Monday, August 31, 2020

“Saco De ossos” (impressões pessoais)



Eis-me de volta aos livros do meu autor favorito que já toda a gente que me acompanha sabe que é Stephen King.

Também estou de volta, por acaso aos arredores daquela localidade que esteve presente no livro que li no mês passado e se chama Casttle Rock.

Por acaso o livro que li no mês passado datava de 1993. Estes acontecimentos ocorrem cinco anos depois nos arredores da cidade onde alguém tinha aberto aquela loja manhosa com aqueles produtos á medida de quem os via.

Desta vez  é narrada a história de Michael que e um escritor famoso que fica viúvo de prepente. Sua mulher Jo morre de repente enquanto se precipita para fora de uma farmácia para presenciar um acidente que não teve grande impacto. Jo tinha um aneurisma que rebentou naquela altura.

Michael vê-se confrontado por um estranho pânico de cada vez que tenta escrever. Ao mesmo tempo, vê-se assolado por sonhos inexplicáveis que vão aumentando de terror.

Depois de passar umas merecidas férias, ele muda-se para a casa que é cenário dos seus sonhos nos arredores de Casttle Rock. A casa pertenceu a Sarah, uma artista negra de blues que foi muito famosa no início do século.

Os sonhos intrigantes começam a incomodar Michael até ao dia em que encontra a deambular pela estrada uma criança com três anos de idade. Imediatamente se afeiçoa a ela e a sua mãe. O que ele não sabe é que forças deste mundo e dos outros se unem para lhe infernizar a vida quando ele tenciona adotar a menina.

Acontecimentos inquietantes e muito antigos assombram a pequena localidade. Sua falecida mulher junta-se aos fantasmas da casa.

Michael terá de lutar para salvar a sua vida e sobretudo a da criança que prometeu proteger. Para isso terá de encontrar algo. Um saco de ossos.

No caminho certo



Mais de seis meses depois, voltámos a treinar todos juntos.

Aguardávamos com particular ansiedade a chegada deste dia porque gostamos de  Desporto, de treinar e de estarmos juntos. O Desporto é reencontro, amizade, alegria.

O dia correu particularmente bem. Notava-se um clima de alegria. O sorriso de cada um de nós era a principal vitória. Aconteça o que acontecer em termos de pandemia, foi possível juntar todo o grupo com as naturais medidas de segurança e todos os cuidados necessários para a saúde de todos.

Foi bom assim dividir o grupo em dois para não estar muita gente a treinar ao mesmo tempo. Os grupos divididos também proporcionaram outra situação. Felizmente, tivemos várias pessoas a fazer o seu primeiro treino e, especialmente, há que destacar que, para além de mim, vieram mais três mulheres experimentar. Para mim foi um orgulho ver que outras mulheres seguem as minhas pisadas. Sinto que todo o trabalho que estou a fazer não caiu no vazio.

Espero que estes e estas atletas continuem e que no próximo mês surjam mais caras novas.

Também temos uma criança de oito anos inserida neste nosso projeto. Seria bom que todos os pais dos jovens portugueses com deficiência visual tivessem a preocupação de proporcionar aos seus filhos a prática de Desporto. Estamos a ficar sem atletas jovens. Na área da deficiência visual há uma preocupação com o futuro porque quando estes atletas tiverem de deixar a prática desportiva, não existem outros para a necessária renovação.

Como eu dizia, a divisão do grupo devido á pandemia vem proporcionar a que os que estão mais adiantados se desenvolvam mais e motiva quem está a começar de novo. Terão mais motivação para voltar da próxima vez.

Acima de tudo, é bom praticarmos Futebol e estarmos com os amigos a confraternizar.

Estamos no caminho certo.

Há que continuar!

Sunday, August 30, 2020

Carta aberta a Graça Freitas (sem Desporto, não há Saúde)



Ex.ma Presidente da Direção Geral da Saúde, dra. Graça Freitas,

Venho por este meio manifestar o meu profundo descontentamento com as normas emitidas há poucos dias para a retoma das modalidades ditas amadoras.

Sei que as normas desagradam a muita gente mas nós, ligados de uma forma ou de outra ao desporto adaptado e ao desporto de pessoas portadoras de deficiência ainda estamos mais agastados por um órgão do estado pura e simplesmente se esquecer de nós.

Os cidadãos portadores de deficiência já carregam o fardo de todos os dias enfrentarem as agruras de um mundo que não está pensado para satisfazer as suas necessidades especiais. O Estado, que nos devia proteger e proporcionar uma vivência plena dos nossos direitos de cidadania, por vezes é o primeiro a negligenciar esses direitos e necessidades.

Quando surge algo de novo, como é o caso destas contingências da pandemia, são criadas normas de exceção que voltam a cavar um duro golpe nos direitos que fomos adquirindo na nossa condição de seres humanos como os outros mas que temos de ter algumas condições especiais para exercermos os nossos direitos e deveres enquanto cidadãos.

Ao longo de décadas, os atletas portadores de deficiência lutaram muito e ainda continuam a lutar por simplesmente usufruírem do direito á prática desportiva que ainda se encontra aquém do desejável num país que pertence á União Europeia e apregoa ser um país civilizado.

Ao adotar estas normas de exceção perante a pandemia de covid 19, o desporto praticado por cidadãos portadores de deficiência foi tristemente esquecido. Atletas que tanto trabalham para participar em competições internacionais que tantas medalhas têm dado ao nosso país ou aqueles que simplesmente veem no Desporto uma forma de se sentirem vivos e capazes só se podem sentir desiludidos com uma instituição do Estado que devia zelar pela Saúde de todos.

Sendo o Desporto um dos principais veículos para um corpo e uma mente saudável, especialmente para quem tem uma deficiência, tal benefício é ainda maior. Particularmente para a deficiência visual que é o meu caso, a prática desportiva é mesmo fundamental para a autonomia motora e espacial.

Nós, que vemos mais uma vez um documento oficial do Estado a nos ignorar, não baixaremos os braços. As nossas vozes serão ouvidas até ensurdecer os nossos governantes.

Queremos ter pleno direito á atividade desportiva e, por conseguinte, a uma vida saudável e autónoma.

Cordiais cumprimentos: