Monday, April 11, 2011

“A Herança de Eszter” (impressões pessoais)



Este é um pequeno livro e as minhas impressões sobre a sua leitura também não vão ser muito longas.

Esta obra da autoria de Sandor Marai retrata apenas e só a visita de Lajos à sua cunhada Eszter narrada por ela, em que se nota uma paixão reprimida que dura há bastantes anos pelo marido da sua falecida irmã.

Essa paixão foi correspondida por Lajos na altura mas a irmã de Eszter escondeu as cartas que Lajos escreveu propondo à sua amada para fugir com ele no dia do casamento.

Eszter só teve conhecimento dessas cartas no dia da visita de Lajos e dos sobrinhos. Se a visita do seu amado causava em Eszter grande ansiedade, o conhecimento da existência dessas cartas ainda a abalou mais.

Descrevendo Lajos, pode-se dizer, em suma, que ele é um canalha. Se vivesse nos tempos de hoje, seria um indivíduo sempre com o homem do fraque a persegui-lo. Andava sempre endividado, participava em falcatruas e tinha algum jeito para a Política. Não duvido. Hoje para se singrar na Política é preciso ser assim desonesto. Ajuda imenso.

Para demonstrar o carácter pouco honesto de Lajos, quando ele chegou logo estavam os credores à porta, desde o alfaiate ao cunhado a quem ele devia algo.

Com falinhas mansas e manobras de diversão, Lajos lá conseguiu arrebatar a única coisa que faltava tirar de Eszter que era a casa e o jardim, prometendo cuidar dela e da sua tia até ao resto de suas vidas.

Eszter, devido ao amor que nutre por Lajos, conforma-se com o sucedido e não o culpabiliza por ter vendido as jóias do anel e as ter substituído por outras falsas sem que ela desse conta. A tia estava sempre de pé atrás em relação a Lajos mas, cega de paixão. Eszter não lhe dava ouvidos.

Foi um livro pequeno, fácil de ler e sem dar muta luta. Só não se tornou enfadonho devido às suas pequenas dimensões. Para contrabalançar, vou ler uma obra de Agatha Christie. Aí acção não deve faltar.

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