Sunday, September 30, 2012

Dia Mundial do Coração 2012 (photos)













Dia Mundial do Coração 2012

Depois de não ter participado no ano passado neste evento, regressei este ano. O dia ajudou-nos com sol e temperaturas agradáveis para a caminhada.

A concentração este ano foi na Praça 8 de Maio. Antes das nove da manhã já havia uma multidão compostas por gente de todas as idades (e até por cães) pronta para participar nesta iniciativa.

O descontentamento era generalizado. Este ano não havia oferta de t-shirts vermelhas. Mais um dos cortes implementados pela Troica? É nestas pequenas coisas que já se nota que algo vai mesmo muito mal neste nosso Portugal.

Com ou sem t-shirts, o evento começou com a actuação de um grupo de concertinas e o já tradicional yoga do riso, seguido de alongamentos antes de começar a caminhada propriamente dita.

A caminhada não foi difícil. Talvez a maior dificuldade residisse no facto de haver imensa gente a participar e termos de andar com cuidados redobrados. De resto, o percurso não teve grandes dificuldades. Tirando o facto de se terem descido escadas por duas ocasiões, nada de mais complicado houve que ultrapassar.

Antes da formação do coração humano no Parque Verde, participei pela segunda vez numa aula de yoga. Eu não sei se isto é normal mas, sempre que participo numa actividade como esta, fico com imenso sono. Gostaria de saber se é só comigo que isso acontece.

Desta vez não fui directamente para casa dormir, embora a minha vontade fosse essa. Havia as sopas para o almoço.

Claro que iria comer um caldinho verde, que gosto bastante. Depois ainda comi sopa de peixe que estava a fazer grande sucesso. Estava deliciosa. Também adoro sopa de peixe.

Estive a conversar com dois amigos ainda antes de me ir embora mas a moleza provocada estranhamente por mais uma sessão de yoga já se apoderava de mim.

Fui para casa ouvir a tarde desportiva mas foram mais os momentos que passei a dormir do que os que passei acordada.

Tenho de começar a fazer uns exerciciozitos de yoga antes de me deitar. É tiro e queda. Evitavam-se muitas noites mal dormidas.

Friday, September 28, 2012

“Dove Sei” – Laura Pausini (Música Com Memórias)



Recuemos dezassete anos no tempo! Exactamente à mesma hora a que agora escrevo estas linhas. Recuemos até ao meu décimo nono aniversário em 1995 que teve a particularidade de ser festejado com os meus grandes amigos na Rádio Província.

A minha mãe tinha levado um bolo e uma garrafa de champanhe lá para a rádio para tudo estar pronto quando eu e a minha irmã saíssemos das aulas.

O dia de aulas terminou e fomos ter à rádio com a Cristina Silva- uma grande amiga minha e da minha irmã. Já nos conhecíamos antes e ali a amizade foi solidificando. Já há uns anos que não a vejo. As nossas vidas tomaram outro rumo. Seria uma das pessoas que desejaria reencontrar.

Ao contrário do que acontece hoje, estava uma bela tarde de sol há dezassete anos atrás. Lembro-me que tirámos algumas fotos nas imediações da rádio antes de partirmos o bolo e bebermos um copo.

A Cristina estava a fazer o programa. Ainda era o mesmo que ela fez durante todo o Verão quando eu lá estive. Ela perguntou à minha irmã que música deveria passar para mim e ela não soube responder. Perguntou-me o mesmo a mim.

O CD da laura Pausini dava os primeiros passos na senda do sucesso. Uns dias antes, eu tinha gravado numa cassete uma música dessa cantora italiana mas não sabia o título. Tinha o CD na mão e pensava que música teria eu gravado há uns dias atrás. Pedi-lhe que fizesse a pré-escuta do CD, que logo reconheceria a música.

Por acaso não foi necessário ouvir o CD todo. Se a memória não me falha, esta era logo a segunda faixa.

Foi assim que nunca mais me esqueci do nome desta música e hoje recordo-a dezassete anos depois noutro aniversário em que a escuto novamente para recordar. Não a escuto numa cassete áudio como tinha, nem num CD. Na altura não imaginaria jamais que hoje, dezassete anos volvidos, estaria a ouvir esta música num computador, usando a internet e numa plataforma chamada Youtube.

O terror das lojas

Sonhei que eu, a minha irmã e uma nossa amiga tínhamos partido num périplo pelos santuários do consumo. Este é o resultado.

