Saturday, August 31, 2013

Surf Adaptado



Depois da agitada noite que narrei anteriormente, aguardava ansiosamente este dia passado na Figueira da Foz. Estava curiosa por experimentar o Surf Adaptado.

Já tinha tido conhecimento de um evento destes em Lisboa e ainda pensei em ir mas, ao fim de semana quero descansar depois de uma semana de trabalho bem árduo. Teria de me levantar de madrugada e não haveria disposição para isso. Teria de esperar por um evento semelhante mais perto e valeu a pena esperar.

Quando chegámos à Figueira da Foz, estava uma bela manhã de Céu azul e temperatura agradável. Encontrei por lá o meu colega de Atletismo Firmino Baptista que não via há muito e estive a conversar com ele. Ele já tinha feito Surf Adaptado e eu perguntei-lhe como era. Ele disse que nos ajudavam a colocar na prancha e nós ficávamos ali deitados a apanhar as ondas. Eu pensava que levávamos guias ao lado ou coisa assim.

Enquanto aguardava ansiosamente a minha vez de ir para o mar com a prancha de Surf, estendi a toalha na areia e esperei, olhando para quem já andava no mar a fazer a sua demonstração.

Chegou finalmente o momento pelo qual tanto ansiei. Foi complicado vestir o fato de Surf mas uma alegria imensa me invadiu quando a água fria me beijou os pés descalços. Fui entrando no mar, ajudada por voluntários, cada vez mais fundo.

Não tinha medo do Mar, nem quando vinham aquelas ondas enormes antes de me colocarem em cima da prancha. Eu disse logo que queria surfar as ondas maiores. Era um desafio.

Ainda fiz algumas ondas. Consegui fazer uma sem largar a prancha. Disseram que tinha feito uma muito bem. Era uma onda boa e só larguei a prancha no final quando estava quase na areia.

Fomos mesmo para muito longe no mar. Passava por debaixo das ondas como me mandavam mas acabava sempre por engolir água. Estava a adorar a experiência. É uma sensação de liberdade incrível e uma libertação de tensão e adrenalina enorme. Ideal para descarregar tensões.

Com isto, estou renovada para uma árdua semana de trabalho que aí vem. Quero voltar a repetir esta experiência. Estou muito feliz pela manhã que passei. Tenho outra disposição. Foi uma manhã de sensações boas e novas experiências.


Sonhando sempre com a mesma coisa

Sabem aquelas noites em que, por mais vezes que se acorde e se volte a adormecer, se sonha sempre com a mesma coisa? Pois esta foi uma noite destas. O curioso é que raramente estes episódios acontecem com sonhos bons.

O tema destes sonhos foi sempre o mesmo: Adie atropelada.

Estava em casa e era precisamente o dia de hoje. O dia em que jogava o Sporting com o Benfica. A minha mãe levantou-se muito cedo nessa manhã e veio para dentro aos gritos a dizer que a Adie estava esticada na estrada com uma poça de sangue à volta.

Acordei com a sensação de que aquilo tinha acontecido mesmo mas era ainda de noite. Eram cerca de três e meia da madrugada. Adormeci e sonhei que alguém…no dia de hoje tinha ido lá a casa e tinha dito que tinha atropelado um gato ou um cão à porta de casa. A minha mãe relatou-lhe precisamente o episódio que eu havia sonhado antes.

Depois ainda, a minha mãe contava não sei a quem a mesma coisa. Teka e Feijoa ficariam dentro de casa, como nos velhos tempos, isto é, antes de a minha irmã trazer a Adie lá para casa. A minha mãe dava-lhes mil atenções e fazia-lhes imensas festas.

Acordei cansada e intrigada com tanto sonho com a mesma coisa. O mais certo é isso acontecer um dia destes. E depois? Já estamos preparados para acontecer. O que vale é que a manhã prometia, como irão ver no post seguinte.

Na hora H se ganha, na hora H se perde

Em Praga decorreu a Supertaça Europeia. Como sempre este jogo opõe o vencedor da Liga dos Campeões que foi o Bayern de Munique e o vencedor da Liga Europa que, para mal dos pecados dos adeptos do Benfica, foi o Chelsea. A equipa alemã precisou das grandes penalidades para levantar a taça porque o Chelsea falhou o último e decisivo penalti. Pode-se dizer que o Chelsea provou do veneno que serviu na final da Liga Europa ao Glorioso. Perdeu por uma unha negra mas perdeu.

Foi um jogo excelente, atendendo a que estamos no início da época. Mourinho e Guardiola voltaram a encontrar-se e a medir forças. São dois dos melhores treinadores do Mundo e isso notou-se neste jogo espectacular com incerteza no seu desfecho final.

O Bayern já começa por criar perigo logo nos instantes iniciais de jogo.

David Luiz já abriu as hostilidades quanto a faltas duras. Se eu fosse ao Mandzukic fugia dele!

Ribery cria perigo.

Quem marca é o Chelsea por Torres. O Bayern não tarda a responder com perigo.

David Luiz tem agora de tirar a bola da frente da sua baliza.

Ribery volta a criar perigo.

O jogador de quem se fala e que até foi eleito o melhor jogador para a UEFA na época que passou, destronando Messi e Ronaldo, acaba de ver cartão amarelo por falta sobre Ramires.

David Luiz volta a evitar um golo quase certo do Bayern de Munique.

E era outra vez Ribery a rematar com perigo.

Torres tem uma excelente jogada mas Neuer defende.

Já é a quarta tentativa de Ribery para marcar mas todos os seus remates foram para fora.

Agora é Cahil a tirar a bola da frente da sua baliza perante Thomas Muller.

Cahil vê cartão amarelo precisamente por falta sobre Thomas Muller.

Robben também tenta a sua sorte. Já chegámos ao intervalo com o Chelsea a vencer por 0-1. Que belo jogo, este!

O Bayern chega ao golo. Que golaço! Adivinhem quem marcou! É que o marcador do golo não podia ser outro, que não Ribery. Ele já merecia pelo excelente jogo que está a fazer.

E o Jogador Número Sete do Bayern não está satisfeito! Ia marcando outra vez.

Neuer nega o golo ao Chelsea após falha clamorosa de Dante.

Agora há cartão amarelo para David Luiz que tem andado a fazer imensas faltas.

Robben para fora.

Neuer opõe-se a Hazard.

O Chelsea carrega.

Boateng tenta a sua sorte também.

Ivanovic remata à trave.

Agora é Boateng a ver amarelo.

Neuer nega o golo a David Luiz.

Há acumulação de amarelos para Ramires. Se o jogo for para prolongamento, o Chelsea fica a jogar com dez jogadores.

Ribery para fora outra vez.

Para quem foi o cartão amarelo?

Dante origina ali um livre perigosíssimo. É a última oportunidade de evitar que o jogo vá para prolongamento. O livre sai contra a barreira.

