Thursday, March 28, 2024

“A Espera” (impressões pessoais)

 

Agatha, trinta e oito anos, solteira, operadora de supermercado. Maior sonho? Ser mãe a todo o custo.

 

Quando Agatha vê Meg no estabelecimento onde trabalha, logo a inveja. Ela está grávida, aparentemente tem uma família feliz com um marido que a ama e, especialmente, com dois filhos. Agatha tem de se aproximar de Meg.

 

As circunstâncias da vida de Agatha não foram fáceis, engravidou aos quinze anos fruto de uma relação abusiva e os seus pais, uma vez que ela decidiu ter a criança, deram-na para adoção sem o seu consentimento. Depois ela casou e dificilmente levava uma gravidez até ao fim. Como era sortuda, essa Meg, por já ter um casal de filhos e ter engravidado por acaso do terceiro rebento!

 

Ela começou a urdir um plano. Isso não ia ficar assim. Ela tinha de sentir o prazer da maternidade que tão cedo lhe foi negado. Nem que tivesse de ir até ás últimas consequências.

 

Dizem que as mulheres veem na maternidade o ponto máximo da sua realização pessoal, a razão de ser e de viver. No fundo, a natureza de ser mulher.  Apesar de eu não sentir de todo o chamamento da maternidade e da família, não consegui ver esta mulher como uma  vilã implacável. Apenas buscava essa realização que tão abruptamente lhe foi negada.

 

Um excelente livro!

 

Wednesday, March 27, 2024

De regresso á Terra

 

Quer-se dizer, com segundas linhas ganhámos estrondosamente frente á Suécia e agora, praticamente na máxima força, fomos perder com a Eslovénia.

 

O que dizer? Não jogámos nada. Foi um jogo cinzento, sem sabor, sem emoção. A Eslovénia vai á nossa área pouquíssimas vezes e faz dois golos.

 

Como é habitual quando  A Seleção De  todos Nós perde, logo altas vozes se erguem pedindo o afastamento de Cristiano Ronaldo porque a culpa é inteiramente dele, pois quando ele não está, jogamos melhor, somos uma equipa sem vivermos obcecados em jogar para ele, para os seus recordes, para alimentar o seu bem nutrido ego.

 

Este resultado foi um sinal de aviso para o euro 2024. Não há adversários fáceis e temos de respeitar todos por igual, mesmo a aparentemente mais frágil  Geórgia que historicamente se apurou e vai ficar no nosso grupo.

 

“A Noite Abre meus olhos” (impressões pessoais)

 

José Tolentino Mendonça é um dos mais conceituados poetas da atualidade.

 

Este volume reúne os  seus principais poemas.

 

Ao analisar estas composições, independentemente de, no final da obra, haver já uma análise, encaro este tipo de poesia como livre, eclética e simples.

 

Temas do quotidiano, leituras, História, Mitologia, até música e cinema, servem de inspiração para o poeta madeirense.

 

Ainda há bem pouco tempo eu julgava que fazer poesia só estava ao alcance de alguns por causa das rimas, das métricas e tudo mais que aprendi nas aulas. Hoje vejo poemas escritos de todas as formas e feitios e neste livro vi de tudo, menos precisamente sonetos,  quadras, redondilhas e todas essas coisas chatas que faziam com que eu encarasse a poesia como algo chato e enfadonho.

 

Não estamos no tempo de Camões ou de Petrarca.