minha perna (ver foto) e fui à farmácia comprar qualquer coisa para a tratar. E calcei as sapatilhas responsáveis por aquela lesão.

O dia na Académica prometia. Aquela entrevista mexia comigo por todos os motivos e mais alguns. Tinha de a preparar bem para que nada falhasse.

A chuva deu tréguas. Fui para a aula e vim com um tempo excelente. A aula foi dedicada a referências temporais. Foram introduzidas as horas e estivemos a ver um filme nos computadores.

Fui para casa a cantar uma música em Holandês que tinha ouvido. Antes tinha ainda de ir ao Pingo Doce.

Situação do dia:
Já parecia o Maarten do filme que vimos na aula a percorrer o Pingo Doce a toda a pressa. Parecia um contra-relógio de compras.

Bacorada do dia:
“Se alguém desta vez errou ixo...” (tal era a fúria.)

Apreensão pelo "Chicken"

Como habitualmente acontece nas madrugadas de sábado para domingo, costumo tirar as notícias de Ciclismo que me interessam. Naquela madrugada houve uma notícia que me intrigou e me fez temer algo de grave.

Michael Rasmussen, o “Rei da Montanha” nas duas últimas edições da Volta a França teve uma lesão bastante complicada resultante de uma queda durante uma prova em Itália. O que eu nunca pensei foi que tal lesão colocasse mesmo o atleta em risco de lhe ser amputada a perna por eventual necrose.

Em entrevistas dadas, o nosso “Chicken” mostrava-se optimista quanto à sua recuperação, apesar do relatório clínico se mostrar reservado e da promoção do russo Dmitri à equipa principal da Rabobank.

Ora aí está uma coisa que me fez pensar no pior. À última hora foi promovido um ciclista à equipa profissional e outro (Thomas Rabou) contratado para o substituir na equipa continental. Não está em causa a promoção do Dmitri. Eu acho que essa promoção deveria ter acontecido mais cedo. Temo apenas que ela esteja relacionada com algo de grave que possa acontecer a Rasmussen que tanta falta nos faz.

Quero acreditar que a opção de a Rabobank ter mais um ciclista do que é habitual tenha apenas a ver com a longa ausência do ciclista dinamarquês ou com o facto de dar outra segurança à equipa. Recorde-se que o ano passado chegámos a alinhar apenas com seis ciclistas em clássicas face às ausências de muitos atletas por motivos físicos.

O que me deixa alarmada são algumas coincidências de notícias que não auguram nada de bom para o nosso trepador, nem para a equipa que se vê forçada a tomar medidas e a inscrever o vigésimo oitavo ciclista.

Para Novembro está prevista uma avaliação concreta à lesão de Michael Rasmussen e esperamos que tudo corra bem e possamos ver o nosso trepador novamente com a “Polka Dot” vestida. Tudo não passará de um susto.

A holandesa Skil-Shimano (equipa do Kenny, do Aart, do Maarten...) agora anda virada para contratar ciclistas franceses. São já três ou quatro ciclistas do país do Tour que são contratados. Um fenómeno curioso.

Era dia de cortar o cabelo bem curto. Lá tive eu de fazer o sacrifício de me levantar mais cedo. Não chovia, apenas o Céu estava encoberto. Estava ansiosa pelo jogo da Académica. A equipa ainda não venceu e adorava que fosse nesta jornada.

O tempo começou a pôr a sua cara mais feia e a chuva não tardou a cair. A hora decisiva do jogo da Briosa aproximava-se.

Foi com grande emoção que segui o relato do jogo da Académica que jogava em casa com o Aves. Apesar de me ter levantado mais cedo, não adormeci. Uma vitória naquele jogo também seria minha, uma vez que também contribui com uma pequena parte para aquele sucesso.

E o jogo começou a correr bem. A Briosa conseguiu vencer por 2-0. Em tom de brincadeira sempre fui dizendo que tinha sido necessário eu ir para lá para a equipa conseguir, finalmente, ganhar. Não cabia em mim de tanta felicidade.

O Benfica venceu o Estrela da Amadora por 3-1. O jogo ficou marcado por uma arbitragem manhosa de Carlos Xistra que expulsou Miccoli. O nosso avançado fica impedido de jogar justamente contra o Porto. Hum!

Karyaka regressou e apontou o terceiro golo do Benfica. Com que então o Benfica ia dispensar aqueles jogadores tão importantes como o Karyaka e o Karagounis? Não estaria mais que a cometer erros do passado. Foi quando o Karyaka entrou que o jogo teve outro interesse. Até aí, o interessante do jogo era saber se Carlos Xistra iria bater o recorde do Mundo de amostragem de cartões. Já fazia lembrar o célebre Martins dos Santos num jogo entre o Benfica e o Rio Ave em que se fartou também de erguer o braço empunhando um cartão.

Mais para a noite houve um jogo grande entre o Sporting e o Porto. As duas equipas empataram a uma bola. Melhor para o Benfica. Foi o resultado que qualquer benfiquista desejou.

Situação do dia:
No jogo entre o Estrela da Amadora e o Benfica, o árbitro Carlos Xistra mostrou 13 (?!!!) cartões amarelos e três vermelhos. Marca a abater nas próximas jornadas. Não será fácil. Martins dos Santos há muito que pendurou o apito.

Bacorada do dia:
Wingles” (Windows)

Tudo por causa de umas sapatilhas




Nunca pensei que o simples facto de comprar umas sapatilhas me iria dar pano para mangas e algumas dores de cabeça. Bem, não foi propriamente a cabeça que me ficou a doer. Aliás, nem eu sei o que me ficou a doer com tamanho impacto.

Eis a saga de umas sapatilhas que eu decidi comprar naquele sábado e que a foto documenta. Como tem estado sempre a chover com grande intensidade e não há calçado que resista, decidi que compraria umas sapatilhas novas quando fosse de fim-de-semana.

A minha irmã ia ao dentista e eu aproveitei para dar uma volta pelo mercado de Anadia e comprar as almejadas sapatilhas. Não chovia naquela manhã- o que inspirava a deambular por ali.

Atravessei o mercado até às tendas. Foi nessa altura que colidi violentamente com a perna esquerda numa estaca que suportava o cordão de uma tenda. A dor foi intensa. Ainda agarrada à perna, fui para o outro lado onde adquiri o novo calçado. Um calçado já muito sofrido!

Levei-as dentro de um saco plástico. Como a mochila estava cheia, levava o saco na mão. Fui ter com a minha irmã à clínica onde ela aguardava pela consulta enquanto falava com um rapaz da nossa terra que ficou com uma ligeira deficiência mental em consequência de um grave acidente de viação sofrido há uns anos atrás.

