Monday, October 31, 2016

Em crescendo










Num Domingo anormalmente quente de finais de Outubro, rumámos à Serra de Janeanes para mais uma caminhada.

Depois da aventura em Folgosinho que foi muito comentada durante esta jornada, tudo o que aparecesse em termos de inclinação do terreno para cima era brincadeira de crianças.

Gostei bastante desta caminhada mais ao meu jeito, até me correu muito bem. Houve uma subida no início, tal como em Folgosinho que custou mais a transpor. Depois de recarregar baterias, tudo o que foi terreno a subir, eu senti-me muito bem e fiz aquela subida final muito bem mesmo. Em suma, fui sempre em crescendo.

Dificuldades? Apenas houve que ter cuidado com as pedras que estavam nos trilhos. Nada de especial. Precisamente por tomar atenção ao trilho, não se tiraram assim muitas fotos mas sempre há aqui algumas. Depois de as ver, constatei que as poucas fotos que tenho são mesmo de valer a pena ver.



“Las Palabras De Amor”- Queen (Eu Não Conhecia Isto)


É curioso! Quando me lembrei de postar aqui as músicas que ia ouvindo pela primeira vez e que mexiam comigo, logo pensei em músicas muito estranhas de artistas de que ninguém ouviu falar. Às vezes bastava tropeçar nessas músicas ou que alguém de outro país ou com uns gostos musicais muito apurados as postasse nas redes sociais. O que eu constato é que já é a terceira vez que aqui coloco uma música...dos Queen.

Segundo cosnta, este tema é de 1982 mas eu não me lembro de alguma vez ter ouvido isto na vida.

Entretanto, enquanto eu escrevo, o Youtube não para e já ia para dizer que não conhecia a música que estava a seguir. Por acaso conheço mas não ouço há muitos anos.

Quanto a esta, vai no seguimento de muitas músicas que, logo aos primeiros acordes, constatamos que é dos Queen e ficamos impressionados com a vasta obra desta banda.

Novembro vai começar. Muitas outras descobertas musicais podem surgir. Só não surgem mais porque são músicas tão estranhas, que as minhas aplicação não conseguem encontrar.

Friday, October 28, 2016

Tentando não pisar as sepulturas

Está aí o Outono (embora não pareça), a mudança de horário, os dias mais curtos e...o dia de Todos os Santos. Se calhar é por isso que já sonho com estas coisas.

Tal como aconteceu no outro dia, não vou aqui descrever um sonho na íntegra, até porque não me lembro Bem. Cinjo-me apenas a uma das imagens do sonho que não sei em que contexto estava inserida.

A imagem onírica é esta: caminhava num espaço verde, com relva e um trilho. A certa altura, foram surgindo sepulturas. Estava num daqueles cemitérios que se costumam ver nos Estados Unidos ou na Inglaterra, com as sepulturas rentes ao chão e espaço verde a circundar.

Eu caminhava por ali, com mil cuidados para não pisar as sepulturas. A tarefa não era fácil, visto algumas já estarem cobertas pela relva e mal se distinguirem. O espaço entre elas por vezes também era mínimo. Só posso dizer que já estava farta daquele exercício forçado. De vez em quando, lá ia pisando uma ou outra. Não havia como contornar isso.

Algumas dessas sepulturas eram de pedra simples, outras tinham imagens mais adornadas esculpidas na pedra. Outras não tinham mesmo nada. Essas eram as que eu menos conseguia distinguir na relva.

Esta foi a imagem forte desta noite.


Thursday, October 27, 2016

“Love In The First Degree”- Bananarama (Música Com Memórias)


Há dias, a caminho do nosso convívio na Guarda, abordava com alguns amigos como este estranho fenómeno chamado tempo altera os nossos gostos musicais ao longo dos anos.

Tenho aqui apresentado casos de músicas das quais não gostava e que passei a adorar, outras que se tornaram músicas banais quando cresci mas que faziam as minhas delícias de infância. Não me estou a lembrar de uma música que tenha sido despromovida a detestável depois de tanto a venerar quando era mais nova.

A que apresento hoje faz parte do grupo de músicas dançáveis doa anos oitenta que eu adorava. Hoje não passam de músicas que simplesmente gosto de ouvir e recordar, sem aquela paixão e encantamento de outrora.

A história que tenho com este tema das Bananarama remonta a finais de 1988. Sei isso porque foi dias depois de as rádios locais terem sido obrigadas a fechar portas. Era uma tarde de Domingo em finais de Dezembro. Sentia-me triste e doente. Uma angústia dominava-me. Não sei ao certo o motivo de estar assim. Se calhar não havia. Segundo consta, já sou depressiva desde tenra idade.

