Saturday, March 20, 2010

Primeira aventura a pé

Comecei bem cedo a minha saga de hoje. Sempre que chega o fim-de-semana e eu tenho de ir trabalhar num horário novo é sempre o mesmo pesadelo com os autocarros. O dez pára ou não no Palácio da Justiça? Nem todos lá param e, há duas semanas atrás, quase chegava atrasada, tudo porque um dez não parava onde eu estava.

Por causa das coisas, ainda os primeiros raios luminosos de um dia chuvoso se faziam sentir, coloquei pés ao caminho e tentei ir até ao Parque mas ninguém estava naquelas paragens para me indicar em qual delas o dez parava.

Já com os nervos em franja, até porque o programa do telemóvel ainda não estava a postos, voltei para trás e decidi ficar na paragem da Estação Nova. O autocarro demorou pouco e cheguei ao trabalho em cima da hora.

Da parte da tarde saí um pouco mais tarde e o horário do dez era um pouco mais cedo do que costuma ser nos dias úteis da semana. Já tinha planeado fazer o percurso a pé sozinha, depois de na passada quinta-feira ter tido uma aula de reconhecimento. Esperei até certa hora e o autocarro sem vir. Já tinha passado e só daqui a uma hora vinha o próximo. Ora aí estava uma bela oportunidade para me aventurar no percurso sozinha. Passar naqueles semáforos manhosos ia ser o momento mais crítico mas nada de extraordinário aconteceu.

Quando cheguei á Rua do Brasil, senti-me bem, como se acabasse de passar com distinção num qualquer exame complicado. Resta agora fazer mais alguns percursos durante o dia para conhecer melhor os obstáculos do caminho. Quando vier tempo convidativo a andar a pé, aproveito e faço uma boa caminhada que bem preciso.

Friday, March 19, 2010

Andamos a criar selvagens

Ultimamente têm merecido destaque as notícias sobre casos de violência nas escolas de Norte a Sul do País.

A violência e coacção de vária ordem entre alunos tem merecido destaque, principalmente depois do suicídio de uma criança em Mirandela, alegadamente por os maus tratos a que era sujeito por parte dos colegas serem tais que o jovem não aguentou a pressão.

A violências nas salas de aula atingiu um tal estado que hoje em dia ser professor é uma tarefa árdua. Qualquer dia nem os educadores de infância estão imunes a reacções desajustadas dos seus pequenos alunos.

A última notícia chega de Gondomar e tem como protagonista uma menina de dez anos. Dez anos que esta selvagemzinha tem. Segundo consta, a professora terá chamado a menina á atenção por esta estar a riscar a mesa. Como ela continuou, a professora tirou-lhe a caneta. Provavelmente habituada a não dar satisfações a ninguém, a criaturazinha atirou-se à docente qual fera enraivecida saída de uma qualquer jaula do Jardim Zoológico. Das agressões constam pontapés, mordidelas e arranhadelas, bem ao estilo de uma iguana ou qualquer outro animal do género.

Mas afinal onde é que isto vai parar? De há alguns anos a esta parte passou a ser proibido os professores baterem ou castigarem os alunos. Os pais que batam nos filhos em casa já têm a Segurança Social, meia dúzia de psicólogos e assistentes sociais à porta de casa a avaliar se são ou não competentes de cuidar dos filhos e são ameaçados com a retirada das crianças do seio familiar para instituições. Se acaso algum professor mais antigo levanta uma mão que seja a um aluno que se esteja a portar mal, logo tem o encarregado de educação a fazer-lhe uma espera à porta da escola com ameaças, se não for com uma caçadeira ou algo do género.

Os senhores psicólogos acham que assim é que está bem e o Governo também. Castigar as crianças só com a privação de fazerem o que gostam e nada de bofetadas, mesmo que estas não assumam as dimensões de tareias monumentais como via as minhas vizinhas apanhar até irem parar ao hospital. Agora nem levantar a mão se pode ao menino porque ele fica traumatizado, não rende na escola, pode entrar em depressão e tudo o mais que se possa imaginar. O resultado é uma tremenda falta de respeito para com os outros e a sensação de impunidade, de que se pode e deve fazer tudo o que se quer.

