Monday, January 31, 2011

Entregue ao ócio

É domingo. Para trás ficou uma desgastante semana de trabalho. O tempo de Inverno convida a não sair tão cedo do quentinho dos cobertores.

Há tanto que fazer mas não apetece fazer nada. O melhor é passar assim este dia a descansar e a recarregar baterias para mais uma longa semana de trabalho que me espera.

Abro o meu livro mas logo uma intensa sonolência toma conta de mim. Eu que me acabei de levantar há algumas horas.

Recosto-me preguiçosamente na cama. Bocejo longamente. Sinto frio. O melhor é deitar-me e descansar um pouco mais.

Há que aproveitar cada minuto desta doce ociosidade. Amanhã começa bem cedo o dia. Não terei oportunidade para saborear o calor reconfortante dos cobertores. A fria rua irá receber-me impiedosamente bem cedo e o trabalho espera-me inevitavelmente.

Aproveito para descansar. Eu que até tinha que fazer por aqui. O melhor é deixar para outro dia. Um dia em que já venha embalada do trabalho e não tente sequer parar para não me invadir a preguiça.

Hoje aproveito e descanso. Que bom é estar assim confortavelmente debaixo dos cobertores sem pensar no trabalho e no frio!

É Catita colocar a culpa nos árbitros quando se perde

Já é normal lá para os lados de alvalade (e também noutras paragens cá pelo burgo) colocar as culpas na equipa de arbitragem sempre que o resultado é desfavorável. Este ano muito se tem queixado o Sporting das arbitragens. Por que será?

Escusado será dizer que o embate com o Paços de Ferreira se saldou por mais uma derrota em casa. O resultado foi de 2-3 e o Sporting pouco ou nada jogou. Se tivesse jogado alguma coisa, não se teria certamente queixado de uma alegada grande penalidade mal assinalada que Manuel José converteu no segundo golo dos pacenses.

Foi o Paços de Ferreira quem mais lutou pelo resultado e por isso justificou a vitória que já é a segunda no decorrer desta época. Só o Paços de Ferreira roubou seis pontos ao Sporting que se afunda ano após ano.

A culpa é dos dirigentes, pensam os adeptos, e por isso sai uma monumental vaia das bancadas que leva horas depois à demissão do presidente. Isto também é culpa do árbitro?

Na marcha do marcador, Samuel fez o primeiro golo do Paços de Ferreira, Liedson empatou para o Sporting, com a tal grande penalidade polémica Manuel José fez o segundo golo dos visitantes, Diogo Salomão empatou o jogo já na segunda parte e o inconformado Pizzi estabeleceu o resultado final a favor dos nortenhos.

Dias agitados abalam o seio do leão. Entretanto equipas como o Paços de Ferreira agradecem

Friday, January 28, 2011

Afinal qual era a piada?

Já não me lembrava da última vez em que isto me aconteceu- acordar a meio da noite rindo perdidamente como se não houvesse amanhã. Quando mal abro os olhos, logo me pergunto qual terá sido a piada. O que quer que seja que faz rir daquela maneira, depressa se esquece assim que entramos no universo da vigília. Que pena!

O que me deixa mais intrigada nestas questões da fronteira entre o sonho e a vigília é que dos pesadelos podemo-nos lembrar uma vida inteira. Já dos momentos hilariantes é fácil esquecer. Como eu gostava de saber porque estava perdida de riso quando acordei a meio da madrugada.

O dia até me correu extremamente bem, logo não admira que a minha extroversão tenha passado também para o meu subconsciente. Às vezes isso acontecia-me com frequência mas agora estou mais ajuizada, por assim dizer. A excepção foi esta noite para recordar os velhos tempos em que nada me preocupava nem atormentava.

Depois deste episódio breve de pura galhofa, voltei rapidamente a adormecer e desta vez sonhei que ia para as aulas sempre com os pés submersos em água da chuva e lama. Em algumas ocasiões os meus pés enterravam-se e prendiam.

Fruto do livro que ando a ler, sonhei que um colega meu de turma não me passou a ligar nenhuma depôs de no dia anterior estranhamente ter falado pelos cotovelos.

Foi assim uma noite tranquila depois de um dia de trabalho em que me senti bastante bem como há muito não me sentia.

Thursday, January 27, 2011

Telemóvel e nível bolha de ar num só

Não duvido nada que as invenções de objectos completamente insólitos tenham origem em sonhos completamente disparatados.

Hoje em dia todos sabemos que os telemóveis fazem tudo, só lhes falta tirar café. Por este andar, para lá caminharemos.

Vem isto a propósito de um sonho completamente estúpido em que entrava o meu próprio telemóvel que, segundo a evolução tecnológica estrondosa que se verificou nos últimos anos, é quase pré-histórico.

O meu fiel telemóvel andava completamente estranho. Os toques tinham uma sonoridade estranhíssima e uma bolhinha vermelha percorria o ecrã. Não era pelo facto de eu ter coisas que não se pudessem ver, era mesmo algo estranho. O telemóvel assim estava transformado num autêntico nível bolha de ar usado em qualquer obra. É que dava mesmo para ser usado como tal, acreditem.

Esperava-me um dia bem produtivo de trabalho e longas horas a explorar o computador já em casa.

Acalmar os nervos

O meu dia não começou mais cedo do que o habitual, apesar de não ir trabalhar. Na verdade levantei-me exactamente à mesma hora e fiz exactamente as mesmas coisas. Apenas saí uns dez minutos mais tarde de casa.

Tinha a ideia de, caso me despachasse, ainda ir trabalhar. A consulta era de Hipovisão e não de Glaucoma. Normalmente essas consultas acabavam cedo. Só que as minhas contas saíram trocadas.

Quando me inscrevi na secretaria ninguém me disse que a consulta afinal era só da parte da tarde. Que me lembre, nunca na vida tive consultas à tarde, por isso nem questionava as horas da consulta deste dia.

Já estava comodamente sentada nos bancos junto ao consultório quando uma funcionária me informou que só a partir das duas da tarde seria consultada. Sugeriu que eu fosse dar uma volta e viesse. Dar uma volta? Mas estava fora de mão para ir trabalhar ou algo do género. Depois sairia ao meio dia? Resolvi ficar ali mesmo onde estava a ler o meu livro.

Era uma hora quando resolvi comer alguma coisa. Lembrava-me que ao pé da paragem havia um pequeno quiosque mas agora já não existe. Lembrei-me de ir tirar um pacote de batatas fritas de uma das máquinas da entrada. Houve uma senhora que me ajudou. Ela introduziu um euro dos meus na máquina e ela pura e simplesmente engoliu-me o dinheiro sem me dar o produto. E agora?

Uma das funcionarias da secretaria disse que há dias que a máquina engolia dinheiro dos funcionários. Ela levou-me a um pequeno bar dentro das consultas que eu não conhecia, pagou um euro da minha despesa com o seu dinheiro e eu coloquei o que restava. Quando viessem reparar a máquina ela ficaria com a moeda em falta.

Comendo batatas fritas, sentei-me na sala de espera a ver as notícias. O tema dominante era o assassinato de Carlos Castro. As opiniões dos presentes na sala divergiam bastante. Havia quem condenasse Renato Seabra e quem o desculpabilizasse dos sues actos.

Mal o relógio marcava as duas horas, a médica chamou-me para a consulta. Ela conseguiu enervar-me de tal forma que fiquei completamente transtornada. Queria que eu andasse na rua de bengala, que usasse os óculos- isso ela diz sempre a mim e à minha irmã mas os óculos no nosso caso não dão grande resultado a não ser para ler. Depois insistiu em me marcar uma consulta de Fisiatria.

Na minha cabeça comecei a cismar que talvez ela notasse que eu estaria a perder a visão. Foi por isso que me enervei. Ainda lhe perguntei mas ela negou.

Foi num estado de espírito deplorável que apanhei o primeiro autocarro que me apareceu. Pouco me importei com o facto de o autocarro ir dar uma volta enorme. Melhor assim. Era para ver se eu me acalmava um pouco. Há anos que não fazia isso. Lembro-me que era usual fazer isso há uns cinco ou seis anos atrás sempre que as coisas não corriam bem nas consultas. Era andar de autocarro até mais não poder e ir para a Baixa para aquelas ruelas onde os carros não passam.

Não satisfeita ainda apanhei um sete que também iria demorar até chegar ao Dolce Vita. Iria vaguear um pouco por ali. Já que ali estava tive a ideia de ir ver computadores. Precisava de comprar um e foi o que fiz.