O jogo tem mesmo de ir para prolongamento. Regista-se um empate a um golo.

Mesmo a jogar com dez, o Chelsea chega ao golo por Hazard. O passe foi de David Luiz.

Mal entrou, o Jogador Número Dezoito do Chelsea viu logo o cartão amarelo.

Cech nega agora o golo ao Bayern.

O golo estava quase feito para o Bayern mas Cech nega o golo a Martinez. E outra vez ainda. O guarda-redes do Chelsea que está a jogar no seu país está a destacar-se no prolongamento.

Ia sendo golo do Bayern.

Cech cede canto. Neuer vai lá para a frente tentar a sua sorte mas não dá em nada.

O árbitro sueco exibe um cartão amarelo a alguém na barreira. Cech defende categoricamente o livre.

Boateng ainda remata para desespero de Mourinho que quer que o jogo acabe. Já estamos na compensação.

E Mourinho estava a adivinhar qualquer coisa, daí o seu desespero. Na compensação, que foi como essa colectividade inglesa que veste de azul derrotou o Glorioso, a equipa de vermelho que é o Bayern de Munique chega ao golo por Javi Martinez.

Vamos seguramente para as grandes penalidades. 2-2 no marcador após prolongamento. Que jogo!

O Bayern de Munique é a primeira equipa a iniciar as grandes penalidades. Começa David Alaba e converte.

Depois de não ter sido falhada nenhuma grande penalidade, vem o Jogador Número Dezoito do Chelsea e falha o último e decisivo penalti. Os jogadores da equipa germânica correm para o relvado e festejam. Mourinho sai de campo com um amargo de boca e mais um confronto perdido com Guardiola. Fica para a memória um grande espectáculo de Futebol como todos os jogos deveriam ser.

Friday, August 30, 2013

“Nina”- Marco Paulo (Música Com Memórias)



Recordações de outros verões distantes é o que trago hoje e foram despoletadas precisamente por este tema que alguém pediu na rádio hoje à tarde.

Bem, há muitos anos, o meu vizinho fazia todos os domingos excursões para a Praia de Mira. Se fosse hoje não falharia nenhuma mas quando era pequena dependia obviamente dos meus pais que não são assim muito de sair. Então só íamos de vez em quando. Nos dias em que não íamos, uma onda de tristeza invadia-me ao ouvir o ronco da camioneta a arrancar de ao pé da minha porta. Hoje gostaria de ter transporte à porta de casa para a praia e não tenho.

Ainda íamos algumas vezes com os meus pais. Na altura a minha mãe também ia connosco. Só ficava em casa a minha avó. Outras vezes ia só o meu pai e julgo que houve algumas vezes em que íamos com os nossos vizinhos.

Na camioneta passavam as tradicionais cassetes com música portuguesa, claro está. Uma das músicas que mais passava era esta. Sobre o ronronar do motor (naquela altura ninguém se preocupava em criar veículos silenciosos) eu tentava perceber a letra enquanto olhava pela janela e ia vendo o Sol a pôr-se. Uma imagem bem agradável, esta que hoje relembrei ao ouvir isto e que já estava algo esquecida.

Sabe sempre bem recordar.

Wednesday, August 28, 2013

Atropelamento colectivo

Liguei ontem para casa. Era o aniversário da minha mãe e ela esteve-me a contar as tropelias da vagabunda da Adie que dorme dentro de casa de dia e de noite anda pela rua, da Feijoa que “ajuda ” galinhas a chocar ovos e fica fechada em currais de coelhos e de outras tropelias.

Tinha de sonhar com gatos e com os sonhos normais que tenho com eles e que envolvem atropelamentos.

Era uma noite bem movimentada, tal como a última que passei lá em casa. Talvez o sonho fosse um recalcamento ainda dessa noite. No meu sonho havia imensos gatos. Havia ninhadas de onze gatos, imagine-se. Todos andavam pela rua.

A minha mãe resolveu ir ver onde estavam todos. Eu aguardava as piores notícias sentada com a luz acesa do quarto da minha irmã. A minha mãe veio para dentro com um gato branco ao colo que tinha a particularidade de já exibir uma fractura exposta na pata traseira direita que estava ensanguentada.

A minha mãe, de lágrimas nos olhos, foi dizendo que na estrada havia imensos gatos atropelados.

Acordei grata por estar calmamente deitada em Coimbra e nada daquilo ter acontecido.

Lembrei-me então de uma situação que aconteceu há uns dois ou três anos à minha porta. Não foi com gatos. Foi com cãezinhos. Havia também uma ninhada enorme deles. Pela manhã de um dia de Verão, passou um veículo e atropelou dois de uma só vez. Um teve morte imediata e o outro foi abatido pelo veterinário que a minha mãe prontamente chamou.

“Fui Hoje Ao Alentejo”- Luísa Bastos (Musica Com Memórias)



Hoje ouvi esta música e lembrei-me que ela, em certa altura, fez parte do meu quotidiano.

Essa época remonta a pouco depois de eu ter terminado o curso. Havia uma rádio que era a Rádio Foz do Caima que durante a madrugada passava música variada. Tendo várias cassetes áudio de gravação que eu usava para gravar material do meu estágio, resolvi dar-lhes outra utilidade.

Colocava-as no deck de gravação e gravava a emissão toda. Havia noites em que estava acordada a ler, a tirar recortes de jornal ou simplesmente a ouvir música e aí virava logo as cassetes quando elas chegavam ao fim. Quando me deitava para dormir, se acaso acordasse, ou mesmo mal acordada, tinha sempre a tendência para ir virar a cassete ou colocar uma nova. No dia seguinte tinha ali uma data de cassetes em cima da mesa-de-cabeceira para eu passar as minhas músicas favoritas para uma cassete nova.

Houve uma ocasião em que eu fiz uma ou duas cassetes com músicas que eu achei bonitas. Fiz uma primeira cassete que ouvia até à exaustão. Esta música estava lá mas durante muito tempo não soube o título nem quem cantava. Depois lá passou nuns discos pedidos ou algo do género e eu soube essa informação.

Agora estava a ouvir rádio e voltou a passar este tema. Não me lembrava novamente do título mas sabia o nome da intérprete. Foi com essa informação que encontrei este vídeo no Youtube para fazer este post que relata uma fase louca da minha vida, sempre com a música presente.

Tapetes rolantes às riscas

Saudades dos posts de sonhos? Pois bem, agora até há alguns.

Este sonho é bastante curioso e começa comigo a percorrer uma rua desconhecida…atrás de uma banda filarmónica que não parava de tocar. Apesar de já estar escuro, eu ia filmando com o meu telemóvel.

Tinha ficado de ir ter com a minha irmã a um local qualquer. O edifício era muito estranho. Desde logo, suba-se de uns andares para os outros através de uns tapetes rolantes às riscas. Se calhar foi por causa do meu cunhado ter falado em tapetes rolantes na estação de Aveiro.