As crianças de hoje, com três ou quatro anos de idade, já pensam que mandam. Andamos pela rua, pelos supermercados, por restaurantes ou cafés e vemos miúdos birrentos , se possível a espernear no chão porque os pais não lhe querem comprar o que eles querem, porque o pai escolheu peixe assado no forno e o menino queira bife com batatas fritas ou porque simplesmente viu passar na rua um miúdo com um determinado brinquedo e a criaturinha quer, por artes de magia, que apareça um igual aqui e agora.

Chegam aos dez anos e já mordem e arranham na professora só porque ela disse:
- “Não se risca a mesa!”

A partir dos doze, senão antes, esperam ansiosamente pelo intervalo ou pela hora da saída para brindar aquele miúdo com quem todos gozam com socos, pontapés e ameaças.

Aos quinze são capazes de estar a jogar computador ou a brincar com o telemóvel na sala de aula. Quando a professora lhes tira o “brinquedo” partem como touros enraivecidos para cima dela, murmurando ameaças de que vão dizer ao paizinho e que ele amanhã vem á escola fazer a folha á professora que nada pode fazer para impedir que a molestem.

Estes alunos saem das escolas. Não têm aproveitamento satisfatório nem habilitações para integrar o mercado de trabalho, são viciados em tudo e mais alguma coisa, pensam que não há limites para nada e tornam-se cidadãos violentos, delinquentes, pessoas para quem provavelmente a vida do outro não vale nada. Assim a criminalidade vai aumentando e os cidadão de amanhã andarão sempre desconfiados uns dos outros.

Bela educação temos hoje instituída! Passámos de uma escola em que se castigava por tudo e por nada para uma escola altamente permissiva, sem regras e onde o desrespeito por aspectos fundamenteis da dignidade humana é regra.

Para onde caminha Portugal com estes futuros cidadãos? Para o abismo, provavelmente.

José Cid em Coimbra



Centenas de pessoas deslocaram-se ontem à noite ao Teatro Académico Gil Vicente para assistir ao concerto do conceituado cantor bairradino José Cid. A receita deste evento destinava-se à ACAPO.

Todos nós estivemos presentes e animámos a festa ainda antes de o concerto, que tinha o seu início marcado para as nove e meia da noite, se iniciar. Aliás, ainda pela hora de almoço já algumas vezes mais ou menos afinadas trauteavam canções memoráveis de José Cid.

E chegou finalmente o momento em que o cantor subiu ao palco. Primeiro começou por cantar canções menos conhecidas, o que já estava a desesperar a plateia. Foi na quarta canção que o público vibrou. José Cid cantou “A Rosa Que Te Dei” e toda a gente pôde assim aquecer a voz.

José Cid foi acompanhado também de outros artistas que convidou. O destaque foi para Gonçalo Tavares que participou no Festival RTP da Canção deste ano. O seu úlltimo sucesso que faz parte da banda sonora da novela da TVI “Meu Amor” foi também cantado em dueto com um jovem cantor convidado que reside em Cantanhede.

José Cid também brindou os presentes com alguns momentos de humor através de pequenas histórias contadas no seu estilo inconfundível. Sob o pretexto de, quase no final do concerto, satisfazer o desejo de ouvir e cantar a famosa canção “Favas Com Chouriço” o cantor animou a plateia contando a história do dia-a-dia de um seu amigo lá para o Norte. Toda a plateia irrompeu em gargalhadas.

O espectáculo não podia terminar sem que se cantasse “Na Cabana Junto À Praia”, curiosamente a música preferida de o meu vizinho cantar quando há karaoke na terra. Toda a gente cantou e se divertiu.

Foi uma noite em grande!

Thursday, March 18, 2010

Manifestação estúpida



Por acaso ontem vi o noticiário da RTP 1. Nem sempre dá para ver mas ontem, para variar, fiquei a par do que se estava a passar no País e no Mundo. Já não se fala em catástrofes naturais. Tudo voltou ao normal e passa-se meio noticiário a falar de Política, nomeadamente das eleições no PSD.