Lembro-me de andar num rio de águas pouco profundas a tentar desesperadamente apanhar um barco que ia para qualquer sítio aonde eu queria muito ir. Como vão ver mais adiante, para ir até ao local onde se passam estes sonhos, a estrada serve muito bem. Mas por que é que nos sonhos há sempre a tendência de complicar? Fazia um esforço imenso por achar a abertura do barco sempre em movimento para entrar. Ao fim da enésima tentativa, lá consegui.

Estávamos numa SportZone algures. Não era em Coimbra. Eu experimentava peças de vestuário. Mas como é que o meu subconsciente adivinhou que está de chuva? Eu só experimentava peças de vestuário impermeáveis e tinha escolhido algumas para levar. Uma delas era um blusão azul-celeste que eu trazia na mão. O chão da loja estava molhado e bastante sujo. O blusão escorregou-me das mãos e foi parar ao chão, ficando imundo.

A dona da loja ficou furiosa, apesar de eu insistir que levaria o blusão na mesma e que o lavaria em casa. Se eu o pagava, para que é que ela se estava a insurgir contra mim? Foi tecendo comentários a quem estava presente na loja em que barafustava imenso dizendo que , se pudesse, não teria problemas em correr-nos dali para fora sempre que nos visse entrar. Dirigia-se especialmente a mim.

Fomos para uma espécie de vestiário experimentar peças de vestuário. Realmente já tinham desarrumado parte da loja. De outra porta surgiu a minha mãe que ainda nos começou a defender perante a dona da loja.

Rumámos a um Pingo Doce lá para os lados do Ribatejo onde havia uma festa tremenda. Ali não se faziam compras naquele dia? Eu tentava adivinhar quem era quem ali. Ninguém estava fardado. Ninguém ali estava a trabalhar. A loja (a mesma com que sonhei há tempos que era ultramoderna) estava completamente diferente do sonho de há tempos. Estava colorida e engalanada. Alguns artistas foram convidados e fez-se de uma sala uma espécie de sala de espectáculos.

A certa altura, apareceu…Leonardo. Sim. O cantor brasileiro irmão de Leandro. Penso que no sonho os terei confundido. Que disparate! Um artista internacional a cantar numa pequena superfície comercial aqui em Portugal. Envergando um casaco de cabedal castanho, quase avermelhado, o cantor apresentava um ar muito trigueiro de pessoa do campo. Recordei no meu sonho que essa família, antes de se ter destacado na música, tinha-se destacado na plantação de tomate. Isto é verdade, estranho foi eu olhar para ele no sonho e recordar o que ele foi no passado. Começou por cantar esta música, que eu até tenho no meu mp3 actualmente.



Leonardo arrependeu-se e começou a cantar uma música bem brejeira, para condizer com o seu ar de campónio, uma canção nordestina que nunca lhe tinha ouvido.

A sala ficou vazia. Leonardo ficou sozinho a cantar a sua música. Todos os meus colegas da loja tinham de ir almoçar a horas. Havia que picar o cartão, vestir, almoçar rápido…

A certa altura, fiquei eu na sala juntamente com a minha irmã e a nossa amiga mas isso foi por pouco tempo. Leonardo ficou mesmo sozinho com a sua música.

Atravessámos uma rua estreita e entrámos numa pequena loja de perfumes. Elas queriam comprar perfumes mas não sabiam o que adquirir. A loja tinha pouco para escolher.

Elas tinham escolhido um perfume à base de frutos selvagens ou lá o que era. Eu não tinha ali nada para escolher inicialmente mas acabei depois por achar um que me agradava. Quando me preparava para o ir pagar, elas disseram que se tinham de ir embora porque não tinham ali nada para comprar. Sempre era melhor fazerem-se esse tipo de compras em Coimbra ou em Aveiro.

Eu pensei que ainda há dias tinha comprado uma água de colónia da Adidas (foi verdade). O perfume que eu queria custava vinte euros e eu tinha quarenta na carteira que tinha levantado ontem. Bem, por agora não precisava mesmo de nada.

Acordei. A manhã apresenta-se algo nublada neste dia especial.

Thursday, September 27, 2012

Estilhaços

Fui a pé para casa, apesar de estar a ficar cada vez mais escuro. Foi um instante enquanto cheguei a casa. Apesar de vir carregada, fiz uma boa média.

Iria passar um fim de semana em casa, com toda a tranquilidade. Também tinha começado a chover logo nessa noite e não havia mais nada para fazer, para além de descansar.

No Domingo haveria um almoço de Cozido à Portuguesa. E eu que detesto isso. Só o cheiro me enfastia. Que horror! Ainda por cima tinham ocupado os lugares todos e eu não queria ir para o fundo da mesa porque depois tenho de passar. Não tenho paciência para ficar ali sentada à mesa sem ser para comer. Normalmente como, vou para outro sítio e volto depois quando é servido outro prato.