Nem as minhas rádios favoritas havia para ouvir. Estavam todas encerradas. Somente havia as rádios nacionais que passavam músicas que na altura não eram muito do meu agrado. Sempre ficou para ouvir a RFM e, sobretudo, a Rádio Comercial. Foi esta última que adotei para ouvir. Que remédio! Julgo que já disse aqui isto mas a Rádio Comercial da altura a que estes factos remontam não tinha nem um pouco a ver com a Rádio Comercial que as pessoas conhecem hoje.

Havia, no entanto, um vazio enorme a apoderar-se de mim naquela época- não tinha a minha música favorita para ouvir. Era já noite quando, na Rádio Comercial, um programa abriu com esta música. Outra expressão se apoderou do meu rosto. Era como fazer uma longa caminhada ao sol sem poder beber água e, de repente, alguém me dar um copo de água fresca. A essa música seguiram-se outras de que gostava para me animar mais ainda.

E assim foi passando o serão, ouvindo um pouco das minhas músicas favoritas.

Este tempo não se entende


Estamos em finais de Outubro. Por mais que nos belisquemos de cada vez que olhamos para o calendário, não acordamos porque simplesmente não estamos a dormir. É mesmo final de Outubro e ir à praia, com as ondas gigantes no Mar, não é boa ideia para fazer face a temperaturas de mais de trinta graus.

Agora é que toda a gente fala no estrado do tempo. No calor que teima em não ir embora, no frio que já devia estar instalado, no pouco que tem chovido nos últimos tempos.

Saio à rua. O que encontro? Duas senhoras lado a lado que demonstram bem a dificuldade que é escolher o que vestir antes de sair de casa. Uma enverga um casaco castanho que parece fazer frente ao frio, já a sua amiga sente-se bem com uma camisola às riscas de manga curta. Fotografo-as para demonstrar como estas coisas do clima andam esquisitas, baralhando completamente as pessoas.

Por este andar, daqui a uns anos, o Pai Natal apresentar-se-á na noite de Consoada de havaianas, calções de banho vermelhos e em tronco nu. Em vez de trenó, usará uma prancha para vir pelo mar em vez de vir pela neve. Sei lá, estas coisas andam tão estranhas…

Há quem diga que é o Verão de São Martinho. Estamos ainda em Outubro. Deveria estar mesmo mais fresco para as castanhas quentes saberem bem e a jeropiga escorregar melhor.

Os próximos dias vão ser de temperaturas anormalmente quentes para algumas cidades portuguesas. Sinceramente, o clima anda mesmo todo trocado.

Tuesday, October 25, 2016

As famosas e inseguras escadas nos sonhos

Por esta altura vós, leitores assíduos deste meu humilde espaço de há dez anos a esta parte, já devereis saber que as escadas nos meus sonhos têm sempre de obedecer a todas as regras de insegurança e mais algumas.

Até vai parecer que eu já descrevi este sonho antes mas tal é impossível, pois foi sonhado esta noite mesmo.

Sonhei que ia voltar a um local qualquer onde não ia há anos. Era a minha escola preparatória ou algo assim. Só sei que tudo estava bastante mudado...para pior. Mal reconhecia o sítio. Ao ver que as coisas estavam assim, senti um desagrado enorme por ter de passar grande parte do dia naquele espaço.

O terror eram mesmo as escadas, que ainda por cima tinha de subir e descer para frequentar a casa de banho, o refeitório e para ter acesso ao exterior.

Vamos então descrever mais umas escadas daquelas que, vá-se lá saber porquê, povoam os meus sonhos de vez em quando. Nos sonhos eu não subo escadas, desço-as. Para mim isso é um tormento, mesmo na vida real. Para além de as escadas semrem sempre para baixo e nunca para cima, estas ainda eram feitas de vigas irregulares com bicho da madeira. Fui a colocar um pé para descer um degrau e logo caí para dois degraus mais abaixo que também mal sustinham o meu peso.

Fiquei com uma viga enorme na mão, aquilo que fora um degrau minutos antes. Já me fervia o sangue. Não queria ficar ali nem mais um minuto. Onde eu me vim meter!




Também eu extraviei de casa quando era pequena

A notícia do dia dava conta do desaparecimento de uma criança para os lados de Ourém enquanto a avó foi para dentro de casa picar uma cebola.

A partir desta notícia, fragmentos de um episódio têm povoado a minha mente. São fragmentos de uma ocasião em que eu me pus a andar sem parar, até que alguém me encontrou e me levou de volta a casa por entre lágrimas, ranho e fungadelas.

Seguramente tinha mais de dois anos e era terrível (ainda hoje sou terrível mas naquela altura era mais). Era daquelas pessoas que não brincava com outras crianças mas, sozinha, fazia coisas que não lembravam a ninguém. Ainda hoje as faço…

A casa de forno da minha casa estava a ser construída naquela época. Os pedreiros tinham já colocado alguns tijolos na parede e eu estava, como sempre, ao pé deles. Muitas vezes até pegava nas ferramentas e tentava colocar também. A parte do forno dá para a parte de trás de minha casa onde fica o quintal, dando acesso dali a umas terras e a uns caminhos que hoje conheço tão bem...mas na altura pareciam-me longe de mais.