Depois da consulta da minha irmã, fomos esperar um táxi, mas o meu vizinho passou e deu-nos boleia. Já no carro, constatei que tinha deixado o diabo das sapatilhas na clínica. Foi a minha irmã que as foi buscar numa corrida. Ninguém as tinha apanhado.

Finalmente estávamos a chegar a casa. Já muito perto de casa, o meu vizinho travou a fundo o seu carro acabado de vir da oficina. Tudo para evitar atropelar o gato Mong que se tinha metido à estrada de repente. E eu que sonho tantas vezes com ele na estrada!

E assim foi a saga de umas sapatilhas novas que ainda não calcei, mas que já dão que falar. Ou melhor, que escrever.

Para além deste episódio que a simples compra de umas sapatilhas suscitou, nada de significativo se registou. A chuva regressaria da parte da tarde. Havia no ar a ameaça de temporal.

A tarde foi aproveitada para estudar Holandês. Tudo normal. A confusão havia sido da parte da manhã.

Houve um treino de bicicleta que durou 1h.08m.15s.02c. Quando tomei banho pude observar o estado em que se encontrava a minha perna. (ver foto)

Situação do dia:
Depois da consulta da minha irmã fomos apanhar um táxi para irmos até casa casa. Estava um parado na praça, mas o motorista tinha ido sei lá onde. Esperámos que ele viesse. Enquanto isso, uma criatura que nós não conhecíamos de lado nenhum (nem ela nos conhecia, se calhar) apresentou-se como sendo a Senhora Fulana Tal (não fixei o nome, sinal de que a criatura não interessava para nada). Ela queria que disséssemos ao taxista para depois a vir buscar à Avenida não sei de onde (bem se vê a atenção que eu prestei ao recado). Teve um azar tremendo, pois o nosso vizinho apareceu e fomos até casa. Quanto à mulherzinha, ainda hoje está na Avenida à espera do táxi.

Bacorada do dia:
“O Ambiente de Trabalho ficou minimizado.” (Que proeza!)

Comboios de mercadorias

Como é misterioso o nosso subconsciente! Nunca me canso de repetir isso e aqui está mais uma prova evidente desse desconhecido mundo que existe no interior do nosso cérebro..

Ouvi no dia anterior uma notícia de uma situação insólita que levou à interrupção de uma linha de caminho de ferro. Tudo porque um comboio de mercadorias largou algumas carruagens pelo caminho.

Desde pequena que tenho pavor a esses comboios com carruagens em forma de cilindro e que passam nas estações sem parar, dispostos a levar tudo à frente. Era eu ainda criança e estava na Estação de Aveiro à espera de comboio para Mogofores. Passou um desses comboios quando eu estava junto à linha. A ventania que ele fez foi tal que me ia arrastando. A partir daí ponho-me a léguas cada vez que é anunciado um comboio desse tipo pelos altifalantes da estação. Fico a vê-los passar de longe. Acho-os horrivelmente feios.

Há uns anos havia um concurso na SIC apresentado pelo Jorge Gabriel que consistia em a pessoa se expor àquilo de que tinha medo em troca de dinheiro. Lembro-me que houve uma rapariga que tinha medo de balões a rebentar e de um outro indivíduo que só aceitou (imagine-se) andar de gaivota depois de lhe ser oferecida uma avultada quantia em dinheiro. A participar nesse concurso, só com algo relacionado com esses comboios. São demais! Ou isso, ou sorrascar com as unhas numa superfície de cimento que é algo que me causa bastante impressão.

Numa sexta-feira em que houve greve da Rodoviária fui de comboio com a minha colega de Ílhavo. O assunto dos comboios de mercadorias calhou em conversa. Ela contou-me que, na Estação de Aveiro, uma estudante universitária caiu à linha devido à corrente provocada por um desses horríveis comboios. O pesado e feio veículo colheu-a mortalmente. Ao ouvir isto fiquei ainda com mais receio desses comboios.

Depois de tudo isto, escusado será dizer que os sonhos em que participam esses comboios não podem ser lá muito agradáveis. Devido à notícia que ouvira na véspera sonhei com um comboio com essas características.

Por incrível que pareça, estava junto a um escada na Escola Superior de Educação. Não sei se era a escada que dá para as salas de aula, ou se era a escada que dá acesso à cantina. Só sei que estava com bastante pressa e o comboio nunca mais acabava de passar.

Quando eu julguei que ele já tivesse passado, pois o silêncio dominava na “linha”, atravessei. Ia a meio da”linha” (que parecia ser feita de terra batida) quando ouvi barulho de mais carruagens a aproximarem-se. Corri o mais que pude, mas não evitei ser colhida por elas. Acordei sobressaltada com o impacto. Não se tinha passado nada.

Ainda nessa noite tive um outro sonho que me deixou igualmente a pensar. Porém, o seu conteúdo era totalmente diferente. Sonhei com o Jens Mouris e com o seu colega. Era um outro ciclista que estava sentado ao lado dele num local que eu não conheço. Depois de acordar lembrei-me que na equipa do Mouris existe outro ciclista holandês, mas não sei como ele se chama. Algo que irei ver em casa no fim-de-semana.

Incrivelmente a chuva ainda não tinha parado. Já estou farta dela! Quero Sol para poder andar na rua a passear depois do almoço que tenho agora bastante tempo. Aliás, a chuva impediu que eu fizesse nas melhores condições uma actividade do meu estágio na Académica. Apesar disso, fiquei bastante satisfeita por ter ido assistir àquele treino e à conferência de imprensa que a ele se seguiu.

Da parte da tarde havia mais uma entrevistas a fazer a outro atleta da Briosa. As outras duas entrevistas anteriores ficaram prontas também e a terceira iria ser transcrita para o computador. Estava assim destinado o que iria fazer naquela tarde que precedia mais um fim-de-semana.

Apenas rolei 40 minutos numa das pistas de fora. Isso correspondeu a mais de 13 voltas. Nada de mais elaborado poderia fazer porque havia pinos de plástico na pista. Alem disso, a chuva ameaçava regressar a qualquer momento- o que veio a acontecer já no final.

E assim estávamos à porta de mais um merecido fim-de-semana. Será que a Académica irá ganhar ao Aves?

Situação do dia:
À porta da ESEC um rapaz passou e lançou um sonoro arroto que, provavelmente, se terá ouvido do outro lado da rua. Que falta de educação!

Bacorada do dia:
“O Ambiente de Trabalho é uma carrada de janelas...” (mais outra definição bem à moda portuga.)