Fui para um lugar onde me sentia apertada. Não me apetecia comer Cozido mas comi alguns pedaços de carnes variadas e uma dura orelha de porco. Estava eu a mastigar a orelha de porco, quando dou conta de que um dente me tinha partido e caído no prato. Primeiro não sabia que dente era mas depois lá descobri. Mais uma despesa extraordinária no dentista.

Como atrás referi, assim que acabei de comer, levantei-me para me ir sentar num sofá ou noutra cadeira. Ao levantar-me, apoiei o braço na cabeira e toquei com o ombro na prateleira onde se encontrava o telefone e uma série de ornamentos que caíram com grande estardalhaço. Alguns estilhaçaram-se todos e o telefone saiu do incidente incólume. Se ouvissem o estardalhaço medonho que aquilo fez…Toda a gente que estava animadamente a conversar parou.

Chovia. Sentia-me irritada por não saber o que fazer. Se havia de ir naquele dia à tarde ou no outro dia de manhã. Acabei por ficar.

Fiquei a ouvir o resto da jornada futebolística com o Benfica e a Académica a empatarem a dois golos.

Por acaso não apanhei chuva na segunda-feira de manhã. Apanhei foi lama na estrada. Ia sem música. O meu mp3 estava sem bateria. Cortei a noite e meti-me ao caminho para mais uma semana de trabalho que até me tem estado a correr bem.

Wednesday, September 26, 2012

Impressões pessoais a obra de Manuel Alegre



Nasci e cresci a ouvir falar de Manuel Alegre, não apenas como político, mas também como poeta e escritor. De sua autoria conhecia apenas esta música que é muito lembrada e cantada em Coimbra.



Hoje chegou a oportunidade de ler outras obras de Manuel Alegre. Primeiro um conto e depois um conjunto de poemas, embora não me agrade muito ler poesia.

O conto retracta uma época conturbada da história recente de Portugal e que Manuel Alegre viveu intensamente. A época que antecedeu o 25 de Abril, os anos que o antecederam. É a história de um casal apaixonado, mas separado essencialmente pelas ideologias políticas. A família de Cláudia era pró-Regime e a de Xavier era apoiante dos revolucionários.

Nos seus poemas, noto que há um saudosismo em relação á Pátria. Recorde-se que Manuel Alegre viveu exilado devido às ideias que defendia.

A leitura desta pequena obra foi positiva, embora seja fã de outro tipo de obras.


Friday, September 21, 2012

O vermelhão de Xandão

O Sporting não foi além de um empate a zero ante o Basileia em Alvalade no arranque da Liga Europa. O jogo fica marcado pela expulsão de Xandão ainda no início da segunda parte. Vamos então às notas deste encontro.

Carrillo está no chão mas acho que já se levanta e já joga.

Cedric tem o primeiro remate digno desse nome mas sai ao lado.

O central Dragovic do Basileia cria perigo. Anteriormente, reclamou-se uma falta por assinalar para grande penalidade de Park sobre Elias.

Este Jogador Número Catorze do Basileia antigamente usava o cabelo rapado. Agora não usa. Nem o estava a reconhecer.

Rojo vê o primeiro cartão amarelo do jogo por falta sobre um adversário.

Van Wolfwinkel remata para a defesa do guarda-redes suíço. Ainda é canto.

O Sporting cria perigo antes do intervalo. Capel cai na área e torna-se a reclamar grane penalidade. Chega-se ao tempo de descanso com uma igualdade a zero.

Carrillo começa a segunda parte com um remate por cima.

Xandão vê o cartão vermelho directo por falta sobre Streller que seguia isolado e de forma perigosa na direcção da baliza. Este cartão é bem mostrado. Nada a dizer.

Que sorte agora! Stoker estava isolado mas também estava fora de jogo.

Marcelo Diaz remata de muito longe mas a bola vai à barra.

Ouvem-se assobios. Daniel Carriço entra e Elias sai.

Por falta sobre Marcelo Diaz, Gelson Fernandes vê mais um cartão amarelo.

Este Jogador Número Catorze do Basileia – o Stoker -é um excelente jogador. Até me admiro de ele jogar nesta equipa já há uma data de anos. Agora meteu Pranjic autenticamente no bolso.

Alex Frei remata para defesa de Rui Patrício.

O Sporting cria agora perigo com dois remates consecutivos na mesma jogada.

