Tuesday, January 31, 2012

Viagem a terras do Interior

Sonhei com uma viagem da ACAPO que se tinha de fazer até Castelo Branco, Covilhã e afins.

Claro que me inscrevi! Eu, que adoro viagens, lá ia no autocarro a tirar fotografias às belas paisagens com um rio ao fundo. Era maravilhoso!

Fomos visitar um monumento que eu já havia visitado antes e já conhecia de cor todos os cantos e recantos.

Depois da visita fui comprar recordações, nomeadamente canetas. Havia-as de muitas cores e imensas variedades. Como coleccionadora que sou, decidi comprar uma de cada e mais outros objectos engraçados que vi lá à venda. Gastei ali imenso dinheiro mas também não era todos os dias que ali vinha. Sempre que faço uma viagem, penso sempre da mesma forma quando se trata de comprar algo que tenha a ver com os usos e costumes do local que visito.

Ainda estive longo tempo a conversar com a jovem que ali estava a vender as recordações enquanto pagava. Ela disse que me conhecia e que eu também a conhecia a ela. Eu é que não me lembrava dela.

Acabei por sair do museu, castelo ou lá o que era muito depois de os outros meus colegas terem saído. Havia que ir dormir. Então não é que a viagem era de dois dias e ninguém me avisou! Bem…isso não era problema…ou não seria, se acaso não se viesse a verificar a cena que se passou a seguir.

Havia uma sala muito ampla a servir de enorme quaro com muitas camas rasas e individuais Quando cheguei, indicaram-me uma cama onde eu iria ficar. O problema é que já lá estava uma senhora que não primava pelo brio na higiene pessoal.

Eu estava indignada. Então toda a gente estava a dormir em camas individuais e logo eu tinha de dormir com aquela criatura que, para além de cheirar a suor e catinga, ainda ocupava a cama toda? Fuh!

Lamentava-me de não ter trazido o meu saco-cama para ir dormir para o lado contrário da sala, bem lá para o fundo onde ninguém me chateasse. Bem, também ninguém me tinha dito que tínhamos de pernoitar. Aliás, se bem me recordo, ainda não era completamente de noite quando nos instalámos nos nossos “aposentos”.

Acordei indignada mas sempre me contentei com o conforto de não haver ninguém a dormir comigo.

Os carrascos estão de volta

Porto e Vitória de Guimarães voltaram-se a encontrar pela terceira vez nesta época. A vitória acabou por sorrir ao Porto que, com o adiantamento deste jogo em relação ao do Benfica com o Gil Vicente, se encontrará na frente do Campeonato apenas por escassas horas. Neste jogo Rolando voltou a marcar um golo contra o Guimarães...e Faouzi voltou a marcar contra os dragões. São os carrascos de cada uma das duas equipas.

Que luta vai para ali entre Edgar e Otamendi!

Depois de ter sido o autor de dois golos que deram a vitória ao Porto na Supertaça em Agosto precisamente contra o Guimarães, Rolado faz agora o primeiro golo desta partida aos dezoito minutos.

A bola ainda entra novamente na baliza dos vimaranenses mas Defour estava fora de jogo. Do outro lado, Paulo Sérgio cria perigo mas Rolando evita males maiores.

É Alex o jogador do Vitória de Guimarães que agora se encontra estendido no relvado.

João Paulo quase marca à beira do intervalo. Ainda é canto. O Guimarães agora carrega.

João Paulo agora antecipa-se a Kleber num lance que parecia ser bastante perigoso. O Porto insiste mas é assinalado um fora de jogo.

Há agora um lance muito rasgadinho que tem como protagonistas Edgar e João Moutinho.

Kleber está incrível. Que falta de jeito!

Quem é aquele? É o Danilo? O tão falado craque que o Porto anseia por colocar em campo? É pois.

O intervalo chega com a vitória parcial do Porto por 1-0.

Mal começou a segunda parte e já surge o segundo golo do Porto por intermédio de João Moutinho. Por acaso a assistência para este golo foi de Kleber. O Jogador Número Onze do Porto protagoniza mais um lance de perigo. Fez-lhe bem este intervalo!

Alvaro Pereira remata para grande defesa de Nilson. E sai mais um remate do mesmo jogador no instante seguinte.

Toscano falha oportunidade de reduzir a desvantagem para o Vitória de Guimarães.

Vem aí o nosso amigo, o Faouzi, para colocar todos os caceteiros do Porto em sentido. Aposto que virão aí cartões amarelos por causa dele, apesar de não estar cá mais o seu grande amigo Fucile que já está de malas feitas para ir distribuir frutinha tropical no Brasil.

Novamente Toscano a rematar, desta vez sem perigo para as mãos de Helton.

Momento insólito no jogo. Protagonista? O Jogador Número Onze do Porto que se chama Kleber e tem andado algo cinzento segundo Joaquim Ritta. O avançado do Porto vê um cartão amarelo agora por, imagine-se, ter perdido uma bota e ter prosseguido com o domínio da bola descalço de um pé. As leis são bem claras e punem este insólito tipo de comportamento com acção disciplinar.

Aí vem ele! Fujam! Estou a falar do Faouzi que vai entrar na companhia de Pedro Mendes. São duas alterações produzidas por Rui Vitória para tentar que o Guimarães se torne mais perigoso. Sim, já se viu que aquele jogador ali que vai entrar, que enverga o Número Vinte, já deu provas de ser um diabo à solta para os defesas do Porto.

Mal entrou, o Jogador Número Vinte do Guimarães, a quem toda a gente apetece bater (inclusive os adeptos fanáticos da sua equipa quando as coisas não correm bem), já é presenteado com uma sarrafada de Fernando que vê o cartão amarelo e fica de fora no jogo da próxima jornada que é contra o Gil Vicente.

É golo do Guimarães? Adivinhem quem marcou! Isso mesmo, o nosso amigo Faouzi. Se alguém o tentasse deter ali com uma entrada assassina, seria grande penalidade e o Porto ficaria seguramente a jogar com dez. Muito gosta ele de marcar golos ao Porto!

Este já é o enésimo remate de Alvaro Pereira neste jogo. Desta vez sai muito fraco, muito a desejar.

Aí vem ele finalmente. O tão aguardado craque brasileiro que custou uma fortuna ao clube liderado por Pinto da Costa prepara-se finalmente para entrar. É que os adeptos do Porto já não podiam mais. Já estavam quase a rebentar pelas costuras de tanta ansiedade por ver o novo reforço em acção.

Sai mais um remate de Kleber novamente para fora. E Danilo também já remata à baliza do Guimarães. De longe, João Moutinho também remata para fora.

Anderson Santana vê o cartão amarelo por ter cometido o sacrilégio de tocar nas pernas do precioso craque portista que, se acaso se lesionasse, iria ser uma catástrofe.

É assinalada uma grande penalidade por falta de Toscano sobre James. É o próprio jogador colombiano quem converte a grande penalidade no terceiro golo do Porto.

Apenas e só por protestos, Edgar vê o cartão amarelo.

Ainda há um remate de Freire mas sem perigo. Faouzi agora com um cruzamento disparatado. O resultado cifrou-se em 3-1 para os portistas. Pelo mesmo resultado, o Benfica viria, horas mais tarde, a derrotar o Gil Vicente e, portanto, os tripeiros tiveram pouco tempo para saborear a liderança provisória que resultou do facto de o jogo do Glorioso ter sido realizado mais tarde.

Monday, January 30, 2012

Comendo gato



Sonhei que comia co avidez as coxas e outros pedaços de carne de gato. Esta iguaria estava bem condimentada. Penso até que sabia a caril.

A carne usada neste prato provinha de antigos gatos que tivemos lá em casa e que desapareceram ou morreram atropelados.

A minha mãe terá congelado a carne dos gatos, temperou- a muito bem, de forma a poder vir a ser cozinhada e comida mais tarde.

Eu nem queria acreditar que aquela carne que me estava a saber tão bem era da Juju. Quando me foi dada a conhecer a origem da carne, esta já não me estava a saber tão bem.

Acordei intrigada com o teor macabro deste sonho.

As memórias permanecerão bem vivas

Acabo de assistir às cerimónias fúnebres de uma senhora que sempre conheci em toda a minha vida já de uma certa idade.

Apesar de todos sabermos ser normal assistirmos ao seu funeral devido à sua idade avançada e não ser normal ela um dia poder assistir ao nosso, a morte de alguém que foi tão bom para nós deixa sempre alguma saudade e profunda tristeza.

Não posso deixar de me sentir consternada ao invocar memórias ainda do tempo em que era criança e em que esta senhora ajudava a minha mãe nas terras, nos pinhais, a matar frangos. Na casa de forno...Sempre a conheci já com uma certa idade e foi já com uma longa caminhada nesta vida terrena que nos deixou ontem. Contava quase noventa anos.

É com extrema saudade que recordo os tempos em que íamos para os pinhais e esta saudosa senhora me contava as incidências de novelas, de filmes e de séries. Ainda chorei ao relembrar esses momentos.

Ainda há não muito tempo relatei aqui as nossas peripécias nos pinhais. Em muitas dessas histórias divertidas, esta senhora esteve presente. Referi na altura a saga de um boneco da minha irmã que não apareceu no final da jornada diária num pinhal depois de eu o ter besuntado com lama e o ter arremessado para além das árvores. A senhora que agora tristemente sepultamos correu tudo à procura dele.

Quando se matavam frangos em minha casa, ficava ali nas imediações a ouvir as conversas das intervenientes. Esta senhora vinha sempre com histórias novas que eu achava maravilhosas.

O carinho que sentíamos por ela e ela por nós era muito grande. Quando a idade a começou a impedir de trabalhar no campo, ela não deixou de frequentar a minha casa, especialmente aos domingos à tarde. A minha mãe preparava-lhe chá e bolos.