A meter água

“Ik heb een boot, ik heb een hele mooie splinternieuwe boot...” Esta era a música que se ouvia no intervalo do jogo entre o AZ Alkmaar e o Sporting de Braga. Um jogo a que Co Adriaanse assistia agasalhado até aos dentes e que estava a ser desfavorável aos arsenalistas. A equipa portuguesa perdia por 0-1 ao intervalo e perdia também Wender lesionado.

Na segunda parte o barco meteu água e foi mesmo ao fundo. Os arsenalistas perderam o primeiro desafio a contar para a fase de grupos da Taça UEFA por 0-3. Foi muita a água metida pela defesa bracarense!

Aliás a água dominou todos os acontecimentos deste dia. A chuva não dava tréguas desde o dia anterior. A noite foi agitada pelas mais variadas razões. De tudo aconteceu. A chuva fazia-se ouvir com grande intensidade, apesar de o rádio da minha senhoria estar bastante alto e me impedir de dormir.

Como se isso não bastasse, tive de me levantar a altas horas da madrugada para tomar um daqueles indispensáveis comprimidos que aliviam certo tipo de dores.

Para ajudar à festa, ainda sonhei com o gato Mong. Mais um sonho com aquele gato preto na estrada. Desta vez, Mong estava na berma do lado contrário ao de minha casa. Ia a passar um grupo de ciclistas e ele ameaçava atravessar. Ainda os ciclistas do passado domingo a povoarem o meu subconsciente.

A chuva parecia ter vindo para ficar e para chatear um pouco. As minhas sapatilhas também meteram água e tive de andar todo o dia com os pés molhados e frios. O que vale é que o trabalho agradável ajuda a suportar todas as contrariedades.

Fiz mais uma entrevista e continuei a corrigir a que tinha feito na passada terça-feira. Quando eu gosto de uma coisa, trabalho até à exaustão. Nem o frio ou a chuva me afectam.

O almoço naquele dia com muita água acabou por ser uma verdadeira aventura. Quando cheguei à cantina -que estava cheia de gente- reparei que havia algo diferente. Demorei para identificar o que era. Só depois de muito pensar é que identifiquei a mudança. As mesas estavam dispostas de uma forma diferente.

Em cima de uma dessas mesas havia um indispensável guarda-chuva. Ia a passar e deitei-o abaixo. Mal lhe toquei. Também ia derrubando um tabuleiro. Isso é que era pior!

Tive de ir ao Pingo Doce e não parava de chover. Mais um contributo para uma molha nos meus pés que já estavam bem encharcados.

Nunca pensei algum dia estar a trabalhar com tamanha voracidade. Eu que até sou uma adepta do ócio. Só que estou na Académica e isso anima-me. Estou a fazer o que sempre sonhei e isso é tudo. Não há pés molhados e frios que me detenham. É engraçado como eu me revejo a trabalhar dessa maneira!

Nesse dia de chuva o treino apenas consistiu em dar seis voltas a uma das pistas de fora. Para tal gastei 18m.29s.18c. A noite mal dormida fez com que não estivesse nos meus dias. Alem disso, andei todo o dia com os pés molhados e isso provocou-me um corte num dedo. Tudo isto e o facto de estar a chover contribuiu para que o treino apenas tivesse 35 minutos.

No balneário o sabonete caiu para longe. Lá tive de o ir apanhar antes que viesse alguém e se magoasse ao escorregar nele.

Foi um alívio quando cheguei a casa e troquei de calçado. Todo o dia com os pés a nadar em água não é, de modo algum, uma situação agradável.

Já com os pés quentinhos, estava no conforto do lar a ouvir a jornada da Taça UEFA. A chuva ainda caía na rua. Para além do Braga, outras equipas jogavam por essa Europa fora. McCarthy acusou um adversário do Wisla Cracóvia de ter proferido insultos de índole racista.

Por falar em algo que é negro: assustei-me com a gata enquanto comia. Até saltei porque não sabia que ela estava dentro de casa.

Acabei um dia bem molhado a ver o “Um Contra Todos” e fui-me deitar na esperança de ter uma noite mais descansada.

Situação do dia:
Alguém vomitou em plena cantina. Comentava-se que tinha sido um caloiro. A ser verdade, o “animal” iria sofrer as agruras de mais uma praxe. Coitado!

Bacorada do dia:
McDonnut’s” (I’m hatin’it!)

Bueno mau

Tal como acontece com o mexicano Fonseca, também o uruguaio Bueno do Sporting ainda não mostrou o seu real valor. Se bem me lembro, os dois sul-americanos chegaram no mesmo dia para reforçarem os emblemas da Capital.

Carlos Bueno, talvez por ter alinhado num clube como o PSG, tivesse a responsabilidade de fazer algo mais que aquilo que está a fazer e que é muito pouco, diga-se de passagem. Aliás, segundo os entendidos, parece que o avançado uruguaio se arrasta em campo. Muitos comentadores vão mesmo ao ponto de afirmar que o Sporting joga com dez jogadores quando Bueno está em campo.

O jogo com o Bayern de Munique foi um festival de bocas tendo como destinatário o jogador proveniente do Uruguai. Carlos Bueno devia andar em campo com as orelhas a ferver de tanto falarem dele pela negativa. Criava-se ali um ciclo vicioso. Bueno estava a jogar pessimamente, os comentadores arrasavam-no e ele ficava incomodado com o ardor nas orelhas.

Realmente estava a ser demais o que diziam do desgraçado do Bueno que ainda não se adaptou ao Futebol europeu.

Ainda voltaremos ao jogo entre o Sporting e o Bayern de Munique. É que não foi só Bueno que terá ficado com as orelhas a arder. Esperem.

A noite foi marcada por um valente temporal. A chuva diluviana e o forte vento eram bem audíveis e perturbavam o sono de quem queria descansar.

Aquele dia foi todo ele marcado pela continuação da entrevista. Estava a ser um prazer fazer aquilo, apesar de dar trabalho e de eu já não fazer nada semelhante há mais de cinco anos.

Na cantina ou a caminho dela assustei uma rapariga. Fiquei a perceber que meto assim tanto medo. Ela parece que ficou horrorizada porque não contava talvez comigo por ali.

Estava a chover muito e eu ia a tactear as escadas com o guarda-chuva. Então não é que ele abriu-se! Foi a minha vez de apanhar um susto.

A aula de Holandês continuou a ser dedicada às apresentações. No regresso deu-se uma situação curiosa. Ia um grupo de raparigas pelo passeio. Como eram muitas e ocupavam todo o espaço, segui sempre atrás. A certa altura cortaram por outra estrada. Distraída como sou, cortei também atrás delas. Não tive outro remédio senão voltar para trás.