Sai um forte aplauso das bancadas de Alvalade para o cartão amarelo que o árbitro israelita exibe a Park. Já que não há golos, os adeptos têm de aplaudir alguma coisa, não acham?

Há agora um remate de Valn Wolfswinkel com pouca força que o guarda-redes do Basileia defende sem dificuldade.

Entra agora no Basileia o tal jogador camaronês que os comentadores estão fartos de dizer que é muito perigoso e que o Sporting vai ter grandes problemas com a sua entrada. A ver vamos. Enverga a Camisola Trinta E Um.

Carrilo tenta a sua sorte num remate para defesa do guarda-redes do Basileia.

O Jogador Número Trinta E Um do Basileia remata de forma muito murcha para Rui Patrício segurar. Termina este jogo sem que o marcador tivesse mexido. O Sporting volta a não convencer e volta a empatar.

Fora uma jornada europeia que não correu bem às seis equipas portuguesas. Só o Porto conseguiu vencer o Dinamo de Zagreb por 0-2. O Benfica empatou em Glasgow com o Celtic também a zero e o Braga perdeu em casa com os romenos do Cluj por 0-2.

Na Liga Europa, o Marítimo também empatou a zero com o Newcastle e a Académica foi à Republica Checa perder por 1-3 com o Vitoria onde joga o antigo jogador do Sporting Pavel Horvath. Lembram-se dele? Treinava com duas camisolas para emagrecer. Pelos vistos não resulta. Ouvi dizer que está cada vez mais gordo…e parece que marcou o golo do empate da sua equipa frente à Briosa.


Thursday, September 20, 2012

“O Terror” (impressões pessoais)




Confesso que estava curiosa e expectante em relação a esta obra. Gostaria de compreender como é que o autor colocava elementos da Natureza, nomeadamente animais, a serem agentes de terror.

A obra passa-se no tempo da I Guerra Mundial em zonas rurais britânicas onde normalmente não acontece nada. Mortes em circunstâncias misteriosas aumentam de dia para dia e a população vive em pânico, temendo ser a próxima vítima da face misteriosa e oculta desse terror.

Em tempo de guerra, naturalmente que as culpas recaem no inimigo mas há pontas soltas, há sempre pontas soltas, em torno de cada teoria formulada pelos personagens.

Por fim, o terror passa, e o médico da aldeia chega à conclusão de que, por qualquer factor desconhecido, os animais de várias espécies, normalmente afáveis e inofensivos, se revoltaram contra o Homem. Talvez por verem o Ser Humano a perpetrar a guerra.

Uma vez que o final da guerra trouxe também o despertar das politicas socialistas, não será também esta obra uma metáfora da revolta dos mais fracos contra os mais fortes?

A leitura desta obra foi extremamente positiva e agradável. A ideia dos animais domésticos como veículos do terror foi muito bem imaginada.

Wednesday, September 19, 2012

Hulk não levou as vitórias

O Porto estreou-se da melhor maneira na Liga dos Campeões ao vencer o Dinamo de Zagreb por 0-2. Lucho Gonzalez e Defour foram os autores dos golos portistas num jogo que era aguardado com enorme expectativas, pois era o primeiro sem Hulk.

Por causa das coisas, o Porto até já joga de negro. Não, o Porto está a jogar de branco e com umas camisolas bem estranhas. São às riscas?

James remata de muito longe, de pé esquerdo, mas ao lado. O Dinamo de Zagreb responde por intermédio do brasileiro Sammir.

Remate ao lado do jogador que teve uma ténue passagem pelo Nacional da Madeira. Eu lembro-me vagamente dele. Não –me é estranho.

Que falhanço agora do guarda-redes do Dinamo de Zagreb! Jackson Martinez também não aproveita. E, enquanto eu escrevo, o Porto chega ao golo por Lucho Gonzalez. Estamos com quarenta e um minutos de jogo e este golo é mais do que merecido porque o Porto tem dominado o jogo.

O intervalo chega com a vantagem do Porto mais do que justa por 0-1. Entretanto parece que o Zenit até perde, o que leva a depreender que Hulk não transporta as vitórias para onde quer que vá.

De canto, o Dinamo de Zagreb cria perigo. De livre, aliás. Desse livre é que resulta depois um canto muito perigoso que Helton defende.

O Dinamo de Zagreb carrega nesta segunda parte mas James ia marcando parra o Porto de pé esquerdo. O guarda-redes ainda defende.

Ia sendo agora golo do Jogador Número Vinte E Um do Dinamo de Zagreb que veio agitar aqui as hostes. Nem sei como a bola não entrou.

Kleber para fora. Ele que acabou também de entrar.