Os pedreiros tinham deixado uma abertura no local que naturalmente iria ser a porta da casa de forno. Vendo que aquilo era para sair, foi por ali mesmo que me esgueirei e fui quintais fora. Lembro-me que envergava uma camisola amarela. Sempre dava para distinguir ao longe.

Lembro-me que comecei a andar, a andar...a andar. À medida que ia andando, cada vez ia ficando mais desesperada, pois já não sabia onde estava. Mesmo assim, continuava a andar. Lembro-me que o trilho deu lugar à estrada alcatroada. Hoje, ao rever o caminho, não posso deixar de me rir. Se acaso andasse para baixo, não haveria problema. Ia dar a casa pela certa mas...eu resolvi mesmo complicar e andar para cima.

Ia virada a Vila Nova já a gritar pela estrada, lembro-me bem. Foi então que um senhor veio ter comigo e me perguntou se eu ia ver o meu avô. Disse-me que era avô dos meus vizinhos (pai do pai deles) e levou-me para baixo. Quando vi a casa dos meus vizinhos, lembro-me que senti um alívio enorme. O meu vizinho veio ter com o avô, também me lembro vagamente e fomos andando para baixo102016.

Eu sempre gostei muito de andar por atalhos. Como se pode ver, comecei bem cedo.

Dia bem passado na Guarda





Aguardava ansiosamente a chegada deste dia. Soube que a minha amiga Isabel iria ao almoço de aniversário da ACAPO. Já há muito tempo que não estávamos juntas e iria haver oportunidade para desfrutarmos da companhia uma da outra.

Estava a chover em Coimbra e eu fui ao encontro dela na Baixa para tomarmos um café. Começaram as peripécias bem cedo nesse dia. Estávamos nós a acomodar-nos numa mesa quando algo saltou para o chão. Era um guarda-chuva daqueles que se dobram e colocam na carteira. Ele abriu e saltou para longe. E apanhá-lo? Isso é que foi uma luta!

Depois de o ter apanhado, ainda me tentou fugir. Depois para o fechar também foi épico. Era preciso uma força descomunal. Ainda nos magoámos nos dedos.

Depois tínhamos de ir ver onde é que o resto do pessoal se ia encontrar para apanharmos o transporte que nos levaria até à Guarda. Estivemos ali um pouco sem que ninguém aparecesse. Já passava das dez horas quando o resto dos colegas vieram ter connosco. Por acaso até estávamos no sítio certo.

Estávamos a achar a demora do transporte exagerada. Já havia quem dissesse que, com muita sorte, comeríamos o bolo. Nada mais restaria. Contactando com os outros que vinham da delegação da ACAPO, ficou-se a saber que tinham perdido a chave da carrinha que nos emprestaram.

E finalmente chegou a carrinha e mais um carro conduzido pela esposa de um associado. Foi nesse último meio de transporte que eu e a Isabel fomos. Durante a viagem, reinou a animação, com algumas músicas com letras divertidas que nos faziam rir. Havia quem conhecesse umas, havia quem conhecesse outras...o certo é que todos conhecíamos músicas diferentes.

Nem demos pelos quilómetros a passar. Num tirinho, estávamos na Guarda e na quinta onde normalmente se realizam almoços de casamento. O nosso almoço pouco diferiu do desses eventos.

Apesar do mau tempo, eu e a Isabel fomos explorar as redondezas e apanhar um pouco de ar. Muita gente ficou simplesmente no exterior a conversar. Normalmente, a maioria das pessoas encontra-se presencialmente nestes eventos. Nós fomos para mais longe. Pena estar um dia bem cinzento, caso contrário, teria ali tirado fotos maravilhosas. Mesmo assim tirei algumas para a posteridade.

Servido o bolo e o champanhe, arrancámos de regresso a Coimbra. Desta vez fomos ouvindo as incidências do Futebol. Para trás ficava um dia feliz, para descontrair um pouco na companhia dos amigos.

Monday, October 24, 2016

“A Voz” (impressões pessoais)


Coloco aqui o Joselito pelo paralelismo que tem com o personagem desta obraq que foi assassinado. Também ele foi uma estrela infantil e perdeu o brilho quando chegou à idade adulta. Talvez a deferença resida no facto de toda a gente ter acesso às músicas do cantor espanhol, ao contrário das do protagonista que eram raras.

A história passa-se na islãndia na pepoca do natal. O porteiro do hotel que também fazia de pai natal é encontrado morto no seu pequeno quarto da cave. A partir daí, tenta-se naturalmente descobrir algo sobre a vida da v´tima que possa ter desencadeado o seu assassínio.