Quando a minha mãe cozia bolos ou broa, ia lá sempre a casa levar. Eu acompanhava-a e ficávamos ali horas esquecidas a conversar.

A vida é assim. Depois de ter cumprido a sua jornada de quase noventa anos de vida, eis que esta chega ao fim, relembrando-nos que ninguém é imortal nesta vida terrena mas pode sê-lo nas memórias que cada um de nós guarda da sua vida entre nós.

Que descanse em Paz!

Quase trinta e nove anos depois

No outro dia andava à procura desta música para colocar num outro post e reparei num vídeo mais recente desta senhora luxemburguesa a cantar esta mesma música num canal de televisão.

É incrível como ela está tão bem conservada quase trinta e nove anos depois desta brilhante vitória no Festival Eurovisão da Canção em 1973. Comprovem! Os anos por ela parecem não ter passado.



Em poupança

Estão de volta as noites da Taça da Liga em que eu acompanho dois ou mais jogos em simultâneo através da televisão e da rádio ao mesmo tempo. Para esta noite tínhamos o Benfica a receber o Santa Clara e a vencer por 2-0 e o Porto a receber o Estoril e também a vencer por 1-0 com um golo solitário de Varela.

Quando o jogo do Porto se iniciou no Estádio do Dragão, o jogo do Benfica com o Santa Clara registava um nulo a sensivelmente um quarto de hora do intervalo. O Benfica apresentou um onze alternativo com Eduardo, André Almeida e Nélson Oliveira no onze titular. Ah, e Capdevilla.

O Porto não fez assim tantas alterações no seu onze mas parecia estar a jogar em regime de poupança. Destacava-se a titularidade de Varela porque Djalma encontra-se ao serviço da selecção de Angola na CAN 2012.

De cabeça, o central Mangala (que substituiu o castigado Rolando) ia marcando o primeiro golo do Porto à passagem dos dez minutos de jogo.

Na Luz, o guarda-redes sérvio do Santa Clara- Igor Stefanovic- parece querer deixar a sua assinatura no velho livro em que alguns guarda-redes de equipas adversárias do Benfica assinam já desde que me apanhei a ver Futebol. O livro de guarda-redes que fizeram contra o Benfica o jogo das suas vidas. Assim de repente lembro-me do guarda-redes camaronês William do Boavista que, sempre que defrontava o Benfica, era o melhor em campo sem qualquer sombra de discussão. Consta que esse guarda-redes teve uma transferência gorada para o Glorioso e, segundo consta, essa transferência não se consomou...por ser feriado e o notariado estava encerrado. A partir daí, William aproveitava para dar tudo em campo no jogo do Glorioso. Igualmente do Boavista foi Peter Jehle que, nos dois jogos contra o Glorioso, também se exibiu magnificamente. Se a memória não me falha, os dois jogos do Benfica com os axadrezados terminaram empatados a zero. Mais estranho foi Costinha (em fase ascendente da carreira e ao serviço do Belenenses) também fazer um jogo que nunca antes se lhe viu fazer em pleno Estádio da Luz. Uma exibição memorável de um guarda-redes adversário contra o Benfica que ainda hoje me marca foi a de Peter Rufai do Farense no velhinho Estádio de S. Luís. Foi memorável. Era cada defesa...Eles são muitos mais e alguns pareciam esperar a época toda para jogarem com o Benfica para se exibirem em grande estilo. Nenhum conseguiu alinhar pelo Gloriosos na época seguinte, embora eu achasse que deveria ter sido dada a tão ansiada oportunidade a William. Pelo menos valeu pela persistência.

Ah, está o Benfica a jogar com quem? Já me perdi. Ah, é com o Santa Clara. Por isso é que se ouvem assobios ao intervalo pela fraca exibição do Glorioso contra uma equipa da Liga Orangina.

Kleber agora ia marcando para o Porto. Na sequência do canto, Defour remata para fora.

Vítor Moreno do Estoril vê cartão amarelo numa altura em que começa a segunda parte do jogo do Glorioso com o Santa Clara no Estádio da Luz.

Vagner defende o livre de João Moutinho e passa o perigo. O mesmo jogador cabeceia por cima da baliza do Estoril.

Na Luz Witsel, que entrou na segunda parte, já cria bastante perigo. Kleber no Estádio do Dragão falha clamorosamente mais uma boa oportunidade de golo. Com tudo isto o jogo do Porto também chega ao intervalo com um nulo no marcador.

O empate a zero desfaz-se no Estádio da Luz porque Nélson Oliveira acaba de marcar o primeiro golo do Glorioso. Poucos minutos volvidos, Witsel aumenta a vantagem para 2-0 e tranquiliza os adeptos.

No Dragão o jogo já recomeçou e Vagner nega agora o golo a Kleber. O Porto inicia esta segunda parte a carregar. Agora é Alvaro Pereira.

Otamendi vê cartão amarelo por falta sobre Carlos Eduardo. Diogo Amado do Estoril também vê o mesmo cartão por colocar grosseiramente a mão à bola. E sai ainda outro cartão amarelo para um jogador do Estoril. Ultimamente os árbitros (hoje é André Gralha) têm andado a mostrar cartões amarelos aos grupos. Cosme Machado há uns dias atrás mostrou três cartões amarelos em três minutos ou coisa que o valha.

James remata ao poste de livre. Souza agora também vê o cartão amarelo. O livre é perigoso para a baliza portista. Seria se a bola não esbarrasse na barreira.

Varela faz agora um belo golo que é o primeiro do Porto. Entretanto termina o jogo no Estádio da Luz com a vitória do Glorioso por 2-0.

Pelo Dragão até ao fim. Agora James remata para fora. Foi o último lance do jovem colombiano no jogo, pois ele acaba de ser substituído por Belluschi.

Mais um livre extremamente mal marcado por Steven Vitória para o Estoril.
Acabado de entrar na equipa do Estoril, Adilson já vê o cartão amarelo.

Iturbe também entrou em campo na equipa do Porto e agora remata ao lado para grande ovação vinda das bancadas.

Cartão amarelo agora para o jogador Gerso do Estoril. Entretanto Rodriguez arrasta-se penosamente em campo. Já falta pouco para acabar o jogo também. O Porto já esgotou as substituições.

Joaquim Rita (que agora também comenta os jogos na SIC) sobre a ineficácia de Kleber:
- “É um jogador que está cinzento”

Moreira poderia ter empatado o jogo para o Estoril mas falha clamorosamente. O jogo chega ao fim com a vitória por 1-0 do Porto graças ao golo solitário de Varela.

“Stars”- Simply Red (música com memórias)

Segunda-feira, 2 de Janeiro de 1992 (nem quero acreditar que já terão passado vinte anos). Nessa noite, depois de toda a azáfama das festividades, preparava-me para viver um sonho. Uma noite memorável. Uma das mais felizes da minha vida. Foi quando fiz rádio pela primeira vez na Emissora Voz da Bairrada em Oliveira do Bairro.

Fazer rádio sempre foi um dos meus sonhos desde tenra idade. Ainda hoje sinto alguma mágoa por não me ser possível exercer essa actividade e, principalmente, porque lutei bastante para conseguir os meus intentos (o que na realidade consegui) mas, mais uma vez, algo deitou por terra o meu sonho.

Naquela altura eu tinha quinze anos e os meus sonhos estavam bem vivos. Encarava aquela noite em Oliveira do Bairro como de extrema importância. Enchia-me sempre de felicidade quando lá ia mas, como ia fazer rádio nessa noite, acho que levitava de tão feliz que me sentia.

Preparei uma lista de músicas portuguesas e lá fui até Oliveira do Bairro. O meu pai levou-me. Quando lá cheguei, só tive tempo de dar uma última olhadela ao guião que tinha preparado e lá parti à conquista do meu sonho.

Correu tudo muito bem. Não cometi falhas e estava completamente extasiada, sem acreditar que tudo aquilo se estava a passar na realidade. Foi fantástico!

Acabado o programa que fiz juntamente com uma animadora chamada Agostinha (seria novamente com ela que faria novamente o programa em Setembro desse mesmo ano, desta vez um programa infantil), fiquei para assistir ao programa de outra colega, programa esse que era dedicado à Astrologia.

Enquanto ela fazia o programa, fui rascunhando uma carta daquelas que enviava para os discos pedidos de Domingo. Pedi a cada uma das minhas colegas que dissessem uma música para eu colocar como alternativa à primeira que havia escolhido (já não me lembro qual escolhi). A colega que estava a fazer o programa, de nome Celene Rosa, mencionou esta música que também escolhi para hoje relembrar. Este álbum dos Simply Red tinha acabado de sair e eu notava que ela passava muito esta música. Stars, Astrologia, Signos...tinha tudo a ver.

A partir daí, sempre que ouço esta música, lembro-me dessa noite.

Foi um ano que começou extremamente bem e acabou quase tragicamente mal. Se acaso tivesse sucumbido aos problemas graves de saúde que me afectaram nesse ano, morria ao menos com o conforto de ter realizado o meu sonho sem ter de passar pelas amarguras que viria a passar mais tarde por não ter tido continuidade.

Wednesday, January 25, 2012

“O Código Da Vinci” (impressões pessoais)



Só agora, que acabo de ler esta obra, é que percebo a razão por que tanto se falou nela. Lembro-me que, há uns anos atrás, era uma loucura em torno deste livro.

Também compreendi por que se escreveu depois uma infinidade de outras obras explorando os mistérios de sociedades secretas, dos Templários, de temas religiosos e tudo quanto permanece adormecido e misterioso até aos dias de hoje. A diferença é que eu, por acaso, li todas essas obras aí há uns quatro anos atrás e só agora tive oportunidade de ler a original, digamos assim.