O jogo do Sporting com o Bayern de Munique saldava-se numa vitória parcial da turma bávara por 1-0 ao intervalo. Nem com os alemães reduzidos a dez unidades o Sporting fazia alguma coisa para alterar aquele resultado negativo.

Quem também perdia era a equipa do nosso amigo Mircea Lucescu. O adversário era o Valência. Certamente que o treinador romeno estaria insuportável. Quando ele num jogo particular se exalta da maneira que se exaltou no jogo contra o Benfica que não contava para nada...

O antigo jogador do Porto Diego marcou um golo pelo Werder Bremmen que agora representa. A noite estava a correr de feição para as equipas alemãs.

Noutro jogo em que participava uma equipa germânica, Oliver Kahn estava a fazer valer a sua vasta experiência e queimava tempo a marcar os pontapés de baliza de uma forma descarada. Talvez por o guarda-redes se chamar Oliver Kahn, o árbitro fechou os olhos a todas as artimanhas praticadas por ele com o objectivo de queimar tempo. E assim se arrastou o jogo entre o Bayern de Munique e a turma do Bueno...perdão...o Sporting até ao final.

Situação do dia:
Infelizmente para mim que nutro uma especial simpatia pelos povos do Leste da Europa, aqui em Portugal há muito que quase se extinguiram os jogadores oriundos dessas paragens. Talvez por isso, os repórteres de rádio (que nunca foram grandes especialistas em pronunciar de forma correcta esses nomes, diga-se) andem destreinados. Quando o bósnio Hasan Salihamidzic do Bayern de Munique entrou em campo logo foi “baptizado”. Bem podia vir dinheiro para comprar pacotes de amêndoas para o jogador balcânico. Ora vejamos alguns dos “mimos” que lhe chamaram:

Salihamatic
Salihamic
Salihamidic (duas vezes)

Bacorada do dia:
“O PSV deu a volta ao resultado em poucos minutos.” (Ainda só tinha empatado um jogo que tinha estado a perder por dois golos de diferença. Para dar a volta teria de marcar mais um.)

Sunday, January 14, 2007

Se não fosse p'ra lesionar, eles não entravam assim

José Mourinho viu no passado sábado a sua equipa ficar sem os dois guarda-redes disponíveis para aquela partida. Algo inédito, ou pelo menos, que não acontece assim tantas vezes.

Primeiro foi Petr Ceh que foi vítima de um lance aparatoso com um atacante do Reading e saiu de campo com uma lesão anormalmente grave que o vai impedir de dar o seu contributo à equipa por longos meses. O guardião checo foi mesmo sujeito a uma intervenção cirúrgica delicada.

Para o seu lugar entraria o italiano Carlo Cudicini que também não teve sorte perante a linha avançada do Reading (uma equipa com um nome bem curioso e com jogadores anormalmente impetuosos). O jogador transalpino não sofreu uma lesão tão grave como a de Ceh, mas não vai ficar disponível para o próximo desafio da Liga dos Campeões.

O capitão John Terry foi chamado a desempenhar a espinhosa tarefa de ir para a baliza. Com avançados como os do Reading pela frente, terá até passado pela cabeça de Mourinho abdicar de um guarda-redes. Com a virilidade que apresentavam em campo, se dez guarda-redes houvessem disponíveis, dez guarda-redes os jogadores do Reading colocariam no estaleiro. E lá foi John Terry para o barulho e nada lhe aconteceu.

O português Hilário vê assim aberta uma porta para se estrear na baliza do clube londrino. O pior é arranjar um suplente. Muitas equipas ofereceram os seus guardiões para minorar os estragos. Curiosamente nenhuma dessas equipas foi o Reading.

Bem ao seu estilo, Mourinho veio a terreiro acusar os atacantes do opositor do Chelsea no passado sábado de excesso de competitividade. O jogador que atirou Ceh para a sala de operações foi alvo de duras acusações por parte do treinador natural de Setúbal. O jogador do Reading defendeu-se dizendo que não teve a menor intenção de magoar o guarda-redes do Chelsea e até foi ele o primeiro a partir em socorro do checo inanimado no chão.

O que é certo é que o Chelsea arrisca-se a partir para a jornada da Liga dos Campeões com um jogador de campo como guarda-redes suplente. Resta a Mourinho rezar para que Hilário não se lesione!

O frio começa a fazer a sua aparição já em meados de Outubro. Afinal é tempo dele! Estamos no Outono. Apesar do frio, parece que a chuva anda arredada do horizonte.

O meu dia de trabalho passaria a ser dividido entre a ACAPO (onde eu preparava as entrevistas e fazia algumas pesquisas) e a sede da Briosa onde as iria fazer. Um jogador esperava por mim mais logo para a primeira entrevista da experimentação.

Rapidamente chegou o momento esperado de eu entrevistar o atleta. Estava algo nervosa. Era a primeira vez que ia fazer tal coisa, mas tinha esperança em que tudo corresse pelo melhor.

Últimos retoques dados no questionário, gravador a postos e lá comecei então a fazer as perguntas. Tudo correu bem. O jogador colaborava e isso transmitia-me confiança.

Agora havia que transcrever a entrevista para o computador e preparar novo questionário para um outro atleta.

Meti-me ao trabalho com uma voracidade impressionante. Nem dava pelo tempo a passar. Estava mesmo a adorar fazer aquilo e ainda não estava a acreditar que estivesse a fazer tal coisa. Estava na hora de sair? Tinha de ser.

Como havia jornada da Liga dos Campeões, tinha de me despachar. Fiz meia hora de corrida. Os primeiros quinze minutos foram de aquecimento, como sempre. Depois desse período a corrida foi dividida em três acelerações de dois minutos com três minutos de retorno à normalidade entre cada aceleração. Isso deu um total de dez voltas numa das pistas de fora.

Com os indispensáveis alongamentos chegou a hora de tomar banho e de me despachar. Os jogos aproximavam-se do início.

O Porto recebia em casa os alemães do Hamburgo e o Benfica deslocou-se à Escócia para defrontar o Celtic.

Lisandro abriu o activo no Estádio do Dragão. Os alemães responderam mas viram o seu golo anulado pelo árbitro.

Minutos depois o jogador Danijel Ljuboja do Hamburgo joga a bola com a mão de forma infantil dentro da grande área. Chamado a marcar o castigo máximo, Lucho González não falhou. O Porto ia bem lançado para a vitória.

Se as coisas estavam a correr bem para a turma azul e branca, depressa se gerou alguma apreensão no estádio quando os adeptos viram Anderson abandonar o terreno de jogo em maca.

