Sunday, April 17, 2011

Bolas

Esta é mais uma aventura onírica toda ela passada em torno de umas saborosas bolas de Berlim que eu não devia comer.

Por incrível que pareça, estas bolas de Berlim estiveram enterradas largas centenas de anos numa igreja onde também existiam túmulos com ossadas antigas. Mas isto é lá possível? É, porque se trata de um sonho e nos sonhos tudo é possível.

A minha mãe pegava naquelas bolas de Berlim poeirentas, colocava-as num enorme tacho de alumínio com água e fervia-as no fogão. Elas ficavam bem saborosas e eu comia sempre mais do que uma. As pessoas ficavam impressionadas porque eu fartava-me de comer daquelas bolas e elas não me faziam mal.

Depois de fervidas, elas ficavam amarelinhas e cremosas como se tivessem acabado de sair do forno de uma qualquer pastelaria.

Deixemos as bolas de Berlim bem cremosas e saborosas para relatarmos um pequeno episódio desta intensa noite de sonhos. Regressava ao trabalho depois das folgas e logo me puseram ao corrente da morte súbita da minha antiga chefe da fruta.

Nova mudança de rumo nesta aventura. Este é um sonho recorrente mas eu até gosto, regra geral, deste tipo de sonhos. Saí de casa ao anoitecer e ia cantando a plenos pulmões pela rua fora.

Mais uma reviravolta nesta viagem onírica. Regressava de Coimbra para casa num Sábado. Tinha comboio por volta das onze e meia mas vi pessoal equipado e preparado para jogar Futebol e resolvi ficar.

Eles convidaram-me para jogar pela sua turma. Apesar de ser a única rapariga ali, fiquei lisonjeada com o convite. Ainda argumentei que só ia atrapalhar.

Tive de me equipar à pressa. A nossa equipa tinha de usar equipamentos azuis porque a outra formação equipava com vestes vermelhas.

O jogo decorria. Eu jogava na faixa lateral direita e lá demonstrava toda a minha nabice em termos futebolísticos.

À medida que o tempo ia passando e eu ia ganhando mais confiança, ia ficando cada vez mais craque com jogadas de fino recorte técnico. Era uma brinca-na-areia autêntica de fazer inveja a qualquer craque da nossa praça. Os meus colegas e até os adversários aplaudiam-me e incentivavam-me a continuar. Era inconclusiva com a bola nos pés. Era bonito para a vista mas em nada resultava em termos práticos.

De referir que o jogo decorria no velho campo da Escola Secundária de Anadia um pouco alterado oniricamente.

Penso que não joguei o jogo todo. Cheguei a casa era já tarde. Fui tomar banho mas a banheira estava imunda. Até espinhas de peixe boiavam na água e espetavam-se na minha pele. Era por isso que estava a demorar tanto.

Através da porta fechada da casa de banho, enquanto eu me limpava com uma toalha colorida que na realidade existe lá em casa, o filho do meu vizinho chamou-me. Disse que havíamos ganho por 14-0 e que estava convidada a participar no próximo jogo que estava marcado para a semana seguinte por volta das cinco e meia da tarde.

Com muita pena minha tive de recusar o convite por depois não ter transporte para casa.

O meu despertador não despertou mas para alguma coisa coloco também o telemóvel a despertar. Acordei ainda antes de o telemóvel tocar.

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