Saturday, April 30, 2011

Tanto barulho!

Hoje tive de me deslocar aos Covões. Desta vez iria ter ma consulta de Fisiatria. Era a primeira vez que ia ter este tipo de consultas e por isso também deveria andar nervosa e ansiosa. A juntar aos nervos que já trazia pela indecisão laboral, deve ser por isso que estou que nem posso. Parece que levei uma tareia. Estes últimos dias foram de loucos!

Mandaram-me estar por volta das oito da manhã nas consultas externas. Foi por isso que me levantei mais cedo e saí para a rua para apanhar o autocarro. Cheguei por volta das oito menos um quarto às consultas externas.

A certa altura apareceu uma senhora já de idade com umas roupas cor de laranja. De início não percebi o que ela vinha ali fazer mas presumo que seja alguma voluntária que tinha por objectivo ordenar as pessoas e tirar as respectivas senhas. A tarefa não se afigurava nada difícil porque os Portugueses são desorganizados por natureza e arranjam sempre complicações onde não as há.

Ainda por cima aparecem ali pessoas que parece que nunca viram nada ou nunca viveram civilizadamente. Destaque-se a Mulher Do Casaco Azul E Blusa Florida Por Fora Das Calças que usou um tom de voz demasiado elevado para chamar outra pessoa. Tal comportamento desajustado levou algumas pessoas a rirem-se e algumas afirmaram mesmo que a referida criatura se esqueceu onde estava e pensou estar no campo a chamar os animais ou as vizinhas da aldeia. Ainda me ri mais. Uma senhora a meu lado questionou o que eu já venho a questionar aqui há anos, o facto de só nos rirmos do mal. E ela ria também porque a criatura andava para a frente e para trás a chamar outra pessoa aos berros.

Depois de me inscrever no balcão, fui-me sentar numa cadeira na sala de espera. Já não me lembrava de estar ali. Desde que o pavilhão de Oftalmologia passou a ser à parte, não tenho esperado ali. Já sabia que as pessoas ali fazem imenso barulho e é necessário mandá-las calar aos berros. Elas estão um ou dois minutos caladas. Findo esse tempo, logo os decibéis sobem novamente para níveis incomportáveis. Muito barulho faz tal gente!

Há uma nova lista de chamada a ser lida, o barulho ensurdecedor de vozes abafa a chamada e é preciso mandar novamente calar aquela gente toda com dois berros. Como eu me estava a divertir só a observar o incrível fenómeno! E, à partida, grande parte das pessoas ali não se conhecem. Imaginem se acaso se conhecessem. Então ninguém aguentava aquilo. É demais!

Eram quase onze da manhã quando fui chamada. Notava-se o desgaste dos últimos dias e a médica reparou nisso. Foi me marcada uma consulta para acompanhamento psiquiátrico e nada mais havia a fazer enquanto não tivesse a minha vida resolvida.

Apanhei o autocarro de volta mas ainda fui almoçar. Havia que aproveitar a fome que me assolava. Nos últimos dias não sentia fome. A comida enfastiava-me. Acabei por ir à Telepizza onde encontrei um velho amigo meu.

Tinha em vista entrar no trabalho às duas horas mas perdi o autocarro e não me aventurava a ir a pé nas condições em que ainda estava. Como tinha a falta justificada para todo o dia, resolvi tentar descansar um pouco, a ver se as palpitações não me incomodavam, se o meu coração ansioso dava tréguas. Acabei por descansar um pouco e as dores de cabeça passaram um pouco.

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