Descobre-se que o porteiro de hotel foi em tempos uma das melhores vozes de coro infantil do Mundo. A sua voz exercia um poder incrível sobre as pessoas. Os discos de Gulli como solista passaram a ser obras de colecção muiito pareciadas, podemdo valer uma fortuna incalculável.

O autor vai-nos prendendo até ao fim. A obra sofre reviravoltas incr´veis quando o leitor já aponta claramente para a resolução do crime. Afinal a resolução até é simples.

Trata-se de um livro que nem se dá pela sua leitora. Prende do início ao fim.

Thursday, October 20, 2016

“Quando Eu Morrer”- GNR (Música Com Memórias)


“MAS AFINAL O QUE É ISTO”Da sala ao lado saía a voz inconfundível de Rui Reininho cantando uma canção muito estranha que nunca tinha ouvido. “Não levarei flores para o meu buraco”? “Não se dão flores a quem morre de cancro”?

Paro tudo o que estou a fazer e coloco os meus ouvidos em alerta máximo. Da sala ao lado, de onde sai a música para o exterior, dizem-me que esta música até é dos Xutos & Pontapés e está incluída num álbum de tributo aos seus vinte anos de carreira. Realmente, se assim é, não havia música melhor para Rui Reininho cantar com a sua voz que rapidamente associo a poemas bizarros.

Estamos algures em 2000. Naquela altura passava o tempo na sala de Informática da ESEC. Na sala ao lado funcionava a rádio da escola que transmitia online. Alguns colegas de turma estavam por ali. Eu estava ocupada a trabalhar no meu site sobre Desporto Adaptado. Acho que foi mesmo nesse dia que o coloquei online. Ah, se calhar até ainda estávamos em 1999. Bem...não interessa.

Só sei é que achei esta música muito estranha, mesmo cantada pelo Rui Reininho que cresci também a ouvir cantar esta bizarria que aqui passo também a apresentar.





Wednesday, October 19, 2016

Um resultado, duas sortes diferentes

1-2 a favor das equipas que jogavam fora foi o resultado que Sporting e Porto conseguiram na terceira jornada da Liga dos Campeões. O Sporting perdeu com o Borussia Dortmund e o Porto venceu o Bruges na Bélgica.

Mal começou o jogo em Alvalade e já o Jogador Número Cinco do Borussia Dortmund está no chão.

Na Bélgica, Casillas nega por duas vezes o golo ao Bruges.

Em Alvalade, Aubameyang marca para o Borussia Dortmund.

O Bruges também marca. Tudo a correr mal para as equipas portuguesas.

Dembelé obriga Rui Patrício a estar atento.

Havia fora de jogo mas o Borussia Dortmund voltou a ameaçar.

O Porto cria perigo. Ainda é canto e volta a haver perigo por André Silva.

Bas Dost remata ao lado em Alvalade.

Aubameyang cria algum perigo.

Que perigo! Rui Patrício defende mas ia metendo água.

Coates marca um golo mas o árbitro esloveno anulou por entender que Bas Dost carregou o guarda-redes do Borussia Dortmund em falta.

Entretanto o Borussia de Dortmund cria perigo.

Weigl marca o segundo golo da equipa alemã. Entretanto é tempo de intervalo. Ambas as equipas nacionais se encontram a perder. Há que dar a volta a isto na segunda parte.

Saiu um cartão amarelo para um jogador do Borussia de Dortmund por travar Gelson em falta.

Elias também acabou de ver o cartão amarelo.

Bas Dost remata sem perigo a passe de Gelson.

Ah, hoje o Brahimi joga na Champions como tanto gosta. Rezam as crónicas que ele já ia a tirar a roupa de aquecimento rapidamente assim que foi chamado. Não perdeu tempo. Deve vir com pujança para compensar o jogo anterior em que ficou na bancada. Mal se apanhou dentro do campo, não perdeu tempo a rematar com perigo.

Quem chega ao golo é o Sporting por Bruno César de livre indireto a punir um atraso ao guarda-redes que ele agarrou com as mãos. Pode ser que o Sporting faça agora aquilo que o Vitória de Guimarães fez há uns dias. Marcar três golos num espaço de quinze minutos.

Marwin quase empatava.

Quem empata é o Porto em Bruges por Layun que até estava a jogar mal.

Campbell viu o cartão amarelo por travar um adversário em falta. Acho que também houve um cartão amarelo para um jogador da equipa alemã.

Pulisic envia a bola à trave da baliza do Sporting.

Gelson quase empata.

O árbitro esloveno mostrou ali um cartão amarelo depois de uma confusão.

