Monday, April 25, 2011

Porto Campeão mas sem Luz

No dia em que o Porto se sagrou campeão no Estádio da Luz, tal como os benfiquistas temiam, tem-se assistido a episódios inéditos que vão ficar para sempre gravados no Grande Compêndio Das Histórias Hilariantes E Insólitas Do Futebol Português.

Antes desse apetitoso jogo marcado para essa noite, houve um Guimarães-Sporting para a luta do terceiro lugar que terminou com uma igualdade a uma bola.

A equipa de Manuel Machado entrou muito mal no jogo, dando a iniciativa ao Sporting que também não estava a jogar por aí além. Apenas estava a fazer um pouquinho mais porque o adversário o estava a consentir.

O Sporting adiantou-se no marcador através da cobrança de uma grande penalidade algo duvidosa que foi convertida por Matias. A turma de Alvalade chegou ao intervalo em vantagem. Podia-se dizer que o resultado era justo.

Destaque no Guimarães para a titularidade de João Pedro. O jovem brasileiro não estava a fazer nada por aí além, no entender da equipa técnica, e foi substituído pelo também brasileiro Edgar ainda antes da meia hora de jogo. O Jogador Número Quarenta E Dois do Guimarães reagiu muito mal à substituição, pegou numa bola e pontapeou-a com violência contra o banco de suplentes da sua equipa. Logo ali levou uma reprimenda por parte dos responsáveis vitorianos. Só não levou um par de estalos porque parecia mal estarem-lhe a bater em público.

Mas para quê estarem a castigar o pobre do Joãozinho? Ele simplesmente se estava a mostrar aos responsáveis da equipa que, por acaso estava a jogar contra a sua. Como recentemente até houveram umas eleições e tudo, e estas até ficaram marcadas por actos de selvajaria, e como o comportamento que ele teve até é bastante normal entre os jogadores do Sporting quando são substituídos, o pobre do Joãozinho simplesmente está a fazer pela vida e já mostra que está a aprender com afinco a “mística” daquele clube que nem juízo ganha.

Com as substituições efectuadas pelo seu treinador, o Guimarães entrou para a segunda parte empenhado em alterar o resultado.

A defesa do Sporting esteve muito segura nesta partida e foi adiando o golo do adversário o mais que pôde. Só nos minutos finais é que o Guimarães chegou ao golo que já merecia por intermédio de João Paulo.

O prato forte da jornada estava agendado para o Estádio da Luz. Cabia ao Benfica evitar a todo o custo que o Porto não festejasse o título no seu estádio.

No Benfica, Jara jogou no lugar de Cardozo e Airton jogou a lateral-direito, imagine-se. Por que raio é que o nosso treinador tem sempre de inventar qualquer coisa sempre que joga com os tripeiros? Não percebo!

O Porto colocou-se em vantagem logo nos instantes iniciais do jogo por intermédio de Guarin. Roberto, que parece estar a voltar aos tempos que o notabilizaram pela negativa no início da época e que talvez tenham sido decisivos na perda do título, teve imensas culpas no lance. O espanhol é mesmo um fiasco.

O Benfica ainda empatou na cobrança de uma grande penalidade por Saviola a castigar uma falta de Otamendi sobre Jara. E por que raio é que também não é sempre o Saviola a marcar as grandes penalidades? Os falhanços de Cardozo também ajudaram ao fracasso da conquista do campeonato. Saviola tem mais segurança e mais calma. O Cardozo quando parte para a bola já vai com uma sofreguidão e a fervilhar que Deus me livre.

Ao intervalo, com um empate a um golo no marcador, Jorge Jesus tirou os argentinos Aimar e Jara e fez entrar César Peixoto e aquele jogador de quem eu não gosto nada que se chama Óscar Cardozo.

O paraguaio, no seu pior, viria a ser expulso. Não percebo por que é que este jogador tão indisciplinado, que só joga bem quando quer, ainda não foi vendido à primeira colectividade de caceteiros que mostrasse interesse nos seus préstimos. Para o lado do Porto, Otamendi também foi expulso. O Benfica poderia ter aproveitado a superioridade numérica se aquela criatura não voltasse a equilibrar o número de jogadores em campo com um lance completamente despropositado, como aliás, são sempre os lances infelizes protagonizados por ele. Mais valia ter ficado o Jara ali a jogar os noventa minutos!

No Benfica ainda há a registar a lesão de Airton que nem sequer devia ter jogado ali, na minha opinião, mas eu não sou treinadora do Glorioso.

De grande penalidade, Hulk apontou aquele que foi o golo do título. Estavam contentes, os portistas, pelo gozo que dava festejar o título em casa do mais directo rival, só que...

Após o final do jogo, apagaram-se todas as luzes e o sistema de rega foi accionado. Este episódio jamais será esquecido pelos adeptos do Futebol e figurará como um dos mais insólitos a que se assistiu. Refira-se que este jogo esteve envolvido noutra polémica também a roçar o anedótico. Os responsáveis do Benfica proibiram os adeptos do Porto de entrarem com toda a espécie de objectos que os identificassem. Essa medida colocou os portugueses com um rasgado sorriso na cara de tão hilariante que foi.

Era para evitar distúrbios? Não é por trazerem as camisolas azuis e brancas vestidas, envergarem os cachecóis ou empunharem as bandeiras que vão deixar de causar problemas. Eles quando estão infiltrados nas claques dos outros clubes, com as camisolas dessas colectividades envergadas, são tão ou mais perigosos do que se envergassem a sua própria pele. Veja-se o que aconteceu em Braga ou em Paços de Ferreira recentemente. O próprio presidente do Benfica reconheceu que os actos de agressão foram obra de jagunços, adeptos de outra equipa infiltrados. Essa equipa era o Porto. Mesmo completamente nus, os adeptos do Porto serão sempre os mesmos.

Penso que, apesar de tudo, o Porto venceu bem esta edição da Superliga. O Benfica entrou muito mal e aqueles pontos perdidos nas jornadas iniciais foram fatais. Quando o Benfica se encontrou finalmente, o Porto continuava na senda da regularidade e não mais escorregou para permitir a nossa recuperação. Porto e Benfica são as duas melhores equipas portuguesas mas o Porto manteve sempre o nível exibicional alto do princípio ao fim.

P.S.: O Vitória de Guimarães rescindiu o contrato com o atleta João Pedro em virtude do acto de indisciplina por ele protagonizado no jogo frente ao Sporting.

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