Wednesday, December 28, 2016

Consulta em direto (para entreter o pessoal enquanto espera)

Odeio salas de espera de consultas externas! Afinal quem é que gosta de ali estar sem fazer nada, a pensar no que deixou por fazer e que no dia seguinte vai ter de se desdobrar? Quem não trabalha também não apreciará ali estar porque sempre deixou o transporte alugado na rua, ou tem hora para apanhar o comboio ou o autocarro até à sua terra.

Apesar de haver pouca gente na sala de espera, não estavam a chamar ninguém e, para além da tosse e dos espirros que são sempre normais nesta altura do ano, já se ouvia bufar. O rádio estava ligado na Mega Hits ou na RFM mas ninguém estava a ligar muito à música. Não se estava mesmo a passar nada. Que tédio!

Pelo intercomunicador, um médico chama um doente para consulta. É aí que a sala de espera ganha toda uma outra vida. O médico esqueceu-se do intercomunicador ligado. Todo o corredor passou a ouvir em direto tudo o que se passava no gabinete. A faceta mais cusca do Ser Humano veio ao de cima. A sorte é que o radio até estava alto. Mesmo assim, ouvindo atentamente, dava para apanhar alguma coisa. O que se ouvia mais era o remexer de papeis que era amplificado por toda a sala. As portas a abrirem e a fecharem também emitiam um som algo engraçado, amplificado pela instalação sonora.

Foi um momento caricato durante a longa espera por consulta. Saí de lá tarde e a más horas.


Tuesday, December 27, 2016

George Michael

2016 fica para a história como sendo um dos mais horríveis para quem gosta de música como eu. Foram vários os artistas que nos deixaram neste ano prestes a terminar. Artistas que me habituei a ouvir desde tenra idade e que nos deixaram a sua música agora para os recordar.

Este terrível ano de 2016 não poderia acabar sem que partisse mais alguém e esse alguém foi George Michael. Justamente o autor de “Last Christmas” tinha de abandonar o mundo dos vivos...no dia de Natal.

Por acaso eu tinha estado a dissertar que detestava a canção que acima citei. É verdade. Estou mesmo por aqui de ouvir essa música que já detesto por natureza. Agora, para o ano, ela vai tocar ainda mais por força desta infeliz coincidência.

Para dizer a verdade, até nem gostava de George Michael, especialmente das suas canções mais recentes. Gosto de algumas. São as que vou aqui colocar em sua homenagem. São quase todas baladas, as que cresci a ouvir. Para último deixo a que é mesmo a minha favorita. Essa sim é uma grande música!












“A Face Oculta De Fidel Castro” (impressões pessoais)

2016 está já quase no fim e com ele levou várias figuras que sempre coexistiram connosco desde que nos lembramos de andar nesta vida. Fidel Castro foi uma das personalidades que deixou de pertencer ao mundo dos vivos, daí ter optado pela leitura deste livro em detrimento de muitos que ainda tenho para ler.

Comprei esta obra porque na altura causou alguma polémica. Sei que o seu autor, Juan Reinaldo Sanchez (antigo guarda-costas de Fidel Castro que foi obrigado a se exilar) passou por aqui por Portugal, salvo erro.

Sem filtros, Juan Reinaldo Sanchez retrata Fidel Castro tal como o conheceu, inclusive aspetos da sua intimidade. Não faltam histórias engraçadas que por vezes levam o leitor às lágrimas de tanto rir e a esquecer-se que o protagonista é alguém que existe/existiu na vida real e não um personagem de ficção.

Sanchez prende a nossa atenção. É um bom contador de histórias. O livro é facílimo de ler e quem tiver tempo pode lê-lo de uma penada.



Uma peça de roupa, uma simples peça de roupa

No sonho não o conheci, apesar de ter sempre a vaga sensação de que o conhecia realmente. Mais, sentia-me, de certa forma, responsável por ele, por tudo o que ele fazia e que causava tanto rebuliço entre as pessoas de uma pequena localidade, essa sim, completamente inventada pelo meu subconsciente.

O protagonista existe realmente, algures, la longe. Chama-se Amr, mesmo assim escrito. Só muito tempo depois de acordar é que associei que se tratava do rapaz deste sonho. Aquele que conhecia bem naquele mundo para o qual nós entramos quando adormecemos e que é capaz de abolir distâncias e inventar pessoas que nunca vi e que se calhar até nem existem. Aquele mundo tão estranho e tão fascinante.

Eu já estava irritada porque andava a estudar e tinha teste de uma disciplina que aliava Matemática, Geometria, Lógica...essas coisas boas de que tanto gosto...Aquilo era tão complicado para a minha mente, que não fiz nem metade dos exercícios. Tinha de desenhar, calcular, raciocinar...tudo num curto espaço de tempo. O professor impiedosamente pediu-me que entregasse a prova mesmo assim como estava. Dava para chumbar na certa...e com zero.

Cheguei à rua e...lá estava este nosso amigo, o rapaz que eu somente conheço do Instagram e que ultimamente tem colocado likes nas minhas fotos. Reparava bastante nele e reconhecia-o pelos objetos que trazia. Via que as pessoas o olhavam de lado e com algum desconforto. Não percebi porquê. Eu dava por mim a observá-lo. Conhecia-o. Mas de onde? Não era propriamente um amigo chegado, tal como na realidade não o é. Simplesmente alguém que via passar.

Chegámos perto de uma casa onde supostamente havia roupa a secar. O estendal estava um desalinho. Havia peças de roupa apenas presas por uma mola e...dezenas de peças de roupa interior feminina espalhadas pelo asfalto. Aquilo era uma aldeia igual a muitas por onde passamos nas caminhadas.

Despudoradamente, os sutiãs da dona da casa pareciam sorrir para quem passava. Uns ainda se encontravam presos na corda da roupa. O grupo seguia todo. Ia eu no meio e...lá ia ele. Imediatamente todas as cabeças se voltaram para lá, acusando-o de ter espalhado a roupa pela estrada. Em suma, tudo quanto aparecia mal feito tinha sempre o mesmo culpado. Desta vez não era eu mas, de certa forma, sentia-me incomodada por tanto o incriminarem. E ele seguia cada vez mais atrás como se aquilo nada fosse com ele.

O burburinho subia de tom e eu saí a terreiro defendendo a minha dama...quer-se dizer...o cavalheiro. Fui dizendo que não havia mal em espalhar peças de roupa interior pela estrada fora. Que mal havia? Afinal, que diferença fazia expor as ditas peças de vestuário numa corda junto à estada ou no chão? Sem estar no corpo da sua dona, aqueles singelos trapos eram como quaisquer outros...ora essa!

Quando acordei lembrei-me deste verso: “ó sua descaradona, tira a roupa da janela, ao ver a roupa sem dona, lembra-me a dona sem ela”

Para além de me lembrar destes sábios versos do cançonetismo lusitano, também andei a ver se o meu amigo Amr por acaso tinha...alguma peça de roupa igual à que lhe vi vestida no sonho. Não tinha mas era ele claramente. Não sei como foi feito o casting para o meu subconsciente o escolher entre dezenas de jovens para protagonizar mais uma peripécia onírica.

Explorando um prédio onde nunca tinha entrado

A noite estava fria e era de descoberta. Sim. Não sabia onde era o local onde me tinha de dirigir nessa fria noite de Dezembro.

Andava às voltas pela rua, tentando perceber em que porta deveria entrar. Decido ligar à minha amiga que devido a imprevistos não iria ali estar. Ela indicou-me que a entrada realmente era onde eu julgava que seria. Tinha de subir aquele degrau alto onde tantas vezes me sento à espera do autocarro para as caminhadas sempre que vai primeiro a São José.

Abri a porta. A escuridão lá dentro era como breu. Não se via ninguém. E agora? A minha amiga diz-me que tenho de subir até ao quarto andar mas não se vê nada. Mas onde são as escadas? Não se distingue nada, apenas a cor preta. Acho que nem os fantasmas quereriam estar ali.

Tateio as paredes. Encontro um interruptor e carrego-lhe até com mais força do que era suposto. A entrada iluminou-se e as escadas materializaram-se. Fui subindo.