Na Bélgica, há grande penalidade para o Porto. Se André Silva a converter, o Porto dá a volta ao resultado. E converte. O Porto consegue virar o jogo.

Ambas as partidas chegam ao fim, curiosamente com 1-2 no marcador. Para o Sporting, tudo fica mais complicado para se manter na Champions.


Som de carro de bois

Deitei-me bem cedo porque estava a ouvir um programa desportivo na rádio e depois não me apeteceu deixar o quentinho das cobertas. Lá fora chovia imenso e eu resolvi também ficar assim na escuridão, somente ouvindo a chuva a cair e deixando-me embalar por esse som que provoca em mim uma sensação boa de aconchego.

Nem dei conta de adormecer. Sei que dormi quase ininterruptamente até perto das quatro e meia da manhã.

Sonhei com algumas coisas interessantes mas somente um som povoa ainda a minha mente e não sei onde fui eu buscar. Um som que me habituei a ouvir na infância pelas estradas da minha aldeia e que nunca mais ouvi. O som de um carro de bois.

Estava deitada num local escuro. O ambiente era hostil. A melancolia povoava aquele lugar, fosse ele qual fosse. Algures, havia alguém que iria ser levado dali próximo para ser enterrado. Iria de carro de bois, pois claro. O carro tinha chegado para o levar e eu não queria estar ali presente para assistir. O certo é que eu não conseguia sair dali, por mais que quisesse. O barulho das rodas aproximava-se e a angústia apoderava-se de mim. Não me mexia dali de onde estava.

Deve ter sido nessa altura que acordei.

Tenho uma vaga ideia de me terem dito que os mortos antigamente iam de carro de bois ou num transporte semelhante próprio para os transportar que era a carreta. Isso já não se usa.

Terei eu dado uma saltada até ao tempo dos meus antepassados? Nunca se sabe.

Tuesday, October 18, 2016

Subida interminável e descoberta de novos sabores em Folgosinho







Árdua jornada, esta que se adivinhava. Resta dizer que o destino seria Folgosinho, já muito próximo da Serra Da Estrela. O Céu estava nublado mas não chovia quando saímos de Coimbra. Em Folgosinho, o estado do tempo era pouco diferente. Talvez estivesse um pouco mais de frio.

Tinham-me dito que a caminhada ia ser difícil mas eu, sempre ávida de novos desafios, resolvi arriscar. Iria ser um desafio diferente daqueles que me são colocados todos os dias e que fazem com que chegue a cada final de semana com vontade de deixar tudo para trás e me enfiar não sei onde. Às vezes é a vontade que tenho.

Ainda pensei não fazer a caminhada. Até tinha levado um livro mas, quem não arrisca...não leva história para contar mais tarde..e para narrar num blog que tenha.

O local dava pelo nome de Calçada Romana Dos Galhardos. Sim, os Romanos deviam ter cá um cabedal, uma resistência, uma pujança. A subir aqueles caminhos…

Eu até gosto de subir mas aquela subida era muito longa e, inicialmente, devo ter ido rápido de mais. Cheguei a um certo ponto, quando o caminho ficou mais inclinado, que o corpo simplesmente me deixou de obedecer e a sede era terrível. Quando o oxigénio falha, também o discernimento não é muito. Foi preciso um companheiro me ajudar no resto do percurso. Como se costuma dizer, não podia com uma gata pelo rabo. Ultimamente não tenho tido tempo para fazer exercício. Cada vez trabalho mais e não vejo as coisas andarem para a frente, bem pelo contrário.

Voltando a esta subida, o alívio que se sente quando ela acaba é imenso e uma onda de euforia devido ao esforço imenso invade o organismo. Vale mesmo a pena. Acho que nunca tinha feito uma igual. Tão longa creio que não mas valeu a experiência. Aquela subida devia ter ali perto de três quilómetros. Ou então fui eu que julguei muito mas acho até que foi isso que deu o GPS do telemóvel que trazia ligado.

A outra parte foi feita em alcatrão e a descer. Aproveitei para descontrair e para ir a conversar e a tirar fotografias.

Outra história para contar por terras serranas, tem a ver com a comida. Também fui mais por curiosidade porque muita gente me falou dos petiscos que servem no restaurante mais famoso lá da terra. Para entrada, foi colocada à minha frente uma travessa de iscas. Como estavam cortadas em pedaços pequenos, resolvi experimentar. Quando era pequena acho que comia mas não gostava. E não é que estavam uma delícia! Tirei mais um pouco. Talvez a minha mãe não tempere as iscas como ali estavam.

Seguiu-se...feijoada de javali. Nunca comi tal carne, pelo menos que eu saiba. Afinal também é suculenta e apetitosa.

Também me deliciei com o leitão à moda da casa que é muito diferente do leitão à Bairrada. Também é uma maravilha.