Lembro-me até de ler uma relacionada com o assunto abordado por Dan Brown nesta obra. Salvo erro era escrita por um autor espanhol e, como não podia deixar de ser, os descendentes de Cristo que ainda existiam tinham de ser espanhóis. Aqui na obra de Dan Brown eles são franceses. Em que ficamos?

Claro que isto são apenas histórias fictícias sobre a linhagem de Cristo. Ninguém sabe onde estão, caso existam. Eu, pessoalmente, não sei no que acreditar. Que a Igreja oculta e mascara imensas coisas, disso eu tenho a certeza. Se existe verdadeiramente a linhagem de Cristo, isso já foi um mito que se criou. Calculo que tenha algum fundamento, se assim não fosse, não haveria tanta gente a apregoar a sua existência mas também não e menos verdade que existem muitos mais a ocultar e a omitir factos que hoje estão provados.

Para além da curiosidade que suscita o assunto escolhido por Dan Brown para desenvolver a sua história, é de realçar o desenvolvimento da mesma ao longo da obra. Simplesmente genial.

Por acaso comecei a ler as obras de Dan Brown um pouco ao contrário. Comecei por ler “Anjos e Demónios” mas não li o “Código Da Vinci “a seguir. Li outras duas obras e já aí me fascinou o facto de o escritor norte-americano nos conseguir prender, cativar e surpreender de uma forma simplesmente fantástica. Em todas as suas obras, os vilões nunca são aqueles personagens de quem inicialmente suspeitamos.

No caso concreto desta obra, os meus suspeitos na trama que aniquilou os elementos do Priorado do Sião eram o Chefe da Polícia Francesa (esse sempre foi para mim o Professor a quem Silas e o bispo reportavam) e o bispo. Afinal eles estavam inocentes.

Houve ainda uma altura em que pensei que o chefe do Banco de Zurique é que era o Professor mas também não acertei. Em Dan Brown nunca se acerta no verdadeiro vilão. Em todas as suas obras, o vilão sempre foi um personagem muito próximo dos protagonistas ou descrito até ao momento final como uma vítima da crueldade do vilão.

De Dan Brown apenas me falta ler uma obra que prometo arranjar. Essa é uma das minhas prioridades, pois esta obra não será excepção às outras em termos de emoção, suspense, surpresa e prazer na sua leitura.

Agora vou ler algo um pouco diferente. Viajemos até à época da Revolução Francesa com Susan Sontag. “O Amante Do Vulcão” é o livro que se segue na minha lista de leituras.

Tuesday, January 24, 2012

Estranho ritual



Sonhei que a minha vizinha conversava certa tarde com a minha tia na casa de forno e, a certa altura, falou de um bruxo ou algo desse género que havia…em Pombal.

Depois de termos ido até lá, esse profissional do oculto receitou-me uns sais de banho verdes da cor das folhas, que eram bastante pegajosos, que se dissolviam facilmente na água do banho e a deixavam completamente verde e que eram acompanhados por bolachas Chiquilim partidas ao meio, rigorosamente ao meio. Essa agora!

Também sonhei com praia e banho de mar (sem folhas verdes e bolachas).

Monday, January 23, 2012

Tempos difíceis

Tenho a honra de vos apresentar neste humilde espaço a descrição de mais uma noite bem agitada, recheada de sonhos bem ritmados e curiosos.

Sonhei que vivíamos num ambiente bastante hostil, no meio de uma guerra que prometia não poupar um único ser vivo à face da Terra. Tínhamos pois de fugir, de nos esconder, de ir para longe…fugir sem sermos vistos.

A rastejar por densa vegetação, fui-me ocultando, evitando as manchas brancas que se encontravam presentes no solo. Eram umas estranhas e mortíferas bombas e evitá-las era uma tarefa árdua. Tinha mesmo de me deslocar com bastante cuidado e perícia.

Acordei com uma irresistível vontade de apontar este sonho mas tive preguiça de me levantar por estar frio.

Estranhos acontecimentos surgem agora. Sonhei que o pai do meu padrinho foi lá a casa de manhã bem cedo…de motorizada e caiu na estrada. Se não é a primeira vez que sonho com estarmos a viver uma guerra, também já não é a primeira vez que, estranhamente, sonho com o pai do meu padrinho. Que curioso!

Era visível na estrada a iluminação de um poste de electricidade que havia caído durante o acidente. Ele parece que só se magoou num olho mas a minha mãe estava convencidíssima que ele tinha morrido e já se preparava para o funeral.

Um antigo colega de liceu vinha nesse dia visitar-me. Não me lembrava bem dele mas recordava nitidamente as tropelias da turma, especialmente nas aulas de Físico-química. Um episódio que na realidade se passou foi recordado neste sonho. Andávamos no oitavo ano. A seguir a uma aula de Hortofloricultura, tínhamos Físico-química e essa aula era a favorita para os meus colegas se portarem um pouco pior. Nessa tarde, encheram os bolsos de pequenas pedras e daquelas coisas dos eucaliptos (não sei como isso se chama) e, enquanto a professora escrevia no quadro, os meus colegas iam arremessando esses objectos. A intenção não era acertar na professora (nunca lhe acertaram) mas acertavam com estrondo no quadro. Passados alguns minutos, o chão estava cheio dessas coisas. Se alguém pisava uma coisa dessas, era o suficiente para cair e se magoar porque aquelas coisas são redondas e rolam debaixo do calçado. A minha mãe às vezes acende o forno para cozer a broa com isso e há que ter muito cuidado para não pisar essas coisas para não cair.

A minha mãe disse que ia sair de casa por ter medo de ali estar sozinha e lhe aparecer o espírito do pai do meu padrinho que ela continuava a afirmar convictamente que tinha morrido naquele acidente à porta de casa.

Estávamos agora na rua. O Céu apresentava-se escuro tal como se estivesse a anoitecer. Era Verão e encontrávamo-nos junto ao portão da eira porque tinha parado ali uma vendedora ambulante de doces. Eu estava do lado de dentro do portão a contemplar aquele estranho clima. Que Céu tão estranho! Nunca antes havia visto coisa igual.

A vendedora que se fazia transportar numa motorizada primeiro havia parado à porta da minha vizinha mas, como a minha vizinha se encontrava à minha porta, acabou por voltar para trás. Acabámos por escolher um apetitoso bolo de chocolate.

Entretanto começou a chover. Uma chuva bastante estranha que não consigo descrever. A minha mãe foi dizendo que era habitual haver esta tempestade Em poucos minutos, a eira transformou-se numa autêntica piscina…de água quente. Aquela chuva era quente. Eu ia chapinhando na água enquanto ela ia subindo a olhos vistos.

Encontro-me agora num compartimento desconhecido à espera de algo. Parecia o meu gabinete mas muito alterado oniricamente. Do outro lado da porta ouço o barulho inconfundível de alguém a encaminhar—se apressadamente para a casa de banho que ali havia. Ali, se é que era mesmo o meu gabinete, não há casa de banho nenhuma.

Enquanto corria o mais que podia para a casa de banho, o desconhecido ia soltando indiscretas, comprometedoras e sonoras flatulências. A coisa estava mesmo difícil! Segundo me apercebi, a aflição intestinal terá mesmo levado o indivíduo a desapertar as calças e a arreá-las mesmo pelo caminho enquanto corria.

Assim que a criatura se sentou na sanita, logo eclodiu uma explosão de diarreia que atroou os ares e quase abalou as paredes do local onde me encontrava.

Foi outro som, o que me acordou. O despertador do telemóvel pôs fim a guerras, tempestades, desarranjos intestinais, que fizeram o meu subconsciente navegar pela torrente de dias difíceis em cenários bastante fantásticos e situações inacreditáveis.

Thursday, January 19, 2012

Directamente do Luxemburgo

O sonho gira em torno de uma estranha encomenda que recebemos lá em casa, contendo objectos variados, na sua maioria peças de vestuário, que estranhamente alguém nos terá enviado directamente …do Luxemburgo. Seria engano? Provavelmente, mas nós começámos logo a vasculhar as coisas.

Cada um de nós logo se apoderou do que pôde e mais lhe interessava e ainda ficou muita coisa arrumada a um canto da sala para ver mais tarde.

Eu logo separei para mim umas caças de ganga que tinham a particularidade de estarem mais desbotadas atrás do que à frente e uma camisola azul muito bonita com riscas vermelhas. Hei-de ver se existe pelo menos uma igual por aí à venda. Gostava de ter uma.

Havia também velhos jornais desportivos. Peguei num e fui para o meu quarto ouvir música. As publicações eram já bastante antigas e eu ia contemplando aquelas autênticas relíquias.

Reconheci um jogador luxemburguês que havia jogado contra equipas portuguesas. No mesmo sonho, o mesmo jogador era o oito numa foto, o quinze noutra e ainda o vinte e um noutra. Ainda estive para jogar no Euromilhões com esses números mas nem tempo tenho para jogar agora nestes dias de Inverno em que saio do trabalho e vou para casa por estar escuro e frio para andar na rua.

Continuava a admirar aqueles jornais enquanto ouvia música e lá fora a noite ia caindo. Refira-se que aquela não era uma noite qualquer. Era a noite da véspera de Ano Novo.

Vieram-me chamar para o jantar e eu respondi que já ia mas não tinha vontade absolutamente nenhuma de sair dali de onde estava. Estava ali tão bem…

O meu pai começou a embirrar comigo, não sei a que propósito, e rasgou-me os jornais em mil pedacinhos. Fiquei possessa de raiva. Nem sei o que me apetecia fazer-lhe. Seguiu-se uma violenta discussão em que toda a gente gritava e tentava fazer-se ouvir. Era ver quem gritava mais alto e quem proferia os mais indecorosos insultos capazes de despedaçar o coração do seu destinatário e o desmoralizar de tal maneira que ele fosse para o seu canto reflectir, carpir as mágoas e arrepender-se de ter começado a discussão. Por mais que eu me esforçasse para gritar cada vez mais alto, a minha voz nunca se sobrepôs às outras. Não me ouviam com os seus próprios gritos e insultos.