Havia pessoas a descer enquanto eu subia. Estava tão embrenhada a contar os pisos que nem perguntei onde ficava a porta que procurava.

Cheguei onde eu julgava ser. Para cima havia um lanço de escadas mas somente a escuridão me esperava. Quando descia o lanço de escadas que subi em vão e que não ia dar a parte alguma...as luzes apagaram-se. O aposento mergulhou novamente na quase completa escuridão. E agora? O remédio foi descer de gatinhas. Os interruptores só existiam nos locais onde não havia degraus e não se mantinham as luzes acesas a tempo de eu descer as escadas. Eu desço muito devagar.

Resta dizer que nesse prédio havia elevador mas estava avariado. Que vida a minha! E agora? A minha amiga estava a tentar ligar a outra amiga nossa para vir ao meu encontro mas, naturalmente o telemóvel estava no silêncio.

Fui para onde estava antes de ter tido a ideia de subir mais um pouco para o vazio. Havia um amplo gabinete com as portas todas abertas e as luzes todas acesas. Era incrível! Bati e ninguém me respondeu. Então não me fiz rogada e entrei por ali adentro ao mesmo tempo que ia falando ao telemóvel com a minha amiga. Era estranho terem deixado as portas todas escancaradas e as luzes todas acesas. As pessoas que ali estavam foram as que desceram quando vinha a subir. Lá dentro havia imenso material de escritório, computadores, impressoras, fotocopiadoras...Abri mais duas portas já do lado de dentro. Uma era uma casa de banho e a outra era uma espécie de local de arrumações. Ao mesmo tempo ainda me estava a rir com a hipótese de ser apanhada ali dentro por quem quer que fosse. Se alguém deixou todas as portas abertas e as luzes acesas, é porque ia regressar dali a nada.

Resolvi descer para o andar de baixo. Escusado será dizer que o raças das luzes se apagaram quando ia a meio da descida. Que coisa! Ali havia três portas. Tinham coisas escritas mas não as pude ler. Não trazia óculos, os papeis estavam altos de mais para os meus olhos e...as luzes voltaram-se a apagar. Duas dessas portas tinham campainhas. Toquei mas nenhum som se ouviu. Notei que aquelas campainhas tinham demasiado pó. Aquele andar parecia estranhamente deserto. Em desespero, bati com força numa das portas. Esperei a todo o momento sair lá de dentro alguém irritado para me correr dali para fora. Já estava escuro novamente. Aquelas luzes tinham voltado a se apagar.

Não havendo sinal de vida naquele andar, voltei para cima, para onde eu tinha estado a explorar aquele gabinete com as portas escancaradas e todas as luzes acesas. Vinha a descer um rapaz

Monday, December 26, 2016

Peripécias oníricas de alta qualidade

Cada vez me surpreendo mais com o meu subconsciente. Há sonhos que parecem filmes mas com argumentos bem refinados, dignos de merecerem mesmo um prémio.

Começo por ter sonhado que fui mandada parar por fiscais que me disseram sem rodeios que eu estava em incumprimento. Nessa altura ia eu a fazer uma caminhada com um colete muito engraçado. Em vez de ser fluorescente, era estampado com cores garridas. Via-se na mesma. Estava acompanhada de um grupo de gente da ACAPO e do meu grupo de caminheiros. Talvez ainda resquícios do convívio de fim de semana com os dois grupos.

Estávamos a rir de piadas que íamos dizendo. Nisto vem alguém e chama-me para trás. Mas o que foi agora? Estava ali tão bem. Ainda corada de riso e com o meu colete colorido vou ver o que me quer a criatura. Com um ar austero, não querendo saber se estava ou não a interromper o meu divertimento (mortinha por me colocar outro semblante no rosto devia estar essa criatura) lá me foi dizendo que eu tinha de pagar uma multa...porque não tinha feito o exame médico. Ora essa! Então ainda há três meses fiz um...A criatura teimou comigo e eu com ela. Estava capaz de lhe bater.