Atsu- outro que saiu do banco- remata para o guarda-redes do Dinamo de Zagreb defender.

O remate agora foi de Defour. Pouco tempo depois deste remate, o Jogador Número Trinta E Cinco do Porto viria mesmo a marcar o segundo golo da sua equipa já em tempo de compensação.

O Porto segue em segundo lugar no grupo porque o PSG de Ibrahimovic bateu o Dinamo de Kiev de Miguel Veloso por 4-1, penso eu. Sei apenas que marcaram mais golos do que o Porto.

Penso também que se confirmou a derrota do Zenit de Hulk. Desta vez não deverá ter sido assim tão incrível.

Tuesday, September 18, 2012

Uma chinfrineira infernal

Esta é mais uma das muitas histórias que aqui já narrei sobre ambulâncias que fazem imenso barulho a altas horas da noite e alteram o rumo do sono de quem está a descansar. Mas afinal não era proibido as ambulâncias fazerem tanto barulho a horas mortas da madrugada?

Acordei sobressaltada e sem saber onde estava. Por momentos julguei estar na minha terra. Realmente, se passasse uma ambulância a fazer tanto barulho, era o suficiente para toda a gente acordar e sair à rua assim mesmo como estava.

Ouvi a ambulância que passou realmente na estrada no meu sonho. O seu barulho estava-me a incomodar e a atormentar bastante. Ouvia uma voz a pedir desculpas pelo barulho que o veículo ia a fazer mas o caso era muito urgente. Para além do barulho, a voz anunciava que a ambulância ia com os semáforos ligados no máximo e a alta velocidade. Eu não via luz nenhuma porque a estrada é cá em baixo.

Até julguei que era mais cedo. Faltava uma hora para o despertador tocar. Ainda voltei a adormecer.

Monday, September 17, 2012

Estranhas ocorrências lá por casa e não só

Sonhei que estava uma noite sombria. Uma noite algo estranha. Não sei explicar por que é que tudo estava diferente.

Ouvia música no velho rádio lá de casa, como antigamente. As luzes estavam apagadas, também como antigamente. Estava tão embrenhada a ouvir música que, de repente, o mundo da imaginação me assolou, tal como sempre acontece quando estou embrenhada a ouvir música.

Pareceu-me ter ouvido a minha própria voz na rua. Mas que estranho! Chamei a minha mãe com uma voz monstruosa que não era a minha. A minha mãe apareceu também transformada num ser monstruoso. De repente, algo se apoderara de nós. Era como se outro espírito se tivesse apoderado dos nossos corpos e neles tivesse entrado, enquanto o nosso próprio espírito vagueava fora do corpo, e nos transformava em seres diabólicos que se esgrimiam e lutavam. Acordei a lutar com a minha mãe.

Noutro sonho, os animais morriam todos em circunstâncias estranhas. Havia cães pequeninos que morriam de estranhas doenças e outros animais também que padeciam de várias enfermidades.

Também me lembro de um CD com faixas de quarenta minutos ou mais cada uma. Credo! Devia ser mesmo enfadonho.

Para terminar em beleza, percorria a pé…ou melhor…a rastejar, umas ruas bastante estreitas por onde estou mais do que habituada a passar em sonhos.

Como se pode comprovar, foi uma note bem animada.

De calções na Serra da Estrela













Abriu oficialmente a época de caminhadas 2012/2013 e logo com uma emocionante jornada na Serra da Estrela onde percorremos um percurso que foi desde a Lagoa Comprida até ao Vale do Rossim.

Como as previsões meteorológicas apontavam para mais um dia quente, fui de calões fazer a caminhada. Iria haver vegetação pelo caminho, isso já se sabia, mas o calor seria mais difícil de suportar do que uns quantos arranhões.

Não fui a única a pensar assim e a temer o calor. Algumas pessoas foram também de calções ou corsários. Os arranhões nas pernas até são saudáveis. Fazem parte do contacto que nem sempre temos com a Natureza por passarmos grande parte do tempo na cidade, trancados em gabinetes. Isso é que não é lá muito saudável mas ainda não inventaram o escritório ao ar livre.

O percurso não era fácil mas, se fosse fácil demais, também não tinha piada para quem gosta da aventura como eu. Havia pedras e caminho irregular por toda a parte e vegetação que dificultava os movimentos.

Quedas? Houve duas, uma em cima de uns arbustos que me fizeram tropeçar e outra num percuro muito foto onde havia buracos. Enfiei o pé num desses buracos e lá fui eu.

Foi divertido e agradável mais esta jornada de caminhada. Já tinha saudades disto para injectar uma dose extra de ânimo e energia para enfrentar mais uma semana de trabalho.