Encontro-me agora num local com relva à beira de uma piscina. Não é a primeira vez que sonho com tal sítio, saliente-se esta curiosidade. Ali havia imensos guarda-sóis coloridos. Eu enterrei o meu guarda-sol que era igual aos outros na terra fofa e fiquei ali sentada com um casal de amigos que eram desconhecidos e foram inventados pelo meu subconsciente.

Por cima de onde estávamos foi anunciada a chegada do comboio para a Figueira da Foz. Era aquele o comboio?!! Só se os passageiros fossem animais! O comboio que ali estava parado era um daqueles horríveis de mercadorias, daqueles com uns vagões cilíndricos aos quais tenho pavor e que eu digo que não mudaram nem um pouco desde os tempos em que eu era criança.

Imediatamente a seguir, anunciaram outro comboio que era então o nosso. Como o tempo estava de chuva e pouco agradável para se estar ao ar livre, arrumámos as nossas coisas à pressa e fomos para cima subindo uma escada de madeira…forrada a veludo vermelho.

Antes de partirmos, encontrámos outras duas amigas nossas que também não existem na realidade e trocámos breves palavras antes de nos despedirmos.

Refira-se que acordei e adormeci sempre a sonhar com o mesmo. Com coisas que chegaram do Luxemburgo. Provavelmente na origem deste sonho terá estado o visionamento de velhos vídeos do Festival Eurovisão, no tempo em que o Luxemburgo participava e era sempre candidato a vencer. Em 1973, uma das vitórias conseguidas por este pequeno país foi conseguida com esta música. Era o tempo em que o Festival ainda era ganho por músicas de jeito.



Wednesday, January 18, 2012

Ruas que me pareceram familiares

Sonhei que me encontrava num local desconhecido e muito retocado oniricamente. O local no meu sonho era identificado como sendo em Coimbra.

Conversava animadamente sobre assuntos banais com uma desconhecida enquanto subíamos uma escada. Íamos apanhar o sete que parava aparentemente do outro lado da rua.

Quando acordei, reconheci o local onde ocorreu o meu sonho como sendo os Combatentes, apesar de o meu subconsciente ter dado grandes retoques de fantasia no local.

Nova chapa quatro

Depois do empate entre o Porto e o Sporting ontem em Alvalade, o Benfica teria aqui uma soberana hipótese de se isolar no primeiro lugar se vencesse o jogo frente à União de Leiria na Marinha Grande. Foi isso que aconteceu e novamente de forma clara.

Apesar das ausências de última hora de Aimar e Gaitan que se ressentiram de lesões no treino matinal, o Glorioso mostrou não estar dependente da criatividade acrescida que demonstra sempre que estes dois talentosos jogadores argentinos estão em campo.

A União de Leiria entra determinada em jogar o jogo pelo jogo e Maxi Pereira tira a bola praticamente de cima da linha de golo, impedindo os leirienses de inaugurarem o marcador bem cedo.

Que golaço de Bruno César!!! Num ressalto, o Jogador Número Oito do Benfica marca o golo perto dos dez minutos de jogo.

O Benfica carrega e Gottardi nega o golo a Rodrigo saindo-lhe aos pés. Entretanto o cabo-verdiano Djaniny- de quem se diz que pode reforçar o Glorioso- vê o primeiro cartão amarelo do jogo.

Cardozo remata agora ao lado da baliza leiriense. À segunda tentativa, Gottardi defende o remate do avançado paraguaio.

Emerson remata à figura de Gottardi. Entretanto é cometida uma falta dura por Edson sobre Bruno César que lhe vale o cartão amarelo.

Chegamos ao intervalo com o Glorioso a cumprir a sua missão e a vencer a União de Leiria por 0-1.

A equipa leiriense aposta no ataque para esta segunda parte deixando o lateral –esquerdo Patrick nos balneários e fazendo entrar o pequeno e ágil avançado brasileiro Jô. Entretanto é o Benfica que entra a todo o gás e Gottarrdi já defende mais um remate de Cardozo.

Desta vez Cardozo não falha. O golo do Benfica surge bem cedo na segunda parte, aos quarenta e oito minutos.

De ressaca, Javi Garcia remata para mais uma defesa de Eduardo Gottardi. O guarda-redes brasileiro volta a brilhar pouco depois ao defender um remate cruzado de Nolito.

Nova tentativa de Cardozo para fora. Rematou de pé direito, saliente-se.

Javi Garcia faz falta sobre Jô para amarelo e falha o jogo da próxima jornada com o Vitória de Setúbal.

Artur aplica-se a jogadas de perigo dos jogadores leirienses que por acaso até estavam em posição irregular.

Maxi Pereira tenta a sua sorte e remata para fora. Os leirienses respondem. Depois de uma magnífica jogada individual de Jô, Elvis remata por cima.

Rodrigo coloca o marcador em 0-3 a favor do Glorioso aos setenta e dois minutos. Três minutos depois, o mesmo jogador volta a marcar.

Sai um remate de Jô para defesa de Artur. Entretanto o nosso amigo Cosme Machado exibe o cartão amarelo a Luisão já nos instantes finais do jogo. Do livre resultante desta falta sai uma defesa de Artur.

Gottardi defende agora um remate de Saviola. Rodrigo Mora poderia ter-se estreado a marcar ao serviço do Benfica mas o seu remate saiu fraco para as mãos de Gottardi. O jogo chega ao fim com uma expressiva vitória do Glorioso que olha para a frente e não vê mais ninguém. Este ano seremos novamente campeões!

Chamou o táxi e ficou a pé

Não. Não se trata de uma descrição de mais um sonho. Se acaso esta história fosse um sonho, seria um sonho bem curioso, bem louco e bem disparatado. Por incrível que pareça, esta história aconteceu na realidade.

Domingo à tarde. Começa-se a preparar tudo para o regresso às localidades que nos acolhem durante a semana de trabalho. É muita a correria e a atenção para que nada de importante fique para trás. Medicamentos, óculos, carteira, telemóvel. Acomoda-se o saco das provisões à roupa na mochila.

O almoço havia sido acompanhado pelas tropelias da gata da minha irmã que não nos deixava comer nem despachar. Foi por isso que perdi o comboio das duas horas e tive de ir mais tarde com a minha irmã. Ela chamou o táxi para então nos levar a ambas até Mogofores.

Já pronta, estive um pouco à espera no meu quarto a ouvir um pouco de rádio. A minha irmã ainda acomodava as provisões no saco.

O táxi buzinou à porta e a minha mãe berrou de dentro para, alegadamente, eu me despachar. Ela estava, na verdade, a falar para a minha irmã que ainda se encontrava dentro de casa.

Pensando que a minha irmã já estava na rua, desatei a correr na direcção do táxi. Na rua estava o filho do meu vizinho que tinha ido lá a casa buscar umas prendas que a minha irmã lhe tinha comprado. Ele ajudou-me a tirar a minha mochila que com a pressa havia ficado presa na grade do portão. Perguntei-lhe se ele já tinha apanhado as coisas dele lá em casa e ele disse que as vinha buscar. Fechei a porta do táxi. O táxi arrancou.

Ao longo da viagem estava a estranhar o facto de a minha irmã estar tão calada. Ela, que sempre mete conversa com o taxista e é melhor conversadora seja com quem for do que eu.

Já íamos em Anadia quando ela ligou a dizer que tinha ficado a pé e a pedir ao taxista que a viesse buscar para o comboio seguinte. Fiquei admirada. Então ela não tinha entrado?

Quando cheguei a Coimbra, com muitas gargalhadas à mistura de parte a parte, ela relatou a deliciosa história que se viveu lá em casa. O filho do meu vizinho, depois de ter admirado as prendas que lhe foram dadas, perguntou à minha irmã como é que ela ia para a estação. Ela disse que ia de táxi e foi então que ele disse que o táxi já tinha ido embora. Toda a gente ali ficou especada à porta da eira a olhar para a estrada. Deve ter sido um episódio brutal. Só de pensar nisso, uma comichão assola-me a garganta, fazendo-me rir às gargalhadas.

E assim se fabricou esta história real e bastante curiosa.

Tuesday, January 17, 2012

Estranhas imagens oníricas

A imagem está muito presente neste sonho, mais ainda que a acção ou a história que exista para contar.

Em casa, assistíamos a uma estranha e intensa chuvada. Quase nem dava para ver nada, tal era a intensidade da chuva. Através da porta da sala, eu ia assistindo com fascínio a mais este temporal.

Quando o aguaceiro amainou, verifiquei que se havia levantado…uma tempestade de fumo. Tentei filmar ou fotografar este fenómeno mas o meu telemóvel estava bastante estranho e não me obedecia.

Alguém me quis dar um telemóvel enorme, com um ecrã de alta definição, especialmente concebido para deficientes visuais, mas eu recusei. Queria filmar com o meu e ponto final.

Lembro-me de ter visto na Internet uma foto minha envergando roupa desportiva, bem ao meu estilo, que havia tirado há porta de minha casa com a gata Feijoa ao colo. Admirei-me de ter visto essa foto, pois desconhecia a sua existência e muito menos me lembrava de quando havia sido tirada. Obviamente a foto não existe.

Com fotos, telemóveis e tempestades se fez mais esta descrição de sonhos. A primeira de 2012.

Não se vê um chavo

Monday, January 16, 2012

Ouvindo esta música hoje com mais atenção

Goleada para começar o ano

A contar para a fase de grupos da Taça da Liga, o Benfica começa por defender o título em Guimarães com uma implacável goleada .