Por falar em exames médicos, num início de noite, estava eu à porta de minha casa a ver quem passava na rua. A minha mãe esperava e desesperava por um médico que tinha ficado de vir buscar um cabrito ou um coelho mas nunca mais aparecia. Esperámos toda a noite mas o senhor terá vindo quando lhe apeteceu- de manha cedo.

A minha mãe foi argumentando que esteve até tarde à espera dele. Sem lhe dar cavaco, o senhor vai direto à casa de banho. Nada a opor. Não fecha a porta. Em vez disso, abre uma janela que dá da casa de banho para o pátio. Então, sem mais delongas, senta-se no peitoril da janela que não é muito alta e...manda-se de costas para o pátio, aterrando no monte do estrume.

A pingar excrementos, o homem começou a acusar a minha mãe de o ter empurrado dali abaixo, imagine-se. Esse seria sempre o seu plano inicial, sabe-se lá com que motivos maquiavélicos.

O despertador tocou. Estava incrédula com o presente de Natal antecipado com que o meu subconsciente me brindou. Quem se ia lembrar de uma coisa destas?


A cura milagrosa da Adie

Sonhei que estava à beira da estrada junto a minha casa num final de tarde. A visibilidade ia ficando cada vez mais reduzida à medida que ia escurecendo mas dava para ver a estrada.

A certa altura, vi algo escuro a contorcer-se na berma, tentando arrastar-se até casa. Olhando mais atentamente, percebi com horror que era a Adie que tinha sido atropelada.

O meu pai estava perto e a gata arrastou-se para o lado onde nós estávamos. Ele tentou pegar-lhe para ver a gravidade dos ferimentos. À medida que ele foi verificando, como que as lesões foram desaparecendo. Os olhos lesados voltaram ao normal e as patas traseiras ganharam a sua habitual mobilidade.

Nada havia acontecido de grave.

Apesar disso, acordei aliviada por não estar ali e estar deitada na minha cama. Mais um sonho!

Completamente a dormir e de cabeça no ar











Para este fim de semana, havia dois almoços de Natal- um da ACAPO no sábado e o das caminhadas no domingo. Antes deste último, haveria uma caminhada que se afigurava fácil.

Tão fácil que...facilitei.

Para começar, resolvi levantar-me mais tarde. Mas por alma de quem? Deve ter sido mesmo isso que me desnorteou o sistema. Quando dei por mim, já eram horas de sair para a rua. Resultado: esqueci-me do bidão da água. Bem, levava uma garrafa com um pouco de água. A caminhada também iria ser fácil e sempre a podia encher algures se houvesse oportunidade.

O pior veio depois. A caminhada ligava São João do Campo a Ançã. A certa altura, o autocarro parou para esperar por um caminheiro que vinha na sua própria viatura e não sabia onde era o início. Toda a gente se preparou para sair naquela ocasião e eu coloquei a mochila às costas. Vendo que o autocarro tinha retomado a marcha, indo o carro ligeiro atrás, tirei a mochila das costas e sentei-me no banco do lado, coisa que não é habitual eu fazer.

O autocarro voltou a parar e toda a gente saiu. Desta vez é que era. Vendo que eu ia de manga curta (já não era a primeira vez este ano) os meus colegas perguntaram se eu queria ir buscar um casaco ou algo assim. Eu respondi que não tinha frio a caminhar. Provavelmente ninguém terá reparado que eu não levava a mochila.

Ia eu já em plena caminhada...quando senti que ia leve demais. Então percebi que não levava a mochila. Nem água, nem comida, nem pilhas suplentes para a máquina fotográfica...Tudo tinha ficado no autocarro.

Felizmente os meus colegas deram-me água e comida, o que eu agradeço de coração. A sorte é que a caminhada era facílima e não ofereceu grandes dificuldades. Dificuldades criei-as eu ao esquecer-me das coisas. Nunca tal me tinha acontecido!

E se era noutra caminhada mais complicada onde sempre andamos por trilhos? Ia ser lindo!

Por falar em trilhos, havia inúmeras poças de água que mais pareciam lagoas em alguns deles. Talvez isso tenha sido o mais complicado desta caminhada, pois tivemos de atalhar por cima de paus e árvores que tinham sido cortadas.