Para sobremesa, havia requeijão com doce de abóbora- uma receita que sou capaz de importar lá para casa, pois leite de cabra para fazer requeijão há algum e também há doce de abóbora por vezes e até marmelada. É muito bom.

Remato com uma bebida à base de licor de noz com o sugestivo nome de...Bichaninha da Emília. A língua portuguesa já é traiçoeira mas por vezes o pessoal estica-se. Era noite e ainda me vinha a rir com o raças do nome da bebida.

Mais duas coisas: talvez a bichaninha da Emília (a genuína) seja uma gata preta e branca que encontrei no final da caminhada e a quem tirei algumas fotos. Era muito mansinha. Peguei nela e começou logo a ronronar, coisa que a Adie não faz e já está lá em casa há anos.

Já que falei em acessibilidade e sensibilização no post anterior, alerto os responsáveis locais de Folgosinho para o perigo que é não haver pelo menos uma corda a proteger os degraus que dão acesso ao Castelo. Alguém, portador ou não de deficiência, pode cair por ali abaixo, se é que já não caiu. É um perigo que ali está. Foi por isso que desisti de subir ao Castelo.

Fica para a posteridade esta jornada de caminhada, pelo muito que se aprendeu e pelas experiências e sensações que fui encontrando.

Para a posteridade ficam também as habituais fotografias.



Sensibilizar, a palavra de ordem

Comemorou-se este Sábado mais um Dia Mundial Da Bengala Branca. Na cidade de Coimbra, tal data foi comemorada com várias iniciativas, incluindo uma tertúlia no Café Santa Cruz. Eu confesso que nunca tinha ido a uma tertúlia.

Havia uma vasto painel de convidados, representando as várias áreas da deficiência visual. Estava presente um representante da Câmara Municipal de Coimbra, um representante dos SMTUC, duas representantes da Polícia Municipal, um antigo professor de mobilidade que foi homenageado no final do evento, um utilizador de cão-guia (o antigo atleta paralímpico Carlos Lopes), uma representante da escola de cães-guia e um académico da temática da deficiência visual.

Para quem estiver interessado em ver todas as intervenções, eu transmiti-as em direto no Facebook. Os vídeos ficaram lá para quem tiver curiosidade. Quem não tem o meu Facebook, pode sempre dar-me um toque.

Terminadas as intervenções dos convidados, juntámo-nos à mesa do café, entre um copo e outro, e discutimos os nossos problemas e dificuldades. A sociedade ainda continua um pouco fechada à nossa presença e às nossas necessidades. Sensibilizar será a palavra de ordem.

Destaque para esta foto que coloco acima e que demonstra simplesmente o que as pessoas fazem e que é altamente reprovável para nós. Isto passa-se a escassos metros da sede da ACAPO de Coimbra, local onde isto jamais devia acontecer. Um veículo assim estacionado pode causar graves problemas. A foto ainda tem mais simbolismo porque foi capturada justamente no dia em que se refletem as dificuldades, capacidades e anseios dos cidadãos portadores de deficiência visual. Estas pessoas não pensam que um dia poderão ficar cegas devido a doença ou acidente. Depois queixam-se quando quiserem andar no passeio e se depararem com algo como isto.

Sensibilizar a sociedade será sempre a palavra de ordem. Enquanto houverem desigualdades e faltas de respeito para quem é diferente sem que para isso tenha feito alguma coisa.

Saturday, October 15, 2016

Bob Dylan?!!!

sendo eu amante de livros, posso não ligar a quem venceu os outros prémios Nobel mas fico com as orelhas afiadas para ver quem vence o Nobel da Literatura.

Aí por volta do meio-dia ouvi dizer que tinha sido atribuído a...Bob Dylan. Bob Dylan? Mas ele também escreve livros ou será outro? Sei que o Leonard Cohen escreve livros. Desconhecia que o Bob Dylan também escrevesse. Não, a academia Sueca atribuiu o Prémio Nobel da Literatura a Bob Dylan pelas poesias das sua músicas.

Fez-se história. É a primeira vez que se atribui tão conceituado galardão a um músico.

Seguem alguns temas do agora Prémio Nobel da Literatura, o homem da harmónica.












Acordando-me da Roménia

Desta vez não era a sonhar. O meu telemóvel tocava mesmo e foi em sobressalto que acordei. Por acaso eu coloquei há dias o telemóvel a anunciar quem estava do outro lado da linha e aquele número era anunciado como sendo desconhecido. Fiquei mais tranquila. Nada tinha acontecido de mal com a minha família e amigos.

Ainda um pouco a dormir, atendi mas do outro lado já tinham desligado. Mas eu não tinha o sistema de não incomodar ativado? Tinha. O que aconteceu foi que a mesma pessoa me ligou duas vezes. Enganou-se no número, como eu não atendi, voltou a ligar e desta vez o telemóvel tocou.