De nada valeu D. Afonso Henriques entrar no relvado a cavalo. Nada nem ninguém salvou o Guimarães da goleada.

Logo no início do jogo, Douglas- habitualmente suplente- já se encontra a receber assistência médica. Por precaução o titular Nilson já aquece. A lesão do guarda-redes brasileiro do Guimarães é no sobrolho e foi causada por um choque com Luisão.

É aos onze minutos que é inaugurado o marcador por intermédio de Witsel. O Guimarães responde de imediato mas sem êxito.

Nuno Assis falha mais uma oportunidade. Reclama-se falta de Maxi Pereira neste lance. Paulo Sérgio remata, protesta e vê cartão amarelo.

Toscano aparece agora caído na área de rigor mas o árbitro Bruno Paixão nada assinala. Pedro Mendes vê amarelo no seguimento do lance por falta dura sobre Nélson Oliveira.

Agora Javi Garcia tem muita sorte em o árbitro apenas lhe exibir o cartão amarelo depois de ter agredido um adversário à cotovelada aquando da formação de uma barreira.

Saviola remata mas sem perigo para Douglas. Entretanto sai um cartão amarelo para João Paulo por travar Aimar em falta quando este se esgueirava com perigo. Por este andar, Bruno Paixão parece querer imitar Cosme Machado no jogo de ontem entre o Rio Ave e o Sporting. É o que eu digo! Havia ali muitas saudades de mostrar cartões.

Eduardo volta a roubar a bola a Edgar de forma decisiva, impedindo o avançado brasileiro do Guimarães de prosseguir com perigo na direcção da sua baliza.

Alex vê o cartão amarelo já nos descontos por falta sobre Emerson.

Nolito ainda remata para defesa de Douglas. O jogo chega ao intervalo com o Glorioso a vencer o Guimarães por 0-1.

Nolito vê o cartão amarelo por protestar e a segunda parte ainda mal começou.

João Paulo empata o jogo para o Guimarães. O Estádio D. Afonso Henriques está agora ao rubro.

E Bruno César responde ao golo vimaranense rematando com perigo de pé esquerdo. Entretanto Nolito aparece caído na área. Bruno Paixão nada assinala e era mesmo grande penalidade.

Pedro Mendes vê o segundo amarelo por falta sobre Bruno César. O Guimarães fica reduzido a dez unidades. Este viria a ser classificado pelos dois treinadores e pela crítica desportiva em geral como o momento decisivo deste jogo.

Que golaço de Cardozo!

Agora Witsel remata por cima. Cardozo agora falha o golo. Não interessa! Até pode falhar clamorosamente daqui para a frente neste jogo. O estrondoso golo que marcou dá-lhe esse privilégio hoje.

Agora é mesmo a valer. Mais um golo de Cardozo. Foi entrar e marcar dois golos.

Cardozo vê agora cartão amarelo por ainda ter rematado para o fundo da baliza do Guimarães depois de o árbitro ter assinalado fora de jogo.

Ainda há tempo para Rodrigo marcar o seu golo da ordem. É o quarto do Benfica. O jogo termina com o Glorioso a vencer o Vitória de Guimarães por 1-4. Belo início de 2012 para o nosso Glorioso!

Ano Novo, Velho Futebol

A contar para a Taça da Liga, o Sporting deslocou-se a Vila do Conde e empatou com o Rio Ave a uma bola num jogo marcado pelo elevado número de cartões exibidos pelo árbitro Cosme Machado.

Foram quinze minutos muito mornos do nosso Futebol já velho, apesar de entrarmos num novo ano. Aos dezasseis minutos, e na sequência de um livre, João Tomás faz o primeiro golo do Rio Ave.

Sai o primeiro cartão amarelo de 2012 para Atsu do Rio Ave por alegadamente ter jogado a bola com a mão. Diego Capel também vê o cartão. Na origem desta atitude por parte do árbitro terão estado protestos do jogador do Sporting. Também André Santos vê amarelo por colocar a mão na bola. Cosme Machado está imparável! André Santos até já deveria estar na rua porque o árbitro há pouco guardou o cartão e não lho mostrou. Cosme Machado mostrou estes três cartões amarelos em três minutos.

João Tomás agora comete um falhanço inacreditável que não é nada habitual nele. O chapéu saiu de aba muito larga. O Sporting também tem uma bela oportunidade para empatar o jogo mas Van Wolfswinkel remata ao lado.

O veterano guarda-redes do Rio Ave, Paulo Santos, aplica-se a remate de Insua. O intervalo de uma primeira parte bastante morna chega com o Sporting a perder por 0-1 no Estádio dos Arcos.

Começa a segunda parte com o Jogador Número Cinco do Rio Ave já a ver o cartão amarelo por entrada dura sobre Van Wolfswinkel.

O remate de Insua vai por cima. Entretanto chegou a vez de André Dias do Rio Ave ver o cartão amarelo. E sai mais um para Stijn Schaars por falta sobre João Tomás. Cosme Machado quer bater o recorde de há pouco . Desta vez mostrará dez cartões em dois minutos.

Aplaudamos o regresso de Izmailov à competição muitos meses depois! Um jogador com este talento é uma pena estar tanto tempo indisponível por lesão.

Que falha de Capel depois de uma falha também de André Dias! No meio de tanta falha de parte a parte, Paulo Sanos acabou por não falhar. Agora o guarda-redes do Rio Ave aparece caído no relvado numa altura em que Izmailov entra.

André Vilas Boas- jogador do Rio Ave, não o actual treinado do Chelsea- vê cartão amarelo após mais uma falta dura do jogo.

Marcelo nega um golo a Atsu que parecia ser certo. Com tanto cartão amarelo que o árbitro já exibiu, era de admirar não haver ainda nenhum para João Pereira e por protestos efusivos. Bem, ainda não é tarde. Acaba de o ver.

Tarantini era o freguês que estava a seguir na fila para que Cosme Machado lhe exibisse o cartão amarelo. Quem é o próximo?

E Polga estava imediatamente a seguir na fila para ver o cartão. A fila agora é mais pequena porque ninguém quer ver o segundo amarelo. Ninguém quer ser expulso por Cosme Machado.

Onyewu faz o golo do empate para o Sporting. Entretanto, o Jogador Número Dezassete do Rio Ave que é o Saulo viu cartão amarelo por falta sobre João Pereira. Escusado será dizer que o lateral-direito do Sporting não ficou calado.

Gaspar vê o décimo segundo cartão amarelo (!!!!) do jogo. Quem vir a ficha deve pensar que isto foi uma batalha campal à moda do Equador. Nada disso, as férias de Natal fizeram mal a Cosme Machado. Cheio de saudades de mostrar cartões, ele já não via a hora de os sacar do bolso e hoje esse dia chegou. Finalmente!

Matias remata por cima na marcação de um livre. Do outro lado, Marcelo faz uma dupla defesa e nega o segundo golo ao Rio Ave.

O empate acaba por se justificar num jogo do velho Futebol, aquele em que o árbitro dá imenso nas vistas…e não é pela sua lustrosa careca. É pelo exagerado número de cartões que mostrou. Apesar de estarmos a estrear um novo ano, nada muda ou parece mudar neste nosso futebolzinho cá do burgo.

2011

Tal como acontece sempre que se inicia um novo ano, faz-se a retrospectiva do ano anterior e deseja-se que, se pelo menos não correr melhor, ao menos que seja igual. É isso que eu desejo para 2012. Que seja pelo menos igual a este ano que passou.

Foi um ano de viragem na minha vida em termos de estabilidade laboral. Esta mudança que se deu em 2011 acabaria por ser extremamente positiva. Neste ano que se aproxima, há a promessa de continuar a trabalhar arduamente para conseguir todos os meus objectivos. Praticamente todos os meus sucessos tiveram a ver com o trabalho.

Nem só de trabalho se fez 2011. A leitura e a escrita ocupam grande parte da minha vida. Em termos de livros que li em 2011, elejo o livro “Anjos E Demónios” do Dan Brown como o melhor que li. No extremo oposto encontra-se o livro “Danúbio” escrito por um autor italiano cujo nome já não me recordo.

Foi em 2011 que dei início a um projecto que viria a dar os seus frutos nesse blog. Tratava-se de apontar e descrever todos os sonhos dos quais me lembrasse ou que tivessem uma bela história para contar.

Em termos de posts do blog, no geral, o melhor post é, como tive oportunidade de referir no meu Facebook, “Voos” pelo dinamismo daquele sonho ou conjunto de sonhos. O pior post? Não há. Existem muitos posts escritos só para engonhar. Posts de dias em que nada se passou.

Para 2012 continuarei com o projecto dos sonhos e, mais importante, prometo colocar o blog em dia e o manter assim sempre. O atraso neste momento até nem é muito.

Com o blog em dia, prometo também procurar concursos literários e participar.

E foi assim a minha modesta retrospectiva de 2011 e as minhas promessas para 2012. Se se vão realizar ou não, isso não posso saber. O que interessa é que seja um ano muito feliz.

Wednesday, January 11, 2012

“Desgraça” (impressões pessoais)



Esta é uma pequena obra escrita por um autor sul-africano galardoado com o Prémio Nobel da Literatura em 2003 e conta a história da degradação social de um homem.

David Lurie era um professor universitário, divorciado duas vezes, pai de uma filha já adulta e um mulherengo incorrigível.

Certa tarde encontra uma aluna sua na rua e envolve-se intimamente com ela. É este acto que leva a que ele seja expulso da universidade, acusado de assédio sexual e violação. Começa aqui a degradação deste homem.

No outro dia comecei a reflectir sobre o facto de um acto inerente à nossa condição de seres vivos como é o acasalamento dar origem na raça humana a grandes desgraças, a escândalos, a grandes tragédias mesmo. A velha história de Adão e Eva e do Pecado Original foi uma explicação para este fenómeno. A consciência do Mal e do Bem. Como é complexo o Ser Humano!Quanto mais munido de pensamento e sabedoria, mais complicado é perante as coisas simples.