Apesar de me ter esquecido da mochila no autocarro, seguem as fotos que foi possível tirar.

“Te Amare, Te Amo Y Te Querre”- Mari Trini (Eu Não Conhecia Isto)


Grande música! Das melhores que ouvi neste ano, de todas aquelas que aqui fui apresentando.

Estava na dúvida se conhecia ou não esta música. Conheço semelhantes, sem que esta ou outras sejam versões. A base simplesmente é a mesma ou parecida. É como os fados. Conheço fados com a mesma música e várias letras.

Conhecia uma música portuguesa (não me recordo do nome da cantora que a cantava) com este instrumental também...mas era uma música completamente diferente. Também conheço outra que tinha também o mesmo instrumental e que nem era cantada, era recitado um poema.

Sobre a intérprete desta canção, era natural da região de Múrcia onde também faleceu em 2009.

Tuesday, December 20, 2016

Manequim Challenge em plena rua

Este texto só vai lá mesmo com a música apropriada.


É Dezembro. As pessoas são imediatamente tomadas de um estupor e de uma pasmaceira quase doentia. Onde quer que haja um estabelecimento comercial, é ver alguém ali perdido em pensamentos e a congeminar o que vai comprar.

Só se vêem pessoas paradas nos passeios, atrapalhando quem já vai com pressa para mais uma jornada de trabalho. Nem reparam que alguém se aproxima, tão embevecidas que estão a olhar para as montras iluminadas e coloridas das lojas.

Se por acaso alguém passa e lhes toca acidentalmente, até pulam de susto. É que, de repente, aquela loja ganhou novas cores no seu subconsciente em vigília. Já se imaginam a sair de lá com sacos difíceis de transportar de tantas compras que fizeram.

Se acaso alguém se lembrasse de filmar as ruas neste mês de Natal, daria ali belos vídeos de umas espécie de Manequim Challenge espontâneo. É que as pessoas não se mexem de ao pé das montras. Estão mesmo ali com o seu melhor ar sonhador. Se calhar há quem tenha tentado fazer propositadamente o Manequim Challenge e esteja com mais vontade de mexer do que quem esteja a olhar para uma montra enfeitada de uma loja.

Continuo no meu passo apressado. Também reparo no que está nas lojas mas outros valores mais altos se levantam. Tenho de ir trabalhar. Ficar ali especada no meio do passeio a contemplar montras não me dá de comer. É a vida!

Via Presepis











Estava um bom dia para caminhar. De regresso a Penela, resolvi não ir sozinha e levar comigo as bolhas nos pés que tinha arranjado na véspera. Agora, como saio do trabalho já de noite, não dá muito para andar pela rua a caminhar, daí aproveitar apenas o fim de semana para me vingar. Não estando agora muito habituada a andar, os pés ressentem-se.

Tirando as bolhas nos pés, o percurso não foi muito complicado. Teve mais quatro quilómetros do que os que tinha inicialmente mas tal não oferecia dificuldade por aí além. Só se ouvia perguntar se ainda faltava muito para os presépios do Espinhal.

Talvez a parte mais difícil para mim tenha sido mesmo a parte inicial com alguns degraus a descer.

Vale a pena visitar os presépios em Penela e no Espinhal. O presépio do Espinhal é mesmo uma localidade em miniatura, com as casas e as ruas muito bem reproduzidas. Está mesmo bonito!

Como sempre acontece, seguem as fotos desta caminhada que escolhi para aqui colocar.

Thursday, December 08, 2016

Esperar e desesperar

Foi já depois de terminar o seu jogo que o Braga ficou a saber que não iria prosseguir na Liga Europa. O Gent marcou na Turquia mesmo nos instantes finais e, com a derrota dos arsenalistas em casa por 2-4, acabou por seguir em frente. Nota para o Jogador Número Trinta E Oito do Shakhtar. Não marcava golos há tanto tempo e hoje marcou dois golos.

Paulo Fonseca poupa alguns dos seus jogadores. Há jogo importante para as contas do título na Ucrânia contra o Dínamo Kiev.