Analisei o número. De que país seria o indicativo quarenta? Eram cinco e quarenta e cinco quando fui ao Google pesquisar. Assim, desta forma muito estranha, fiquei a saber que o quarenta é o indicativo da Roménia.

Havendo muitos imigrantes romenos aqui em Portugal, não seria estranho alguém de lá marcar um número de telemóvel português para falar com algum familiar que tem por cá. Provavelmente até para lhe dar más notícias.

Recordei que uma vez também me haviam ligado da Ucrânia. Alguém que também se tinha enganado no número. Lembro-me que também procurei de que país era aquele indicativo. A senhora por acaso até me ligou à noitinha mas não nos entendemos e ela depreendeu logo que se tinha enganado no número.

Seja como for, não ganhei para o susto.

Wednesday, October 12, 2016

“Quando Cai Uma Mulher”- Tony De Matos (Eu Não Conhecia Isto)


Esta é mais uma música portuguesa que não conhecia de todo, talvez por já ter muitos anos.

Eu questiono-me: por que é que existem tantas canções dedicadas a prostitutas ou mulheres que se perderam? Isso seria um bom tema para um estudo ou para uma tese. São incontáveis as que eu conheço.

Consta que esta canção fez imenso sucesso na altura. Não duvido. Eu própria procuro alguns temas musicais que me fartava de ouvir na rádio e não encontro já hoje. De alguns esqueci o título. Outros não encontro de todo, o que é muito estranho.

Quando se fala de música portuguesa, as coisas ainda se complicam mais. Eu até julgava que não ia encontrar esta música porque antes tinha procurado outra aparentemente mais fácil de encontrar e não tive sucesso. Ainda bem que encontrei esta! Sempre deu para fazer um post e o apresentar ao Mundo. Sim, porque o Google permite que mesmo os chineses ou egípcios leiam estes meus posts.

Tuesday, October 11, 2016

Habemus goleador

Depois dos 6-0 a Andorra na passada sexta-feira, eis que a Seleção De Todos Nós aplicou o mesmo tratamento às Ilhas Faroe. Destaque para André Silva que apontou metade destes golos.

As Ilhas Faroe mostraram ao que vinham. No início do jogo, já Ronaldo se queixava da dureza dos jogadores da casa que equipavam de azul e branco, tal como a Islândia. Assim à primeira vista, eles parecem mesmo islandeses.

Ressalve-se que se está a jogar em piso sintético. Relva deve ser coisa que não se dá por aquelas paragens.

André Silva abre a contagem. O mais difícil está feito- o primeiro golo.

De livre, Ronaldo remata por cima.

André Silva volta a marcar para as nossas cores.

Pouco depois, André Silva soma mais um golo ao jogo e à sua conta pessoal. Está a ser um tormento para os jogadores que jogam de calções azuis e camisola branca, azul e vermelha. Quase todos são louros e bonitos, como são também os islandeses e dinamarqueses.

José Fonte viu o carrão amarelo por travar o Jogador Número Seis das Ilhas Faroe em falta. Ele, que também veste a camisola seis.

Por falar em islandeses, adoro o que eles escrevem também. Aliás, há grandes escritores ali para aquelas paragens. E dinamarqueses também. Acho que os longos tempos que passam sem a luz solar lhes aguça a imaginação. Por acaso o livro que ando a ler é de um escritor islandês.

Chegamos ao intervalo. Coisinhas Fofas 0-Portugal 3.

De lá de onde Portugal joga e vence, chega a notícia de que o último crime de que há registo naquelas paragens foi o desaparecimento de um chinelo numa piscina, imagine-se. Nada de assaltos por esticão, homicídios por ali, só na imaginação dos escritores de policiais. Ah, por isso é que aqueles senhores e senhoras têm tanta imaginação. Como ali não se passa nada, toca de inventar crimes rocambolescos.

Por acaso agora passou-se alguma coisa. Entrou um streaker no campo sintético do jogo de telemóvel em punho para tirar uma selfie com Ronaldo. Nada de seguranças a caírem em cima dele à bruta. Ainda lhe disseram: “Vá, pode demorar o tempo que quiser. Depois pode ir lá para cima saborear esse grande momento com o seu ídolo. Se quiser a password da rede sem fios, até lha dou para colocar a foto no Instagram mais depressa.” São assim estas gentes. Também para eles este jogo é uma festa.

Saiu o cartão amarelo do bolso do árbitro lituano para mostrar ao Jogador Número Vinte E Dois das Ilhas Faroe por falta sobre João Mário.

Saiu também o cartão amarelo para Pepe.

O capitão das Ilhas Faroe também viu o cartão amarelo. Ele que parece ser muito caceteiro. Até pensei que ele já tinha um.

Ronaldo marca um grande golo. Já cá faltava!