Na Tailândia houve uns malucos (não podem ter outro nome) que fizeram uma manifestação contra o primeiro-ministro local. Até aqui nada de novo. Todo o povo tem o direito de se manifestar, de fazer greve e assim demonstrar a opinião contrária à do Governo. O que causa indignação é a forma como o grupo opositor demonstra a sua revolta.

Um grupo de manifestantes que se intitula “Camisas Vermelhas” resolveu recolher sangue de elementos do próprio grupo, segundo percebi, e arremessá-lo em sacos como aqueles que existem nos hospitais para serem doados a quem precisa contra a residência do primeiro-ministro. Em pouco tempo, as paredes da casa ficaram num estado deplorável. Parecia que ali tinha havido uma batalha, um massacre ou algo do género.

Enquanto os hospitais em todo o Mundo lutam todos os dias com a escassez de sangue, estes tailandeses resolvem deitá-lo à rua, literalmente, em vez de fazer algo de útil. Se um dia qualquer um daqueles indivíduos estivesse num hospital a morrer com falta de sangue, eu queria ver o que ele pensaria. Bem, eles são tailandeses e já vi que comem répteis enormes. Não é de espantar que não se preocupem com isso como qualquer ocidental se preocupa.

O curioso nesta história dos grupos da oposição ao Governo tailandês é que outro grupo da oposição são os “Camisas Amarelas”. Por certo haverá os “Camisas Verdes”, os “Camisas Azuis” e de todas as cores do arco-íris.

Aqui em Portugal está fora de hipótese uma forma de protesto semelhante por questões óbvias, digo eu. Mais facilmente se arranjava um protesto semelhante usando, em vez de sangue, dejectos humanos ou animais, ovos podres ou fruta já pronta para o lixo. A casa do Sócrates ia ficar linda!

Wednesday, March 17, 2010

O alarme

Se eu não gosto nem por nada de ouvir ambulâncias a passar e outros barulhos enquanto durmo, pode-se dizer que logo fui viver para o pior sítio da cidade que pode haver. Passam ambulâncias com os alarmes ligados, carros da polícia também a fazer imenso barulho com as sereias e autocarros que chiam à sua passagem.

Pela primeira vez desde que trabalho, hoje tinha de entrar ás sete da manhã e coloquei o telemóvel a despertar para as cinco. De referir que o telemóvel tinha o brinquedo novo da aplicação que me permite saber os horários dos autocarros amarelos da cidade. Esteve todo o dia ligado e de madrugada resolveu pedir de comer. Com medo que ele não despertasse, lá tive eu de me levantar para o pôr a carregar.

Desde que trabalho, passo as noites com medo que seja tarde para me levantar. Que por qualquer motivo o despertador não tocou ou que não o ouvi. Quando acordo tenho a mania de ver as horas. Acreditem, sou capaz de ver as horas aí umas dez vezes por noite sem exagero. Sou mesmo obcecada em chegar a horas ao trabalho e ai de mim se chego um minuto que seja atrasada.

Para além do stress de acordar cedo, outros condicionalismos me impediram de ter uma noite calma. Primeiro sonhei com alguém que tinha morto o namorado que por acaso era holandês. Desconfiava-se do crime mas não se tinha a certeza. Estive algum tempo a sonhar com isso até que aquele alarme que mais parecia uma ambulância resolveu tocar e me infernizar a vida.

Da primeira vez que aquilo começou a fazer barulho, fazia-me uma confusão enorme na cabeça que fervilhava. Tinha a sensação de estar acordada mas não estava. No meu sonho aquele alarme era uma ambulância que insistia em me incomodar com os semáforos ligados por mais que eu fechasse os olhos, enfiasse a cabeça debaixo dos cobertores ou cerrasse os estores da janela. Por mais que tapasse os ouvidos, o barulho até aumentava em vez de diminuir. Acordei. Ouvi que era um alarme, consultei o relógio, constatei que ainda era cedo e voltei a adormecer.

A porcaria do alarme deve ter voltado a tocar. Então tive um sonho um tanto semelhante a um mítico sonho que aqui descrevi. (ver texto “Foi horrível”). Sonhei que lá em baixo na rua tinha havido uma grande catástrofe. As ambulâncias não paravam de chegar para socorrer as vítimas e havia muito barulho de outros veículos que se concentravam. Eu assistia pela janela.

