Tuesday, August 30, 2011

Quem faz mais barulho dentro da igreja???



Na maioria das vezes, esqueço rapidamente o motivo pelo qual acordei às gargalhadas. Temi que isso pudesse acontecer desta vez mas o esforço de relembrar o episódio valeu a pena. Temos aqui simplesmente um sonho brutal.

Eu fazia parte de um grupo qualquer de desportistas equipados a rigor com fatos de treino verdes e sacos de Desporto a tiracolo.

Entrámos numa igreja onde estava a decorrer uma missa ou qualquer outro acto religioso. Um amigo meu sacou de um pequeno rádio de pilhas e ligou-o para ouvir a informação desportiva. Quase parecia o meu pai de rádio colado ao ouvido a prestar atenção às últimas do Glorioso. Apesar de ele ter o volume do rádio no mínimo, dentro da igreja o som duplicava e aquilo era uma perfeita aberração.

Toda a gente olhava para trás com ar indignado. Com a acústica típica das igrejas, a informação sobre a equipa que o Sporting deveria fazer alinhar em determinado jogo e a entrevista de João Moutinho faziam-se ouvir muitos decibéis acima do que realmente o rádio estava a transmitir. O rádio, apesar de estar com o volume no mínimo, estava ali a fazer uma algazarra incrível. Devia era estar desligado.

Se pensam que este foi o maior sacrilégio cometido naquele templo onírico, desenganem-se. É que o melhor e mais cómico está mesmo para vir. Como se não fosse hilariante alguém ligar um rádio em pleno culto religioso!

Junto a um dos bancos laterais havia uma mesa luxuosamente posta, imagine-se. A pessoa que estava sentada à mesa, por acaso, até foi aquela que mais se insurgiu contra o rádio ligado, vejam lá. Se calhar incomodava-lhe o repasto. Foi por isso que me devo ter rido tanto. A criatura comia sofregamente. Parecia um javardo. Só o barulho que fazia a mastigar, ecoava também pelo templo inteiro. Ninguém se incomodou.

Imagine-se que a criatura que estava elegantemente sentada à mesa começou a falar alto, a ajavardar e a dizer mal da comida com a boca cheia a cada garfada que colocava na boca. Visivelmente irritado, o indivíduo mandou um empurrão na mesa e todo o seu conteúdo, incluindo a toalha vermelha e branca em xadrez, se espalhou pelo chão. Foi gargalhada geral.

Acordei a rir-me que nem uma perdida.

Sonhei ainda com blogs, relatos desportivos, cães que não apareciam em casa e com uma cena que tinha como protagonista a minha irmã que subia umas escadas muito íngremes, sem corrimão de ambos os lados e num espaço exterior.

Da primeira vez, ela havia-se estatelado dali abaixo apenas subindo dois degraus. Ela levantou-se como se nada fosse e voltou a subir. Desta vez ia já no quinto degrau quando se estatelou. Logo acorreram junto das escadas inúmeras pessoas ávidas de tragédia, até porque ela ficou largos momentos no chão antes de se levantar lentamente.

As pessoas que ali se encontravam teciam comentários ao sucedido e protestavam veementemente contra a falta de segurança daquelas escadas. Já há tempos, uma amiga nossa havia caído mesmo de lá de cima. Faltava um dia para ela ir de férias para um destino paradisíaco e ela estava eufórica com isso. Havia sido uma sorte não se ter magoado a sério e não ficar com as férias de sonho estragadas.

Já há muito que não sonhava com coisas tão curiosas! Que noite tão produtiva que deu origem a um texto que promete fazer furor neste meu humilde espaço.

Feijoa e a lâmpada fluorescente da cozinha

Este é um pequeno episódio bem curioso.

Estava tudo tranquilo em casa. Eu estava a navegar na Internet, a minha mãe via uma das novelas da TVI e o meu pai já estava na cama. Uma noite normal, portanto.

A certa altura, sem que nada o fizesse prever, a gata Feijoa começou a miar muito alto e de um modo como nunca antes a ouvimos. Estava mesmo a gritar.

Logo nos interrogámos que espécie de ataque é que lhe estava a dar. Acaso ela tinha enlouquecido? Ela, que estava tão sossegada no sofá da cozinha.

Olhámos para fora e logo encontrámos a explicação. A luz da cozinha estava intermitente, sinal de que estava avariada ou para se fundir. Achando aquilo estranho, Feijoa pareceu ter visto ali um sinal do Apocalipse, tal foi a gritaria que emitiu.

Encontrar a calma na agitação do Mar

Este é um pequeno mas elucidativo sonho. Não resisto a descrevê-lo.

Sonhei que estávamos na colónia de férias. Esta colónia de férias tinha uma particularidade bem interessante: cada um ia para a praia que mais gostasse.

Eu escolhia Peniche para passar umas férias em grande. Todas as manhãs me dirigia bem cedo para uma estação da Rodoviária onde apanhava um autocarro para a praia.

O Mar estava bastante bravo e agitado mas eu sentia-me lá em paz. A água estava fria e não convidava a dar um mergulho. Que me importava isso? Era ali que me sentia especialmente bem.

Pobre azeitona preta!

Toupeiras Dum Raio! Que esmagam uma azeitona preta com os pés (as azeitonas estão caras) porque a confundem com um insecto repugnante.

Bem, esta história passou-se quando o Paulo Adriano esteve la em casa a ajudar o meu pai. Eu já não o via há muito, há uns três anos talvez.