A sociedade é como é e este homem foi condenado pela sua comunidade por manter uma relação proibida. Para fugir ao escândalo, pediu alojamento à sua filha na quinta isolada que possuía. É aqui que este homem da cidade se vê confrontado com novos modos de vida aos quais não estava habituado na cidade.

Quando alegadamente a casa da sua filha é assaltada e os bandidos a violam, David teme pela segurança da filha mas esta, apesar de se encontrar grávida em virtude desse acto, encara tudo com naturalidade e, apesar dos desesperados apelos do pai, recusa-se a abandonar a sua casa.

Mais escandalizado fica David com a possibilidade de a sua filha se tornar a terceira mulher de um membro tribal. David regressa à Cidade do Cabo mas quase nada resta do seu velho mundo.

O protagonista regressa novamente às imediações da quinta da filha e retoma as suas actividades de auxiliar no abate de cães e gatos abandonados que exercia já enquanto ali viveu na quinta com a filha.

Enquanto exerce essa actividade, David dedica-se à tentativa frustrada de escrever umo ópera inspirada em Lord Byron durante a sua estadia em Itália. Os progressos são poucos ou nenhuns. Pode-se dizer que este homem é um falhado, um desgraçado, um infeliz sem jeito para nada. Nem para escolher os amores. Acaba desgraçadamente a ajudar a abater animais e a transportá-los para o aterro.

Voltemos a Dan Brown. Finalmente irei ler a sua obra mais conhecida- “O Código Da Vinci”.

Congelando

Apesar de me encontrar de férias, tive de me deslocar ao local de trabalho para desempenhar uma tarefa que havia que ser feita antes de 2011 acabar.

Tive de sair de casa bem cedo para apanhar o autocarro e o meu pai levou-me de motorizada ate à paragem.

Apesar de me ter agasalhado bem, quase que não conseguia aguentar o frio nas mãos que me causava dores dilacerantes. Estava morta por chegar à paragem mas o pequeno percurso ate lá parecia demorar uma eternidade enquanto eu sentia cada vez mais frio.

Quando finalmente cheguei ao meu destino nem conseguia mexer as mãos. Estavam realmente congeladas. Tive de esperar alguns minutos para conseguir preparar dinheiro trocado para pagar o bilhete do autocarro.

Quando cheguei a Coimbra, estava um frio insuportável na rua e ainda era cedo. Resolvi ir um pouco até ao meu quarto para me abrigar. Ainda estive a consultar as minhas coisas na Internet.

Andei com as mãos geladas até bem perto das onze da manhã. É incrível!

Tuesday, January 10, 2012

2011-12-28




Também queria uma casa só minha

Sonhei que a minha irmã tinha comprado um brutal apartamento em Anadia, com quatro ou cinco assoalhadas, luxuosamente mobilado com tudo quanto era bom e com montes de espaço.

Fiquei extremamente chateada por não ter a oportunidade de também comprar uma casa só minha onde eu possa ter espaço para as minhas coisas e possa estar à minha vontade. Estava mesmo aborrecida.

Decidi que iria alugar uma casa em Anadia também, um apartamento melhor do que o dela mas não encontrava nada com essa grandiosidade. Que raiva!

Monday, January 09, 2012

“O Símbolo Perdido” (impressões pessoais)



Dizia eu que ia ler este livro num ápice e cumpri. A leitura estava a ser atractiva e o desenrolar da história aguçava-me ainda mais a curiosidade para continuar a ler sem parar.

Para além de serem livros repletos de acção e suspense, as obras de Dan Brown têm também o condão de sempre nos enriquecerem culturalmente, na maioria das vezes tendo por base matérias mais místicas. Como também adoro esse tipo de leituras, para lá da acção e do suspense, torna-se viciante para mim ler um livro destes.

No caso desta obra específica, ela tem por base a Maçonaria que, no meu entender, é uma sociedade secreta muito parecida com os Templários. Ambas as sociedades alimentam o imaginário das pessoas e sobre elas muito se escreve e muito se inventa. Sempre me disseram mundos e fundos sobre a Maçonaria. Que eles se encontravam com o Diabo, que o seu deus era o dinheiro, por isso todos os maçónicos tinham grandes fortunas e, mais espantoso, que viam nos seus cultos a própria morte que sempre se confirmava. O meu pai conta que uma vez foi pedir um copo a um homem de Vila Nova suspeito de pertencer à Maçonaria. Ele atendeu-o muito apressadamente alegando que estavam à espera dele. O meu pai conta que houve uma porta ou um portão que bateu com uma força tal que era impossível ter sido batido por um Ser Humano. Cheio de medo, o meu pai saiu rapidamente dali.

Aqui no nosso burgo há quem acredite que todos os nossos políticos são maçons. Reúnem-se nas suas irmandades durante a noite e de dia andam na troca de acusações apenas e só para o povo ver.

Todas as sociedades secretas perseguidas pela Igreja Católica, quer seja a Maçonaria, os Templários, os Espíritas ou outras, possuem sempre um fascínio a quem se interessa um pouco mais pelo Saber e pela origem das coisas. Acredita-se que todo o Saber mais precioso e mais poderoso se encontra na posse dessas sociedades secretas que a Igreja baniu por considerar uma ameaça aos seus dogmas. Para a Igreja, quanto mais Saber o Homem possui, mais afronta ele pode fazer àquilo que são as verdades absolutas que a Igreja vem impondo aos crentes.

É esse Saber poderoso e misterioso que está em causa nesta obra com um enredo surpreendente do qual não estava à espera.

O episódio que mais me marcou nesta obra teve a ver com o estudo da Noética por parte de Katherine que inventou inclusive uma balança de pesar a alma. Estes factos relacionados com a Noética também me fascinaram porque eu adoro saber de experiências fora do corpo, transmissão de pensamentos à distância e outras coisas do mesmo género. Foi um acréscimo ao meu interesse por este livro que talvez terá feito dele o melhor livro que li em 2011.

Agora vamos ler um livro mais pequeno. Dos subterrâneos de Washington D.C. viajamos até à África do Sul para conhecer a história de David Lurie. “Desgraça” é o título da obra que a seguir vou ler.

A Feira da Moita já não é o que era

O Dia de Natal estava radioso. O Sol brilhava intensamente e o Céu estava anormalmente azul para um dia de Inverno. Na rua a temperatura também estava amena.

Estava um dia ideal para se ir caminhar um pouco a pé. Havia que aproveitar. A Moita foi o destino escolhido. Já há bastantes anos que não ia à tradicional Feira de Natal.

Outrora a Feira de Natal da Moita era um acontecimento nas redondezas. Era um evento enorme e muita gente aproveitava essa feira para comprar imensos artigos que não se encontrariam lá nas outras feiras mensais. Lembro-me de ser um mar de gente a percorrer as tendas, quase se atropelando . Hoje iria certamente encontrar um cenário mais desolador.

Ainda se notava algum movimento nas imediações mas não seria tanto como aquele que eu recordava essencialmente de tempos longínquos da minha infância.

Um grupo de pessoas que certamente não era daqui comentava a sua visita à feira. Uma senhora mostrava o seu desapontamento por as suas expectativas em relação à grandiosidade da Feira da Moita terem sido goradas.

Os feirantes já são em menor número e, apesar do excelente dia de Sol que estava, as pessoas não escolheram a Feira da Moita para passarem este dia de Natal.

Acabei por comprar uma camisola e um blusão que tinha a particularidade…de ser azul, laranja e branco- as cores da Rabobank.

Fiz o caminho inverso para casa. Estava-me a saber bem andar a pé neste dia. Já há muito que não caminhava assim ao ar livre.

Os meus presentes deste ano

Como é habitual nestas ocasiões natalícias, fala-se essencialmente de presentes. Naturalmente que o Natal de uma pessoa adulta não tem a mesma magia do Natal de uma criança mas há sempre um e outro presente para descrever.

Este ano os presentes não foram em abundância mas a qualidade deles foi elevada. Comecemos por um relógio de pulso oferecido pela esposa do meu padrinho. Apesar de eu não conseguir muito bem ver as horas em mostrador de ponteiros, estou a usa-lo na mesma. Gostei imenso dele e, ainda por cima , é laranja e eu adoro as coisas laranja.

Recebi igualmente uma camisola e um livro. Nada mau. Tudo coisas úteis e que eu uso.é desse tipo de presentes que eu gosto.

A Consoada foi passada na companhia de familiares e vizinhos. Consta que a minha mãe não fez a Árvore de Natal. Que chatice! E eu que havia trazido chocolates para ela.

Apesar deste pequeno contratempo, passamos um feliz Natal de volta da lareira e a comer bacalhau que estava uma delícia.

Correria de Natal



O objectivo era sair a horas e apanhar o autocarro para evitar a greve dos comboios dos próximos dias.

Ainda teria imenso trabalho pela frente porque na próxima semana estarei a gozar uma semana de merecidas férias depois de muito ter trabalhado ao longo deste mês de Dezembro.

Estava ansiosa por chegar a casa, não só pela ânsia de apanhar o autocarro, mas também para ver ao vivo a gata da minha irmã. Ela traria a gata para casa para passar o Natal. Vai ser lindo na próxima semana!

Apesar de ter de deixar tudo preparado para a próxima semana, despachei-me cedo e consegui chegar a horas para apanhar o autocarro. A Rodoviária estava cheia de gente porque, tal como eu, as pessoas queriam chegar a casa o quanto antes, de modo a evitar a greve dos comboios.