As duas partidas chegaram ao intervalo. Em Glasgow registava-se o mesmo resultado com que se iniciou a partida que, curiosamente, estava a ser dirigida por um árbitro holandês. No Dragão o Porto vencia ao ritmo do tango por 2-0.

Mas para que é que houve intervalo no jogo do Glorioso? Começámos logo a sofrer um golo. Que mau!

O mesmo jogador do Celtic voltaria a marcar minutos depois. Para que conste, o jogador chama-se Miller. Esse terror!

No Dragão Hélder Postiga fazia o terceiro golo com que o Porto aviava os alemães. Enquanto isso, parece ter saltado do banco do Celtic mais um jogador empenhado em fazer estragos.

Mais um golo para o Porto e novamente da autoria de Lisandro. Os germânicos não se dão bem com o tango dançado por este avançado.

E o jogador que tinha acabado de entrar, e que eu não sei o nome, marcou o terceiro golo para os escoceses. Deixem estar meus amigos que hão-de ver no próximo jogo! Está prometido. Hão-de sair do Estádio da Luz de kilt na mão! Deixem estar...

Para terminar também a festa no Estádio do Dragão, o Hamburgo marcou o seu tento de honra. De nada valeu. Apenas atenuou a derrota que já era pesadíssima.

Os resultados finais das partidas que envolveram as equipas portuguesas foram os seguintes: Porto 4-Hamburgo1 e Celtic 3-Benfica 0.

E assim terminou mais um dia em que o Desporto foi o tema dominante. A madrugada iria ser dominada pela chuva e por tudo o que seja mau tempo.

Situação do dia:
Os jogos do Benfica e do Porto para a Liga dos Campeões terminaram pontualmente ao mesmo tempo. Resultado do excesso de rigor imposto pela UEFA.

Bacorada do dia:
“Para uma nova conculsa...” (Não faço ideia do que seja esta palavra que só agora ouvi.)

Recortes de jornais

Era um dia muito especial aquele que me esperava. Iria ser o começo de três semanas de sonho. Tudo aquilo estava a ser óptimo para mim e chegava finalmente o dia de começar.

A manhã ainda seria passada na ACAPO a preparar algumas coisas. Debrucei-me já no conhecimento da Académica. Consultei, durante aquelas horas que antecederam a minha ida para as suas instalações, a página Web. Os Estatutos da Briosa e a sua História recheada de êxitos mereceram a minha atenção. Li todos os documentos minuciosamente para a eventualidade de me fazerem perguntas.

Depois do almoço estava finalmente no Pavilhão Dr. Jorge Anjinho para o meu primeiro dia de experimentação. Começou assim mais uma época dourada da minha existência! Aproveitando a motivação acrescida de estar num local como aquele, que muito me agradava, prometia empenhar-me ao máximo para fazer algo de positivo por um clube do qual também sou adepta.

Depois das habituais apresentações que se impunham num primeiro contacto, comecei de imediato a trabalhar. A primeira coisa que fiz foi procurar algumas notícias e crónicas de jogos em jornais desportivos.

É curioso que eu sempre recortei de jornais desportivos aquilo que pretendia guardar. Qualquer coisa que sentisse ser útil posteriormente era arquivada em dossiers para ser consultada. Veio a Internet e os recortes de jornais foram um pouco postos de parte. Alguns andam ainda abandonados pelo meu quarto à sua sorte, na esperança de serem arrumados.

A minha mãe é que não achava muita piada a todo aquele amontoado de papéis sem utilidade. Eu continuava a achar que estava certa e que os recortes guardados poderiam um dia ser uma preciosa ajuda para algo. Na altura em que estava a fazer a mesma coisa que fazia em casa, constatei que tinha razão. De um monte de jornais já lidos pode surgir aquilo que procuramos.

Recolhido todo o material retirado de jornais, outro desafio aliciante esperava por mim. Tinha de fazer uma primeira entrevista a um primeiro atleta da Académica para ser publicada na Internet. Belisquem-me!

Foi aí que contactei com um computador portátil pela primeira vez. Tinha medo de não me adaptar ao teclado por ser um pouco diferente. As dificuldades iniciais foram ultrapassadas. Estava radiante e disposta a lutar contra todas as adversidades para viver aquele sonho da maneira que ele deveria ser vivido.

Aquele primeiro dia na Académica chegava ao fim. Caminhava pela rua sem saber se estava acordada ou a dormir.

Na verdade, estava bem acordada e tudo aquilo era bem real, ao contrário de muitos outros sonhos bons que tenho com a pessoa que eu amo.

Como habitualmente acontece todas as segundas-feiras, até me levantei bem cedo com tempo chuvoso.

Quando cheguei a casa em Coimbra, encontrei outra chave na porta. Provavelmente a minha senhoria ter-se-á esquecido dela ali.

Aquele dia, bem como todos os outros que se seguiriam, seria especial. Iria realizar um sonho. Mais que um sonho, tratava-se de um objectivo pessoal que teria o privilégio de colocar em prática.

Isso deixava-me no mundo da Lua. Entregue àquele torpor indefinido, mas agradável, circulava pelas ruas da cidade. A Faculdade de Letras era o meu destino para mais uma aula de Holandês. Outra coisa que também contribui para o meu bem-estar!

Quando cheguei junto da porta da sala de aula, uma música tocava. Era uma canção de um grupo chamado “Blof” que cantava juntamente com a fadista Cristina Branco. A música é bastante conhecida na Holanda e chama-se “Dansen Aan De Zee”.

Quanto à nossa aula, ainda incidiu sobre a compreensão das letras. Começámos com um pouco de gramática também para começarmos a estruturar as frases de modo a falarmos qualquer coisa.

Cheguei a casa. Esperava-me uma tarefa que eu não gosto de fazer: trocar os lençóis da cama. Tinha de ser!

Certamente iria dormir melhor numa caminha acabadinha de fazer de lavadinho.

Situação do dia:
O trânsito em Coimbra andava demais. Por duas vezes pude assistir a certas confusões de carros que nem sabiam se haviam de entrar ou de sair. Tais indecisões causavam uma enorme confusão de veículos. Naturalmente!

Bacorada do dia:
“És portuguesa???!!!!! Pensei que eras da Rússia, da terra do Saddam.” (Sendo assim, George W. Bush invadiu o país errado.)

Os ciclistas cá do burgo

Um grupo de ciclistas amadores juntou-se e fez uma pequena prova. O tempo estava cinzento mas não chovia. Ainda foram muitos os que decidiram dar umas pedaladas pelas terras bairradinas.