Afinal já tinha sido um atentado que provocou uma explosão. Em que ficamos? Ficamos que nada disso aconteceu. Quando eu acordei e consultei novamente o relógio o alarme estava a preparar-se para parar de tocar mas não tardaria a voltar à carga.

Quando voltei a adormecer e o alarme voltou a fazer das suas, sonhei que o barulho do alarme (desta vez era mesmo o alarme no sonho) era tão insuportável que todo o meu prédio se levantou e foi reclamar para a rua. Não sei se alguém se levantou mesmo. Aquilo estava a ser de mais e assim continuou.

De referi que passei de autocarro para o trabalho e o alarme continuava a tocar. Já não o podia ouvir. Ainda bem que ia para longe!

Só espero ter uma noite mais tranquila, se possível sem alarmes a perturbarem o descanso de quem trabalha arduamente como eu.

Tuesday, March 16, 2010

Tive de vir pelo meio da estrada



Como a foto documenta, este veículo de grandes proporções encontrava-se justamente onde não devia. Estava a poucos metros da ACAPO.

Não sabiam estacionar o camião noutro lugar onde não atrapalhasse quem passava? É que os passeios foram feitos para as pessoas que andam pela rua a pé, que faz muito bem à saúde, para que possam circular sem ter de andar pelo meio da estrada que, essa sim, foi feita para os veículos.

É que já começa a ser hábito este tipo de veículos estar a obstruir a passagem das pessoas. Ainda por cima nesta rua é onde está situada a sede da ACAPO e muitos deficientes visuais passam por ali. Sinceramente, eu queria ver a cara da pessoa que teve a péssima ideia de estacionar ali a camioneta quando já fosse um velho coxo ou cego e tivesse de passar por uma rua onde estivesse uma camioneta semelhante a obrigá-lo a vir pelo meio da estrada. Eu havia de estar presente e havia de dizer:
“O senhor não se lembra de andar a conduzir um camião igual que estava estacionado na rua onde os deficientes visuais tinham de passar? Até lhe tirei uma foto e publiquei num blog. Até tive de passar pelo meio da estrada, sujeita a ser atropelada por um qualquer carro que passasse no momento. Bem feita se agora está a passar pelo mesmo!”

E o velho lá ia a tentar recordar-se das vezes em que estacionava o seu camião em cima dos passeios e ouvia das boas. Quando teve de passar pelo meio da estrada, com o seu passo arrastado, eis que veio um autocarro dos amarelos e o atropelou.

Ainda vou pensar se hei-de enviar esta foto para o programa “Nós Por Cá”. Até gostava de ver a cara do indivíduo a ver o programa e a reconhecer a bela da sua camioneta a passar na TV com o som de fundo daquela música bem cómica.

Que acham? Envio ou não?

Monday, March 15, 2010

Marianito



Quis o destino que o Mariano Gonzalez contraísse uma lesão grave logo no Estádio Cidade de Coimbra e contra a minha Briosa. Ele que da outra vez marcou aquele golo que deu origem a um texto aqui neste mesmo blog (ver texto “Vodu para Mariano”).

Juro que não fui eu que lhe roguei a praga para que ele sofresse esta lesão que lhe vai comprometer o resto da época. Eu ainda não sou como o meu pai que deseja que os jogadores adversários do Benfica se lesionem, de preferência, que partam uma perna. Fui desportista e sei o quanto é amargo um atleta não poder fazer aquilo de que mais gosta. Sei por experiência própria que os períodos de lesão são tempos difíceis e em que nos sentimos até algo deprimidos. As pragas que eu roguei ao Marianito naquela noite até foram algo cómicas e sem consequências de maior.

Confesso que até fiquei um pouco triste porque até curto o Marianito apesar de não ser portista. Por acaso ele até herdou aquela camisola onze que há uns anos fora de outro jogador do Porto que eu punha sempre aparte quando dizia mal dos portistas- o Drulovic. Quando ele deixou o Gil Vicente para assinar pelo Porto, chorei baba e ranho porque o queria no Benfica. Quando o encontrei, dei-lhe um cromo para ele autografar em que ainda envergava a camisola do Gil Vicente. O tempo passou e, para meu contentamento, o Drulovic acabou por vestir também a camisola onze do Benfica. Valeu a pena esperar tantos anos!