Ainda o deixei ficar na loja. Passei por um restaurante que costumo frequentar para comer algo antes de regressar a casa. Com tudo isto acabei por estar em casa praticamente à hora que chegaria se acaso fosse trabalhar.

Tuesday, January 25, 2011

O quarto de um cego

Texto relacionado: “Novas e funcionais instalações”

Será que este tapete fica bem no quarto de um cego?” (Senhor Armando- mestre dos tapetes após concluir mais uma das suas obras)

O que deve ou não deve ter o quarto (ou a casa inteira) de uma pessoa cega já a seguir num impressionante e medonho pesadelo. Antes disso vou contar a minha viagem onírica por um local onde eu estaria indubitavelmente neste dia quando acordasse- os Covões.

Começámos a ir aos Covões ainda muito novas. Ali algumas técnicas avaliavam as nossas capacidades cognitivas e emprestavam-nos ajudas técnicas para nos auxiliarem na vida diária. Os telescópios que eu hoje uso para ver o número do autocarro são disso um exemplo, apesar deste ter sido eu que comprei num evento que servia para os mesmos fins.

Em muitas dessas sessões também desenhávamos ou levávamos algumas “obras” feitas nas nossas aulas normais da escola. Recordo-me de, em certa ocasião, uma das técnicas ter mostrado o desagrado por um desenho meu já não ir a tempo de participar num concurso de desenho para crianças com baixa visão que ia decorrer na Grécia. Mais tarde a minha capacidade para desenhar apesar da pouca visão que eu tenho foi reconhecida por mais do que uma pessoa. Por outros motivos esgotaram-se mais uns momentos de fama. Depois ainda fiz um desenho que está algures neste blog para uma campanha de sensibilização. Também estava espectacular.

No sonho fui confrontada com alguns desenhos que encontraram e que diziam que eram meus ou da minha irmã. Depois de insistente procura, as técnicas encontraram um vasto conjunto de trabalhos de pintura bastante coloridos.

Eu também não me lembrava de quem eram tais desenhos mas sempre fui explicando a técnica usada para conseguir cada uma das obras.

Agora vem a parte pior. Por acaso a casa do psicólogo da ACAPO é perto mas daí a ser como eu a vou descrever…para um casal de cegos com duas crianças pequenas seria completamente desajustado terem uma casa assim. Para dizer a verdade, ninguém sem ser em sonhos conseguiria viver num local como aquele. Vou mais longe e afirmo com toda a certeza que não existe nada que se assemelhe a esta casa.

A casa dos meus amigos era nova e o psicólogo convidou-me a entrar. Já estava a anoitecer. Sem tecto e sem janelas, a casa dava para ver o campo no exterior. Dava a ideia de que era construída mesmo em cima duma árvore.

Constatei com assombro que não havia varões nem nada do género que nos impedisse de cairmos lá em baixo e nos despedaçarmos todos. Para cúmulo a luz era ténue. Que medo de cair!

Ele indicou-me um quarto no andar de cima. Mais um andar para trepar. Passariam a ser dois, os andares que distavam até nos esmagarmos no solo. Havia que trepar com cuidado. Qualquer deslize em falso e havia um negro buraco até ao rés-do-chão pronto para nos engolir. Pensava em como foi possível ele ter assim uma casa. O medo crescia.

O quarto era uma espécie de sótão. Lembrava um pouco aqueles quartos em cima de outros quartos que existem no Centro de Estágio de Rio Maior. Eu recusei-me sempre a ir lá para cima mas havia corajosas que não viam mesmo nada e iam para lá dormir. Aquele quarto era pior ainda.

Só uma cama com roupas cor-de-rosa desbotadas podia existir naquele aposento. Imediatamente a seguir era um abismo negro e aberto que nos sugaria até ao andar de baixo onde nos esmagaríamos no chão com toda a certeza. Um pé em falso ao sair da cama e era o fim.

Desesperada e cheia de medo de cair, agarrava-me à roupa da cama. Ao verificar que ela não tinha firmeza suficiente para me suster, agarrei-me também a uma enorme mala de roupa que estava mesmo à beira do negro precipício.

Que luta!

Experiências

Já aqui tenho falado da dificuldade que sinto em relacionar-me com as minhas colegas de trabalho por serem tão diferentes e terem interesses completamente distintos dos meus.

Eu jamais poderei ter uma conversa com qualquer uma delas sobre um dos temas que eu domino. Muitas vezes em assuntos do quotidiano tenho dificuldade em me fazer entender por alegadamente usar sem querer termos que por vezes elas não conseguem entender o significado. Se assim é, seria um desastre total falar-lhes de assuntos mais específicos. Em música são algo limitadas. Para se ter uma ideia, deverá haver por ali uma grande legião de fãs do Tony Carreira. Apesar de não desgostar, sempre tenho uns gostos musicais bastante diversificados e bem estranhos. Aposto que em noventa por cento das vezes em que eu assobio ou canto parte de uma música elas ficam a olhar para mim porque não conhecem. Se conhecessem é que era de estranhar.

Hoje à hora do almoço estavam aí umas três ou quatro colegas minhas a interagir umas com as outras em amena cavaqueira. Qual era o tema da conversa então? Experiências vividas na sala de partos. Hum, interessante.

Enquanto comia, prestava atenção ao desenrolar da conversa e ia pensando que talvez escutar seria produtivo para quem deseja fazer da escrita o seu futuro. Devido à natureza do meu problema, não é aconselhável eu própria alguma vez viver a experiência de ser mãe. Ouvindo o relato das outras e usando um pouco de ficção consegue-se, em qualquer obra que seja necessário um episódio de maternidade, algo mais convincente.

O escritor tem de saber de tudo para conseguir convencer os seus leitores e é por isso que agora começo a olhar as conversas alegadamente sem conteúdo para mim como preciosos relatos reais para mais tarde me inspirarem. Mesmo o facto de me afastar daquilo que mais gostaria de fazer é uma importante fonte de enriquecimento para o futuro. Espero bem que isso aconteça. Para já vou absorvendo estas pequenas histórias. E experiências alheias que nunca chegarei a viver na primeira pessoa

Os verdadeiros cães









Liguei para a minha irmã para lhe dar os parabéns e ela colocou-me ao corrente das cenas desagradáveis que se estavam a passar lá por casa. Era notória a preocupação dela pelo estado emocional da minha mãe que esteve alguns dias sem dormir e sem comer porque envenenaram uma cadela e um gato.

Há gente tão nojenta na minha terra que nem merece respeito nenhum. Tratá-los como seres humanos é uma ofensa para os animais ditos peçonhentos que num rasgo de consciência notam que há criaturas mais nojentas à face da Terra.

Apetece-me arrasar com a casa e com tudo o que pertença a essas pessoas que tratam um animal barbaramente, torturando-o de forma indolente até á morte depois de lhe envenenarem a comida que depois foi aproveitada por outro animal que perdeu a vida inadvertidamente. As marcas no corpo daquele animal eram horríveis e a revolta contra os animais que fizeram isso vai ao ponto de lhes desejar a mais horrível e sofrida das mortes. Envenenar um animal e ainda lhe dar vergastadas até ele cair morto é demais para a minha compreensão enquanto Ser Humano. Nem sei que castigo merece quem fez isto.

Já passaram alguns dias desde este episódio mas entretanto fui a casa e esclareci algumas dúvidas. Num dos atalhos por onde eu costumava passear durante o Verão jazia a cadela que nós dizíamos que era da minha vizinha, que neste momento tinha três crias já crescidas porque quatro foram atropeladas e outras duas conseguiram dono e que era alimentada pela minha mãe. Foi a minha vizinha de cima (a tal que acusávamos de ser a dona da cadela) que alertou a minha mãe para o facto de a cadela estar ali morta a ser velada pelos seus três filhos que se recusavam a abandonar o local para atenderem ao chamamento da minha mãe para virem comer. Só aí se vê que estes cães têm uns sentimentos mais nobres do que algumas pessoas da minha terra.

Como a cadela era de grande porte, a minha mãe sozinha não a podia enterrar e o meu pai revoltado com o que aconteceu também se recusava a enterra-la porque achava que quem a tinha matado deveria também dar sumiço ao cadáver. Entretanto quem passava pelo local não deixava de se emocionar com a presença dos três pequenos cães (dois machos e uma Fêmea) que velavam a sua mãe enquanto uivavam. A minha mãe nem os podia ouvir e ficava cada vez mais deprimida. Eles comiam um por cada vez e às vezes nem vinham quando a minha mãe os chamava.