De trás para a frente


Sonhei que havia uma corrida algures. Era já de noite e a minha irmã tinha ido ver a prova.

Éramos imensos a participar nessa corrida que levava um ritmo tão lento, tão lento, mas tão lento, que até me ia a fazer impressão.

Era já noite cerrada quando se vislumbrou o final da prova. Eu, que vinha na cauda do grupo, passei uma data de concorrentes e ganhei a prova sem que ninguém tivesse notado a súbita mudança de ritmo.

Friday, September 14, 2012

E se Portugal não se apurasse para o Mundial?

Música maestro…que sou incapaz de redigir uma linha que seja sobre este assunto sem uma banda sonora apropriada.




É incrível! Foi com enorme estupefacção que fiquei a saber que uma delegação da Federação Portuguesa de Futebol já viajou para o Rio de Janeiro para sondar eventuais hotéis e centros de estágio que acolheriam a Selecção de Todos Nós no…Mundial 2014.

Quando é que começou mesmo o apuramento para o Campeonato do Mundo de Futebol do Rio de Janeiro? Há uma semana? Então para quê tanta pressa? A menos que fossem negociar já com os construtores para construírem um monumental centro de estágio bem à medida do ego dos nossos jogadores, equipada com uma suite bem luxuosa para o Cristiano Ronaldo e uma cozinha enorme para se cozinharem os petiscos do agrado dos nossos craques. Só se for isso. Já que o centro de estágio que tanto prometem construir cá em Portugal está a demorar (ou nunca chegue a ver a luz do dia com esta crise), os nosso dirigentes federativos façam como milhares de portugueses e mudam o seu quartel -general para o Brasil.

É melhor não fazer a festa antes do tempo. Está bem que vencemos os dois jogos que realizámos mas os adversário eram só o Luxemburgo e o Azerbaijão. Contra o Luxemburgo até trememos um pouco e fomos surpreendidos. Não há necessidade de tanta euforia e tanta precipitação. Isso ainda vai acabar por dar mau resultado.

E o que pensam os brasileiros do facto de os tugas, ainda no início do apuramento para o Mundial, já andarem a ver hotéis, campos de treinos e centros de estágio? Certamente já inventaram as suas anedotas. Com certeza que já.

Meus senhores, ainda faltam dois anos. Ainda só realizámos dois jogos e contra as equipas mais fracas do grupo. Muita coisa pode ainda acontecer. Muita água correrá por debaixo da ponte, muitas tempestades e vendavais se erguerão.

E se o Mundo acabar mesmo em 2012 como dizem as profecias? E se Nostradamus estiver certo uma vez mais? para quê se preocuparem com o que virá daqui a dois anos? E se Portugal atravessar uma crise tal, que nem para o Futebol haverá dinheiro. Da maneira que as coisas estão, qualquer dia a austeridade bate também à porta da FPF.

E se Portugal simplesmente não se apurar? Se a bola teimar em não entrar, se os jogadores mais influentes se lesionarem ou tiverem uma quebra de forma…o que dirão depois os brasileiros que nos viram a passear no Rio de Janeiro a uns longínquos dois anos de distância da competição a escolher instalações para o alojamento da Selecção? Mais uma barrigada de gozo sem que para isso houvesse necessidade.

Têm medo que as outras selecções venham, escolham os melhores centros de estágio e os nossos jogadores façam birrinha por considerarem o alojamento disponível uma espelunca? Estamos em tempo de vacas magras. Não podemos ir para o Estrangeiro fazer vida de ricos, tal como aconteceu no Europeu passado na Polónia e na Ucrânia em que fomos a selecção que mais gastou em alojamentos, quando há portugueses a passar fome ou a trabalhar para depois vir o Governo e lhes tirar o que tanto custou a ganhar.

Daqui a dois anos conversamos. E talvez se oiça fado em vez de samba.

“”Uma Questão Pessoal (impressões pessoais)


Bem, temos aqui uma grande história. Uma história que nos leva a pensar, a reflectir e a pensar no que faríamos se viesse a acontecer algo semelhante connosco.

No meu caso específico, essa situação não se aplicaria, uma vez que seria inevitável poder vir a ter filhos com deficiência, dada a natureza genética do nosso problema. Os futuros pais sem qualquer anomalia que lerem esta obra ficarão a pensar no que fariam no lugar do personagem que se vê a braços com o nascimento de uma criança completamente diferente das outras.

É também interessante o facto de este escritor japonês escrever este livro um ano depois de ter sido ele próprio pai de uma criança com deficiência. Pode-se considerar então isto uma obra autobiográfica.