Nem parecia uma prova. Não havia polícia, bombeiros ou carros de apoio. Os bravos do asfalto estavam entregues apenas a si próprios. O pelotão (se é que se pode chamar assim) vinha alongadíssimo. A diferença de andamentos entre os seus elementos era por demais evidente e fazia com que ciclistas isolados, em pares ou em pequenos grupos evoluíssem na estrada cheia de obstáculos.

Um ciclista que aparentava alguma veterania parou mesmo à minha porta a pedir água para matar a sua sede. A camisola amarela e os calções escuros faziam lembrar o Lance Armstrong, mas não passava de um desportista de fim-de-semana, amante das boas pedaladas. A montanha mais difícil que teria pela frente talvez fosse mesmo a Lapa das Fitas.

Este episódio da passagem daqueles ciclistas fez-me sonhar um pouco e pensar no que seria se acaso fossem outros os ases da estrada que por ali passassem. Já tenho sonhado que uma grande prova de Ciclismo, com todos os grandes nomes, passa á minha porta. Naturalmente que os ciclistas da Rabobank passam ali e eu fico bastante contente. Pena isso não passar apenas de um sonho que se repete e que talvez nunca seja realizado. Quem é que quer realizar uma prova a passar naquela miséria de estrada?

Falando mesmo nos atletas profissionais e em tudo o que a eles diz respeito, falava-se novamente de uma equipa holandesa interessada em contratar um ciclista australiano. O estranho nisto tudo é que já não é a primeira vez que tenho conhecimento de anúncios como este. Até parece que a Holanda não está recheada de ciclistas! Ao dobrar de cada esquina há um. Digo eu.

Apesar de ter adormecido e de ter ido para a Internet bastante tarde, ainda deu para descobrir umas coisas curiosas que não deixam de ter a sua piada. Por exemplo, o sul-africano e ex-ciclista da Rabobank Robert Hunter parece que foi ensinar algumas regras de segurança aos mais pequenos. Sabendo-se que ele era dos atletas da Rabobank que mais vezes ia ao chão, os meninos devem ter aprendido bastante. Só se foi a ir ao chão sem se magoarem muito, isto é, sem fracturarem nenhum osso.

Também eu resolvi dar umas pedaladas naquele domingo. Claro que o meu Ciclismo se limita apenas à bicicleta estática. O treino durou 1h.01m.26s.65c.

Para terminar um dia marcado pelo Desporto, resta dizer que o Sporting venceu o Estrela da Amadora na condição de visitante por 0-1.

No que concerne aos gatos, eles têm andado um tanto ou quanto vagabundos. O Slava é mesmo o pior deles todos.

E há que preparar tudo para uma nova fase da minha vida. Eu nem estou em mim ainda. Parece mentira que vou para a Académica fazer a experimentação!

Situação do dia:
Como referi, aqueles ciclistas evoluíam na estrada sem carros de apoio nem ninguém que os socorresse. Ainda por cima a estrada é muito acidentada e propícia a quedas e problemas mecânicos. Já com a sua bicicleta a ceder, um ciclista teve mesmo de parar numa zona em que a estrada tem bastante areia. Quando já estava parado sem saber como prosseguir gritou pelo Zé.

Bacorada do Dia:
“Ligue o calapso!” (Caps Lock)

Aproveitar bem o fim-de-semana

Depois de uma semana fortemente preenchida, nada melhor que estar de regresso a casa para mais um fim-de-semana aproveitado para descansar.

Era mesmo de descanso que precisava naquele dia. A noite tinha sido mal dormida em resultado ainda dos acontecimentos da véspera.

Calhou vir a pé para aliviar o stress. Enquanto caminhava, ia colocando as ideias em ordem. Respirando o ar puro das aldeias.

Ainda descansei um pouco antes de ir escrever mais uns textos para colocar no blog e antes de fazer uma corrida até ao rio de Vila Nova. Há que tempos eu não ia até lá!

Havia Futebol naquele sábado à tarde. O Porto derrotou o Marítimo por 3-0 e o Benfica cilindrou a União de Leiria por concludentes 4-0. Apesar de ter adormecido, sei que Miccoli esteve em grande.

De Inglaterra chegou uma notícia insólita: o Chelsea perdeu os seus dois guarda-redes por lesão. Isto não é normal!

Adormeci e fui mais tarde para a Internet. Mas fui ainda a tempo de saber tudo o que se estava a passar no Mundo do Ciclismo.

Situação do dia:
Depois do treino claro que tinha de tomar um banho. O pior era que a banheira estava povoada por duas enormes aranhas. Dizem que é sinal de dinheiro. Oxalá me calhe esta semana o Euromilhões!

Bacorada do Dia:
“Temos comigo...” (E admiram-se de os futebolistas não lhes prestarem declarações! Vão lá confiar nestes jornalistas?)

Afinal era Sexta-feira 13

Ainda hoje tenho dificuldade em descrever o que senti naquele momento. Tinha de agir forçosamente e qualquer deslize alteraria o desfecho daquela embrulhada que começara dias antes por causa de um texto e de uma frase da qual não gostei.

Tive mesmo muito azar! E ainda dizem que a Sexta-feira 13 é um dia como os outros. Eu também pensava assim até que aconteceu algo que eu não estava a contar e que me deixou sem pinga de sangue. Não é todos os dias (e ainda bem) que aparece a pessoa errada na hora errada. Ou será que apareceu na hora certa?

Tirem as vossas conclusões ao lerem o relato deste incrível episódio que eu julgava só acontecer em filmes ou novelas em que a intriga dita leis.

Bastante perturbada por tudo o que se vinha a passar nos últimos dias entre mim e a formadora, decidi recorrer ao gabinete do psicólogo para desabafar um pouco. Estava mesmo a precisar de falar com ele antes de me ir embora. Para ter um pouco de paz interior.

Depois de ter regressado do reconhecimento do local da experimentação, fui ter com ele e disse que precisava muito de falar sobre algumas coisas que se andavam a passar comigo.

Fomos para o pequeno gabinete onde ele passa todo o dia. Antes de começar a relatar o que se passava, ordenei que fechasse bem a porta. Parece que já estava a adivinhar o que se iria passar ali a seguir.

Estava eu a começar quando se ouviram pancadas na porta. Nem quis acreditar quando ouvi a voz, justamente, da última pessoa que eu desejava que aparecesse ali naquele momento. Oh não! Vinha à minha procura! Estaria a ter um pesadelo? Ainda me belisquei. Ela não vinha de muito bom humor. E agora?!

Assim que a professora entrou no gabinete, senti o chão fugir-me dos pés, gelei e fiquei sem reacção. Nem sei explicar o que senti naquele momento em que a sua cabeça assomou à porta. Estava feita!