Eu estava apreensiva. Aquilo não dava segurança nenhuma, muito pelo contrário. Os tapetes todos do mesmo padrão de riscas não chegavam a todo o lado. Então alguém desenrolava mais alguns e colocava, tentando liga-los uns aos outros. Eu não estava a achar graça nenhuma àquilo e a ideia de subir por ali acima causava-me arrepios. Não me enganei. Quando me pediram para subir, um dos tapetes desintegrou-se dos outros e lá fui eu a resvalar por ali abaixo.

Acordei como normalmente acordo em sonhos em que caio de escadas, de ravinas e de geringonças feitas a martelo como estas.

Velando a minha avó pela segunda vez

O subconsciente é uma coisa incrível. Sabendo que ira viajar até Aveiro na manhã seguinte, logo arranjei maneira de antecipar essa viagem…em sonhos.

Tinham-me dito que a minha avó tinha morrido (na verdade já faleceu há vinte e quatro anos). O seu corpo encontrava-se em câmara ardente em Aveiro, numa sala de um edifício público.

Eu e alguns familiares, com extremo pesar, dirigimo-nos de comboio até à cidade dos moliceiros. No comboio reclinei o assento para descansar um pouco. Estava transtornada.

Chegados a Aveiro, não sabíamos onde era o edifício. Eu caminhei mais à frente e avistei três bandeiras: a portuguesa, a da União Europeia e a da cidade. Normalmente os edifícios municipais costumam ter essas bandeiras. Era ali, com toda a certeza. A tensão aumentava.

No interior do edifício havia um corredor mal iluminado com muitas portas de madeira. Eu entrei numa delas. Deitada…numa cama, jazia alguém que tanto poderia ser a minha avó, como a minha tia (irmã dela). Dizem que elas são parecidas e apanho-me muitas vezes a imaginar que, se fosse viva hoje, a minha avó teria certamente a aparência que a minha tia tem actualmente.

Aproximei-me da cama. Não era um caixão. Comecei a chorar e ia dizendo que já era a segunda vez que chorava a minha avó. Desviei o olhar para o corpo imóvel. Não parecia a aparência de um cadáver. Aproximei-me mais. Toquei-a. As suas mãos estavam quentes e ela envergava o meu roupão azul.

De repente, a minha avó agarrou-me com força e abraçou-me. Não era um abraço opressivo. Era a prova de que ela estava viva.

Quando acordei lembrei-me de uma situação muito semelhante ocorrida comigo e com a minha tia no hospital de Anadia. A minha tia tinha partido uma perna e estava ali internada. A minha mãe e a minha madrinha haviam discutido mas eu só cheguei depois. A minha tia agarrou-me, tal como aconteceu neste sonho, e pediu-me a chorar que não me zangasse com ninguém.

Como é que o meu subconsciente foi buscar isso agora?

Eelke Van Der Wal


Isto merece um post e o protagonista dele merece da minha parte toda a minha admiração e o meu apreço por ter tido a coragem de se embrenhar pelo Mundo-Cão que é o do Desporto Adaptado.

Tudo começou quando resolvi ver na Wikipedia o histórico dos campeonatos nacionais da Holanda de Ciclismo normal. Entende-se por Ciclismo normal aquele que é praticado por atletas ditos normais, sem deficiências. Comecei por ver por onde andavam alguns atletas holandeses que, tendo alinhado ou não na Rabobank, me habituei a conhecer. Houve uma certa altura em que conhecia melhor o pelotão de equipas holandesas do que o das equipas portuguesas. Estou a falar a sério. Isso foi aí em 2004 ou coisa assim.

Voltando ao presente, passei os olhos pelo ano em que o veteaníssimo ciclista Rudie Kemna da Bankgiroloterij (equipa que nas suas fileiras contava com antigos ciclistas da Rabobank e que na altura era a segunda equipa holandesa) venceu o Campeonato Nacional de Estrada. Isso foi em 2003. E foi por aí que me lembrei de ir ver o que andava a fazer um ciclista que por acaso e com muita pena minha, com alguma estranheza até, nunca alinhou na Rabobank. Em 2005 aquela equipa desmembrou-se e a Rabobank foi recuperar para a equipa continental dois ciclistas de lá, um deles com alguma surpresa mesmo, o outro porque a Rabobank deve ter feito como o Benfica este ano (contrata um atleta e contrata também o irmão dele). Esses dois ciclistas acabaram as carreiras no final da época e não ficaram ligados ao Ciclismo. Este Eelke Van Der Wal estranhamente não fez parte das aquisições para uma equipa continental da Rabobank que tinha o Kai Reus, o Stef Clement, Hans Dekkers (por onde anda esse?) e outros mais. Essa equipa está imortalizada porque tenho em casa algumas coisas que eles gentilmente me ofereceram. O grande ciclista dessa equipa era indubitavelmente o Kai Reus.

A minha lembrança ainda continua no ano de 2005 (seguramente um dos piores anos da minha vida pelo que aqui tem sido amplamente relatado). Na Volta ao Algarve desse ano estiveram presentes as equipas holandesas Rabobank Continental e a Shimano onde ainda alinhava o Eelke Van Der Wal que ainda lá ficou com o Laurens Ten Dam até. O Senhor Rogério Teixeira era uma das pessoas com quem mantinha contacto e que me estava a ajudar. Nesse ano estava fora de hipótese qualquer encontro com a equipa Rabobank porque havia sofrido uma operação aos olhos há pouco tempo. Já não me lembro como entrei em contacto com ele e ele prontamente me ajudou e ia-me relatando as incidências da prova. Sempre era um conforto. Refira-se que naquela altura estava a fazer uma autêntica travessia no deserto que estava longe de chegar ao fim.

A Volta ao Algarve de 2005 tinha começado e eu estava no meu computador lá em casa. A Internet era muito lenta nessa altura mas era o que tínhamos. Nesse dia tinha vindo de uma consulta e o que tinha ouvido não era lá muito animador. Estava completamente em baixo. Onde iria eu parar? O Eelke Van Der Wal era conhecido por entrar em longas fugas. Numa ocasião foi apanhado a escassos metros da meta. Deve ser frustrante, não? Isso a ele acontecia-lhe muitas vezes. Era a maneira de ele andar na estrada. Cá pelo burgo havia um ciclista igualzinho de nome Pedro Martins. Era igualmente conhecido por protagonizar longas fugas e morrer na praia como se costuma dizer por cá. Salvo erro ele alinhava no Tavira. Naquela noite algo triste, eu estava a ver as fotos da primeira etapa da Volta ao Algarve de 2005. A maioria das fotos eram de dois fugitivos. E não podiam ser outros, que não Pedro Martins e Eelke Van Der Wal. Os especialistas nestas coisas. Não deixei de esboçar um sorriso. Era um duelo incrível. O mais difícil de alcáçar foi o holandês, a escassos quilómetros da meta. No dia seguinte ia para Lisboa a um almoço de atletas deficientes visuais. Comprei um jornal e lá estavam as mesmas fotos daquele fabuloso duelo dos experts mundiais em longas fugas na estrada.