Ao Marianito, acho-o engraçado. Aquele jeito dele é inconfundível. E agora com quem vou eu quezilar? Não queria que ele se lesionasse. Juro que não queria. Vão passar-se muitos jogos sem o ver por ali naquela ala, qual herdeiro do Drulovic mas com outro registo futebolístico. E agora a quem mando eu aquelas bocas cómicas que me saem de improviso e das quais eu própria me rio bastante?

Espero muito sinceramente que ele recupere rapidamente e que na próxima época volte em força, nem que seja a estragar a festa aos meus clubes.

Volta rápido, Marianito! Os relvados portugueses precisam de ti.

Como é bom acordar e ver que não me partiram o computador!




Nem a sonhar me livro das frutas e dos legumes. Sonho com mil e uma qualidades de alfaces, com frutos de várias cores, formas e tamanhos e com muito mas muito trabalho que será o que me espera em mais um dia.

O que eu não espero ao acordar é que olhe para cima da mesa e veja que o ecrã do meu computador portátil está partido como no sonho. Foi assim:

Estava a ver um jogo do Porto de há uns anos atrás no computador. Eis que alguém me empurra e o computador cai ao chão e parte. Apesar de ainda ligar, não dá para ver nada. A menos que se segure no ecrã por cima. Estava pior que estragada. Ainda bem que o despertador tocou e pude constatar que se tratava de um sonho.

Sonhos para lá de estranhos



Escusado será repetir o quão estranhos, incómodos e surpreendentes são alguns sonhos. Como agora o meu tempo é escasso para actualizar este blog, passemos sem demora à tentativa de descrição de mais uma noite muito agitada.

Pelo que eu me consigo lembrar, parece que uma senhora que eu conheci já há uns anos a esta parte adormeceu ao volante e provocou um acidente com uma ambulância. Havia um senhor de nome Vítor que vestia umas calças castanhas e uma camisa azul que diziam que estava morto. Fui para lhe mexer e ele deu-me um pontapé involuntário na minha perna direita. Senti uma espécie de choque, de arrepio.

Estava a arrumar uns vegetais quando me disseram que os espaços onde eu os estava a colocar tinham sido reservados por alguém. Eu protestei que isso não poderia ser mas logo disseram que a pessoa que os reservou havia pago uma avultada quantia.

Estava a ver as fotos de uns ciclistas. Tentava identificar um mas não conseguia. Lembrava-me vagamente dele mas não o conseguia identificar. Usava uma barba muito espessa e uma camisa azul (já é o segundo que me aparece de camisa azul). Mandaram-mo ir buscar para…cortar. Ali não era uma morgue mas sim a padaria. Ele era feito de pão brasileiro e não de carne e osso. Era também pequeno demais para ser uma pessoa adulta. Disseram-me como tinha de proceder e eu lá trouxe o homem feito de massa de pão amarelo para junto de onde se corta o pão com um cobertor que, por acaso, está na minha cama. Acordei. Ainda faltavam duas horas para me levantar. Estive alguns minutos a pensar nesta última parte do sonho. Estava confusa.

Voltei a adormecer e agora o sonho virou para a minha terra e para a minha família. Havia muitos gatos e cães lá em casa e eu tinha de os recolher a todos para dentro de casa. Estava uma noite fria e dava o relato de um jogo entre o Nacional e o Marítimo que, apesar de animado, ainda estava empatado sem golos. Do lado do Nacional alinhavam uns jogadores que eu não conhecia. Admirei-me de haver tantos reforços.

A minha irmã ia-se embora também nessa noite mas ia com um casal desconhecido. Despedi-me dela com um beijo. A minha mãe disse-me então que eu tinha falado imenso enquanto dormia.

Não sei se foi por esta ordem mas sonhei também que liguei o computador fixo que tenho em casa e ele não arrancou à primeira, tal como faz o portátil quando esta frio. Resmunguei que cada vez estava mais frio e que já estávamos quase no verão. Quando finalmente liguei o computador, fui ao Hattrick e fui ver por curiosidade se o meu colega de série que era um batoteiro de primeira ordem ainda por lá andava. Constatei com grande contentamento que há mais de um mês que ele não punha lá os pés.