Há que referir que estamos nos anos sessenta e os factos são vividos no longínquo Japão com uma outra cultura e uma outra mentalidade. Também é ponto assente que qualquer Ser Humano teme o desconhecido e esse temor transforma-se em resistência e repulsa pelo objecto estranho.

Ao perceber que o seu filho não é como as outras crianças, o personagem desta obra faz de tudo para se livrar daquilo a que chama um monstro, precisamente pelo desconhecimento que tem acerca da deficiência. Ele pensa que será melhor o seu filho morrer. Naquela altura nascer-se com problemas era um passaporte para uma vida sofrida e infeliz. Hoje não é bem assim. Conheço pessoas com deficiências mais profundas que conseguem ser mais felizes do que eu e conheço pessoas perfeitamente normais que conseguem ser mais infelizes do que eu. Estas últimas eu não compreendo porque não sofrem dor física constante, não vivem com a ameaça de o seu problema regredir ainda mais do que já regrediu, conseguem-se deslocar em qualquer meio de transporte para qualquer lugar para trabalharem ou para verem os seus amigos, podem potenciar os seus talentos pessoais sem que ninguém coloque isso em causa e os impeça de os exercer…que querem mais?

O pai desta criança não toma as atitudes correctas mas, num último momento, coloca a mão na sua consciência e aceita o seu filho tal como ele é. Corre em frente para enfrentar os seus problemas juntamente com ele, com a sua mulher e com o resto da família.

A leitura desta obra foi bastante positiva. É uma temática que me diz muito por razões obvias.

Recuemos ainda mais no tempo, para a época da I Guerra Mundial, para ler uma obra diferente e não menos interessante. Sinceramente, tenho alguma curiosidade em relação a esta obra pelo facto de o autor recorrer a animais que vemos todos os dias para potenciar o terror. Será interessantíssimo.






Thursday, September 13, 2012

Até partir a cara

Sabendo a origem dos sonhos, mesmo dos pesadelos, é sempre um consolo que nós temos e deixa-nos de boca aberta ao vermos como o nosso subconsciente transforma o que é real num sonho com mais ou menos sentido.

Este sonho tem origem no facto de ter adormecido a ver o “5 Para A Meia-Noite” onde se falava de filmes de terror. Por acaso eu adoro ver filmes de terror.

Não me lembro exactamente em que moldes começou o sonho. Só sei que havia um evento astronómico qualquer que era muito raro e que exigia um ritual muito especial. Esse fenómeno já havia ocorrido algumas vezes e eu sempre acabava magoada mas não deixava de me mostrar empolgada por participar sempre que esse fenómeno estranho ocorria.

Chegou o grande momento. Fomos todos para a rotunda perto de minha casa. Realmente havia algo estranho no ar mas não sabia explicar o que é que estava a acontecer.

Pegando num objecto que parecia um martelo de lançar (se calhar até era mesmo um martelo de lançar) comecei a ganhar balanço e os meus pés começaram a abandonar a estrada. Rodopiava cada vez com mais força e o objecto, à medida que rodava, ia deixando um estranho círculo no chão. Era um final de tarde mas ainda não era de noite.

Depois de estar bem lá em cima, caí desamparada com a cara no chão e logo o sangue começou a escorrer. Ele saía especialmente pela boca. Parecia ter os dentes partidos.

Perguntaram se eu estava bem e eu ainda verificava se estava viva ou se tinha sofrido alguma lesão interna. Quem ali estava não deixou de enaltecer o facto de eu só me ter magoado na cara. Mas como havia sido das outras vezes então?

Acordei. Eram quatro e dez da madrugada. Voltei a adormecer e ia para continuar a sonhar com a mesma coisa quando o despertador tocou.

“The Captain Of Her Heart”- Double- (Música Com Memórias)



As recordações que esta canção me traz são algo…como hei-de dizer…


A história conta-se em poucas palavras. Uma senhora da minha terra, que depois foi viver para Anadia, suicidou-se tomando veneno quando já contava bastante idade. Uns oitenta anos talvez.

É crença generalizada, em qualquer parte do Mundo, que o espirito dos que cometem suicídio não tem descanso e anda por aí a infernizar a vida das pessoas. Anadia e arredores não seria Anadia e arredores se não se tivesse criado o boato de aparições do espírito dessa senhora a algumas pessoas. O mais consistente desses episódios terá tido como protagonista uma antiga empregada sua a quem ela apareceu e indicou terem sido desentendimentos com a sua filha que a levaram a se envenenar. A mulher ficou tão apavorada que teve de recorrer ao hospital.