Depois da Volta ao Algarve terminada, falava animadamente com o Senhor Rogério Teixeira. Esse telefonema esteve bem vivo na minha mente aquando do acidente do Kai Reus em 2007. Ele disse-me que só o puto-maravilha da Rabobank tinha concluído a prova. Os outros tinham sido desclassificados algures numa subida que lá havia. Falei-lhe do Eelke Van Der Wal e do duelo travado com o Pedro Martins. Ele salientou o carácter humano daquele jovem que se veio despedir dele. Ele chegou a vestir a camisola da montanha na Volta ao Algarve no final da etapa daquela fuga. Lembrei-me dessas palavras quando hoje olho e vejo ao que ele se dedicou.

Depois o Eelke Van Der Wal começou a andar por equipas cada vez mais pequenas. Quando estava a aprender Holandês li uma entrevista dele em que dizia que conciliava o Ciclismo com os estudos. Queria concluir o curso universitário. Presumo que se tenha licenciado em Educação Física ou algo do género.

Bem, ando para aqui a divagar e vocês doidos por saber por onde anda o Eelke Van Der Wal hoje. Pois bem, ele é o seleccionador holandês de Ciclismo Adaptado. A minha dúvida é se é só dos deficientes motores ou é de todas as deficiências. O que interessa é que ele abraçou o desafio de treinar estes cidadãos que, embora atletas de pleno direito, vêem os seus feitos mencionados nos jornais apenas de quatro em quatro anos quando há Jogos Paralímpicos. Pelo menos cá pelo burgo é assim.

Da minha parte resta-lhe desejar a melhor sorte do Mundo.

Férias 2013

Acabou-se o que era bom. As férias, claro está. Todo o trabalho está à minha espera para que possa ser colocado em ordem. É altura também de fazer um balanço destas duas semanas em que aproveitei ao máximo para me divertir e ir à praia apanhar sol e tomar banho no mar, pois claro.

Deverão ter sido as férias em que eu mais me diverti. Sem horários a cumprir e sem ninguém que me importunasse, fiz o que me deu na real gana.

Comecei com dois dias em que fui até à praia com um grupo de associados da ACAPO. Aí fomos para o Cabedelinho onde o mar faz uma pequena lagoa, óptimo para nós podermos tomar banho e mergulhar com relativa segurança.

Almoçávamos no parque das merendas e depois estávamos ali um bocado. Eu esticava-me na relva a ouvir música e a apanhar um pouco de sol. Havia quem estivesse ao sol a dormir a sesta e havia quem se sentasse na mesa a jogar cartas e domino. Eu não sou grande adepta desses jogos.

No segundo dia, apanhámos uma excelente manhã de praia. Estávamos a curtir as excelentes condições climatéricas quando alguém avistou na água algo amarelo. Era uma bicicleta assente em duas bóias que logo despertou a atenção de toda a gente que por ali estava. De todos os lados surgiram candidatos para experimentar o estranho veículo aquático a pedais.

Nós fomos até lá todos. A pessoa que andava com aquela geringonça era um antigo guia de Ciclismo da ACAPO e, vendo que éramos da instituição, logo se aprontou a nos proporcionar o nosso desejo de experimentar a pedalar aquela coisa. Eu experimentei, claro está. A sensação de liberdade que tal me proporcionou foi incrível. Sentia a água debaixo dos pés, o vento a bater na cara, que maravilha! Fugiria para o alto mar com aquilo.

Nessa altura a água estava uma maravilha e eu voltei a dar uns mergulhos antes de irmos almoçar. Ninguém imaginava jamais que o tempo virasse em tão poucos minutos. Foi só virmos de tomar café de volta para o parque das merendas. Eu ainda me preparei toda com bronzeador e tudo para me colocar ao sol mas…começou a chover. Isso mesmo. Estava a chover na Figueira da Foz e nós fomos corridos para Coimbra, que foi como um tiro. Escusado será dizer que em Coimbra não chovia.

Na quinta-feira, dia 8 de Agosto, combinei com a minha amiga Isabel um programa só nosso. Fomos ao Dolce Vita a pé e depois almoçámos no General. Seguimos para minha casa onde estivemos a recordar músicas de Festivais Eurovisão antigos. Ficou combinado depois irmos juntas à praia. Isso veio a acontecer no dia 14. Tenho de aproveitar as férias para estar com os amigos. Como somos ambas deficientes visuais o transporte e a falta de autonomia que isso nos proporciona inviabiliza que nos encontremos ao fim de semana que é quando eu tenho folga. Tenho de esperar pelas férias então mas vale bem a pena. Adoramos estar juntas e aproveitar bem esses momentos.

Sábado, 10 de Agosto, deixem-me tentar fazer aquilo que já ando a planear fazer há tempo! Ir até à Figueira da Foz sozinha de comboio. E lá fui eu. Apanhei o comboio e lá fui. Não conhecendo bem o espaço, apliquei a minha táctica de seguir as pessoas que saíam do comboio. À porta da estação estava estacionado um autocarro que ia para a praia com certeza. Enfiei-me nele e tirei bilhete. Pararia onde visse areia e mar. E lá fui percorrendo a marginal depois de ver onde ficava a placa com o símbolo do autocarro para onde teria de me deslocar para apanhar transporte de volta para a estação. Fui percorrendo o passeio. O objectivo era encontrar uma passadeira de madeira sem escadas que me levasse até à praia. Encontrei uma e fui até lá. Fui depois pela areia fora até à beira-mar onde estenderia a toalha. Primeiro ainda fui tomar banho de mar. Gosto sempre de ir à água assim que chego à praia. A água não estava fria e fazia uma lagoa. O problema eram os sedimentos no fundo que me magoavam os pés. Sem problemas, regressei a Coimbra a meio da tarde. Repetiria a viagem no dia seguinte. O tempo estava nublado mas não havia frio ou vento. A água do mar estava agradável.

No dia 12, alimentava o desejo secreto de ir até Oliveira do Bairro ver a etapa da Volta a Portugal que ali tinha chegada marcada nesse dia. Ainda não tinha a certeza se iria até lá mas assim de repente lá me decidi a aventurar-me.

Cheguei à estação e não vi vivalma. Mais uma vez segui alguém que saía do comboio para sair para a rua. Olhei para um lado e para o outro e não vi ninguém que me indicasse um transporte para chegar junto da Câmara Municipal que era onde estava montada a festa. No Google dizia-se que eram cinco quilómetros a pé até lá. Não havia táxis por ali. Que estranho!