A minha mãe ia pedindo ajuda para enterrar a cadela mas ninguém a ajudava, o que prolongava a sua angústia. Entretanto outro episódio abalou a minha mãe. Por essa altura um gatito de um vizinho a que a minha mãe também se afeiçoou apareceu morto dentro de uma manilha com sinais de morte por envenenamento. Depreendeu-se que o veneno para a cadela foi colocado perto de onde estava o gato e isso leva a minha mãe a desconfiar de alguém que já havia ameaçado pagar a quem matasse a cadela.

Apareceu finalmente alguém que tratou de enterrar a cadela. A minha mãe foi a contas com esse homem a quem um dia a cadela alegadamente terá roubado criação do pátio. Ele alegou que seria incapaz de matar assim um animal da forma como ele descreveu. Com a descrição das marcas de vergastadas e de tortura, a minha mãe ficou arrasada. Entretanto os cãezinhos continuavam no local onde estivera a mãe e só dali saíram quando os meus pais foram de propósito buscar ração para lhes dar. Até á data eles só comiam restos ou comida cozinhada ao lume de propósito para eles.

Esta cadela era mal-amada pelas pessoas da terra que a ameaçavam matar por alegadamente roubar galinhas dos pátios. Quando apareceu esta ninhada bem numerosa de cachorros ela roubava mas depois a minha mãe dava comida suficiente a todos. De momento os filhos dela raramente saem de lá de ao pé da porta. As queixas em relação a eles têm mais a ver com o facto de estragarem as terras cultivadas. Aí até o meu pai lhes dá dois berros.

Há mães em Portugal, inclusive na minha terra, mais negligentes com os filhos do que esta cadela que agora envenenaram e torturaram. A minha vizinha enterrou-lhe uma numerosa ninhada e ela ainda conseguiu seguir o rasto e retirar um com vida de dentro da cova. (ver texto “O cãozinho”). Num dia muito frio e chuvoso apareceu aquele cãozinho na rua e a minha mãe apanhou-o e nunca mais o deixou ir para a rua. Constatou-se que era filho dela mas a minha mãe ainda correu o lugar todo debaixo de chuva e frio a perguntar se alguém tinha perdido um cãozinho. Acabámos por arranjar dono para ele numa terra próxima.

Estes eram nove e só apareceram depois de grandes. Quando andavam dispersos a cadela fazia um enorme esforço por os reunir a todos. Era noite e ela procurava algum que faltava pelos pinhais. Certo dia um mesmo veículo cometeu a desagradável proeza de atropelar dois de uma só vez. Um teve morte imediata enquanto o outro estava quebrado pela coluna vertebral. A minha mãe chamou o veterinário para o abater. Quando o veterinário se aproximou do local onde ele estava, a cadela que estava ali a guardar a sua cria ameaçou o veterinário com os dentes arreganhados e uma meia dúzia de intimidantes rosnadelas. Ele que tem medo de cães deu uma corrida após aplicar a injecção letal na cria.

Quando a minha mãe os chamava para comer reparava com grande admiração que a cadela deixava primeiro comer as crias e depois comia ela em último lugar.

Foi este o animal que foi assassinado barbaramente por algumas pessoas que deviam ter vergonha na cara porque nem metade do respeito que merecia esta cadela merecem. Eles sim são uns verdadeiros cães, daqueles mesmo ferozes e nojentos. Disse e volto a repetir: deviam ter uma morte dolorosa e torturante, tal como infligem aos animais. Sinto vergonha de viver na mesma aldeia onde habitam pessoas tão nojentas como estas.

Entretanto aqui ficam algumas fotos tiradas à distância dos cães que entretanto ela deixou. São lindos, é pena não se deixarem apanhar. Se o veterinário os levasse, provavelmente arranjaria dono para eles.

Cartão multibanco

Um dos meus comportamentos obsessivos de que mais tenho consciência é o de andar sempre a vasculhar por entre as minhas coisas a ver se acaso tenho a carteira dos documentos. Estou cada vez pior a esse respeito.

O que nunca me aconteceu foi ter sonhado com a possibilidade de perder o cartão multibanco ou mo roubarem. Este pequeno sonho parece ser o primeiro que reflecte esta minha preocupação.

Parece que me roubaram o cartão num dia em que fui a uma consulta…no carro da minha irmã. Em sonhos ela afinal pode ter carta assim como eu posso também conduzir. Desta vez havia restrições: ela só poderia conduzir um chaço que andasse na estrada a estorvar os outros veículos.

Vasculhava desesperadamente em busca do cartão mas não o encontrava. O meu desespero era tal que tive mesmo de chamar a Polícia.

Se o cartão chegou a aparecer ou não, nunca cheguei a saber. Vi-me em sonho a preparar-me para uma nova consulta numa tarde de muito calor. Aqui a minha preocupação já era outra. O que levar vestido? Era tal a indecisão que me ia atrasando cada vez mais.

Eu bem sei porque são estes sonhos com consultas. Porque eu dentro de dias vou a uma.

“A Castro” (Impressões pessoais)



Foi já há muitos anos que estudei esta novela clássica da autoria de António Ferreira. Julgo que devia andar no décimo ano. Hoje, estando em Coimbra, a leitura desta obra tem outro significado.

O grande mestre do Classicismo português escolheu um acontecimento real da nossa história para o transformar numa tragédia clássica. O amor proibido entre D. Inês de Castro e D. Pedro- futuro rei de Portugal- foi um dos mais emocionantes e dramáticos acontecimentos da história. A morte de D. Inês na Quinta das Lágrimas foi o desfecho imerecido deste alegadamente inofensivo romance.

Sempre fiquei com a ideia de que o pai de D. Pedro, o Rei D. Afonso IV tinha sem dó nem piedade ordenado que D. Inês fosse morta. Aqui António Ferreira apresenta-nos os factos de uma forma mais dramática.

D. Inês terá mesmo conseguido demover o Rei dos seus intentos de a matar, apresentando-lhe os seus quatro netos. O Rei cedeu mas os seus conselheiros insistiam na sua morte. Sem saber o que fazer, D. Afonso IV delegou aos conselheiros a decisão de a deixar viva ou não. Eles decidiram cruelmente que a mulher por quem D. Pedro estava apaixonada deveria morrer cruelmente e assim aconteceu.

Apesar de ser de curtas dimensões, esta obra foi extremamente difícil de ler devido ao Português usado em épocas mais antigas. A mesma dificuldade sentida na leitura deste pequeno livro foi a mesma que senti aquando da leitura de “Os Lusíadas”. Apesar destes pequenos obstáculos de compreensão, é sempre produtivo ler uma obra destas de vez em quando.

Continuemos na senda dos romances impossíveis, desta vez irei-me embrenhar na longa trama amorosa entre um Ser Humano e um vampiro. Sempre me quero rir. Vou fazer algo diferente por aqui. Aguardem!

Tuesday, January 18, 2011

A boleia do carro funerário, os gatos para venda, as aventuras do computador chanfrado e o livro sem parte das páginas

Isto passa-se, claro está, num domingo em que não fui a casa e, por conseguinte, estive a dormir até bem tarde. Nota-se pela quantidade de situações diferentes em sonhos que tenho a honra de começar a narrar neste preciso momento.

Tudo começa na praia onde juntamente com amigos e desconhecidos brincávamos disparatadamente. Não há mais pormenores a acrescentar deste sonho. Já do próximo…chegou mesmo a assustar-me.

Num final de tarde algo cinzento estávamos na rua junto ao muro gradeado da minha eira. Devia ser eu, o meu pai e o meu vizinho, não me lembro desse pormenor. Também devíamos estar a conversar. Foi então que reparámos que uma viatura funerária passava para baixo vinda de Vila Nova. Reparei que não trazia caixão e foi com algum espanto que vi parar o mesmo veículo cinzento junto ao caminho das Cavadas.

A porta do lado do condutor abriu-se e de lá de dentro, desajeitadamente, saiu a minha mãe que tropeçou no degrau da viatura e se estatelou no chão. Envergava uma saia azul escura, uma blusa branca e um casaco vermelho, tudo peças de vestuário que ela tem na realidade. Ela levantou-se de um salto do meio da estrada e ainda riu da queda e da estranha boleia que tinha apanhado em Vila Nova. Ressalve-se o pormenor de a minha mãe ter saído do lado do condutor. Devia ser um carro à inglesa, pelos vistos.