O que ali estava a acontecer era algo que só julgava ser possível em novelas. Numa daquelas cenas que fica de um episódio para o outro, de modo a causar o suspense nos seus espectadores que não vão querer perder de maneira alguma o que aquelas duas pessoas irão dizer uma à outra. A banda sonora ali seria medonha. Parecida com a dos filmes de terror. De facto estava aterrorizada!

A formadora queria conversar comigo. Ouvira dizer que eu disse aquilo que escrevi no texto anterior. Meu Deus! Que situação! Que fazer? Já que tinha de ser...

O psicólogo alegou que talvez fosse melhor ficarmos a sós. Eu implorei-lhe que ficasse. Tinha medo. A presença dele ali acalmava-me e transmitia-me maior segurança para encarar aquela situação tão embaraçosa.

Havia que ter cabeça fria e medir bem as palavras. Falámos de mulher para mulher, abertamente, como duas pessoas adultas e civilizadas que somos. Não tive qualquer tipo de receio em lhe confirmar que, de facto, proferi aquelas declarações. Mais: fiz questão de referir o contexto em que disse tais coisas. Alertei-a para o facto de não ser só eu a única a pensar assim. Sou a única que assume e se responsabiliza pelos seus actos e palavras. Abri-lhe os olhos!

Disse frontalmente o que pensava sobre ela. Admiro ainda hoje a coragem que tive. Estava sob intensa pressão e isso obrigou-me a libertar um outro eu que tenho dentro de mim e que desconhecia. A pessoa capaz de resolver uma contenda através da diplomacia, com calma, com frieza, deixando a impulsividade de lado. Apenas lhe disse o que me estava a importunar.

Provavelmente ela também viu em mim outra pessoa que desconhecia. Poderei tê- la surpreendido. Não sei. Não visitei o interior dos seus pensamentos. Sei que essa conversa teve um desfecho feliz. Após termos apresentado uma à outra os nossos pontos de vistas e aquilo que nos separava, acabámos por dar as mãos e caímos nos braços uma da outra com muita emoção á mistura. Tudo ali tinha morrido! Uma nova era se abria a partir dali.

Tenho a sensação que algo mudou em mim naquele conturbado fim de tarde que teve de acontecer para que me descobrisse a mim própria. Fui colocada à prova ali e consegui reconciliar-me com a pessoa com quem entrara em conflito uns dias antes.

A partir daquele dia nunca mais houve problemas entre nós duas. Os meus colegas terão achado estranha a ausência de problemas. Ninguém chegou a saber o que se passou naquele final de tarde daquela Sexta-feira 13, no interior daquele pequeno gabinete.

Foi uma derrota para quem resolveu ir “bufar” para a formadora o que eu disse naquela sala. Presumivelmente, o objectivo deles era contribuir ainda mais para o clima de paz podre que se tem vivido na ACAPO nos últimos dias. Lamentavelmente para eles, o seu acto teve o efeito contrário. Eles não o sabem.

Para tentar descontrair fui um pouco para o computador. Já não eram horas de ir treinar. Fui para casa. A noite iria ser difícil. Sentia-me magoada, traída, apunhalada pelas costas por alguém sem rosto e sem nome que frequenta a mesma sala de aulas que eu. Eram seis os presumíveis suspeitos de me terem traído daquela maneira.

Por um lado fiquei feliz por me ter reconciliado com a formadora, por outro lado fiquei triste porque descobri que não posso confiar nos meus colegas.

O meu problema com a formadora era apenas uma gota de água no imenso oceano de problemas e situações desagradáveis que se foram passando ao longo dos últimos dias. O epicentro desses problemas era mesmo a outra turma.

Foi por essa razão que aquele dia iria ser dedicado a alguma coisa que não sabíamos bem o que era. Reunimos todos no salão. Em primeiro lugar falou-se das actividades para a festa de Natal. Só depois se passou às questões que marcavam a actualidade.

Para a tarde estava marcada uma espécie de Terapia de Grupo, de modo a que os membros das duas turmas se conhecessem melhor e interagissem entre si.

Tive de interromper esses exercícios para ir fazer o reconhecimento do local onde iria fazer a experimentação a partir do dia 16. Juntamente com a técnica de inserção, fui para a rua. Estava um belo dia de Sol.

O Pavilhão da Académica fica mesmo perto de todos os locais que eu frequento. Ainda não estou a acreditar que vou para lá.

Bacorada do dia:
“Dá-se um murro no volante pelo lado de fora.” (Não tentem isto em casa!)

Eu adivinhei

Era mais fácil de prever este desfecho do que propriamente a chave do Euromilhões. Uma pessoa que tenha um razoável conhecimento do mundo velocipédico podia adivinhar que a Rabobank seria o mais que provável destino de Koos Moerenhout.

Como conhecedora do Ciclismo Holandês e da Rabobank, previ isso há uns meses atrás, a partir do momento em que se tornou público que a Phonak iria fechar as portas devido aos constantes escândalos de doping que envolvem alguns dos seus ciclistas. (ver texto “Os bons filhos à casa tornam”)

Nem sequer foi em tom de brincadeira que escrevi que o regresso à Rabobank seria uma possibilidade para Moerenhout. Também não se tratou de uma suposição. Foi uma mistura das duas coisas.

Recordemos então o que eu escrevi na altura e que se veio a confirmar, sem surpresas pela minha parte:

“Por último e para colocar um ponto final neste capítulo dedicado aos antigos atletas da Rabobank, ou eu muito me engano, ou outro atleta que já vestiu de laranja e azul poderá regressar em 2007. Estou a falar do amigo do Van Bon- o Koos Moerenhout. Este atleta representa a Phonak que tem os dias contados no mundo do Ciclismo. A associação de atletas da equipa suíça a dossiers relacionados com doping leva ao fechar de portas e ao desemprego de todos os seus elementos que não têm culpa de tudo o que está a acontecer.

A confirmar-se também o regresso de Moerenhout à Rabobank, temos de volta a “velha guarda”. Com o abandono de ciclistas como Erik Dekker e Marc Wauters, estes “novos” elementos que reforçam a equipa poderão ser preciosos na manutenção da mística laranja e azul.”

Como eu estava certa e ainda bem!

Naquela manhã estava Sol. O dia prometia ser bom para treinar e para andar na rua a aproveitar enquanto as agruras do Outono davam tréguas.

Pela nossa parte, o dia decorreu calmamente, mas na outra sala o ambiente estava de cortar à faca com berros e gritos estridentes. Como eu andava desavinda com a formadora que lá estava a dar aulas e que estava a ser uma das protagonistas também daquele conflito, desabafei.