A minha mãe estava a varrer a cozinha e, à frente da vassoura, surgiu algo preto. A minha mãe gritou com uma voz esganiçada e histérica:
- UMA CARÔOOCHA! MATA-A!

Eu preparei-me para lhe colocar os pés em cima mas, estranhamente, o “insecto” que deveria ranger e esmagar com facilidade debaixo do meu calçado resvalou e mostrou-se estranhamente duro. Também estranhei não me cheirar a carochas.

A minha mãe comentou:
- Ah, não tens mesmo jeito para nada! Olha isso à frente dos teus pés!

Voltei a tentar esmagar o “insecto” mas ele voltou a resvalar. Foi então que me cheirou a azeitona e dei uma gargalhada. Era uma azeitona preta que havia caído ao chão.

Saturday, August 27, 2011

Perdi-me

Recordo vagamente ter sonhado que todos os elementos da nossa família haviam padecido de alguns problemas de saúde que nos impediram de comparecer aos nossos compromissos. Eu tinha faltado ao trabalho.

Lembro-me de estar a ouvir umas músicas estranhas. Pareciam canções em Holandês que eu ouvia na minha sala sempre até adormecer.

Recordo-me também de o meu pai tomar uns comprimidos da cor do chocolate que também cheiravam abundantemente a chocolate.

Como não tinha ido trabalhar, aproveitei para fazer uma caminhada na direcção da Moita. Não me recordo se ia sozinha ou com um animal de estimação; cão ou gato.

A certa altura, havia obras na estrada. Ah, agora recordo-me! Levava comigo uma cadela amarela. Desviámo-nos das obras e arrepiámos caminho por outro lado.

Pensei que o caminho me era familiar mas, à medida que progredia, o pânico e a sensação de estar perdida apoderavam-se de mim.

Fui dar a uma espécie de labirinto com caminhos estreitos. Por mais do que uma vez, tive de me arredar para dar passagem a enormes camiões que vinham dos pinhais carregados de madeira. Comecei a ter medo de atravessar.

Estava perto de uma cidade que não conhecia. Havia ao longe prédios castanhos e bem altos. Queria atravessar para a direcção deles mas, sempre que tentava fazê-lo, logo vinha um camião enorme carregado de madeira, muito sorrateira e silenciosamente. Eles que normalmente fazem tanto barulho! Por várias vezes tive de recuar de forma desajeitada quando já ia a meio do caminho.

A tarde caía. A certa altura, pareceu-me ouvir a voz da minha mãe a falar nas imediações dos prédios. Chamei-a com quantas forças tinha e ela veio ao meu encontro. Foi fácil para ela lá chegar. Eu não conseguiria fazer o caminho inverso com medo de ser apanhada por algum veículo pesado.

Ela perguntou-me como tinha vindo parar ali e contou-me que a gata...Preciosa havia tido quatro gatinhos mas a minha mãe não ficou com nem um.

Seguimos juntas de volta a casa.


Um peso que me foi tirado das costas

Tal como sempre acontece quando tenho consultas dos olhos nos Covões, foi com grande apreensão que saí de casa nesta manhã algo fresca de quarta-feira.

O medo de desenvolvimentos no meu estado clínico era imenso, sobretudo porque estou numa fase em que tudo me está a correr muito bem no meu trabalho e eu estou muito feliz por isso. Na medida do possível, sinto-me agora realizada. Só não me sinto feliz na plenitude porque tal é impossível sempre com esta herança genética a impedir que a minha felicidade e realização pessoal atinjam a plenitude.

Se acontecer alguma coisa agora, vai ser um rude golpe para as minhas aspirações. Não sei que mal fiz para merecer isto. Da outra vez também tudo me corria bem. Estava a fazer progressos notáveis no Desporto quando finalmente tinha ajuda, os meus artigos e reportagens estavam a ser bastante elogiados e havia a promessa de outros voos, tinha conseguido ao fim de muitos anos realizar o meu sonho de fazer rádio e ainda surgiu uma proposta de fazer o estágio profissional para uma publicação desportiva onde eu ansiava trabalhar. Tudo acabou num ápice e o meu futuro a partir daí foi uma longa e dolorosa travessia do deserto. Fiquei mesmo sem nada. Acontecer isto de novo seria o fim.

Esperava pela minha vez no corredor onde sempre aguardo com ansiedade que nada de grave aconteça. De referir que foi o último suspiro de vida do meu mp3. Depois disto nunca mais voltou a funcionar.

Chegou a minha vez. Entro sempre naquele consultório como quem entra na sala da forca. Aquele aparelho de medir a tensão ocular é assustador.

Finalmente recebo a notícia de que tudo se encontra na mesma. São as melhores novidades que podem haver. Que alívio! É com a sensação de um peso que me foi tirado de cima das minhas costas que regresso ao trabalho. Estava quase eufórica com o desfecho desta consulta.

O dia de trabalho correu lindamente. Não disfarçava a minha felicidade. Desta já me tinha safado.

A caminhada como terapia

Esta foi a primeira de duas viagens seguidas aos Covões. A consulta de Psiquiatria inicialmente esteve marcada para 5 de Julho mas teve de ser adiada por me encontrar de férias. Foi por isso que ficou marcada para a véspera da consulta de Glaucoma que seria no dia seguinte.

Até foi bom ter esta consulta um dia antes da outra. Estou com bastante medo de amanhã receber novidades acerca da evolução da minha doença. Esse receio acentua-se sobretudo porque as coisas estão-me a correr extremamente bem em termos laborais e estas coisas desagradáveis que sempre me ameaçam têm acontecido especialmente nessas alturas em que eu tento reconstruir a minha vida. Aconteceu isso há seis anos e não gostaria que isso acontecesse neste momento tão decisivo e importante na minha via.

Estou algo ansiosa. Esta consulta ensombra o meu estado de graça. Se houver novidades, nem sei o que será da minha vida. Tenho de viver com isto sempre, com esta ameaça. Acreditem, não é fácil viver assim sob um clima ameaçador de cegueira e sofrimento devido a uma doença que me foi destinada ainda antes de eu nascer. Por mais sucesso que se tenha na vida, por mais planos que faça, a questão da doença ensombra sempre os meus planos. De um momento para o outro, tudo pode desmoronar tal como desmoronou num passado recente. Este medo e esta ameaça minam completamente o esforço de viver uma vida normal e digna. Há dias em que é difícil suportar isto.

Se amanhã acontecer alguma coisa, provavelmente reagirei ainda pior do que reagi quando tudo o que eu idealizei desmoronou há seis anos atrás. Ficarei sem saber o que fazer mesmo. Agora, que estou a tentar dar um rumo à minha vida, não gostaria de sofrer outro revés.

Esta consulta de hoje sempre me iria ajudar nesse sentido. Precisava de falar com alguém e nada melhor do que uma psiquiatra. Era a primeira consulta que tinha.

No final, foi-me aconselhado andar pelo menos trinta minutos a pé como forma de combater a ansiedade. Eu já fazia isso. Por vezes nem sempre dá para fazer isso mas, na medida do possível, irei caminhar, apesar de a cidade não ser muito propícia a fazer grandes caminhadas e respirar ar puro.

De referir que inaugurei as caminhadas com o caminho de volta a casa depois de ter ido a uma farmácia da Avenida Humberto Delgado aviar uma receita.

Férias em estado selvagem



Verão, tempo de férias, de descanso, de descontracção. Embutido nesse espírito, o meu subconsciente apresenta um cenário de férias em que os intervenientes se propõem a viver quase como os nossos antepassados. Tudo é permitido. Tudo mesmo.

Comecemos a narrar esta nossa aventura para esta noite de Verão!

Eu julgo que este sonho teve origem numa reflexão que havia feito na noite anterior em que eu chegava à conclusão de que nós, seres humanos, apesar de sermos dotados de toda a racionalidade e pensamento lógico, não passamos de animais como outros quaisquer.

Veio isto a propósito de uma reportagem sobre uma execução massiva no Paquistão em que a agonia da morte de seres humanos em nada diferia da de um porco ou de um boi quando é espetado para nos dar a sua carne como alimento.

O meu subconsciente transformou isto em algo mais agradável, a roçar mesmo a fronteira do sonho erótico, em que a nudez está muito presente.

No meu sonho todos os intervenientes estavam nus ou seminus, comiam e bebiam conforme as suas necessidades básicas e não se preocupavam com o que os outros pensariam deles. Eram, sem dúvida uns dias de férias diferentes.

Estávamos na selva. As necessidades fisiológicas eram feitas sem o mínimo pudor, tal como um cão ou um gato costuma fazer. Roupas para quê? Elas estorvavam. As poucas pessoas que ali andavam vestidas nem perdiam tempo a tirar a roupa quando iam fazer as necessidades. Valia mesmo tudo.

Das poucas pessoas que reconheci naquele cenário, a que recordo com mais nitidez é a minha vizinha. Lembrava que nunca a tinha visto nua mas ela parecia divertida com a minha nudez.

As férias terminaram com uma viagem de comboio de...Torres Novas (????) . Era o fim de uma semana em que toda a gente viveu as emoções da selva. A javardice ficava para trás. Dormia-se profundamente durante aquela viagem de comboio. Quando toda a gente acordasse, estaria de volta à civilização e deixaria para trás aquele mundo mais primitivo.

Eu também acordei...na cidade. Por acaso os Covões até têm o seu quê de selva, tal é o barulho que os alegados animais racionais fazem, não deixando ouvir os funcionários a chamar para as consultas e não obedecendo aos berros desesperados de quem tenta manter a ordem.


Thursday, August 25, 2011

O perseguidor



Sempre que ali passava, esta criaturazinha insistia em me acompanhar. Só que eu não estava muito interessada em ter companhia para a caminhada e por isso o mandava para trás. A teimosia era muita e ele tentava seguir-me. Perdia ali cinco minutos de caminhada ou mais só para impedir esta coisa de vir atrás de mim e se perder. Ultimamente não o tenho visto. Terá talvez sido atropelado. Estava perigosamente à beira da estrada.

“Anjos E Demónios” (impressões pessoais)



Depois de um dos livros mais enfadonhos que alguma vez li, acabei por escolher uma obra que sabia de antemão que me iria absorver do princípio ao fim e me iria causar grande prazer em ler.

Estou a falar da famosa obra de Dan Brown “Anjos E Demónios ” que narra uma conspiração contra o Vaticano perpetrada por elementos da Santa Se.

O camareiro do Papa recentemente falecido em circunstâncias pouco claras é o personagem fulcral de toda esta aventura. No início custa a acreditar. O homem parece ser inofensivo e até uma personagem a quem não se aponta um único pecado. Aliás, ele vivia mesmo para a purificação da alma e pretendia destruir todos aqueles que tentassem um acordo com os cientistas numa tentativa de chegar a entendimento e acabar com as divergências que duravam há séculos e que conduziram ao extermínio e tortura de muitos homens da Ciência.

O carmelengo era um fanático religioso, digamos assim, e pretendia acabar com a crescente influência da Ciência na Igreja e, por conseguinte, com o Papa e todos quantos seguiam as suas ideias. Para colocar em marcha o seu plano, serviu-se precisamente do nome e dos símbolos de uma antiga irmandade que o Vaticano erradicou e que lutava pela aceitação dos avanços científicos- os Illuminatti. Por acaso essa irmandade não me era de todo estranha e cheguei a ver algures algumas adaptações dos seus símbolos com aquela simetria.

No dia do Conclave para eleger um novo Papa, foi preparado um atentado para ferir de morte o coração do Catolicismo. Foi roubada a última tecnologia do CERN- o laboratório que implementou o acelerador de partículas e foram raptados e mortos os quatro cardeais melhor colocados para serem eleitos como o próximo Papa.

Ao longo do livro, fica-se com a sensação que os maus são bons e vice-versa. Na minha opinião, o leitor nunca chegará a ver o carmelengo como um assassino daqueles de quem se sente vontade de também o matar. Eu vejo este homem como um louco, um fundamentalista, um fanático religioso que não olhava a meios para manter intactos os dogmas da sua Igreja. Nem que para isso tivesse de matar e destruir.

Uma nota para algo que eu li aqui no livro. A certa altura fez-se uma referência á Rádio Vaticana como sendo a rádio mais ouvida no Mundo. Senti um certo orgulho. Há uns anos atrás, fui então entrevistada pela rádio mais ouvida do Mundo?

Resta dizer que o carmelengo, antes de pôr termo à vida, se tornou Papa por aclamação e foi sepultado pelo cardeal que presidia ao Conclave (que foi eleito Papa pelo mesmo) na Catedral para onde vão todos os Papas.

A próxima obra que vou ler é um clássico da literatura mundial. Não será tão interessante como a obra que acabo de ler mas tem de se variar um pouco. Ao longo das próximas semanas irei ler “Orgulho E Preconceito” de Jane Austen.

Jantar orvalhado

Tive de sair de Lisboa mais cedo, de modo a poder estar em casa a tempo de estar presente no jantar que estava marcado para esta data.

Apesar de o meu pai já ter feito anos há uns dez dias atrás, só nesse Sábado seria possível reunir toda a gente e comemorar o seu aniversário.

Foi uma longa jornada de viagem até chegar, finalmente, a casa. Depois de apanhar um comboio, o meu pai teve de deixar os afazeres do leitão e teve de me vir buscar de motorizada.

Estava naturalmente exausta por me ter levantado bem cedo e por ter feito uma longa viagem. A fome também era alguma, pois nem sequer houve tempo para almoçar.

Havia uma enorme surpresa reservada para esse final de tarde: a nossa antiga professora da escola primária marcaria presença. Já há muito que não a via.

O jantar foi servido na eira e houve lugar para inaugurar as mesas completamente remodeladas pelo protagonista de um incrível sonho meu de há tempos. Como ele é amigo do meu pai, também estava presente.

Com iluminação improvisada, a noite ia caindo à medida que íamos degustando os petiscos apresentados e que começaram com uma extremamente picante cabidela temperada pelo meu primo.

A certa altura começou a chuviscar. Indiferentes a esse facto, os nossos familiares e amigos continuaram a comer e a confraternizar. Eu já estava mais para lá do que para cá devido ao cansaço daquele dia.

Por várias vezes se propôs mudar de armas e bagagens para o interior da sala mas ninguém aceitou. Apesar do orvalho, até estava agradável. Eu é que parecia sentir frio e fui mesmo buscar uma camisola de manga comprida para me agasalhar.

Quando já se tinham cantado os parabéns ao meu pai e se comiam as sobremesas, começou verdadeiramente a chover e toda a gente recolheu ao interior da sala.

A minha irmã lembrou-se de ir buscar fotografias antigas e de as mostrar à nossa antiga professora e à irmã do seu falecido padrinho. A foto que causou mais sensação foi uma onde a nossa turma da escola primária estava toda alinhada, quase parecendo um plantel de Futebol. Na altura teríamos todos uns oito anos. A nossa professora tentava lembrar-se dos seus antigos alunos mas poucos conhecia. Dos que ainda recordava, lembrava episódios curiosos. Nem nós conseguíamos identificar os nossos antigos colegas. Ficávamo-nos pelas nossas vizinhas. Eu ainda conhecia o Júlio- agora emigrante nos Estados Unidos.

Também se demorou bastante tempo a recordar de onde tinha vindo aquela foto. Se a memória não me falha, ela foi tirada pelas nossas professoras do Ensino Especial que vinham à escola todas as sextas-feiras e faziam algo diferente sempre lá na escola. Para nós e para os nossos colegas era uma festa. Lembro-me que ela levava em algumas ocasiões um gravador preto da Philips e passava músicas do José Barata Moura para nós ouvirmos. Também nos ministravam aulas de Ginástica. Era uma festa!

Assim se passou um serão agradável como há muito não se passava. A nossa antiga professora e a irmã do padrinho da minha irmã (filha da antiga professora da aldeia) estavam-se a entender bem as duas e as fotos estavam a ser um bom veículo para isso. Estariam dispostas a passar ali toda aquela noite. Ficou a promessa de as voltar a juntar numa próxima oportunidade.

A festa terminou. Fui-me deitar. O dia tinha sido longo.

Viagem até Telheiras

Este Sábado começaria bem cedo, por volta das seis e um quarto da manhã, com uma viagem de Expresso até Lisboa.

O objectivo era participar numa reunião de trabalho agendada para este dia numa enorme superfície comercial situada em Telheiras. Nunca vi um supermercado tão grande na vida!

Comecemos pelos preparativs para mais uma emocionante vigem a Lisboa. Devo dizer que não gosto da cidade de Lisboa por ser muito caótica e pouco segura, na minha opinião. Quando tenho de me deslocar até lá, ninguém me irá apanhar em transportes públicos porque tenho medo de assaltos e de violência.

Desta vez iria para uma zona onde sempre tenho ouvido dizer que havia grande criminalidade. Isso não me preocupava porque estaria pouco tempo na rua e, além disso, ainda era um pouco cedo e não haveria muita confusão nas ruas.

A viagem de Expresso decorreu calmamente. Passei a viagem a ouvir música e aproveitei para passar por sono antes das emoções que me esperavam em Lisboa.

Já há uns dois ou três anos que não me deslocava a Lisboa e já não sabia bem onde apanhar um táxi na estação de camionetas de Sete Rios. Andei com umas pessoas a ver onde era a praça de táxis e lá arranjei um táxi para viajar até ao meu destino.

Chegada a Telheiras, fiquei deslumbrada com a imponência daquele Pingo Doce. Nunca tinha visto um daquele tamanho. Aquilo era enorme e confuso por dentro.

As maiores dificuldades nesta minha aventura foram vividas precisamente dentro do edifício. Aquilo era uma cidade dentro de outra idade, digamos assim. Era fácil uma pessoa se perder ali dentro.

Ressalve-se o facto de ter passado por escadas rolantes que estavam desligadas. Nunca tinha visto tal coisa. Elas eram uma autêntica rampa.

Indicaram-me o caminho para os bastidores daquele enorme hipermercado onde funcionavam instalações logísticas. Foi aí que quase caí de espanto. Uns dias antes vi aquele corredor em sonhos. Tal e qual. Isso passou-se na primeira noite que passei em S. Martinho do Porto. O sonho não era relevante para ser contado. Apenas havia a imagem de um corredor cinzento, com portas de salas cinzentas e com avisos. Foi aí que encontrei alguns médicos que envergavam batas brancas. Nesse dia nem sabia que iria até lá. Nem fazia ideia que aquele corredor existia. Pouco alterado oniricamente, lá estava à minha frente.

Os médicos não me iriam aparecer de batas brancas como vi no sonho mas estavam presentes e foi uma oportunidade de lhes ver os rostos. Antes de a reunião se iniciar, houve tempo para tomar um café e para se procederem a apresentações.

A reunião começou. Saquei de um caderno e de uma caneta e tirei apontamenos de tudo o que foi discutido.

Igualente presentes na reunião estavam outras duas colegas que desempenham as mesmas funções que eu desempenho. Foi uma oportunnidade para trocarmos ideias de forma rápida.

Como tiha um evento agendado para minha casa nessa mesma noite, tive de regresssar antes de a reunião terminar. Uma das minhas colegas também teve de regressar mais cedo e apanhámos juntas o mesmo táxi.

Ao entrar para o táxi, bati com a nuca no tecto. Depressa esqueci a dor e continuei a conversar com a minha colega.

Quando cheguei à estação de camionetas de Sete Rios, pedi ajuda a um polícia que me indicou a bilheteira. Esperei ainda durante cerrca de um quarto de hora pelo expresso que me traria de volta a Coimbra e iniciei a viagem de regresso.

Tudo havia corrido bem. Estava espantada com a grandeza daquele supermercado. Era, sem dúvida, diferente de tudo o que tinha visto.

Sunday, August 21, 2011

Crimes divertidos

Foi uma noite muito agitada em que acordei diversas vezes sobressaltada e...com frio, imagine-se.

Os sonhos também foram ponteados com algumas incidências bem estranhas.

Alguém me descreveu com recurso a imagens uma morte ou simplesmente um desfalecimento ocorrido numa sala de aulas algures na Islândia quando essa pessoa lá esteve a estudar. Nas imagens via-se alguém estendido no chão, envergando umas calças de ganga azuis claras e camisola preta. Ao lado do corpo havia um líquido castanho no chão. Seria algum tipo de secreções ou seria veneno? Na verdade fartei-me de sonhar com islandeses nessa noite.

Sonhei que na Avenida Humberto Delgado me desviava de...comboios e de um tractor daqueles que costumam trazer a maquinaria de lavrar a terra atrelada atrás. Estava na paragem do autocarro e tive de correr e entrar à pressa na farmácia porque já sentia o frio da carroçaria do tractor a roçar-me nos braços.

Estávamos sossegadamente sentados na sala em minha casa. Tal como aconteceu num sonho que tive há dias, através do vidro martelado da porta, vi a luz intermitente de um semáforo de ambulância mas aquele semáforo era de um tom mais esverdeado do que azul. A minha mãe foi ver o que se passava e depreendeu que se tratava do semáforo de um carro funerário. Para além da luz do semáforo, também se fazia notar uma enorme algazarra na rua. Só mesmo em sonhos é que os carros funerários têm semáforos.