Já dentro do autocarro, liguei para o táxi mas o motorista não me atendeu. A solução foi ligar para casa a ver se o meu pai me vinha buscar. Acabei mesmo por ir no táxi para o qual inicialmente liguei porque o meu pai não tinha iluminação na motorizada.

Esperei bastante tempo pelo táxi porque estava ocultada por um autocarro que estava ali estacionado e o taxista não me via. Teve de me ligar para saber onde eu estava.

Quando cheguei a casa, esperava-me a minha irmã com a sua pequena gata que fugia sempre que via alguém estranho.

Já em casa, preparo-me para viver um Natal tranquilo e em família.

Friday, January 06, 2012

Fogo na casa em frente

Sonhei que já estava atrasada para o trabalho e percorria a toda a velocidade as ruas de Anadia com dois guarda-chuvas debaixo do braço que perdi algures a meio do percurso. Lá tive eu de voltar atrás e percorrer um longo caminho até os recuperar.

Agora o meu subconsciente identifica este espaço como sendo…em Óbidos, vá lá saber-se porquê. Era lá que estava a passar férias com gente desconhecida de todas as idades. Juntos percorríamos as ruas num passeio de reconhecimento.

Num belo final de tarde de Verão, começou-nos a cheirar intensamente a fumo. Saímos da residencial onde estávamos hospedados directamente para a rua e constatámos que o prédio desabitado que se encontrava em frente ao nosso alojamento estava a começar a arder.

Rapidamente o fogo começou a alastrar, tornando-se assim cada vez mais visível à medida que ia anoitecendo, formando um quadro, de certa forma, maravilhoso.

Fomos todos para a entrada da porta da residencial assistir aos trabalhos dos bombeiros no controlo às chamas.

Nessa noite deitámo-nos muito tarde e aproveitámos para conversar e nos conhecermos melhor. Estava a ser extremamente agradável estarmos ali todos juntos.

Quando o fogo já estava dominado, íamos dormir ou íamos dar uma volta quando era de dia e estava tempo bom. Numa dessas ocasiões, regressávamos à residencial e vimos que o fogo se reacendeu com ainda mais intensidade.

Lá tivemos nós de ficar por ali apesar do intenso cheiro a queimado que nos invadia as narinas.

Thursday, January 05, 2012

No elevador com o morto

Acordei eram duas e vinte e oito da madrugada. Se não estivesse tanto frio, teria apontado este sonho com medo de me esquecer dele. Não me esqueci e agora aqui está a sua descrição.

Sonhei que tinha ido a uma consulta numa bela tarde em que o Sol incidia bastante sobre as paredes brancas do hospital.

Queria sair dali mas andava perdida. Não havia ali ninguém que me indicasse o caminho. Tudo estava estranhamente deserto ali.

Finalmente percebi que alguém estava prestes a chegar perto de mim. Ainda bem! Era uma jovem enfermeira de bata branca que empurrava uma maca também coberta por lençóis brancos.

A forma que se adivinhava por debaixo da roupa não deixava margem para dúvidas. Transportava um cadáver. Esta cena fez-me lembrar um episódio semelhante passado em Aveiro quando eu ainda era pequena. Viemos de elevador com alguém que também transportava uma maca. A minha mãe e a minha irmã desconfiaram que viesse um morto nela. Mas por que fui eu sonhar com algo semelhante tanos anos depois?

A enfermeira do meu sonho disse-me que ia para baixo levar o que ali trazia e que eu podia seguir com ela nesse mesmo elevador se queria sair para fora do edifício.

Começámos a descer mas o elevador começou a trepidar imenso e o frágil corpo de um senhor já muito idoso foi escorregando da maca, até que caiu de barriga para baixo.

Entretanto a minha velha mochila laranja também me caiu das costas para o chão e a boca do cadáver colidiu com ela.

A minha mochila estava impregnada de saliva de defunto. Com nojo e repulsa, passei a mochila por água umas quantas vezes.

E assim decorreu esta estranha mas não inédita viagem com o morto

A gata da minha vizinha

Sonhei com muitas coisas nesta noite algo fria mas destaco este episódio. Mais uma vez a iminente chegada de uma nova gata lá para casa está a influenciar a actividade onírica.

Numa tarde de Sábado algo nublada, encontrava-me sentada no pequeno muro da eira da minha vizinha.

Olhava o trânsito que passava na estrada. Não havia assim tanto movimento, apenas umas motorizadas que deitavam imenso fumo e uns quantos automóveis.

Um pouco mais acima de onde eu me encontrava, junto ao portão da minha eira, jazia morta a gata branca da minha vizinha. Eu tinha ali estado há pouco tempo e não tinha reparado que ela lá estava. Provavelmente foi atropelada por um veículo que passara há escassos instantes.

Visivelmente transtornada, a minha vizinha pegou numa saca plástica do supermercado e removeu o corpo sem vida da sua gata da berma da estrada.

Também eu estava trastornada enquanto assistia àquele lamentável episódio. Foi assim que acordei.

Ainda voltei a adormecer e sonhei com outras coisas das quais não me consigo recordar com a nitidez suficiente para aqui as descrever.

Wednesday, January 04, 2012

“O Doente Inglês” (impressões pessoais)




Tenho estes livros em casa. Por que não também os ler para alargar horizontes? Por mais que às vezes se torne maçador, ler livros um pouco mais parados, sem grande acção, também faz bem e cultiva-me enquanto leitora.

Ler estas obras mais clássicas alimenta o Saber. Normalmente leio este tipo de livros imediatamente a seguir a uma obra que tenha sido muito do meu agrado ou que tenha tido grande acção. É para acalmar um pouco.

Em relação à obra propriamente dita, a acção passa-se em Itália, a seguir à Segunda Guerra Mundial, e envolve quatro pessoas que, de certa forma, foram marcadas pela Guerra.

Tudo gira em torno do misterioso homem com queimaduras profundas que o tornaram irreconhecível. O homem afirma ser inglês mas, na verdade, não o é.

A viverem em condições inóspitas num velho mosteiro em ruínas, os quatro personagens vão vivendo a vida como podem, sem descurar o seu quotidiano. À noite os livros armazenados na velha biblioteca e as divagações do doente servem para animar um pouco.

Nada de acção neste livro, apenas o relato da vida quotidiana dos protagonistas e as suas recordações do tempo de guerra. Talvez o interesse desta obra se tenha cingido apenas na expectativa de saber quem era o doente. Nada mais.

Foi uma obra que demorei um pouco mais a ler. Sempre que a obra não me atrai, demoro sempre mais na sua leitura. Agora até está frio para ler depois das onze da noite. Talvez o próximo livro valha esse sacrifício.

E valerá. Volto novamente a Dan Brown. Desta vez irei ler “O Símbolo Perdido”. Aposto em como o irei ler num ápice!

A ânsia de não deixar ir os gatos para a estrada



Dentro de dias a minha irmã trará a gata dela para casa. Os sonhos já reflectem a preocupação que tenho pela protecção dela, especialmente do exterior.

Sonhei que vivia obcecada com a possibilidade de a gata da minha irmã poder ir para a estrada e ser atropelada. De tudo fazia para a impedir.

Recordava a Juju que morreu tragicamente em 2009 por ter sido atropelada. No meu sonho, ela ainda estava debaixo da mesa da casa de forno.

Com o maxilar de baixo dilacerado, ela não podia comer e estava esquelética. Estava um prato de leite no chão e eu dei-lhe a beber mas ela não conseguia. Morreria de fome.

Acordei um pouco antes de o despertador tocar. Estava com umas terríveis dores de cabeça e algo melancólica devido ao facto de ter sonhado com a Juju.

Nativity Scene in Coimbra






Eventos de Natal

Para este sábado estava marcada a nossa festa de Natal na Casa da Cultura e o respectivo jantar de Natal.

Se eu sabia tinha ido a pé. Sempre chegava mais depressa. É inacreditável estar-se mais de meia hora à espera de autocarro. Como já se fazia tarde, apanhei autocarro até aos Arcos e fiz o resto do percurso a pé. Estava um dia agradável.

Já era tarde e eu não tinha ainda almoçado por ter ficado ali à espera do autocarro tanto tempo. A solução passou por comer à pressa um pacote de batatas fritas e umas bolachas tiradas de uma máquina já no edifício da Casa da Cultura.

A Festa de Natal já não é como antigamente. Lembro-me de haver muita gente nos eventos anteriores. O auditório tinha mesmo muito pouca gente. Havia imensas festas de Natal das escolas e isso poderá ter afastado publico da nossa Festa de Natal.

Outra coisa que também me deixou um pouco desolada prendeu-se com o facto de não serem os associados e utentes da ACAPO a animarem a festa. Este ano houve uma senhora que é presença habitual de há uns anos a esta parte nas nossas festas que tem um incrível jeito para contar histórias. Depois seguiu-se um grupo de alunos a representar uma peça de Natal de Mia Couto.

Que saudades do tempo em que nós mostrávamos ao exterior o que valíamos! Assim é que era engraçado! Havia aquele entusiasmo de fazer algo diferente e, por alguns dias, andávamos motivados e a sonhar com o novo dia. Lembro-me ainda da última vez em que se fez algo do género. Fomos imitar artistas. Eu imitei o Elvis Presley com o tema “Always On My Mind”. Andei dias a fio a ensaiar em casa com grande entusiasmo.

Agora a festa está mais triste, na minha opinião. Falta-lhe qualquer coisa. A festa foi feita a pensar nas crianças. Onde estavam elas? Se calhar seria melhor fazer uma festa onde se encaixavam todos como se fazia antigamente. O Natal deve ser festejado por todos.

A festa terminou e seguimos todos para a Câmara Municipal onde veríamos um presépio com figuras em tamanho natural. Juntamente com mais dois amigos meus, seguia pela rua. Estava imenso frio. Provavelmente este era o dia mais frio do ano.