Agora ia de noite pelas ruas com um cão. Para afugentar o medo ia cantando a canção deste vídeo enquanto passava numa zona mais escura da rua. Depois parei a brincar com o cão já perto de casa.

Quando cheguei a casa, a minha mãe esperava-me. Tinha tirado todos os sacos que eu havia deixado para depois voltar a levar. Tinha-os guardado para algo de útil como guardar o lixo ou a roupa suja. Isto foi motivo para discussão. É engraçado que nos sonhos bato e mordo na minha mãe com a raiva! Na realidade não passamos de palavras. No meio da discussão ela insultava-me e chegou mesmo a afirmar que foi por atitudes como estas que a minha avó morreu de ataque cardíaco. Eu contra-argumentei dizendo que nessa fatídica data eu era ainda uma criança e que até poderíamos estar a brincar. Voltei a acordar sem ouvir o som do despertador do telemóvel com a música do Gato Fedorento.

Ainda adormeci mais uma vez mas nada sonhei até o despertador tocar. Já chegava de sonhos estranhos.

Impressões pessoais deste livro





No dia em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, por coincidência, concluí a leitura dum livro de uma colecção de poemas e contos de Maria Teresa Horta.

Esta escritora e jornalista que foi muitas vezes censurada pelo Antigo Regime e até condenada nunca deixou de lutar pelos direitos de todas as mulheres portuguesas, nem que para isso tivesse de pagar um preço muito elevado como a censura das suas obras ou mesmo a condenação.

Confesso que pessoalmente não gosto muito da sua forma de escrever. Penso que é um defeito de todos os escritores de Língua Portuguesa usarem muitos adjectivos e exagerarem nas descrições. Talvez a excepção seja mesmo Paulo Coelho.

Também não aprecio muito este tipo de literatura, por isso tento sempre alternar entre livros de cariz variado para não me aborrecer. Demoro um pouco mais a lê-los por não me despertarem grande interesse mas tenho mesmo de ler obras variadas para poder opinar sobre tudo e mais alguma coisa.

Falando dos poemas de Maria Teresa Horta contidos neste livro, acho-os demasiado ousados até para os dias de hoje e compreende-se como naquela altura o Estado Novo a tentou silenciar. Tratam-se de poemas simples e todos com o erotismo e a sensualidade sempre presente. A forma como a escritora diz tanto sobre uma relação sexual em tão poucas palavras surpreendeu-me.

Sem dúvida uma das maiores percursoras do feminismo num Portugal a viver os últimos anos de ditadura. Gabo-lhe a coragem por enfrentar tão ousadamente as ideias conservadoras e retrógradas do Poder instituído á data da publicação destes poemas.

Monday, March 01, 2010

A minha companheira do McDonald’s de há tempos

Já aqui tenho contado histórias bem interessantes de sonhos que se vieram a realizar. Muitos demoraram anos, outros meses, outros semanas e este demorou alguns dias ( ver texto “McDonald?s pouco acessível”).

Na altura penso que referi que talvez a origem deste sonho se devesse ao facto de ambas estarmos a tentar agarrar o emprego. Agora eu digo outra coisa: este sonho terá sido dos mais premonitórios que alguma vez tive. Penso que nenhum sonho se veio a tornar tão decisivo como este e hoje lembrei-me muitas vezes dele.

Inicialmente a entidade empregadora tinha de escolher de entre uma de nós duas qual ficaria. Na passada terça-feira quando foi conhecida a decisão saberíamos que uma de nós ficaria de fora.

Houve uma enorme surpresa quando nos foi comunicado que ficaríamos as duas, indo a minha colega para outra filial da mesma empresa. Houve uma enorme festa entre nós e hoje lá fomos cumprir as formalidades. Enquanto ela não faz trabalho de reconhecimento no local para onde vai, fica comigo. Eu estou a ajudá-la no que é necessário.