O Braga começa o jogo ao ataque.

De livre, Wilson Eduardo permite a defesa do guarda-redes ucraniano.

Ricardo Horta remata por cima. O guarda-redes ainda toca. É Canto.

O guarda-redes do Shakhtar volta a negar o golo ao Braga.

O Shakhtar chega ao golo. Foi o Jogador Número tTinta E Oito. Apesar deste golo, dado o nulo que se regista na outra partida na Turquia, o Braga ainda continua apurado.

O brasileiro Taison marca mais um golo para o Shakhtar. Nada se altera porque o Gent ainda não marcou.

Stojljkovic marca para o Braga antes do intervalo. Pode ser que na segunda parte o Braga chegue com outro ânimo e empate pelo menos, não se fiando no outro jogo que está empatado a zero.

Reclama-se grande penalidade por alegado puxão na camisola de Rui Fonte. O árbitro turco nada assinala.

Saiu o primeiro cartão amarelo deste encontro para o Jogador Número Vinte E Quatro da equipa ucraniana.

O Shakhtar marca o terceiro golo. Este golo tem a particularidade de ser novamente da autoria do Jogador Número Trinta E Oito (um defesa). Este jogador é raríssimo marcar golos.

Já Taison marca muitos e também bisa neste jogo, marcando o quarto golo para a sua equipa. No outro jogo é que as coisas continuam a zero e é bom que assim continuem.

Saiu cartão amarelo aqui para o nosso amigo, o Jogador Número Trinta E Oito do Shakhtar. O tal que hoje já deve ter marcado tantos golos como os que já leva na carreira. Não sei, não fui ver. Dizem que já não marcava golo há mais de um ano.

Volta a reclamar-se grande penalidade a favor do Braga por alegada mão na área de rigor.

Saiu mais um cartão amarelo para o lado dos ucranianos.

Ainda há tempo de Vukcevic fazer o seguindo golo para o Braga. O jogo termina mas deram-se mais minutos de compensação na Turquia. Há que esperar.

E nos instantes finais da partida, eis que o Gent marca o golo que lhes dá o apuramento, atirando o Braga para fora da Liga Europa.


A ajuda que chegou de Leste

Apesar de ter perdido por 1-2, o Benfica segue em frente na Liga dos Campeões. Para isso contou com a preciosa ajuda do Dínamo Kiev que aviou o Besiktas em casa por improváveis 6-0.

Antes de qualquer incidência neste jogo que acompanho com extremo fervor, registe-se o golo do Dínamo Kiev que nos anima um pouco.

Raul Jimenez cabeceia por cima a cruzamento de Gonçalo Guedes.

O árbitro espanhol foi pela primeira vez ao bolso buscar o cartão amarelo para mostrar ao Jogador Número Vinte E Seis do Nápoles por falta sobre Gonçalo Guedes.

A bola entra na baliza do Benfica mas já havia fora de jogo. Na resposta, Gonçalo Guedes cria muito perigo.

Pepe Reina nega o golo a Salvio.

Nelson Semedo remata para fora.

Entretanto o Dínamo Kiev está-nos a ajudar e já marca mais um golo. O Besiktas está a jogar com dez jogadores.

Ederson nega o golo a Callejon.

Ederson volta a negar o golo ao Nápoles.

Chegamos ao intervalo com um nulo no marcador mas o resultado que chega da Ucrânia permite-nos estar tranquilos.

O Nápoles cria perigo. Entretanto chega a notícia de mais um golo sofrido pelo Besiktas. Até podemos perder, que seguimos em frente na mesma.

O irrequieto Callejon- antigo jogador do Real Madrid- volta a criar perigo.

O golo do Nápoles só podia mesmo ser apontado por Callejon. Era o jogador mais inconformado da equipa napolitana.

Agora o Dínamo Kiev vence por 5-0 e o Besiktas já só tem nove jogadores em campo. Podemos dizer que estamos apurados, qualquer que seja o resultado aqui.

De livre, Pizzi cria perigo.

Mertens, esse agitador, marca o segundo golo do Nápoles. Também pouco importa. Já estamos apurados.