Desencontrámo-nos dos nossos colegas e ficámos na rua à espera que eles chegassem. Nos não sabíamos que eles já lá estavam dentro a assistir ao concerto de um grupo folclórico que cantava canções de Natal, algumas delas bem antigas. Foi este o grande momento da tarde. Adorei aquele pequeno espectáculo. O frio é que já não se suportava.

Chegou a hora do jantar, também ele menos concorrido do que nos anos anteriores e sem a habitual troca de prendas que sempre abrilhantava este tipo de eventos. Mesmo assim houve tempo para confraternizarmos.

Estava cada vez mais frio e toda a gente se teve de vir embora depois de acabada a refeição. Estava demais!

E assim terminou este dia dedicado ao Natal que já não é como em anos anteriores.

Tuesday, January 03, 2012

Podre de mimo

Sonhei com imensas coisas mas só me consigo lembrar deste pequeno episódio.

Sonhei que a minha irmã havia contraído sarampo ou algo do género e a minha mãe apaparicava-a com tudo e mais alguma coisa.

Só para terem uma ideia da extrema dedicação que a minha mãe prestava à minha irmã, basta referir que ela até os animais do pátio negligenciou. Andavam entregues á sua sorte. Imagine-se só uma coisa dessas! A minha mãe que até sem poder, debaixo de chuva, com temperaturas negativas ou com calor infernal sempre se desloca às terras para apanhar algo para dar de comer aos animais. Não consigo imaginar uma coisa dessas acontecer na realidade. A mina mãe trocar os animais por seja o que for.

Como se isso não bastasse, nada havia em casa que se comesse porque a minha mãe também não saía de ao pé da minha irmã para ir às compras. O meu pai resmungava pela casa.

Esta situação nunca antes vista durou umas duas semanas. Normalmente a minha irmã estava deitada no sofá da sala e a minha mãe não arredava pé, fosse de dia, fosse de noite.

Que raio de sonho tão estranho!

O novo seleccionador nacional

Recentemente foi eleita uma nova direcção na Federação Portuguesa de Futebol. Se acaso os novos dirigentes tiverem oportunidade de passar os olhos neste texto, poderão encontrar aqui o remédio para muitas polémicas que têm assolado as hostes da Selecção de Todos Nós.

Isto não passa de mais uma descrição de um sonho bem curioso mas seria uma boa ideia para acabar de vez com casos semelhantes aos de Bosingwa e de Ricardo Carvalho.

O Futebol foi, sem dúvida, o rei da noite onírica. Esteve sempre presente nesta noite de sonhos.

Lembro-me de ter sonhado que saí á pressa do trabalho para poder ver desde início um importante jogo do Benfica. A lareira estava acesa em casa e a minha mãe via uma novela qualquer que não queria perder. Estava desolada por ela não me deixar ver o jogo. Tal só aconteceu quando o meu pai chegou a casa.

Agora encontro-me no meu quarto. A Selecção Nacional ia jogar naquela noite. Era o primeiro jogo sob o comando do novo seleccionador nacional e a estreia era aguardada com grande expectativa e ansiedade. O jogo era amigável mas estava a ser encarado como se fosse uma partida decisiva ou mesmo uma final.

O novo seleccionador começou por não fazer convocatórias, o que muito espantou os Portugueses. Já não haveria motivos para polémicas e discussões assim.

Mas como se processaria isso sem uma lista de convocados? Bem, era simples. Todos os jogadores seleccionáveis estariam presentes no Estádio e só saberiam se iam jogar ou não a escassas horas do início do jogo. Assim matavam-se dois coelhos com uma só cajadada. Os que não iam jogar ficavam nas bancadas a ver o jogo e era da maneira que havia mais público e deixava de haver estágios que só dão despesa e causam polémica também. Ah e não se convocavam só jogadores dos clubes grandes.

Do onze inicial para o primeiro jogo do novo seleccionador nacional faziam parte Ricardo Carvalho, Bosingwa e…Petit.

O despertador tocou sem que eu tivesse oportunidade de comprovar os resultados dos novos métodos do novo seleccionador nacional.

O dia seguinte

Mal dormi nessa noite devido à emoção que havia vivido. Fora uma noite memorável.

Como me deitei muito mais tarde e dormi poucas horas, também me levantei um pouco mais tarde deixando para trás os meus afazeres em termos de escrita.

Encarei mais um dia de trabalho com extrema motivação pelo reconhecimento que tiveram na noite anterior para comigo. Foi com mais alegria, mais leveza e mais motivação que encarei mais este dia e todos os que viriam daqui para a frente.

Noite de surpresas

Não escondo que esperava qualquer coisa daquela noite em que decorreria o nosso jantar de Natal mas não estava mesmo nada à espera do que realmente sucedeu e me deixou sem palavras.

Para esta segunda-feira estava marcado um jantar de Natal do meu trabalho. Seria em Santarém e o meu chefe fazia muita questão em que eu fosse. Eu também disse que gostaria de ir mas, como sempre acontece, nunca sei como me deslocar seja onde for por não me ser possível ter transporte próprio. Se eu tivesse essa possibilidade, iria a todo o lado que me apetecesse e divertia-me mais. Inclusive iria visitar amigos que não vejo há anos e gostaria de reencontrar.

Disseram que me arranjariam boleia mas eu estive até poucas horas do jantar sem saber se ia. Mesmo assim alertei as pessoas na Residencial para a eventualidade de poder chegar mais tarde. Não haveria qualquer transtorno em saber se ia à última hora. Não tenho família em casa para esperar por mim. É a vantagem de ser solteira.

Sentia uma ansiedade inexplicável nesse dia que já me causava sintomas físicos. Não sabia por que a sentia. Pressentia algo especial mas não sabia precisar o que era.

A confirmação só chegou uma hora antes de partirmos. Fiquei contente por ir passar uma noite diferente e na companhia de muita gente. Era a oportunidade para conhecer alguns dos colegas com quem tenho apenas oportunidade de falar por telefone. Estaria ali a possibilidade de os conhecer e num ambiente mais descontraído.

A tarde estava agradável quando percorremos as ruas de Coimbra para apanharmos os restantes colegas. Era noite quando saímos da cidade rumo a Santarém, apesar de não ser tarde. Lá fomos muito divertidos rumo ao nosso destino.

Ao longo da viagem, fui imaginando como seriam algumas das pessoas com quem falava habitualmente e como reagiriam elas quando me vissem. Já há muito que eu não fazia esse exercício. Recordo-me que era habitual eu fazer isso nos tempos da rádio quando eu não conhecia pessoalmente esta ou aquela pessoa, com destaque para a minha grande amiga Cristina. Enquanto não a conheci, imaginava como ela era e não me afastei muito.

Destaquei, sem saber porquê, uma colega em concreto. Nessa noite ela viria a estar mesmo à minha frente e a ajudar-me.

Chegamos um pouco mais cedo. Eu estava estarrecida a olhar para a imponência daquela loja. Tinha estado até numa maior mas, com os enfeites de Natal, aquele edifício parecia tirado de um sonho colorido.

Fui-me aproximando dos colegas e foram-me apresentados alguns antes de seguirmos para os nossos lugares na mesa. Tinha pouca fome. À noite não estou habituada a comer e estava mais empenhada em aproveitar o momento.

Sentámo-nos e fomos conversando um pouco. À minha frente estava precisamente a colega de quem me lembrei nessa tarde com mais insistência à saída de Coimbra. Nem de propósito. Aproveitámos para conversar e ela também me ajudou.

Depois do jantar houve uma apresentação de vídeos da nossa empresa. O meu chefe estava a fazer uma pequena apresentação deles. Entretanto as luzes haviam-se apagado, sendo substituídas por velas que se encontravam em cima das mesas.

A certa altura, o meu chefe deu a conhecer a toda a gente que eu estava ali naquela sala e logo irrompeu um aplauso depois de ele me ter apresentado e ter mencionado o problema visual que tenho. Noventa e nove por cento dos presentes naquela sala desconheciam.

Fui aplaudida de pé mas não imaginava o que viria a seguir. Todos se votaram para o projector de vídeo onde era passado outro vídeo, salvo erro, com uma música da Mafalda Veiga como som de fundo. Eu não conhecia a música. Apenas a estava a ouvir. A certa altura, as colegas que estavam à minha frente alertaram-me para o que estava a ser projectado. Era eu! A minha voz irrompeu então pela sala através do projector e do sistema de som. Uma semana antes, o meu coordenador pediu-me para me preparar para fazer um vídeo. Não fazia ideia alguma de que aquele vídeo seria para passar ali.

Depois das minhas palavras, irrompeu uma estrondosa salva de palmas pela sala. Ainda mais intensa do que a primeira. As minhas colegas que estavam em frente davam-me os parabéns. Não sabia o que dizer. Estava sem palavras. Há anos que não sabia o que era isso. Da outra vez que isso aconteceu foi quando houve um almoço entre atelas deficientes visuais. Isto passou-se numa altura em que enfrentava uma época difícil com sucessivas operações aos olhos. Eles homenagearam-me e eu acabei por tecer ali um discurso bem emocionado de despedida. Nunca mais voltei a ver parte deles desde essa longínqua tarde quase há seis anos atrás. Essas imagens vieram-me novamente ao espírito mas desta vez o contexto era diferente, bem mais alegre. Acima de tudo estava muito feliz. Foi uma grande surpresa!

O evento prosseguiu com variedades e karaoke. Havia que regressar a Coimbra. No dia seguinte seria dia de trabalho. Um dia que iria enfrentar com uma injecção de alento bem nutrida.

Enquanto percorríamos a estrada que nos levava a Coimbra em amena cavaqueira, enquanto olhava em frente para o ponto indefinido de estrada que tinha na minha frente, ia absorvendo cada momento que me restava. Fora uma noite inesquecível e muito feliz.