Apareceu um casal de idosos a quem perguntei como ia até ao centro da cidade. Eles disseram que iam para lá. Que sorte! Fui com eles, sempre com olho em referências para depois fazer o caminho de regresso. Tinha de fazer os possíveis por andar devagar porque eles iam cansados. Aquilo era tudo a subir. O caminho até era fácil.

Alguém me indicou um sítio para eu ficar mas era longe da meta. Eu estive ali algum tempo mas depois comecei a ver que a multidão se dirigia mais para baixo. Fui atrás do aglomerado de pessoas. Foi a melhor decisão que tomei. Fui para junto das barreiras. Ali podia ver melhor.

Estava de um lado das barreiras mas depois ouvi dizer que estavam a distribuir brindes e era do outro lado. Enganei-me, fui para o outro lado mas não me chegaram brindes. Azar! Estava num sítio excelente para ver a corrida. Mesmo em cima da linha de chegada.

Houve uma primeira passagem de ciclistas. O público aplaudiu. Mais tarde a passagem pela meta era a valer. Manuel Cardoso da Caja Rural venceu a etapa. Ainda havia ciclistas atrasados. Eu gritava-lhes. Um ciclista sul-africano passava junto de mim e eu gritei-lhe com tal fervor, que ele olhou para ver quem lhe gritava. Eu falo por experiência própria: quando vamos na estada a pedalar, ouvir gritos e incentivos da assistência na berma da estrada consegue fazer milagres. É como se nos desse uma força incrível quando esta já nos falta. Por isso eu capricho na gritaria. Sai-me da alma. Devo gritar mais no Ciclismo do que no Futebol porque sei que um grito de incentivo opera um verdadeiro milagre.

Dirigi-me para um local parecido com um pódio mas estranhamente ali havia pouca gente para pódio. Encontrei o Campeão Nacional de Estrada Jony Brandão e com ele tirei uma foto. Não deixa de ser incrível: tenho-o visto ao longo destes últimos dias sempre nas fugas, sempre na estrada a dar o máximo e agora estou com ele pessoalmente. Um orgulho!

Afinal o pódio era noutro local que estava naturalmente cheio de gente. Fiquei por ali a ver a cerimónia de entrega das camisolas. Depois tentei procurar uma equipa holandesa onde havia antigos ciclistas da Rabobank. Conhecia um pessoalmente da outra vez que os encontrei. Iria cumprimenta-lo, se ainda o apanhasse. O autocarro já tinha partido.

Quem eu encontrei foi o Senhor Joaquim Gomes- Director da Volta a Portugal. Era um objectivo meu encontrá-lo e agradecer-lhe pessoalmente o quanto fez para me ajudar naquela época difícil da minha vida em que o Ciclismo era uma das coisas que ainda me proporcionava algumas alegrias e algum conforto quando via que tudo na minha vida estava a falhar devido ao agravamento da minha situação nos olhos. Consegui conhecê-lo pessoalmente e agradecer-lhe. Ele, que eu estava habituada a ver ganhar a Volta a Portugal quando tinha aí os meus doze anos.

Sair dali é que foi pior. Tudo porque havia material colocado em cima da passadeira que me servia de referência. Passei ali centos de vezes e não vi o raio da passadeira. Não a devem ter apagado, mas que raio! Tal périplo ali pelas imediações até foi benéfico. Estava ali estacionado o autocarro da equipa OFM- Quinta da Lixa (equipa que viria a ganhar a Volta, por acaso). Eles chamaram-me e ofereceram-me um boné que logo coloquei na cabeça a substituir o meu de ganga que trazia. Depois ainda me voltaram a chamar para me oferecerem mais um boné e um bidon para a água. Mais um para levar para as caminhadas.

Depois de dar mais uma série de voltas à procura da passadeira, vi que carregavam objectos de grande porte para um camião. A passadeira que eu tanto procurava ficou visível. Atravessei finalmente e desci em direcção à estação num ápice. Pensava que já ia atrasada para o comboio mas ainda faltavam mais de vinte minutos quando cheguei. Onde é que aquele trajecto tem cinco quilómetros? Americanos dum raio, que nunca levantaram o traseiro da cadeira dos seus gabinetes e foram medir a distância ao local. Aquilo tem um quilómetro e meio, se tanto. Para o ano já sei o caminho.

Na terça-feira, 13 de Agosto, regressei à Figueira da Foz. O mar estava agitado, as ondas teimavam em me lançar para trás na direcção da areia. Não estava calor nem frio. Estava uma temperatura agradável. Devido às diabruras do mar, regressei a casa com areia por todo o corpo.

Como referi atrás, iria com a minha amiga Isabel para a Figueira da Foz no dia seguinte. Chegámos à praia e fomos tomar café antes de nos metermos na água. A temperatura da água estava simplesmente uma maravilha. Eu devo ter batido o meu record de permanência na pagua do mar. Andámos na água mais de uma hora. A minha amiga estava contente por termos apanhado um dia de praia assim. Notava-se o ar feliz quando ao final do dia regressou a casa.

Ainda fui à praia no dia seguinte antes de ir para casa. Também esteve um dia bom de praia. Estava algo encoberto mas estava bom. No autocarro, alguém entrou…com um gato que miava bastante alto, fazendo uma chinfrineira infernal. Com tudo isto distraí-me e o motorista disse-me depois que tinha de sair ali se queria ir para a estação. Andei às voltas pela rua à procura da estação. O meu medo era de perder o comboio. Depois lá dei com o caminho e apanhei o comboio. Cheguei a Coimbra, tomei banho, mudei de roupa e apanhei novamente o comboio. Iria para casa.

Havia festa na terra no fim-de-semana. Faziam-se os preparativos. Numa sexta-feira fresca e bastante nublada, fui com a minha mãe até Anadia para tratar de alguns assuntos.

No Sábado à noite havia karaoke no palco do arraial. Resolvi ir até lá. Dancei até me cansar e ficar com os pés doridos.

No Domingo haveria um almoço com convidados. As moscas não nos largavam. Para as dispersar, encheram-se alguns sacos com água e penduraram-se. Elas dispersaram. Quem nos ensinou esse truque foi a sobrinha do falecido padrinho da minha irmã que esteve a fazer Erasmus na Argentina e disse que se usava fazer isso lá. Isso foi no ano passado ou há dois anos. Elas não compareceram este ano.

Não fui ao arraial. Vi o fogo-de-artifício da eira. Arrependi-me depois de não ter ido, pois foi uma noite mal dormida. A culpa foi das minhas excelentíssimas gatas, especialmente da Adie. A minha mãe não conseguia dormir sem saber por onde andava a gata da minha irmã. De vez em quando levantava-se e chamava-a pela rua. As outras duas gatas entraram e, a certa altura, houve burburinho.

