Wednesday, January 31, 2024

“Chamem alguém!”

 

O despertador tocou ás seis da manhã mas eu coloquei-o depois para voltar a tocar ás sete. Uma hora que foi suficiente para fabricar este sonho que se revestiu de um realismo impressionante.

 

Regressei á sala de aulas que todos conhecem. Será uma mistura de todas as salas de aulas que frequentei ao longo do meu percurso académico que foi bem longo.

 

A minha irmã estava na mesma sala que eu e os alunos estavam em fila para entregarem um teste ou um trabalho. Eu estava numa das mesas da frente e aguardava para deixar passar os colegas  que vinham de trás para depois me colocar na cauda da fila.

 

Envergando umas vestes vermelhas, a minha irmã vinha nessa fila e chegou a poucos metros de onde eu estava. Quando se abeirou da mesa logo atrás da minha, apertou a barriga com um horrível esgar de dor, agarrando-se com a outra mão á mesa.

 

Depois já era da cabeça que se queixava.  Sentindo que se passava algo, as pessoas que estavam á frente dela logo desfizeram a fila e puxaram a cadeira que estava nessa mesa para ela se sentar.

 

Eu comecei por não ter reação ao que estava a presenciar. Foi tudo tão repentino…Depois aproximei-me e vi que as coisas podiam ser sérias. Toda a gente que estava na sala continuava a rodear a minha irmã e, incrivelmente, não se chamava socorro. Foi então que eu perguntei:

_Não se chama alguém???!!!

 

Foi proferindo estas palavras que ouvi ao fundo o despertador tocar mais uma vez.

 

“Baiôa Sem Data Para Morrer” (impressões pessoais)

 

De regresso ao que por cá se escreve, é a primeira obra de rui Couceiro que leio. Viajamos até gorda e Feia bem no coração do Alentejo.

 

Neste livro muito bem escrito e que consagra rui couceiro como um exímio contador de  histórias fala-se da desertificação do Interior, de aldeias povoadas por velhos e do êxodo da população mais jovem para as grandes cidades. Numa aldeia alentejana tem-se a sensação de regredirmos no tempo. A forma como o autor descreve as roupas dos personagens é disso exemplo.

 

É a história de alguém que faz o caminho inverso. Vem da cidade para se curar do uso abusivo do  telemóvel. Vai então para uma aldeiazinha que é uma completa pasmaceira. Onde não se passa nada…ou passam-se coisas estranhas.

 

Mal chega a gorda E Feia, o protagonista trava amizade com Joaquim  Baiôa. Ele mostra-lhe estranhos escritos de um médico já falecido que colocou as datas da morte em todos os  habitantes da aldeia, menos em Baiôa. Em muitos acertou mas houve outros que não morreram de morte natural.

 

De uma forma caricaturada, rui Couceiro alerta para o abandono das pessoas de mais idade em pequenas aldeias. Gente que já está morta mesmo antes de ter morrido.

 

Um livro que adorei ler.

 

Monday, January 29, 2024

Maçãs e peras

 

Sabores mesmo em sonhos.

 

Este pequeno sonho foi quase na hora de acordar mas fiquei com o sabor destas iguarias na boca.

 

Sonhei que tinha visitado um país no Norte de África e havia uma sala, um restaurante ou um refeitório com muita gente.

 

Havia uma mistura de cores e sabores. Do forno saíam constantemente enormes tabuleiros com fruta assada e lustrosa, envolta numa cauda de açúcar que tinha um sabor inigualável. Dois homens tomavam conta desses tabuleiros que iam substituindo á medida que íamos devorando a fruta verde e brilhante.

 

Eu escolhia as peças de fruta e ia comendo até que não houvesse amanhã.

 

Tinha ainda a mão estendida para o tabuleiro para apanhar uma pera quando acordei.