De Kiev chega a notícia do sexto golo para a equipa local. O Besiktas segue para a Liga Europa e nós continuamos na Champions.

Raul Jimenez marca o golo para o Glorioso SLB. Ainda podemos empatar.

Pizzi viu o cartão amarelo.

O jogo termina e estamos apurados graças ao Dinamo Kiev que goleou o Besiktas e relegou a equipa turca para a Liga Europa.


Tuesday, December 06, 2016

Dia fértil em descobertas musicais

Por haverem muitas músicas que não conhecia, não me vou debruçar muito sobre elas. Apenas aqui as deixo. É pena porque esta primeira que aqui apresento é boa para esmiuçar a letra que é bem curiosa. Espero que gostem!







Criar novos textos a partir de títulos já existentes

Este é um exercício ótimo para se fazer, sobretudo quem como eu gosta de texto criativo. Mas por que é que eu estou a falar nisto? Porque sonhei que o fazia.

Estávamos numa sala ampla. Confesso que a luminosidade não era a ideal para a leitura mas cada um tinha o seu livro, como acontecia nas aulas de Português no sexto ano.

Não me recordo já dos títulos das obras que não existem na realidade. Sei que no final arrumávamos os livros ou alguém os vinha recolher. O meu era de capa vermelha. Seria um policial ou um thriller, para não variar. Outros leitores teriam obras também de acordo com o que mais gostavam de ler. Coisas muito diferentes.

À medida que foram recolhendo os livros, eu fui dando uma olhadela nos títulos e fui inventando uma nova sinopse para um livro completamente diferente. Invejava a minha capacidade de raciocínio, a minha imaginação para em poucos segundos criar uma história, a minha criatividade tão afiada naquele momento. Os títulos passavam e eu lá ia inventando uma história completamente diferente. Quase todas as obras, mesmo que não o fossem, tinham de ser livros em que o crime e o mistério estivessem presentes depois de eu lhes ter dado uma nova roupagem.

Estava a adorar mesmo aquilo. Quanto às outras pessoas, inicialmente não prestavam atenção mas tiveram de se render face à minha insistência e ao teor cada vez mais refinado das histórias que ia inventando. Estava cada vez melhor.

Mas para que é que o despertador tocou? Estava ali tão bem...

Viagem alucinante

Tenho andado todo o dia a rir-me de duas coisas. A primeira tem a ver com um episódio de Fidel Castro na Coreia do Norte. Quando acabar de ler o livro, terei de aprofundar mais este episódio. A segunda tem a ver com o barulho que o autocarro fazia estrada fora virado a Coimbra. Até largava mechas!

São duas semanas que vou a casa e duas semanas que chego a Coimbra depois das oito e meia. O autocarro terá estado parado longo tempo no trânsito. Eu passei pelas brasas. Acordei com o Sol a bater-me na cara e um coro de protestos. As pessoas bufavam e já não conseguiam estar sentadas. Algumas apelavam mesmo a todos os seus santos de devoção. Os protestos subiam de tom.

Então, para recuperar o tempo, a seguir a Sargento Mor, o condutor carregou a fundo. Só o barulho que o autocarro fazia pela estrada fora...só de o recordar, um sorriso largo se desenha no meu rosto. Estou arrependida por não ter gravado este momento para a posteridade. Quase que a camioneta levantava voo.

E a subir uma ladeira que havia? Quase que as rodas abandonaram a estrada. As pessoas já soltavam exclamações assustadas e, ao mesmo tempo, irritadas. Eu pensava até que já eram nove horas. Na rádio dava uma síntese de notícias. Também eu dei por mim a bufar exasperada por ir chegar tarde.

E lá chegámos a Coimbra são e salvos. Quem ia entrar às oito e meia chegou atrasado. Quem ia entrar às nove, ainda tinha algum tempo.

Serenata a alguém com músicas muito estranhas

Para dizer a verdade, uma serenata que se preze é cantada junto a uma janela de fora para dentro, não de dentro para fora como eu estava a fazer em mais um sonho completamente louco.