Esperava o meu vizinho na eira dele para me dar boleia até á estação de comboios. Iria regressar ao trabalho. Ele atrasou-se um pouco. Enquanto subia e descia de elevador, o comboio chegou. Então ele correu e mandou esperar o comboio para que eu não o perdesse. Lá fui de regresso a Coimbra para um longo dia de trabalho. Para trás ficaram duas semanas intensas de boa vida que agora acaba. Há que trabalhar.


Pesado e injusto

Em casa emprestada, o Paços de Ferreira foi injustamente derrotado pelo Zenit por 1-4 num jogo a contar para a fase de grupos d Liga dos Campeões. Se acaso não conseguir seguir em frente, o que é o mais provável, a equipa portuguesa ingressará directamente na fase de grupos da Liga Europa.

Estávamos nos instantes iniciais do encontro e o árbitro já exibia o cartão amarelo a filipe Anunciação.

Sérgio Oliveira remata com bastante perigo para defesa do guarda-redes do Zenit.

Sai um remate de Witsel. É estranho ver o antigo médio belga do Glorioso vestido com uma camisola azul.

O Paços de Ferreira volta a criar perigo agora por Romeu.

Matias Degra nega o golo ao Zenit.

E era outra vez Sérgio Oliveira que quase marcava.

Há golo do Zenit.

A bola ainda entra na baliza do Zent mas havia fora de jogo. Que pena!

Sérgio Oliveira volta a tentar o golo de muito longe.

O Paços de Ferreira volta a tentar um golo que já merecia mas chega ao intervalo a perder por 0-1 no Estádio do Dragão onde os tripeiros trouxeram as suas camisolas. Mas o clube deles nem está a jogar. Ao menos trouxessem qualquer peça de vestuário amarela que tivessem em casa. Azul não, que de longe ainda se confunde com o azul do Zenit.

Sérgio Oliveira tenta o golo pela quarta vez mas o guarda-redes do Zenit defende com dificuldade.

Deu a sensação de golo para o Zenit. Era outra vez o Jogador Número Quinze que já havia sido o autor do primeiro golo da equipa russa.

Ricardo remata com potência mas sem perigo.

Já é a quinta vez que Sérgio Oliveira tenta o golo de meia distância. Desta vez o remate foi à figura do guarda-redes russo.

GOOOOOOLOOOOO ANDRÉ LEÃO! QUE LOUCURA!

No minuto seguinte, o Jogador Número Quinze do Zenit volta a marcar num erro clamoroso da defensiva do Paços de Ferreira.

Olhem só quem aí vem! O Arshavin!

À sexta tentativa, a bola rematada por Sérgio Oliveira passou a rasar o poste.

Exibe-se agora com estilo, o guarda-redes do Zenit, opondo-se a mais um remate do Romeu.

Nuno Santos tira um cruzamento venenoso, Carlão corresponde muito bem de cabeça e o guarda-redes do Zenit tem de se esmerar.

O guarda-redes do Paços de Ferreira também não se fica atrás com as defesas difíceis.

Sai cartão para o Jogador Número Vinte E Dois do Zenit. Chutou a bola para longe.

À sétima tentativa, Sérgio Oliveira tira um cruzamento-remate que saiu traiçoeiro.

Ricardo vê cartão amarelo por falta cirúrgica a travar contra-ataque do adversário. Do livre resulta o terceiro golo do Zenit. Curiosamente o livre foi cobrado pelo jogador que sofreu a falta de Ricardo.

Agora é o hat trick do Jogador Número Quinze do Zenit. Um grande golo, diga-se de passagem.

Carlão tenta imitar o jogador do Zenit mas sem o mesmo resultado.

Ainda há cartão para o Jogador Número Catorze do Zenit por falta sobre Carlão.

O jogo termina com o Zenit praticamente com os dois pés na fase de grupos da Liga dos Campeões. O Paços de Ferreira não merecia esta goleada mas valeu o maior gabarito técnico dos jogadores e a maior experiência. Duvido que na segunda mão o Paços de Ferreira consiga dar a volta a isto. Esta equipa é demasiado forte para se deixar surpreender.


Saturday, August 24, 2013

“A Viagem Dos Sete Demónios” (impressões pessoais)


Ao contrário do que o título possa sugerir, esta obra não é de terror, bem pelo contrário. É uma obra cómica e satírica bem escrita pelo escritor argentino Manuel Mojica Lainez.

De forma bem-humorada, o escritor sul-americano conta-nos a saga dos sete demónios, cada um representando um dos sete pecados mortais, que viajam no tempo e no espaço enviados pelo Diabo que os acusa de levarem no Inferno uma vida muito ociosa e sem preocupações. O Chefe Supremo dos infernos ordena aos sete demónios que percorram a Terra e tentem alguns cidadãos a cair na tentação de cometer um dos pecados mortais.

Ao longo da obra, os demónios vão tendo missões a cumprir, sempre com o objectivo de tentar as almas a cair em tentação. De todos os episódios, destaco o facto de ser Satanás a incitar os outros demónios a soprarem no Vesúvio para que Pompeia fosse destruída. A missão cabia ao demónio que estava a representar a avareza (não me recordo do nome dele agora) mas o demónio achou a missão muito dispendiosa e recusou-se a cumpri-la.

O meu demónio favorito era Belfegor que representava a preguiça e, no meu entender, foi o que foi melhor sucedido na sua missão, pois conseguiu parar até os movimentos da Terra.

Foi uma leitura agradável e descontraída, agora que as férias estão de vento em popa.

E por falar em Diabo ou em demónios, onde é que eles vivem? No Inferno. É esse o título da obra que já me encontro a ler. “Inferno” é mesmo o título da última obra de Dan Brown. Já a tenho desta vez.


Bom teste

Num jogo amigável realizado no Algarve, Portugal empatou com a Holanda a uma bola. Foi um bom teste com uma equipa que já se encontra apurada para o Mundial 2014. Cristiano Ronaldo foi o autor do golo do empate e mostrou estar a atravessar uma boa fase na sua forma física.

O jogo começou numa toada calma e sem história. A sensivelmente dezassete minutos de jogo, o Jogador Número Oito da Holanda apontou o primeiro golo.

Na resposta ao golo dos holandeses, Cristiano Ronaldo remata ligeiramente para fora. Ainda é canto.

Sai outro remate de Ronaldo mas sai torto e algo disparatado.

Depois de um livre cobrado por Miguel Veloso, Postiga cabeceia ao lado.

De baliza aberta, Ruben Micael falha o golo do empate.

Sai cartão amarelo para Bruno Martins da Holanda. Mas o que é que Cristiano Ronaldo quer mais?

Estão a perder mas gastam mais energias em quezílias em vez de jogar. Não tarda vai alguém para a rua.

A bola ainda entra na baliza da Holanda mas Ronaldo estava fora de jogo.

De livre, Ronaldo remata por cima. O intervalo chega com Portugal em desvantagem por 0-1.

Ia sendo golo de Portugal agora. A jogada foi de Fábio Coentrão.