Passemos então a um sonho talvez mais disparatado do que este. Na vida real, numa padaria que se preze vende-se pão e bolos. Não se preparam sacos azuis-escuros com bonés, panamás e toda a espécie de brindes. Ainda por cima os produtos eram da Nike.

Mais estranho do que já se irem vender aqueles estranhos produtos foi quando me entregaram uma caixa com cinco gatos de diferentes cores e tamanhos. Seriam para vender na rua. A minha favorita era uma gata cinzenta e branca (repare-se que era da mesma cor do gato de António Pinho- aquele que alegadamente envenenaram). Curiosamente foi a única a não ser vendida. Uma amiga nossa de Vila Nova levou os outros quatro mas deixou essa. Eu queria ficar com ela mas não podia ser. Condicionalismos dos sonhos!

Seguimos então com a história do computador que eu agora puxando pela cabeça associo ao facto de o computador ser novo e não estar avariado. O meu novo computador simplesmente está apetrechado com o Windows 7 e eu ainda ando um pouco perdida. É enquanto eu não me habituo.

No sonho o computador apresentava umas letras e uns números brancos sob um fundo preto, o ecrã não se segurava direito, por vezes reiniciava sozinho, tal como às vezes o meu computador fixo costuma fazer e andava mesmo todo baralhado, não obedecendo ao que pedia. De facto quando fui para erguer o ecrã do meu computador portátil novo, ele estava unido com fita cola e também não abria completamente. Isto para não falar nas configurações muito à frente que apresenta. Primeiro que me habitue àquilo…estou mesmo velha!

Quando finalmente entrei na Internet, eis que deparo com desagradáveis bugs no Maxithlon. Essencialmente faltavam dados e na minha equipa havia atletas que eu não tinha contratado e todos estrangeiros. De referir que na realidade só tenho um atleta estrangeiro na minha equipa do Maxithlon: um sueco e foi porque não arranjei um fundista em condições para ali.

Como não me entendia ali, resolvi pegar num livro para ler a prensar que estaria a salvo de qualquer percalço. Enganei-me. O livro também era estranho e parecia que lhe faltavam páginas, pois a história não tinha nexo assim.

O melhor era mesmo acordar e acabar com toda esta trapalhada. Havia um livro realmente para concluir e tinha as páginas todas. Isso podia garantir.

Se todos os jogos fossem como este…

No Estádio José de Alvalade, o Sporting venceu o Braga por 2-1 numa emocionante partida de Futebol a que o público português infelizmente não está habituado a assistir.

A intensidade desta partida foi tal nos primeiros minutos que mal se dava pelo tempo a passar. Quando assim acontece, os intervenientes no jogo estão de parabéns. Quem dera que todos os nossos jogos de Futebol fossem sempre assim!

O Sporting começou a partida logo com um contratempo. Postiga apareceu sentado na relva a queixar-se. A lesão foi impeditiva de prosseguir e para o seu lugar entrou Diogo Salomão motivado pela recente e merecida revisão contratual. Trata-se de mais um promissor extremo do Futebol Português, daqueles que há algumas épocas o Sporting se vem habituando a exportar para o Estrangeiro e que depois acaba por reforçar os clubes rivais.

Como forma de retribuir a aposta dos dirigentes, o Jogador Número Trinta e Três do Sporting abriu as hostilidades com um magnífico golo de calcanhar. Empolgado pelo apoio incondicional do público, Diogo Salomão fez uma espectacular partida.

Três minutos depois Valdez marcava o segundo golo. O jogo parecia estar resolvido mas a intensidade da partida estava bastante elevada. Nunca se saberia onde isto iria parar. Ainda só estavam jogados treze minutos da primeira parte.

O jogo ia sendo sentenciado com a hipotética marcação do terceiro golo por parte do Sporting. O lance foi invalidado por falta sobre Paulão.

O Braga chegou ao golo logo de seguida por Paulo César e entrava novamente na discussão do resultado. O jogo estava realmente bom, corrido e com emoção de parte a parte.

Em duas oportunidades, ambas com remates de longe de Valdez e André Santos, o Sporting podia ter marcado mas o resultado não se alterou até ao intervalo.

Alan entrou determinado em alterar o rumo dos acontecimentos mas foi o Sporting que continuou a criar perigo na tentativa de ampliar o resultado. Numa dessas oportunidades Valdez foi infeliz quando seguia a toda a velocidade na direcção da baliza mas escorregou no preciso momento em que se preparava para rematar.

Diogo Salomão continuava a cativar o público. Numa excelente jogada individual, endossou a bola a Evaldo que cruzou para defesa do guarda-redes Artur.

Hugo Viana de livre proporcionou uma grande defesa a Rui Patrício e Valdez insistia nos remates de longe. Já era o enésimo remate deste género do chileno neste jogo.

Foi aos setenta minutos que Liedson teve uma soberana oportunidade de matar o jogo. O seu remate atingiu o poste mas o lance, por via das dúvidas, seria anulado por fora de jogo.

Paulo César aprendeu com Valdez a rematar de longe e o resultado foi uma grande defesa de Rui Patrício.

Aos oitenta minutos ouviu-se um coro de assobios em Alvalade porque Paulo Sérgio substituiu Diogo Salomão por Nuno André Coelho que também teve a sua oportunidade de marcar pouco depois de ter entrado.

O jogo chegou o fim sem que o resultado se alterasse desde aqueles frenéticos dezassete minutos em que se jogou realmente Futebol cá no burgo. Precisam-se urgentemente de mais jogos assim!

Sonhos deveras movimentados

Agora que leio os apontamentos que tirei há uns dias atrás e comparo com o que tem andado a acontecer na minha terra com o envenenamento de alguns animais, constato que afinal esta ideia de apontar os sonhos a partir deste ano de 2011 está de facto a dar os seus frutos.

Acordei sobressaltada. Apenas me lembro de ter sonhado com cães. Um presságio? Reza a experiência recente destas coisas dos sonhos que sempre acontece alguma coisa quando eu sonho com cães. Desta vez, a julgar pela amostra, não foi diferente.

No sonho que se seguiu, a casa encontrava-se cheia de gente. A sala de jantar tornava-se pequena para tanta gente. Nessa festa ou lá o que era aquilo estava presente a irmã do meu padrinho- ela que não frequenta as festas em minha casa há imenso tempo. Ela veio do Luxemburgo, imagine-se. O ambiente ficou algo pesado porque ela retirou da sua bolsa umas molduras rosa choque que tinha sido o seu pai que lhas tinha entregue para nos dar a nós. O pai do meu padrinho tinha cometido suicídio há pouco tempo. Quando acordei ainda fiquei na dúvida se o senhor já teria morrido ou não. Ao raciocinar melhor e já devidamente acordada constatei que nada se passou com ele, pelo menos que eu tivesse conhecimento. A menos que algo tivesse acontecido nesse mesmo instante e aí teria de me dedicar definitivamente às ciências ocultas, pois os meus dons paranormais seriam algo que não seria de enjeitar.

Nada aconteceu ao senhor, portanto. O mesmo não se pode dizer de animais nestes últimos dias. Já lá vamos!

O ambiente alterou-se subitamente. A lareira estava acesa e as pessoas concentravam-se em torno dela a ver televisão. Toda a gente assistia a um animado programa que consistia numa espécie de apanhados do Futebol. Lances cómicos ou desajeitados eram merecedores de divertidos comentários dos presentes na minha sala.

Esta harmonia familiar voltou a ser brutalmente interrompida por um grande burburinho no exterior da casa. Fui ver o que se passava abrindo a porta da outra sala. Havia uma carroça virada. Os donos de um burro estavam desesperados à procura do animal pelas redondezas.

Enquanto se procurava o animal desaparecido, imensos cães e gatos arriscavam a vida numa estrada incrivelmente movimentada. Na berma já havia alguns animais mortos.

O meu pai apanhou um pequeno gato preto que jazia na berma. Com assombro constatou que a sua morte não se deveu a atropelamento mas sim a envenenamento. Os outros animais que corriam como loucos à frente dos carros provavelmente também teriam ingerido qualquer veneno. Qualquer semelhança entre estas últimas linhas que acabo de escrever e o que por estes dias terá realmente acontecido com a cadela abandonada que estava à minha porta e o gato de António Pinho é pura coincidência. Com um pouco de sorte até foi no mesmo dia em que tive este sonho.