Eu por acaso gosto de sonhar que estou a cantar. Gosto da minha voz nesse espaço onírico, mais alterada do que a de um mau cantor submetido às maravilhas tecnológicas. São muitos os sonhos aqui narrados neste meu humilde espaço em que eu estou a cantar. Tenho sempre a sensação de que canto alto e que sou ouvida a milhas enquanto durmo. Não sei. Nunca ninguém se queixou e nunca ninguém me confrontou com gravações. Hoje em dia, tudo se grava.

Para além da minha voz sublime, outra característica curiosa destes sonhos em que eu canto, sei sempre a canção que estou a interpretar sem sequer vacilar ou hesitar em algum momento. Posso cantar em qualquer língua, uma canção que exista ou que seja inventada pelo meu subconsciente, uma canção que ouça muita vez ou que nunca ouvi, uma canção completamente despropositada. Sei sempre a letra.

Muitos sonhos destes acontecem quando adormeço com o rádio ligado e aí limito-me a cantar aquilo que está a tocar. Desta vez não tinha o rádio ligado e o meu subconsciente brindou-me com duas canções portuguesas que existem na realidade mas que são muito diferentes.

Por acaso sei a primeira musica. Costumo-a cantar quando toca na rádio. Provavelmente não a saberia cantar sozinha sem olhar para a letra. Quanto à segunda, nunca a cantei na íntegra mas gostei do modo como a interpretei no sonho. Havia nevoeiro junto à janela. Metendo a cabeça de fora, cantava para alguém que alegadamente estava em baixo.

Comecei com o “Momento Final”dos Santos E Pecadores- uma musica razoável para fazer uma serenata, embora não fosse a ideal.


Mas o que dizer da “Maria Das Nabiças” de Nel Monteiro? Uma serenata com essa canção? Só posso dizer uma coisa: a pessoa a quem se ia destinar a serenata não ficaria indiferente. Isso não significava forçosamente que ela viesse ter comigo e se lançasse nos meus braços. Provavelmente aconteceria o contrário.


Não sei o sucesso que tive com a minha serenata com estas duas canções. Também não cheguei a ver ninguém enquanto cantava. Acordei ainda a cantar a música do Nel Monteiro.

Thursday, December 01, 2016

“Apenas Mais Uma De Amor”- Lulu Santos (Música Com Memórias)


Por incrível que pareça, a banda sonora do meu primeiro Campeonato Nacional de Atletismo é esta.

De vez em quando, esta música passava na Radio Cidade no longínquo ano de 1997. Era raro mas passava. Na véspera do campeonato, que se realizou em Coimbra, por acaso passou. Eu fiquei com esta melodia na cabeça, talvez para me inspirar.

No dia seguinte, aquecia eu para a minha estreia nos quatrocentos metros cuja foto recuperei e coloco acima. Enquanto me exercitava, esta melodia não me saiu da cabeça...e acabou mesmo por me dar sorte.

Belos e deliciosos momentos que jamais vou esquecer.

Dois funerais

Apesar de a minha avó ter falecido há muitos anos, sonho sempre que ela não morreu nesse longínquo ano de 1989 mas sim numa altura qualquer mais recente.

Desta vez velavam a minha avó na sala de minha casa e mais outro familiar meu que foi mudando ao longo do sonho. A minha avó, essa manteve-se sempre como um dos entes queridos a quem prestávamos as últimas homenagens. De referir que acordei e adormeci várias vezes e sempre o sonho, por mais que eu não quisesse, foi dar à sala de minha casa onde jaziam dois caixões. Eu sentia repulsa em sequer me aproximar deles. Estava triste. O clima era de pesar mesmo.

Numa das ocasiões, dava por mim a revolver uma mala que ficava perto do local onde se encontravam os dois caixões, tentando sempre desviar os olhos. O clima ali estava estranho. Por mais que revolvesse a mala da roupa, apenas encontrava roupa vermelha. Nada de peças de outras cores mais sóbrias e condizentes com o luto que estávamos a viver.

Já era dia e eu ainda a sonhar com estas coisas. Afinal não valeu mesmo nada ter ficado a dormir mais tempo, aproveitando o feriado.