Fui dizendo que era bem feito tudo o que se estava ali a passar. Era para ela saber que eu não sou a única pessoa ali dentro que é má. Há pessoas piores que até lhe hão de bater e por aí fora. Disse também que ela teve muita sorte em ter dito o que disse a mim. Se fosse aos outros estava já com uma tareia.

Admito que disse tudo isso. Não precisava que as más-línguas da minha turma fossem contar-lhe. Aliás, todos pensam o mesmo. Eu é que exteriorizo o que sinto e sou sincera. Não ando aqui para enganar ninguém ou para me esconder debaixo da capa de falsos sentimentos. Sou frontal e quero que toda a gente tenha igual comportamento para comigo. O que alguém foi fazer no outro dia foi do mais rasteiro e deplorável que já vi. Se eu descubro quem foi a víbora! Sinceramente, agora nem sei em quem confiar. Apenas tenho a certeza que não foi uma pessoa porque não estava na sala naquele dia. O resto para mim já não conta. Detesto gente hipócrita!

O dia estava óptimo para fazer um treino mais específico. Depois das habituais quatro voltas de aquecimento e de alguns alongamentos, decidi fazer quatro séries de sensivelmente 800 metros para a casa dos cinco minutos. Eram sempre mais de 800 metros porque sempre corro nas pistas de fora. Os tempos registados foram os seguintes:

1. 5.23.13
2. 5.23.68
3. 5.22.25
4. 4.59.97

Estas séries tiveram apenas três minutos de intervalo entre si e a última foi feita a ritmo mais forte. Mais uns alongamentos e o treino terminou. Sentia-me bem!

Como o treino foi bastante puxado, não admira ter adormecido a ver televisão. Acordei de madrugada ao som da Procissão das Velas em Fátima.

Algumas horas mais tarde iria acordar para viver um dia emocionante e embaraçoso. Afinal tratava-se de uma Sexta-feira 13!

Bacorada do dia:
“Vocês estão sempre com um olho no ouvido.” (Por isso somos pitosgas.)

My Birthday



O aparato habitual dos dias 11



Um acidente aéreo em Nova Iorque fez com que o Mundo suspendesse a respiração e suspeitasse de mais um terrível atentado.

Quando eu me apercebi que era dia 11, senti um arrepio e iniciei desde logo uma vasta reflexão sobre essa data do calendário e a sua relação com os atentados terroristas.

Há tempos recebi um mail muito engraçado que falava justamente do dia 11, das coincidências com esse número, de Bin Laden, da Al Qaeda e não sei de que mais. Em tudo isto pensei sem encontrar uma resposta para o facto de haver sempre qualquer coisa num dia 11 ou que envolva esse número. Será uma paranóia de Bin Laden e seus seguidores? O 11 terá algum significado que o mundo cristão desconheça? Porque raios fazem eles atentados sempre no dia 11?

Talvez por essa coincidência de factos, os Estados Unidos e o resto do Mundo Ocidental se puseram alerta naquela noite. Afinal foi apenas um trágico acidente provocado por uma pequena aeronave pilotada por um desportista que teve a infelicidade de ocorrer...num dia 11.

A chuva voltou a marcar presença na manhã daquela quarta-feira de Outubro. Assim que me levantei, logo fui fazer os trabalhos de casa de Holandês. Era dia de aulas.

Esperava-me mais um dia hostil. A formadora agora embirrava porque lhe tinha enviado as fichas por mail e não lhe tinha escrito mais nada para além do título. Ora essa! Se ela estava ali na outra sala, por que diabos lhe ia dizer alguma coisa? Argumentei que nem para os meus amigos que estão longe tenho tempo de escrever, quanto mais para quem está na sala ao lado!

Mas voltemos atrás. O colega com quem eu estava a trabalhar chegou atrasado à aula e a formadora veio-me pedir satisfações. Estive para a mandar ver nos bolsos se eu o tinha lá escondido. Quer se dizer: no intervalo eu era obrigada a seguir todos os passos do meu colega e a saber dele, só pelo facto de estar a fazer o trabalho a par comigo. E se ele tivesse ido à casa de banho? Ia atrás não?

Fui almoçar ainda com essa história do mail a povoar as minhas ideias. Até me ria só de imaginar o que se escreveria para uma pessoa que está no mesmo tecto que nós. O que me vinha à ideia eram só coisas como esta:

Ex.ma Meritíssima Mestra Professora Doutora Fulana Tal,

Eu humildemente venho por este único meio proceder ao envio dos formulários respeitantes ao meu veredicto no que concerne à avaliação da primeira fase de experimentação.

Aguardo ansiosamente uma resposta de V.Exª na expectativa de me facultar a Vossa mais sincera opinião quanto ao meu desempenho neste pequeno período de Formação.

Sem outro assunto de momento, subscrevo-me,

Atenciosamente:
Assinatura

Ela ia pular de felicidade e evitava de me moer o espírito. Só se fosse por o mail estar agora com formalidades a mais! E já nem digo nada. Duas pedras ásperas não podem fazer farinha.

Aquela tarde ficaria marcada pela festa tardia do meu aniversário. (ver fotos) Já não é a primeira vez, curiosamente, que festejo o meu aniversário no dia 11 de Outubro quando ele se realiza a 28 de Setembro. Há uma colega nossa que faz anos neste dia e em 2001 fizemos a festa em conjunto. Foi também nesse dia que me despedi da vida de estudante com a execução da “Praxe de Final de Curso” típica daquele andar da residência universitária onde vivia. Essa praxe consistia em as colegas nos agarrarem e nos meterem debaixo dos chuveiros vestidas e tudo. Era bom sinal se fôssemos ao banho. No meu álbum de fotografias guardo esse momento.

A prenda esperada chegou também. Confirma-se que vou fazer a segunda experimentação para a Académica. Por mim começava já hoje!

A aula de Holandês foi dedicada aos números e ao alfabeto. Ainda continuámos com o vocabulário das apresentações.

Cheguei a casa quando o jogo Polónia-Portugal se aproximava do intervalo. Parece que a defesa lusitana estendeu a passadeira vermelha a um jogador polaco que aproveitou as duas ofertas.

Estava a jogar pessimamente a Selecção. Só podia perder o jogo por 2-1. O golo luso foi apontado por Nuno Gomes.

Pude constatar que o equipamento negro dá um azar tremendo à Selecção de Todos Nós. Sempre que Portugal joga com aquele equipamento, o resultado não é positivo. Se eu fosse à FPF mandava retirar esse equipamento e voltaria ao branco como equipamento alternativo.

Bacorada do dia:
“Podem arrumar os computadores!” (No bolso ou na gaveta?)