Para terminar, antes de acordar lembro-me de estar a contemplar um estranho guarda-chuva com aparência de um livro que se espalmava e guardava numa carteira ou mochila. Está aqui uma ideia para aquilo que serão os guarda-chuvas das pessoas práticas.

Monday, January 17, 2011

“Uma Aventura No Pulo do Lobo” (impressões pessoais)


Pois é, apesar de há muito ter passado dos trinta, ainda continuo a ler com grande entusiasmo estes livros que foram os principais responsáveis pelo meu actual gosto pela leitura.

Tinha prometido a mim própria, ainda eu andava a estudar, que quando trabalhasse e me fosse possível ganhar o meu próprio dinheiro coleccionaria todas estas obras.

Estou a cumprir essa promessa e é incrível como agora leio estas obras num ápice. Longe vão os tempos em que as adquiria na biblioteca do liceu de Anadia e me embrenhava a ler sem parar. Levavam-me cerca de uma ou duas semanas a ler. Hoje sou capaz de ler um livro destes numa noite se tiver tempo e paciência para tal.

Esta foi a ultima obra da colecção a ser editada e eu logo o comprei assim que a vi à venda. Comecei-o a ler aos poucos todas as noites. Comecei em Dezembro mas só hoje o concluí.

A acção passa-se no Alentejo, mais precisamente perto de Mértola e os heróis do costume buscam umas jóias escondidas há imenso tempo por uma habitante das redondezas que nutria uma paixão por um barão inglês que lhe ofereceu as jóias.

Um grupo de malfeitores acabados de sair de trás das grades procurava também o tesouro a qualquer custo e tentou ao máximo dificultar a vida ao grupo habitual de jovens que sempre resolve situações complicadas.

Para resolver este enigma havia que juntar quatro fotografias. Os nossos amigos não as chegaram a juntar todas mas a brilhante cabeça de Pedro conseguiu decifrar o local onde se encontrava escondido o saco com as jóias. O local estava alagado pela barragem do Alqueva, por isso houve que recorrer ao mergulho e ferramentas facultadas por Zé Pelicano que ajudou o grupo nesta aventura.

Adorei a descrição das paisagens e, tal como acontecia quando eu era uns quinze anos mais jovem, fiquei cheia de curiosidade por visitar Mértola e o seu museu.

A próxima obra a que eu me vou dedicar também faz parte da literatura nacional mas é algo mais clássico. Aliás, mais clássico do que isto não pode haver. Trata-se de uma segunda leitura desta obra, já que algures no meu percurso educativo tive de me debruçar sobre ela. Tal como aconteceu há tempos com “Os Lusíadas”, também irei ler pela segunda vez “A Castro” de António Ferreira.

Tuesday, January 11, 2011

“O Clube Dos Suicidas” (impressões pessoais)



E depois de ler duas grandes obras, eis que surge um pequeno livro que me deu pouco trabalho a ler. “O Clube Dos Suicidas” é uma obra muito bem conseguida de Stevenson.

Este livro está apenas dividido em três capítulos que podem também ser denominados de três contos diferentes. Estes três capítulos ou contos têm um denominador comum- as aventuras do Príncipe Florizel e do Coronel Geraldine envolvendo uma estranha sociedade secreta que tinha o nome de Clube dos Suicidas.

Os dois protagonistas tiveram conhecimento e iniciaram-se nesta sociedade por intermédio de um jovem que conheceram num bar a vender pastéis de nata. Ele conduziu-os até ao antro da sua obscura organização onde os forasteiros encontraram um ambiente de pura orgia.

Nessa noite ficaram a saber todos os terríveis meandros da organização. Todas as noites, a sorte dos candidatos a suicidas era destinada através das cartas. Era determinado assim quem morria e quem ia ser o seu carrasco. O Clube dos Suicidas não era mais do que um bando cujos seus membros se matavam uns aos outros. Estranhamente o presidente passava incólume por alegadamente viciar as cartas.

Na primeira noite, os forasteiros viram que um velho que curiosamente se chamava Malthus e era débil foi o escolhido para ser morto pelo homem que indicou o caminho ao Príncipe e seu acompanhante.

Não deixa de ser curioso o nome que Stevenson deu a este velho doente. Malthus foi um homem que acreditava que só os mais fortes conseguiriam sobreviver às leis da Natureza. Se os mais débeis viessem reclamar alimento, outros como eles reclamariam os mesmos direitos e havia uma desordem imensa. Por essa razão os mais fracos deveriam desaparecer. Curioso como este homem aparecia no Clube dos Suicidas.

ando na segunda noite calhou ao Príncipe ser morto, logo o Coronel tomou providências e assim ludibriaram alguns dos membros do clube. O Príncipe perdoou os pecados a alguns mas prometeu vingar-se do presidente através de um duelo com o irmão do Coronel.

No segundo conto, o presidente do Clube dos Suicidas engendra um plano para exterminar o seu adversário de duelo. O jovem é assassinado mas tudo é combinado para que as culpas recaiam sobre um inocente jovem americano que desesperado não sabe o que fazer. Surge outro antigo membro do clube que o ajuda e o reencaminha para o Príncipe. Enquanto isso, o jovem transporta a pedido do médico e antigo membro do clube o corpo do irmão do Coronel num enorme baú de Saratoga.

No terceiro capítulo o Coronel, através de um estranho expediente, tenta arranjar dois cavalheiros distintos para serem testemunhas da morte do presidente do Clube dos Suicidas na sua própria casa. Em duelo com o Príncipe, o malfeitor é abatido e o clube acaba assim as suas obscuras actividades.

A leitura desta obra foi positiva, embora estivesse à espera de mais acção e suspense.

Não cabiam todos na sala de aula

Regressava-se às aulas. A natural felicidade desses longínquos tempos regressava ao meu espírito, embora em forma de sonho.

Alguns colegas de liceu, de faculdade e alguns desconhecidos marcavam presença como protagonistas. Eram muitos, como se vai ver.

Antes de entrarmos na sala de aula estávamos muito alegres e ansiosos. Exibíamos estranhas revistas e em minha casa chegaram a haver estranhos discos antigos e poeirentos.

Apesar do entusiasmo, só cinco ou seis pessoas compareceram ao início da aula numa pequena sala que pelos vistos existia no interior da ESEC sensivelmente no mesmo local por onde na realidade se entra para a secretaria. Eu estava entre esse reduzido número de alunos. A aula teve início com esses estudantes.

A professora mandou uma aluna conhecida como Caty mas que na verdade se chamava Paula, ler um excerto de um livro bastante complexo e de cariz altamente científico. Eu acompanhava a leitura da minha colega e ia sublinhando passagens da obra que achava relevantes.

Durante a leitura, o resto da turma entrou quase ao mesmo tempo na sala de aula. Eram imensos. Centenas de alunos que já não conseguiam sequer entrar, quanto mais arranjar lugar para se sentarem. Assim não havia condições.

Perante as queixas dos estudantes, a professora lamentou as condiçõ0es em que se estava a leccionar mas sempre se deu por feliz com o facto de a sala de aula ser melhor do que a do ano passado.

Quando acordei imediatamente me lembrei dos alunos que iam ficando para trás na disciplina de Matemática. Acumularam de tal forma que chegaram a ser mais de uma centena a ponto de também não caberem na sala. Só para tornar mais leve o ambiente na sala, eu resolvi fazer a cadeira nesse mesmo ano.

“O Poder Das Premonições” (impressões pessoais)



Vagueando pela banca de livros em final de edição, achei este livro e não resisti a comprá-lo por achar o tema de extremo interesse para mim. Eu, que costumo apontar alguns sonhos e narrá-los, verificando por vezes com assombro que alguns se realizam, não resisti a ler esta obra assim que terminasse de ler a que ainda estava a ler. Ardia de curiosidade.

O médico norte-americano Larry Dossey nascido no Texas leva-nos numa viagem rumo ao conhecimento mais místico do nosso subconsciente, nomeadamente ao mundo das premonições.

Confesso que sou um pouco céptica em relação a fenómenos fora do normal mas em sonhos precognitivos acredito e até há experiências passadas comigo que facilmente se comprovam através da leitura deste blog. Mais adiante neste texto, para vos poupar trabalho, irei trazer aqui os textos em que isso ocorreu.