Quando chegámos à rua, deparámo-nos com um....cortejo carnavalesco. As pessoas que ali estavam naquele início de noite envergavam vestes coloridas e apresentavam as caras pintadas.

As pessoas e a viatura prosseguiram a sua marcha barulhenta enquanto nós olhávamos tudo o que estava a acontecer com estupefacção.

Quando todos se afastavam, reparei então num jovem que jazia inanimado no asfalto. Era um tal de Fonseca.

Chegámos junto dele. Havia indícios de que tinha sido envenenado.

Que loucura!




A equipa do nosso amigo

Ver texto “ O dérbi dos tesos”

Já sabia que tinha calhado em sorte ao Nacional da Madeira uma equipa islandesa. Uma equipa com um nome complicadíssimo, tal como tudo por aquelas paragens- até agora é complicado o Sol se pôr.

Para simplificar as coisas para os menos conhecedores da Língua Islandesa, que é a quase totalidade dos cidadãos do Planeta, com excepção dos próprios islandeses e de alguns outros que se dão ao trabalho de aprender esse dialecto, a equipa é apenas conhecida por FH.

Bem, eu resolvi procurar na Internet um local para assistir ao jogo ou parte dele. Sou pobre, não tenho SporTV. Em boa hora o fiz. Ora quem é que eu fui encontrar? Nada mais, nada menos do que a beldade e fofura do guarda-redes da Selecção da Islândia. Esse que defrontou Portugal em Novembro passado e comprometeu imenso. É um guarda-redes muito peculiar, este do FH. Um cromo mesmo raro.

Foi pena o Nacional da Madeira não massacrar a baliza daquele sujeito bem lourinho e com uns olhos extremamente fofinhos, mas com uma qualidade em termos futebolísticos de deixar um guarda-redes dos nossos campeonatos distritais a sentir-se um craque. Isto pelo básico que não o vi fazer naquele jogo contra a Selecção de Todos Nós. Hoje ele até fez uma magnífica defesa a remate de Claudemir, salvo erro, na sequência de um livre.

Como o Nacional ainda está numa fase competitiva muito atrasada em relação aos islandeses que já estão a competir há muito, a equipa foi-se abaixo fisicamente na segunda parte e a equipa local aproveitou. O resultado foi um empate a uma bola com a equipa portuguesa a ter boas perspectivas de passar esta eliminatória frente a uma equipa de dentistas, jornalistas, professores e não sei que mais. Já agora, qual a profissão do guarda-redes da equipa? Estoiro de curiosidade em saber isso.

Uma palavra para o Jogador Número Onze do FH. Parece ser um craque. Ou então são os outros que são mesmo muito maus.


A cerimónia ao ar livre

Este dia seria importante para mim. Fui indicada pela minha entidade patronal para receber juntamente com eles um prémio de reconhecimento atribuído pela Câmara Municipal de Coimbra.

O cenário para a entrega de prémios era maravilhoso e havia a particularidade de a cerimónia decorrer ao ar livre. O local escolhido para o evento foi a Casa de Chá do Jardim da Sereia.

Juntamente com dois dos meus superiores que me ajudaram a percorrer o sinuoso mas agradável trajecto até ao local do evento, marcámos presença, numa tarde de Sol e temperatura agradável.

A cerimónia visava essencialmente premiar empresas e colaboradores com deficiência que essas empresas tivessem integrado com sucesso. Eu fui escolhida pela minha entidade patronal. É um orgulho e um incentivo este reconhecimento. É sinal que estão contentes com o meu trabalho e é sinal que todo o empenho que eu deposito diariamente nas tarefas que desempenho é bem feito e reconhecido.

Estavam lá alguns colegas meus que também foram integrados com êxito por algumas empresas públicas e privadas e todos receberam um prémio tal como eu.

No final houve um lanche feito por colegas de uma colega minha e pudemos confraternizar um pouco.

Esta foi uma semana em cheio em que eu senti que estava no bom caminho. A minha vida laboral está a correr-me extremamente bem agora. Espero continuar assim. Apenas uma coisa me ensombra a minha felicidade suprema. Estou com medo que todo este momento de prosperidade que estou a viver agora não seja estragado na próxima semana com algo que esteja menos bem em termos de evolução da minha doença. Já antes fui confrontada com isso quando também estava a adaptar-me bem e a organizar a minha vida. Voltar a acontecer isso novamente seria catastrófico para mim. Espero que a visita aos Covões da próxima semana não traga novidades.


Feira do livro

Quando acordei, fiquei confusa. Não sabia se na realidade tinha passado por stands de livros ou se tinha sonhado com eles. Eles pareciam tão reais!

Só sei que pegava em livros e lia as sinopses, tal como faço na realidade. Nada que indiciasse que se tratava de um sonho.

Havia a obra de José Saramago quase completa. Aí achava que as capas eram um pouco diferentes mas poderia tratar-se de uma colecção ou de edições especiais.

Sonhei igualmente com um acidente de um chinês e de algumas pessoas podres de bêbadas a fazerem figuras tristes no meio da rua.

Pés sujos

Preparem-se para o regresso das minhas aventuras oníricas que desta vez começam com uma ninhada de cinco gatinhos (quatro cinzentos e um preto) que eu achei e transportava na minha mochila e tentava dá-los a quem julgava que os estimaria. Houve alguém que teria ficado com algum se acaso não fossem tudo fêmeas.

Os gatinhos já sufocavam na minha mochila e eu, de vez em quando, ia-os tirando e colocando no chão. Estava sempre atenta e preocupava-me em salvaguardar que eles não se dispersassem nem se distanciassem muito de mim.