O remate de Miguel Veloso sai ao lado.

Paulo Machado também tenta a sua sorte. Vai ao lado, o seu remate.

Acabado de entrar Huntelaar já faz questão de espalhar por ali o terror. Por acaso era jogador que eu gostaria de ver no Glorioso mas tal não foi possível na altura.

Cheira-me que Huntelaar ainda vai fazer estragos hoje.

Sai um monumental remate de Ronaldo para defesa do guarda-redes da Holanda.

Robben remata para defesa sem problemas de Eduardo.

Portugal cria perigo.

Miguel Veloso vê cartão amarelo por travar uma jogada de perigoso contra-ataque da Holanda.

A quatro minutos do final do jogo, surge golo de Cristiano Ronaldo que Portugal já merecia.

Cristiano Ronaldo ainda marca um livre mas a bola vai à figura do guarda-redes. O jogo termina com o marcador a registar uma igualdade a uma bola no marcador. Foi um excelente resultado, atendendo ao poderio da equipa adversária. Que venham os jogos a doer.

Entretanto chega a notícia da derrota da Rússia na Irlanda do Norte. Isso é bom para Portugal…ou talvez não porque a Irlanda do Norte é o adversário que se segue e este resultado antevê que poderão causar-nos problemas.


Tuesday, August 13, 2013

“Maldição” (impressões pessoais)



Escolhi este filme porque pensava que ele se baseava na obra de Stephen King que tanto prazer me deu na sua leitura. Afinal este filme não tem nada a ver com essa obra.

E se a sua vizinha se incompatibilizasse consigo e o amaldiçoasse? Questões materiais levam a bruxa a rogar pragas. Ninguém presta atenção até que a vida deixa de correr com normalidade.

A família é atormentada por um espírito que torna várias formas e espalha o seu poder maléfico por toda a parte. Até onde irá o seu poder?

Defesa desafinada

O Porto voltou a vencer a Supertaça Cândido de Oliveira ao vencer o Vitória de Guimarães por 3-0. Com uma defesa que ainda não demonstra grande entrosamento e até necessitará provavelmente de alguns reforços, os vitorianos não conseguiram o acerto defensivo que se impunha naturalmente para fazer face a Jackson Martinez e companhia.

Escusado será dizer que estava pelos vimaranenses como benfiquista mas logo se viu que o Porto ganharia o desafio com relativa facilidade.

O jogo levava poucos minutos quando Licá apontou o seu primeiro golo ao serviço do Porto. O antigo extremo do Estoril iniciava assim aquele que se pode apelidar de o jogo da sua vida.

Pouco depois, Jackson Martinez apontou o segundo golo dos tripeiros, para mal dos meus pecados. Aquela defesa do Vitória de Guimarães está mesmo péssima. Parece uma orquestra desafinada.

De livre, o Guimarães não criou perigo algum. A bola foi ao lado.

Licá estava agora fora de jogo. Foi a sorte do Guimarães agora. E até parece que não havia posição irregular. Mais uma vez a defesa vitoriana não se entendeu.

Alex Sandro remata excessivamente por cima.

E era outra vez Licá com perigo.

Douglas defende agora com dificuldade um remate forte de Otamendi.

E era outra vez…Licá. Douglas tem de se aplicar bem agora.

À beira do intervalo, Lucho faz o terceiro golo para o Porto. Nada a acrescentar a este resultado. Com uma defesa destas, até é uma sorte não estarem a levar mais.

Lucho começa a segunda parte por rematar ao lado.

Varela remata para defesa fácil de Douglas.

Lucho remata mais uma vez para Douglas defender.

De forma acrobática, Jackson Martinez remata com perigo.

Sai o primeiro cartão amarelo da partida para Moreno por travar Quintero em falta. Do livre resulta mais uma intervenção de Douglas.

Está ganho pelos tripeiros o primeiro troféu da época. Sinceramente espero que eles não vençam mais nenhum.

No final do jogo, Pinto da Costa esteve igual a si próprio e brindou-nos com mais um dos seus recitais de ironia e de capacidade imaginativa. Ora ouçam! De morrer de rir!



“O Olho Do Mal” (impressões pessoais)



Primeiro do que tudo, realce-se o facto de a protagonista deste filme ser uma jovem cega chamada Sydney.

Cega aos cinco anos depois de uma brincadeira com a irmã com fogo-de-artifício, a jovem recebe um transplante de córnea e, à medida que vai recuperando aos poucos a visão, também se apercebe de estranhas visões e sensações que a perturbam e a descontrolam imenso.

Perturbada com visões que não consegue explicar e com pesadelos recorrentes à mesma hora da madrugada, Sydney pede ajuda ao oftalmologista que a segue. Primeiro ele recusa-se mas depois tenta ajudá-la a descobrir quem foi a dadora da córnea que recebeu.

Viajando para o México, Sydney descobre a origem das visões e descobre que tais visões significam algo muito importante. Ao receber os novos olhos da sua dadora mexicana, Sydney herda também a sua sensibilidade premonitória de prever desgraças, especialmente incêndios.

Com um final empolgante, este filme prende o espectador até ao fim. No final todas as visões de Sydney acabam por fazer sentido.

Um cheirinho de Primeira Liga

O Sporting de Braga venceu pela primeira vez o prestigiado Torneio do Guadiana. Depois de ter vencido ontem o West Ham por 1-0, os minhotos derrotaram por igual resultado o Sporting.

Dado o que o Braga jogou ontem e o que dizem que o Sporting não jogou anteontem, antevia-se que os verdes levassem na pá, como se diz cá pelo burgo quando uma equipa perde.

Ia sendo golo do Sporting, por acaso.

Eduardo evita o golo de Magrão.

Salvador Agra remata com perigo e para fora.

O Rui Patrício que hoje está de barba acaba por defender um cruzamento perigoso.

Montero falha um golo incrível após um autêntico brinde de Nuno André Coelho.

O Sporting carrega agora.

Magrão remata mas o seu remate sai ao lado.

Agora é Wilson Eduardo quem remata para fora.

Quase que era golo do Sporting e fica-se a reclamar grande penalidade que não existiu.

O intervalo chega com o nulo a registar-se no marcador. O Sporting parece melhor mas o Braga está sempre à espreita também para criar perigo.

Eduardo vê cartão amarelo porque o árbitro entendeu que demorou a repor a bola em jogo.

Aos cinquenta e um minutos, Edinho faz de cabeça o primeiro golo do encontro. O cruzamento é de Ruben Micael.

Do meio da rua, Ruben Micael cria perigo.

Vê-se nitidamente que Capel está já em excelente forma, parece que a época não acabou para o espanhol…no que toca ao capítulo da simulação de faltas que poderão dar cartões para os adversários.

É agora a vez de Joãozinho ver o cartão amarelo.

Montero volta a falhar clamorosamente uma excelente oportunidade de golo. Se calhar é por essas e por outras que o Sporting até já contratou um avançado argelino.