Esta obra começa praticamente com um episódio impressionante com um sonho de uma mãe americana. O sonho é arrepiante pela precisão ao pormenor que demonstra. A mãe teve um pesadelo em que um enorme candeeiro caía sobre o berço do seu filho que dormia no quarto ao lado. O relógio na cómoda marcava uma hora exacta e o sonho decorria sob condições atmosféricas hostis. Alarmada com o pesadelo, a mãe foi buscar o filho para junto de si e do marido. À hora que o sonho indicava, nem mais, nem menos minuto, ouve-se um estrondo. O candeeiro acabava de cair sobre o berço vazio. Se o bebé ali estivesse, teria morrido esmagado pelo enorme candeeiro. Lá fora havia-se formado um valente temporal, coisa que não acontecia quando, sensivelmente duas horas antes, a mãe acordou e foi retirar o bebé do berço.

Outra história que também me impressionou foi a de uma americana que vivia numa quinta com muitos animais. Certa manhã avistou algo apreensiva inúmeros abutres. Primeiro pensou que a presença destas aves conotadas como de mau agoiro tinha a ver com a morte de alguns animais idosos que possuía e que ainda haveria alguns que chegariam ao seu final de vida. Reflectiu mais um pouco e pensou na sua morte mas no entanto não se sentia no fim da vida. Mais tarde avistou ao longe uma carcaça de um animal de grande porte a ser comido pelos abutres e reparou também na enorme quantidade de peixes mortos num lago de águas límpidas. Quando tentou verificar melhor o que se passava com os peixes, foi sugada por areias movediças, tendo-se salvo graças a um pilar onde se agarrou. Na verdade os abutres e a morte de tantos animais para ela significaram a sua morte iminente que foi capaz de travar com a ajuda do pilar.

Para este médico, todos os indícios de tragédia que prevemos em sonhos ou em sinais podem ser alterados por nós. O problema das premonições é que não nos transitem informações precisas sobre quando e como vai acontecer a tragédia. O sonho da mãe americana foi um dos felizes casos em que a premonição foi altamente pormenorizada.

A título de curiosidade, fiquei a saber que os islandeses são dos povos no Mundo que mais valoriza os seus sonhos. Há relatos de pescadores que conseguem ser bem sucedidos porque conseguem ver em sonhos onde está o peixe. Eles só não conseguirão ver onde está a árvore das patacas, até porque tal espécie vegetal rara não se encontra no mar- local onde habitualmente ocorrem os sonhos dos islandeses. Ainda bem, é da maneira que Sócrates resolve melhor a crise do que eles porque deve ter sonhado que o Brasil, a China e a Venezuela comprariam a dívida pública nacional. Bem…política à parte…

Antes de passar a provas palpáveis presentes no arquivo deste mesmo blog, vou passar a relatar um exemplo deveras parecido com um que está presente nesta obra. Quando era criança (tinha eu os meus três/quatro anos) sonhava frequentemente com enormes buracos nos meus membros. Alguns deles iam mesmo de um lado ao outro. Acordava aflita e a minha avó dizia que por vezes falava e gritava durante esses sonhos. Depois sonhava com cicatrizes também nos membros (nas pernas principalmente) em que a pele apresentava uma tonalidade diferente e que pareciam estar a tapar buracos.

Cerca de doze anos depois, tive um problema na minha perna direita (também uma osteomielite tardiamente diagnosticada por na altura ter outros problemas de saúde). Fui operada no dia 13 de Julho de 1993. Três dias depois foi-me retirado o penso e as ligaduras envolventes da perna. Fiquei aterrada com o que eu vi. Na tíbia da minha perna direita abria-se um enorme buraco negro bem profundo. Uma boca à qual apenas faltavam os dentes. Pouco faltava para chegar ao outro lado do osso. Nem queria acreditar que já tinha visto aquilo inúmeras vezes em sonhos dos quais não percebia o que significavam. Algum tempo mais tarde a perna foi revestida com enxerto de pele mas o buraco ainda lá continua. O aspecto com que ficou a cicatriz que actualmente exibo na minha perna direita desde então assemelha-se ao que também vi em sonhos muitos anos antes.

Para quem ainda pensa que esta coisa dos sonhos precognitivos é uma treta, aqui vão exemplos retirados deste mesmo blog. Viajemos então até ao arquivo, às memórias profundas deste meu cantinho!

http://toupeira-toupeira.blogspot.com/search?q=o+labirinto+da+moita por acaso isto em uma coisa boa: pesquisando encontrei os dois textos em simultâneo. Que bom! Agora já se pode comprovar que realmente há alguma coisa.

Ainda outro exemplo: na altura não conseguia localizar o edifício que vi em sonho. Pois não. De facto ele não existia propriamente mas, com um bocado de sorte e alguns enfeites, eis que ele foi concebido. Aqui vai toda a história!
http://toupeira-toupeira.blogspot.com/search?q=o+edif%C3%ADcio+colorido

Ainda outro exemplo destas coincidências oníricas. (não liguem aos textos que andam pelo meio que são apenas textos relacionados).
http://toupeira-toupeira.blogspot.com/search?q=a+tens%C3%A3o+pode+aumentar
ler os primeiros dois textos.

Em todos eles me refiro a sensações de realidade e sensações fortes. De felicidade perante o edifício colorido e de apreensão no caso do consultório médico. O aspecto real do sonho da Moita também faz dele um sonho importante.

A partir da leitura desta obra, passei, tal como recomendam os especialistas, a apontar os sonhos de manhã. Pode ser que surjam surpresas.

Depois de ler esta obra e destes exemplos inacabados, quem coloca em causa a existência destes fenómenos?

Coisas que surgem do nada

Já vão ver por que razão ando a tentar apontar mais sonhos do que normalmente costumava apontar. Por vezes eles são tão confusos e estranhos que eu nem sei por onde começar a narrá-los.

Noutra época, eu nem pegava neste sonho para o narrar aqui mas, já que está aqui vagamente apontado, vamos a isso!

Tudo começa com uma espécie de explosão que me deixou algo transtornada. Não me recordo de mais pormenores.

Também me lembro de caminhar ao lado do meu pai por um labirinto de caminhos de terra batida. Ali para os meus lados existe muito disso e eu no Verão até costumo fazer caminhadas enormes usando esses trilhos. Esforçava-me por acompanhá-lo mas já estava cansada.

Lembro-me vagamente de um nome grego ou israelita mas não sei em que contexto surgiu.

Agora vem o disparate pegado. A bicharada que me intrigou. Esmaguei um enorme insecto preto com muitas pernas que encontrei no quarto da minha irmã. De debaixo da cama dela surgiu então um amoroso cãozinho preto igual a um que demos a uns senhores há cerca de dez meses atrás. Era tão fofinho que queria ficar com ele mas não podia por qualquer motivo.

Los batoteros

Ouvi com muita atenção Ribeiro Cristóvão a comentar as intrigantes notícias que nos têm chegado do outro lado da fronteira e que envolvem agora o nosso atleta Francis Obikwelu nas teias do doping.

Já há tempos que se ouviam rumores sobre um escândalo de doping em larga escala no Atletismo Espanhol e que envolvia a campeoníssima Marta Dominguez. Depois do Ciclismo com a “Operação Puerto” aqui há uns anos que fez rolar muitas cabeças que alguém jamais pensou poderem vir a rolar, também nós, portugueses, estamos incrédulos com o alegado envolvimento de Francis Obikwelu nesta trama que envolve a sua treinadora e marido.

Como eu costumo referir, não ponho as mãos no fogo por ninguém em relação ao doping mas ainda me custa a acreditar que Francis Obikwelu- um atleta humilde e íntegro no meu entender – esteja envolvido neste escândalo.

Voltando a Ribeiro Cristóvão, este refere-se aos atletas apanhados nas malhas do doping como campeões com pés de barro ou algo do género e questiona-se sobre a honestidade de alguns bons resultados do Desporto Espanhol. De facto ultimamente a Espanha tem assumido uma hegemonia muito grande em diversas modalidades desportivas.

Alberto Contador está sob suspeita e Roberto Heras (outro talento da modalidade) desapareceu vergado à acusação confirmada do uso de substâncias proibidas que lhe valeu a retirada da vitória numa Volta a Espanha, salvo erro de 2004, a favor de Denis Menchov.