Seria o quarto golo de André Silva mas o guarda-redes defendeu. Do canto resultou perigo de Pepe.

João Moutinho consegue também um grande golo. Agora joga-se para a nota artística.

É incrível! Estão a perder em casa por 0-5 mas a festa é imensa. Cantam, dançam, saltam. Outra forma de ver o Futebol.

Estavam eles muito quentinhos nas bancadas a entoar a plenos pulmões o seu hino nacional quando João Cancelo marcou o seu terceiro golo em três jogos pela Seleção De Todos Nós. Aí eles calaram-se por instantes a meio de um verso. Depois retomaram a sua festa. Deve ser muito raro os adeptos de uma equipa que perde por muitos estarem a cantar e a dançar nas bancadas, em vez de culparem o árbitro, os jogadores e o treinador pela derrota. Será também assim nos jogos da liga lá da terra?

O jogo termina. Estou a ver eles a lutarem pela camisola do Ronaldo mas acho que vai toda a gente parra dentro. Que pena!




Thursday, October 06, 2016

“A Condessa” (impressões pessoais)

De volta aos livros, aproveitando o feriado para colocar um pouco a leitura em dia, conclui a leitura deste romance de época baseado numa personagem que realmente existiu. Isso é o mais intrigante desta história, realmente esta senhora existiu.

Rebecca Jones dá-nos a conhecer uma condessa húngara que espancava e maltratava as suas jovens criadas até à morte e acabou os seus dias encerrada numa torre quando foi apanhada em flagrante a matar mais algumas das suas serviçais.

Estávamos no Século dezassete quando estes acontecimentos tiveram lugar. Na altura, havia o império Austro-húngaro e não é de espantar que a Croácia e a Polónia dele façam parte. É um pouco estranho ler aqui algumas referências geográficas que hoje são muito diferentes mas o Mundo está sempre a mudar e, naquela época, terá mudado muito mais rápido. Ou então não vivemos assim tantos anos para verificar tais mudanças. No nosso tempo também se verificaram algumas bem importantes. Havia um muro que divida a Europa ao meio e que hoje não existe. Mesmo o mapa daquela zona de que falo mudou muito nos anos noventa. A União Soviética desintegrou-se também…

Em relação à história, ela parte de uma personagem real para um romance de época, chamemos-lhe assim, baseado nos escritos que Elizabeth deixou aos filhos e que escreveu enquanto estava na sua prisão de betão.

Apesar de ter agora nesta altura pouco tempo para ler, sempre vou lendo alguns livros que aqui vou comentando.

Sunday, October 02, 2016

Dificuldade da caminhada? Chegar ao destino











O tempo estava algo nublado quando saímos de Coimbra. Não fazia frio nem calor. O tempo estava de feição para efetuarmos a segunda caminhada da época. O destino era Almalaguês nos arredores de Coimbra mas chegar lá foi o cabo dos trabalhos.

As peripécias na estrada começaram ainda em Coimbra depois de o autocarro ter ido apanhar os restantes membros do nosso grupo à paragem de São José. Não sei que voltas o motorista deu, que foi parar ao mesmo sítio. Desde que as viaturas estão equipadas com o indispensável GPS que se verificam incidentes destes. Antigamente ninguém se perdia. Espantoso!

Aparentemente, iríamos ter uma viagem bastante curta porque Almalaguês fica pertíssimo de Coimbra mas, ao chegarmos próximo, uma infinidade de obstáculos se ergueram no caminho do autocarro. As ruas da localidade eram estreitas, havia veículos estacionados na rua, tornando impossível a passagem de uma viatura de grande porte como é um autocarro de passageiros.

Havia uma colega nossa que era dali daqueles lados e, vendo que não estávamos a ir na direção certa do combinado para iniciar a caminhada, veio lá de trás de ao pé de mim para junto do motorista e de quem seguia com ele na frente do autocarro para indicar o caminho.

O autocarro teve de fazer uma manobra perigosa para cortar para uma rua estreita por onde deveríamos seguir. A manobra era quase impossível porque as ruas eram estreitas e havia dois ou três carros ali estacionados. Também havia uma casa. Ninguém acreditava que o motorista conseguisse executar a manobra sem sequer raspar na parede branca da casa. Executando tal manobra arriscada com sucesso, o motorista foi brindado com uma ruidosa salva de palmas.

E finalmente chegámos com maior ou menor dificuldade ao local onde iniciámos mais uma jornada de dez quilómetros que não teve muita dificuldade. As condições climatéricas ideais para a prática de exercício ao ar livre também ajudaram.

No final toda a gente estava satisfeita. Afinal de contas, correu tudo bem.

Como sempre acontece, esta narrativa é temperada com algumas das fotos que fui tirando ao longo do percurso. Aos poucos, as cores do Outono vão pintando as paisagens.