Salvador Agra vê o cartão amarelo antes de ser substituído precisamente por demorar a abandonar o terreno de jogo.

O Braga festeja a sua primeira conquista do Torneio do Guadiana. Nunca antes os arsenalistas haviam vencido esta competição de pré-temporada.


Temos Braga

Um golo do jovem Rafa deu ao Sporting de Braga a vitória ante os ingleses do West Ham na segunda jornada do Torneio do Guadiana. Pelo que deu para ver, apesar de estarem a jogar com segundas linhas, Jesualdo Ferreira terá tudo para levar os arsenalistas a uma boa classificação também esta época.

Acompanho este jogo mas devia ontem também ter acompanhado o do Sporting também com o West Ham. Eu nem sabia que o Torneio do Guadiana dava na RTP 1.

Rafa cruza para defesa do guarda-redes do West Ham. O Braga carrega.

Quase que era golo do Braga que continua a carregar. É canto.

Hélder Barbosa remata de fora da área mas Adrian defende.

Sai um cartão amarelo para o jogador do West Ham que impediu Yazalde de prosseguir com a jogada perigosa.

Santos cria perigo ao cobrar um livre com força.

Que pena que a finalização de Luiz Carlos não foi a melhor! Foi uma excelente jogada colectiva. O remate foi para a bancada com força e partiu uma cadeira. No final a conta será debitada a Luiz Carlos. Melhor ainda, leva um jogo de suspensão por…vandalismo.

Chega o intervalo com um nulo no marcador mas o Braga merecia já estar a vencer.

Luís Silva remata muito devagar, sem perigo e lesiona-se ainda por cima.

Aos sessenta e três minutos, Rafa faz o golo que ele e a sua equipa já mereciam. Foi uma bela jogada de insistência. Sinceramente, o Braga está com uns pormenores colectivos bem interessantes.

Que belo remate de Mauro! E que bela defesa de Adrian!

Sai um cartão amarelo para o Jogador Número Quinze do West Ham.

O Jogador Número Quatro do West Ham também viu o cartão amarelo que já merecia. E durinho, este jogador.

O jogo termina com a vitória dos bracarenses por 1-0. Amanhã teremos um jogo bem apetitoso ente o Sporting Clube de Braga e o Sporting Clube de Portugal. A jogar assim, o Braga pode fazer estragos amanhã com o Sporting.

Saturday, August 10, 2013

“Fenómenos Paranormais” (impressões pessoais)



Antes de começar a falar deste filme, ressalve-se que o título do filme no Youtube está incorrecto, como facilmente se pode depreender.

Tenho no Youtube uma pasta para filmes e outra para documentários. Há uns meses atrás, coloquei este filme na pasta dos documentários e não na dos filmes. A intenção era ver isto mais tarde. Este vídeo voltou a cruzar-se comigo e então resolvi-o ver na íntegra. Em boa hora o fiz, pois este foi um dos melhores filmes a que já assisti.

Até meio do filme, estava ainda convencida de que isto era mesmo um documentário. Depois, com o decorrer do vídeo, pensei que isto era uma paródia a programas desse género de investigar locais assombrados em busca de fantasmas. Há imensos programas desses e essa actividade ganha cada vez mais adeptos.

A sensação de “realidade” que inicialmente este filme transmite talvez tenha contribuído para a sua originalidade e para o interesse que suscita.

À medida que o filme avança, o terror aumenta e o suspense também. Inicialmente comecei por experimentar o interesse típico dos documentários, depois ri-me porque os protagonistas começam a ter medo- eles que vinham justamente para ver fantasmas e depois há o prazer que retiro de um bom filme de terror com o sobrenatural. Gosto mais de filmes de espíritos do que de filmes de serial killers. O oculto simplesmente me fascina bastante.

O que mais me impressionou em todas as cenas do filme foi a forma como os números que indicam a data e a hora na câmara de vídeo, a certa altura, começam a andar demasiado depressa, como se fossem centésimos num cronometro. Isso ilude os protagonistas que perdem completamente a noção do tempo.

Como referi, recomendo vivamente este filme. É um dos meus favoritos. Vale mesmo a pena.

“Exorcismus: A Possessão” (impressões pessoais)



Este filme não tem nada a ver com “O Exorcista” de 1973 que eu vi há um tempo atrás. Esta história relata a saga de uma adolescente de quinze anos que fez um pacto com o Diabo para se livrar da excessiva autoridade dos seus pais que não a deixam fazer tudo o que ela gosta.

Para conseguir os seus intentos, a adolescente contou com a ajuda do seu tio padre que acaba por a empurrar para esse caminho obscuro da possessão pelo Demónio.

No final a jovem descobre que cometeu um grande erro ao ver a sua vida transformar-se num autêntico inferno e acaba por perder todos os que ama.

Talvez por ter visto o outro filme cujo post vou redigir de seguida, este filme acabou por ser ofuscado em termos de importância e de favoritismo. O outro é bem melhor e vi-o uma segunda vez.

Tuesday, August 06, 2013

“O Olhar Obliquo Do Mal”(impressões pessoais)


Como classificar esta obra em termos de género literário? Andará algures entre o thriller e o fantástico. Entre o policial e o cómico. Entre terror e drama. Esta obra é tudo isso e muito mais.

Por mais voltas que dê à cabeça, nunca me deparei com um vilão tão cómico. Em bom português pode-se dizer que é um crominho, uma ave rara mesmo. Mete-se a matar e depois não tem estofo para arcar com as consequências. Só faz asneiras e morre de medo das suas vitimas que nem sequer verifica se de facto as matou.

Junior- o vilão desta história- baseava muitas das suas atitudes em livros da autoria de Caesar Zedd. Pesquisando um pouco, verifico que tal personagem é também ficcional. Jamais alguém escreveria livros tão ambíguos que pudessem levar alguém a agir de forma tão maníaca, roçando mesmo a loucura e a paranóia.

Com tanto disparate junto cometido por Junior, é difícil escolher um episódio que se tenha destacado. Talvez a minha escolha vá para aquele em que ele perdeu o seu valiosos Rolex ao se desembaraçar de uma das suas vítimas e o foi recuperar no contentor do lixo onde havia deixado o morto.

Junior simplesmente desaparece vergado aos poderes misteriosos da sua filha que o envio para outro mundo onde há monstros, os mesmos que ela havia desenhado.

A nota que dou a este livro e bastante positiva. No fundo soube entreter. Apesar de ser uma obra extensa, a sua leitura faz-se bem porque sempre suscita interesse, sobretudo quando a acção está do lado do criminoso.

Por falar em Mal, a sua origem varia em parte dos Sete Pecados Mortais. Vou agora passar a ler um livro sobre esse tema. “A Viagem Dos Sete Demónios” é a obra que se segue no meu plano de leitura.