Todo o Atletismo do país vizinho está agora desmoronado e os destroços prometem agora chegar a este lado da fronteira de forma violenta. Nós, amantes do Desporto, olhamos para eles com surpresa porque Obikwelu era quase um herói nacional, alguém que, apesar de não ter nascido português, tinha amor às cores da bandeira que representava. Fiquei chocada com a notícia do seu alegado envolvimento neste caso e ainda me custa a acreditar em tais factos.

Quando Ribeiro Cristóvão coloca em causa todos os brilhantes resultados do Desporto Espanhol também se estará a referir aos títulos de Futebol? Eu nem sei o que seria se se viesse um dia a descobrir um escândalo desta envergadura. Onde iria tudo isto parar? Não quero crer numa coisa dessas. Simplesmente estamos perante uma geração de habilidosos praticantes da modalidade e os pormenores técnicos desses jogadores penso eu que não se conseguem com químicos. Colocar o Futebol sob suspeita sem haver sequer o rastilho é um pouco forçado, por mais que os nossos vizinhos sejam um pouco batoteiros no que se refere ao Desporto.

Provavelmente alguém se recorda por que motivo as provas adaptadas a deficientes mentais estiveram largos anos suspensas internacionalmente. A culpa foi dos brilhantes atletas espanhóis de Basquetebol para deficientes mentais que tudo ganharam nos Jogos Paralímpicos de Sydnei. Veio a verificar-se que grande parte dos atletas não possuía qualquer tipo de deficiência mental. Recorreu-se a tais expedientes para que o sucesso desportivo destes atletas chamasse a atenção das entidades competentes para a necessidade de mais apoios para o Desporto Adaptado.

Nós próprios já assistimos a competições internacionais em que atletas deficientes visuais espanhóis ludibriavam os testes para competir na categoria abaixo, apesar de terem visão para competir na categoria seguinte. Andavam felizes da vida em instalações comuns a todos os atletas mas, se acaso viam aproximar outros atletas já se agarravam a alguém a simular cegueira total. Eles de facto eram deficientes visuais mas não eram cegos totais, o que lhes dava alguma vantagem.

De facto a honestidade dos desportistas do país vizinho não é a melhor. Já a conquista do Mundial na África do Sul ter sido um embuste, vou dar o benefício da dúvida. Quanto a Francis Obikwelu, sinceramente não sei o que dizer. Fui completamente apanhada de surpresa.

Spa onírico perto de casa

Este é mais um pequeno mas disparatado sonho cujos pormenores imediatamente se apagaram ao acordar.

Recordo apenas que o local do enredo nocturno (por acaso passado num belo final de tarde de Sol) se passava na terra do meu vizinho, junto a minha casa, portanto. Já não é a primeira vez, nem será a última provavelmente, que eu sonho com algo passado ali.

Basta recuar alguns posts atrás neste espaço para deparar com uma outra descrição de um sonho com outro teor mas igualmente passado neste local. Que significado terá isso? Estou-me a referir ao sonho em que o meu tio se encontrou ali comigo pela última vez para me entregar umas sapatilhas brancas.

Desta vez só se viam ali homens atraentes com coloridos calções de banho que despiam relutantemente. Os seus corpos suados e bem torneados reluziam ao Sol. Não sei precisar se estava nua ou vestida. Apenas tentava espalhar um creme que parecia pó de giz que teimava em se acumular na minha pele sob forma de manchas brancas e não se espalhava.

Por mais que tentasse uniformizar o produto por todo o corpo, ele mantinha-se espesso e em camadas, formando inestéticas manchas brancas na minha pele.

Tuesday, January 04, 2011

Vukcevic e Joaquim Ritta

O Sporting venceu em casa a equipa da Naval por 2-0. A turma de Alvalade também terá acusado de certa forma os efeitos da paragem no campeonato mas Vukcevic entrou na segunda parte determinado em mudar o rumo dos acontecimentos.

Foi ele o autor do primeiro golo do Sporting a méis com Carlitos da Naval e notou-se bem a presença do montenegrino na dinâmica ofensiva dos leões.

Esta boa exibição de Vukcevic surge numa altura em que se especula sobre a sua saída do plantel leonino. Depois da partida o jogador teceu críticas a quem alegadamente o culpava por tudo menos bom que acontecia no balneário do Sporting. Em jeito de ponto final, Vukcevic pediu que o deixassem em paz para fazer o seu trabalho no Sporting ou em qualquer outro local.

Chamado a comentar as declarações do Jogador Número Setenta E Sete do Sporting, o incorrigível Joaquim Ritta esteve igual a si próprio. Se Vukicevic pediu para o deixarem em paz, o comentador da Antena 1 fez exactamente o contrário e criticou Vukcevic por ter criticado quem o critica.

Para Joaquim Ritta, Vukcevic- enquanto profissional de Futebol- tem de saber lidar com a crítica a que está constantemente exposto.

Joaquim Ritta vai mais longe e chega mesmo a afirmar que Vukcevic deve ser tratado de forma especial dado o seu temperamento. O jogador do Sporting deve ser tratado quase como uma autêntica criança que precisa de mimos e, ao mesmo tempo, de reprimendas e medidas de austeridade. Quem o vai educar? Joaquim Ritta? Eu queria ver isso.

Quando perguntaram ao comentador se achava que Vukcevic depois desta exibição iria permanecer em Alvalade, a resposta foi um categórico não, até porque José Couceiro acaba de entrar para a estrutura directiva do Sporting e não tem contemplações para com este tipo de ocorrências.

Eu vou mais longe: não me admiraria nada que Vukcevic abandonasse o Sporting já em Janeiro e viesse a vestir a camisola de um clube rival na próxima época depois de ter passado por um clube de pequenas dimensões.

No Sporting Vukcevic é um pouco como Carlos Martins na época em que lá esteve. Era sempre o mau da fita, o seu profissionalismo era colocado em causa, saiu para Espanha e agora é um dos activos mais valiosos do Benfica.

Se Vukcevic tiver um percurso semelhante ao do internacional português e de outros que saíram incompatibilizados com a e estrutura directiva do Sporting, se calhar a culpa não é dos jogadores, é de quem manda que os deixa sair assim e reforçar os adversários.

O coração do meu pai

Estou a seguir à risca os conselhos do livro que ando a ler sobre as premonições e vou guardando o caderno à cabeceira da cama à espera de um sonho digno de registo. Segundo o autor desta indispensável obra, há que prestar atenção a sonhos que tenham a ver com o corpo, a saúde e a vida.

Mal assento as costas nesta cama em Coimbra, logo os sonhos mudam drasticamente para uma espécie de pesadelos que ocorrem nas imediações de minha casa.

Neste sonho em particular, estava a anoitecer e eu encontrava-me extremamente aborrecida com alguma coisa que não sabia explicar. Para piorar as coisas, desconhecidos teimavam em me arrumar com objectos e aguardava ansiosamente a chegada da ambulância que levou os meus pais a Coimbra a uma consulta.

A julgar pelo clima, o assunto era sério, por isso eu esperava impacientemente na rua enquanto ia escurecendo.

Finalmente os meus pais chegaram da consulta. Enquanto devorava laranjas com açúcar amarelo sem lhes tirar a casca, a minha mãe foi dizendo que o meu pai tinha de ser operado…ao coração. Tratando-se de um órgão sensível, a operação era extremamente delicada.

Enquanto que a minha irmã se mostrava surpreendida pelo Novo Ano mal ter começado e já haver notícias menos agradáveis, eu afirmei que já tinha sonhado com operações delicadas antes. Por acaso esse sonho foi há tempos aqui mencionado.

Sinceramente espero que não aconteça azar nenhum, até porque o meu pai tem alguns problemas mas no aparelho digestivo.

Os efeitos da paragem foram só para alguns

Depois de o Porto ter acabado de perder pela primeira vez na presente temporada num jogo em casa perante o Nacional da Madeira a contar para a Taça da Liga, era a vez de o Benfica entrar em campo também em casa e também contra uma equipa da Madeira- o Marítimo.

Muito se disse e especulou sobre a famigerada paragem de cerca de duas semanas que todos os anos ocorre por alturas do Natal. A tradição ainda é o que era e é após essa pausa que o Porto começa a fraquejar. Lembro-me que foi por esta época do no que o Porto perdeu há uns anos em casa com o Atlético para a Taça de Portugal. Vamos a ver se o Benfica aproveita a derrapagem dos nortenhos.