No final do nosso primeiro dia, saímos juntas e eu não resisti em lhe dizer:
- “No outro dia sonhei que ia exactamente assim de braço dado contigo, tal e qual como estamos agora, para um McDonald’s de S. Martinho do Porto. A diferença foi que no meu sonho era de noite”

Comecei a descrever o sonho enquanto amos a caminho da paragem. Tínhamos ambas de ir tratar de uns documentos à Loja do Cidadão e fomos juntas. Foi aí que se fez noite e que viria, minutos depois, a descobrir que aquela noite descrita no sonho não era em S. Martinho do Porto.

As mesmas luzes laranja, o mesmo Céu acabado de escurecer, a mesma atrapalhação com o caminho. Não foi ao McDonald’s que ela foi. Foi a um outro restaurante também com umas letras vermelhas e brancas. Foi lá que a deixei antes de vir para casa.

Enquanto caminhava pela rua, ia pensando no que acabava de acontecer. Parecia que estava escrito algures que tínhamos de andar ali juntas, apesar de o sonho indicar um local diferente. O que pareceu absurdo na altura, agora é uma feliz realidade. É o sinal de que fomos trabalhar juntas.

Como foi possível um sonho tão disparatado e tão despido de sentido tornar-se agora uma chave importante no rumo das nossas vidas? Ou eu tenho poderes sobrenaturais e não sei, ou o nosso subconsciente tem, de facto, poderes premonitórios. É que já ouvi contar histórias incríveis a outras pessoas sobre sonhos importantes que tiveram de saltar do subconsciente e se adaptar à realidade.

Adoro estas coisas que permanecem um mistério e, à medida que vão acontecendo certos episódios, cada vez me vou apaixonando mais por este nosso lado que desconhecemos totalmente mas que afinal nos envia mensagens cuja descodificação por vezes se torna difícil.

“A Dama do Lago” (impressões pessoais)



Mais uma obra que eu adorei e, pela primeira vez, acertei no desfecho da história que desde o princípio previ que era assim.

Raymond Chandler foi o autor desta obra policial que conta a história da investigação de um presumível desaparecimento de uma mulher. O detective incumbido de procurar a mulher parte para o local de onde ela desapareceu. Conversava com um indivíduo cuja sua esposa alegadamente fugira no mesmo dia quando ambos avistaram um cadáver de mulher num lago. Como a defunta trazia os objectos pessoais da mulher do dono da casa, ele identificou-a como tal sem saber que a mulher com quem casou era uma criminosa sem escrúpulos e que continuava viva a cometer crimes.

A mulher que se encontrava no lago era afinal a mulher do cliente do protagonista da história. A mulher que a matou e que viria a fazer-se passar por ela viria a ser morta por um polícia que fora seu marido e que a procurava também.

Trata-se de uma história apaixonante com um pouco de humor pelo meio pela maneira como o protagonista relata as suas peripécias. É um livro que eu recomendo vivamente a quem gosta de livros policiais e de mistério.

Futebol de nus



Depois de descrever tantos sonhos, eis que os leitores mais atentos perguntam: será que esta criatura não tem sonhos eróticos? Toda a gente tem desses sonhos que por vezes conduzem à loucura mas a Toupeira Dum Raio não é uma criatura normal?

Pois bem, eu de facto tenho sonhos eróticos como todas as pessoas que existem à face da Terra mas nem sempre me digno a admitir que tais perversidades acontecem comigo enquanto durmo.

É a pensar nos seres normais que ficam a remoer sobre o meu subconsciente mais escondido que vos trago um curto sonho que se pode considerar de teor pornográfico.

Eu, o meu pai e o meu vizinho estávamos a ver televisão. Iria dar um jogo de Futebol entre duas equipas espanholas. Até aqui tudo bem. O pior foi quando os jogadores entraram em campo. Estavam todos tal como vieram ao Mundo, se bem que essa expressão seja um tanto ou quanto descabida. Ninguém vem ao Mundo daquele tamanho.

O meu pai queria apagar a televisão, o meu vizinho ria-se enquanto que eu ficava absorta a olhar para tanto homem nu. Eram só gajos bons que por ali andavam e não sabia qual deles o mais bem apetrechado.

Quem acabou com a minha festa foi a equipa de arbitragem que mandou os jogadores todos colocarem uma túnica para poderem tapar o que a Mão Natureza tão generosamente lhes deu.

Sempre os árbitros a estragarem tudo! Por que não se despem também?