Agora entramos na parte mais estranha e mais interessante deste sonho. Em Vila Nova havia uma espécie de festa com música, animação e até havia carrosséis.

Uns amigos da família ficaram de nos vir buscar a casa para irmos até lá. Eu até estava com o computador ligado e resolvi deixá-lo assim para quando voltasse.

Enquanto aguardava na rua que eles chegassem, passou uma motorizada na estrada a grande velocidade. O meu pai reconheceu que era o meu vizinho que a conduzia e começou a praguejar.

Chegaram finalmente os nossos acompanhantes. Era de noite e o ambiente estava agradável quando saímos rumo a Vila Nova. Os sonhos têm destas coisas e já era dia quando percorríamos uma rua sinuosa e complicada que dava acesso...a pinhais.

De referir que trazia apenas uns chinelos de Verão calçados. Foi aí que a irmã do padrinho da minha irmã reparou que eu trazia os pés sujos e me chamou a atenção para esse facto. Ora essa! Eu fiquei estupefacta com tal observação. Nunca antes alguém havia alegado que eu não lavei os pés.

Ela foi mais longe e perguntou-me se eu também costumava ir para o trabalho com os pés assim. Olhei então para os meus pés pela primeira vez depois de ela comentar que tinha os pés sujos. De facto estavam algo encardidos mas eu argumentei que tinha vindo a pé por um caminho de terra batida e por pinhais. Era natural trazer os pés sujos nestas circunstâncias.

Ela não quis saber dessas explicações e saiu dali para fora abandonando-me ali no meio de uma rua que para mim era desconhecida. Fiquei sem saber para que lado caminhar.

Para terminar, sonhei ainda com um alemão a fazer surf de tanga e com outras incidências das quais não me recordo.


"Olha O Céu Lá No Fundo Do Chapéu " (Música Com Memórias)



Já que falaram deste programa infantil do qual não me recordava o nome e me recordaram desta música, lembro-me de a andar a cantar sempre quando andava na escola primária.

No outro dia, por mais voltas que desse à cabeça, não me conseguia lembrar de onde isto tinha sido tirado.

O mau das férias é o trabalho que se acumula

Eu jamais irei tirar mais do que uma semana de férias de cada vez. Por mais que saiba bem tirar duas ou três semanas seguidas de férias, acho melhor tirar apenas uma.

Quando cheguei tinha montes de trabalho à minha espera, fruto de uma semana em que estive ausente. Olhava com orgulho para o amontoado de trabalho que tinha para fazer. Era o produto final de intenso trabalho que já se fez. Era sinal de que tinha sido bem feito. Não havia motivo para me queixar. Tudo tinha corrido bem na minha ausência.

Um Tour muito atribulado

Desde que comecei a trabalhar, é com enorme pena minha que ando um pouco arredada das lides velocipédicas. Já lá vai o tempo em que andava a par de tudo quanto se passava nas principais equipas, especialmente na Rabobank.

Como tinha este fim de semana livre, aproveitei para ver um pouco do Tour e vibrei com a vitória de Rui Costa na etapa anterior a esta que passo a relatar e que também teve uma vitória bem saborosa para as minhas cores- as laranja e azul da Rabobank. Luís Léon Sanchez foi o vencedor de uma etapa cheia de incidentes e contratempos.

Comecemos por lamentar uma queda das muitas que aconteceram nos últimos dias no Tour e que afastaram alguns dos principais candidatos de aspirações à vitória final. Esta queda que passo a relatar porém, terá tido o infeliz condão de destruir a carreira de Alexandre Vinokourov. Aos trinta e sete anos, o cidadão mais conhecido do Kazaquistão a seguir a Borat poderá ter dito adeus a uma carreira repleta de êxitos e de alguma polémica. Foi, sem dúvida, um ciclista marcante que passou pelas estradas mundiais. Com esta idade e com a fractura que sofreu com esta queda, é difícil voltarmos a ver Vinokourov a pedalar exibindo as cores amarela e azul do seu país que tanto ajudou a promover pelo Mundo. Bem, dada a tenacidade deste ciclista, não me admiraria que ainda regressasse mesmo depois desta grave lesão mas será quase impossível.

Agora vou contar as peripécias de um grupo de fugitivos aí com uns cinco elementos mas apenas vou falar de três, que são os que interessam aqui para esta narrativa.

Do grupo de fugitivos fazia parte um actual ciclista da Rabobank e dois que já vestiram a camisola laranja e azul da minha equipa favorita. Muita gente estará a perguntar onde vi eu outro ciclista que já alinhou na Rabobank para além do Juan Antonio Flecha. Passo a explicar: do grupo fazia parte um ciclista de nome Johnny Hoogerland. Ele alinha numa equipa cujo nome não fixei e encontrava-se a lutar pela camisola da montanha. Este ciclista de vinte e oito anos alinhou na segunda equipa da Rabobank nas épocas de 2000 e 2001. Nunca chegou a alinhar na primeira equipa da Rabobank, portanto, daí o adepto que não é aficionado pela Rabobank como eu sou não possuir tais conhecimentos.

Dizia eu há pouco que o número de fugitivos daquele grupo pouco me interessava porque só iria falar de Flecha, de Sanchez e de Hoogerland- mais deste último. Bem, reza uma máxima que eu própria inventei devido ao extremo azar que persegue todo o atleta da Rabobank em grandes competições que um ciclista que já tenha vestido a camisola da Rabobank, mesmo depois de envergar uma outra camisola de outras cores, continuará a ser perseguido pelas quedas e incidentes que (vá lá saber-se porquê) sempre afectam as nossas cores. Este incidente é bem elucidativo desta máxima.

Ia um grupo de fugitivos. Dele faziam parte um actual ciclista da Rabobank e dois que já vestiram a mesma camisola, independentemente de um deles apenas ter alinhado nas camadas jovens. Pois bem, um veículo pertencente à televisão estatal francesa (a RTP lá do sítio) cometeu a infeliz proeza de atropelar o Flecha que por sua vez embateu contra o Hoogerland que seguia a seu lado. O ciclista holandês que estava empenhado em lutar pela classificação de montanha foi projectado contra uma vedação. Flecha ficou furioso e não deixou de ir mostrando o seu temperamento de cidadão latino, que até nasceu na Argentina, por essa estrada fora depois deste bizarro incidente.

Hoogerland terminou a prova em extremas condições. Até doía o estado em que ficou este ciclista que agora envergava uma camisola azul e verde e que tencionava envergar a mítica camisola branca com bolinhas encarnadas. Terá concluído a etapa em último ou perto disso, com as pernas e os braços em carne viva. Apesar disso, ainda iria envergar a camisola de montanha no pódio, apesar de quase lhe terem destruído esse objectivo.

Do lado oposto, o actual ciclista da Rabobank- o espanhol Luis Leon Sanchez, que se encontrava escassos centímetros à frente de Flecha e Hoogerland aquando do incidente e por pouco não foi envolvido (também era melhor? Aí é que eu ia mesmo à bruxa, não haja dúvidas) foi o vencedor da etapa. Foi um dia de festa para a Rabobank que tem Robert Gesink muito afectado por quedas sucessivas em dias anteriores.

Vamos a ver se não há mais incidentes e infortúnios estranhos como este e que a prova seja disputada sem casos.

Saturday, August 20, 2011

São Martinho do Porto 2011


















Férias curtas, como sempre

E eis chegado o momento de sentir a areia fina nos pés. De finalmente irmos para a praia. Foi com enorme ansiedade que me preparei para este momento.

A roupa de praia, guardada de um ano para o outro, foi colocada no saco assim como estava. Por essa razão, apanhei uma surpresa ao verificar que a parte de baixo de um biquini estava larga. O remédio foi socorrer-me de uns calções de banho que trazia. Foi com eles que dei o tão esperado primeiro mergulho do ano. Foi uma sensação de liberdade. Andar na água para mim é uma sensação espectacular. Pena eu só ter estes escassos dias para o fazer.

A noite chegou e o frio também. Tive de acompanhar alguns elementos do meu grupo às compras e o frio era intenso. Não trazia mais nada com que me agasalhar para além da toalha de praia que era insuficiente para me aquecer. Dentro dos estabelecimentos até se estava bem mas na rua o frio era cortante.

Jurei para nunca mais vir para a praia sem uns calções mais compridos e um casaco para esta altura do dia. Assim foi. Até comprei uns corsários de propósito que eram quase como umas calças de treino para vestir à noite. Só me custaram uns míseros três euros. Também passei a vir sempre a casa tomar banho e mudar de roupa. Isso nunca mais voltou a acontecer.

No segundo dia de férias o tempo estava agreste na praia com muito frio e muito vento. Com estas condições nem pensei em ir para a água. De tarde toda a gente ficou na pousada e ninguém foi para a praia sequer. Eu aproveitei para ler e descansar.

O terceiro dia já foi um dia em que se estava bem na praia. Nada de frio e o Sol marcava a sua presença. Deveriam estar todos os dias assim.

Este dia ficou marcado por uma situação curiosa que não me deixou de causar grande divertimento. No restaurante uma colega minha afirmou não querer bifes de vaca. Para grande espanto nosso, o senhor que nos servia à mesa apareceu com um prato personalizado para ela...só com bifes. Tinha percebido que ela só queria carne.

O quarto dia começou nublado e tememos ter um dia pouco agradável de praia, o que se veio a verificar.

Para o quinto dia estava reservada uma visita guiada por São Martinho do Porto, daí termos ido à praia apenas de manhã. Estava até um bom dia de praia mas a parte da tarde seria passada de forma diferente.

Fomos até à casa da Cultura onde nos esperavam duas guias que nos foram contando um pouco da história do local onde costumamos passar férias todos os anos. Foi nessa tarde que se tiraram grande parte das fotografias que estarão expostas no post seguinte. Valerá a pena observá-las com atenção. São maravilhosas.

O sexto dia de férias fica marcado pela fúria do mar que me voltou a atirar para a areia, quase me deixando nua e entranhando enormes quantidades de areia na minha roupa que não se conseguem tirar. Em termos de temperatura, o clima estava propício para um belo dia de praia. Foi pena o mar estar tão agreste.

Finalmente chegou o último dia. Apesar de já me encontrar um pouco cansada, sobretudo pelas sucessivas noites em que mal dormi, tive pena de as férias terem acabado logo agora que o mar estava calmo e com uma água de temperatura agradável.

Estivemos largo tempo na água. Estava de facto espectacular e todo o grupo se encontrava bem disposto. Que maravilha!

Partimos finalmente rumo a Coimbra no dia seguinte. Para trás ficava uma semana de férias que poderia ter sido melhor se acaso as condições climatéricas para isso tivessem contribuído.