Jorge Jesus foi um dos que não concordou minimamente com este habitual hiato nas competições domésticas mas ainda bem que elas existem para quebrar o ritmo aos adversários. Que o campeonato pare de duas em duas semanas, se faz favor, para o Porto nunca mais se encontrar.
Nos primeiros momentos do jogo entre o Benfica e o Marítimo não se notou nenhuma quebra de ritmo, bem pelo contrário. Moreira que regressou à titularidade neste encontro começou por mostrar serviço nos primeiros instantes.

Kardec também esteve algo perdulário na hora de finalizar. A juntar a isso, os defesas insulares e o guarda-redes Peçanha (um dos tais que sempre faz o jogo da sua vida frente ao Glorioso) tornaram-se num muro difícil de ultrapassar.

Depois de Moreira ter brilhado mais uma vez ao defender um cabeceamento de Tchô, Salvio demonstro que a famigerada paragem em nada alterou o seu momento de forma que o levou a fazer uma grande exibição frente ao Rio Ave. Numa magnífica execução, o jogador argentino inaugurou o marcador.

Foi de outro argentino o segundo golo do Glorioso. Após defesa de Peçanha ao livre de Carlos Martins, Saviola finaliza com êxito.

O Benfica continuou a dominar o jogo. Jorge Jesus agora não pode dizer mal das paragens no campeonato. Carlos Martins ainda desferiu um potente remate e houve um lance mesmo em que a bola entrou na baliza dos madeirenses mas o lance foi invalidado por falta sobre Peçanha.

O intervalo chegou com uma confortável vantagem para o Benfica que poderia até ter sido mais dilatada. Houve mesmo paragem de duas semanas?

Na segunda parte o Jogador Número Vinte E Dois do Marítimo aplicou um potente remate à barra depois de uma rápida transição para o ataque decorrida de um lance perigoso do Benfica.

A partir daí o Marítimo espevitou-se e criou algum perigo. Do lado do Benfica, o argentino Jara que entrou na segunda parte tentava a todo o custo marcar um golo.

Quase no final a bola ainda entrou na baliza de Moreira mas o avançado Baba estava fora de jogo.

O Benfica venceu o jogo e mostrou que está em excelente momento de forma, ao contrário de certa equipa que veste de azul e branco que por esta alturas sempre comete alguns desleixos.

2011- ano de mudanças?

Foi sentada e sem champanhe (a garrafa congelou demais) que entrei no novo ano na companhia de familiares e vizinhos.

Não pedi desejos para este ano que agora começa. Para quê? Nos outros anos os meus planos saem sempre furados. Tudo o que eu quero é saúde para mim e para as pessoas que me são mais queridas. O resto está comprometido.

Neste ano que agora começa gostaria de cumprir os meus objectivos que passam por ter um emprego condigno com a minha área de formação ou de interesse ou ter a oportunidade de fazer o estágio profissional a que tenho direito.

Gostaria também que este ano fosse o meu ano de afirmação na escrita. Gostaria de ter mais disponibilidade para levar a cabo todos os meus projectos. Escrever a minha biografia será um deles. Tal como toda a gente, gostaria de ver o meu trabalho reconhecido.

Em termos da minha actual situaçã0 laboral, vamos ver o que estes dois meses ainda me reservam. Se possível gostaria de trabalhar apenas em part time para que coubesse tudo na minha vida. Estar subjugada apenas ao local de trabalho é uma situação que gostaria de ver alterada neste ano.

A curto prazo os meus objectivos passam por adquirir um novo computador portátil para poder trabalhar nas melhores condições. Gostaria também de viajar um pouco ou participar em actividades diferentes mas tudo vai depender do tempo disponível que tiver.

Os blogs continuarão activos neste ano e serão uma ferramenta indispensável às minhas ideias, já que não tenho grande oportunidade de exprimir o que sinto e o que penso enquanto estou a trabalhar.

Fruto de um livro que estou neste momento a ler, não será de espantar que este espaço passe a contar cada vez mais com descrições de sonhos. Vamos a ver é quantos deles se realizam parcial ou totalmente.

Por falar em livros, espero que ainda me seja possível ler como sempre faço. Isso quer dizer que nada ao nível dos meus olhos se irá alterar. Se tudo correr bem, serão muitos e bons os livros que vou ler e aqui deixar as minhas impressões pessoais sobre eles.

Gostaria de retomar alguma actividade desportiva mas não estou a ver tempo disponível para o fazer. Pode ser que as coisas mudem!

No que respeita a jogos virtuais, há mais um atleta pelo menos na forja para as próximas competições internacionais. Pode ser que surjam mais.

Vamos a ver o que reserva este ano que promete ser bastante difícil para todos os portugueses em virtude das hostilidades económicas. Eu só espero que a motivação regresse novamente à minha vida.

Ano de viragem

Tal como é da praxe por estas alturas, cá estou eu para fazer um balanço daquilo que foi o ano de 2010 que agora chega ao fim.

Foi um ano com muitos aspectos positivos e alguns negativos, tal como todos os outros, mas as perspectivas de que algo mude um pouco nos próximos tempos são quase nulas.

O factor mais relevante prendeu-se com uma mudança enorme que se operou na minha vida quando eu já mão estava totalmente disponível para tal. Nos primeiros tempos, o facto de eu ter arranjado emprego foi um factor positivo mas depressa se tornou um entrave para todos os meus objectivos pessoais e até para as minhas necessidades.

Foi pelo facto de ter arranjado emprego que fiquei impedida de fazer aquilo de que mais gosto nas melhores condições e isso tem-me abalado um pouco. São muitas horas de trabalho exigente e de pressão constante e eu não estou muito preparada nem sou muito propensa a executar tarefas rotineiras sem que uma boa dose de criatividade esteja presente. Depois é claro que há problemas. Não me sentindo confortável e estando muitas horas sujeita a um ambiente que é o contrário daquele em que me sinto bem, as coisas começam a não correr pelo melhor.

Quando finalmente surge uma oportunidade para mudar a situação, eis que o facto de estar empregada me inviabiliza que e acolha esse novo projecto que estaria mais talhado para as minhas capacidades físicas e para as minhas características psicológicas. Apesar de ser apenas um estágio, seria preferível porque faria coisas diferentes todos os dias e isso para mim é importante. Também ninguém me menosprezava ou criticava pelas minhas diferenças como chegou a acontecer. O facto de poder ajudar outras pessoas com deficiência também ia pesar bastante mas infelizmente não voltarei a ter uma nova oportunidade de realizar o estágio profissional.

O que mais me revolta é o facto de ter o raio de acção muito limitado pelas minhas dificuldades inerentes a ter uma deficiência. Quero com isto dizer que, em igualdade de circunstâncias com as minhas colegas, se me dessem a escolher para que secção gostaria de ir, não hesitaria em preferir ir para as caixas.

Mudando de assunto, pouco Desporto pratiquei neste ano que agora finda também porque o trabalho me absorve todo o tempo. Limitei-me a fazer pequenas caminhadas. Não ter tempo para praticar exercício físico está também a arruinar-me.
Ler e escrever ainda são duas actividades que eu vou fazendo na medida do possível. Por vezes o cansaço é mais forte. Quanto à leitura, trago sempre comigo um livro para ler na hora de almoço. Infelizmente as condições de concentração não são as melhores porque sempre existe barulho que por vezes me distrai.
O melhor livro que li em 2010 foi indubitavelmente “Anúncio De Um Crime” de Agatha Christie. Foi um livro que me absorveu imenso e com uma intensidade inigualável. Foi neste ano que descobri o encanto que é ler essa senhora que fez do romance policial a sua arte.

Segundo a crítica, o melhor texto escrito por mim em 2010 tem por título “Os Gananciosos” e baseou-se pura e simplesmente num acontecimento que eu e mais algumas pessoas observámos por acaso na rua. Com criatividade, imaginação e concentração surgiu algo que até eu me surpreendi a ler.

No Desporto não praticado por mim, naturalmente que 2010 fica marcado pela conquista do campeonato por parte do Benfica. É sempre uma alegria ver o meu clube campeão.

Em relação aos jogos virtuais, tive de abandonar quase todos por falta de tempo. Fiquei apenas com o Hattrick em que nada de relevante aconteceu e com o Maxtihlon onde tive quatro atletas da formação em provas internacionais. O facto de terem participado já é muito bom.

Termino com o facto mais positivo deste ano e que ocorreu há cerca de uma semana. O fim das hostilidades entre alguns familiares foi sem dúvida um grande acontecimento que irei guardar na memória. Só por isso valeu a pena viver este ano de 2010.