Certa noite passava esta música na rádio e ouvia cochichos no terraço. Perguntei à minha irmã o que estavam a segredar e ela, no mesmo sussurro, contou-me que se estava a falar que o espírito da idosa tinha aparecido de novo.

A partir daí, sempre que passa esta música na rádio, não deixo de me lembrar disso.

Talismã Varela acaba com maldição de

Num estádio onde tradicionalmente a Selecção Nacional tem tido algum azar, Portugal venceu categoricamente o Azerbaijão por 3-0 num jogo em que, provavelmente, se terá batido o recorde de bolas a acertarem nos postes ou nas traves.

Ainda estamos nos instantes iniciais do jogo e a bola já não aguenta. Tem de ser mesmo substituída. Quem também não deverá aguentar é a selecção do Azerbaijão. Conta-se que os azeris sofrenam um surto gripal.

Através de um livre, o Jogador Número Quatro do Azerbaijão cria perigo. Não se concentrem, não!

O guarda-redes azeri, depois de ter demonstrado alguma insegurança no lance anterior, nega agora o golo a Raul Meireles.

A bola vai à barra após uma magnífica jogada da equipa nacional. É Postiga quem remata.

João Moutinho proporciona uma monumental defesa ao guarda-redes do Azerbaijão.

A bola vai novamente à trave. Na sequência do lance, reclama-se grande penalidade por falta do Jogador Número Cinco do Azerbaijão sobre Hélder Postiga mas o árbitro nada assinala. O jogador que alegadamente cometeu a falta sai imóvel em maca. Sempre descansa um pouco para o que vem a seguir. Deixem estar. Nada de grave lhe aconteceu.

Já perde tempo, o guarda-redes azeri. Este empate sabe-lhes que nem ginjas, se é que eles sabem o que isso é.

Entretanto há mais um lance perigoso de Portugal que não tem feito outra coisa que não atacar.

Agora a bola vai ao poste. E foi Postiga outra vez. Portugal ameaça.

Até que enfim! O guarda-redes azeri, que perdeu tempo de forma descarada sempre que repunha a bola em jogo, viu o cartão amarelo para ver se se despacha. Por causa das coisas, o árbitro polaco deu três minutos de compensação.

Mais outra perdida incrível de Portugal. A bola parece que se recusa a entrar e regista-se um injusto nulo no marcador ao intervalo.

Portugal começa a segunda parte tal como acabou a primeira- ao ataque.

Ambas as equipas estão agora reduzidas a dez jogadores por ter havido um choque de cabeças entre Bruno Alves e o Jogador Número Cinco do Azerbaijão. Uma espécie de pacto de sangue entre esses dois jogadores. Embora acidental, este é o primeiro round entre eles.

Agora é Cristiano Ronaldo que acerta no poste.

Ronaldo agora de longe para defesa incompleta do guarda-redes azeri. Ronaldo agora torna a falhar. E mais uma de Ronaldo para fora. Ouvem-se assobios. Para quem são? Não devem ser para Cristiano Ronaldo. Serão talvez para o guarda-redes que estará novamente a queimar tempo. Já se deve ter esquecido que tem cartão amarelo e é bom mesmo que ele se esqueça. Vendo o segundo, a equipa fica reduzida a dez e aí é mais fácil para nós.

Outra bola para fora rematada por Ronaldo. Entretanto no Azerbaijão entrou o …Izmailov. Deve ser um parente afastado do jogador do Sporting mas nem parecido é.

O jogador do Azerbaijão que há pouco se envolveu num lance com Bruno Alves apresenta a cabeça ligada. “Parece um queijo de Serpa” diz o repórter da RTP.

Entra agora Varela em campo. Isto vai animar.

Eu não disse! Varela entrou e marcou o golo de Portugal que tano estava a custar a aparecer em Braga.

Bruno Alves mostra o seu charme que o torna mundialmente conhecido e temido aos azeris. Desta vez a vítima é o Jogador Número Nove. Ainda com as marcas do duelo de há pouco bem frescas e bem visíveis, o Jogador Número Cinco do Azerbaijão vai lá abordar Bruno Alves, pedindo satisfações do que fez ao seu colega. Uma vez que o Jogador Númeo Dois de Portugal joga na Rússia e eu presumo que os jogos do campeonato russo serão transmitidos para o Azerbaijão é estranho ainda haver alguém como este artista que não conhece os dons de Bruno Alves para magoar. Não deve estar bem com a ligadura que já ostenta na cabeça. Se calhar ainda quer o nariz de esguelha e uns quantos pontos no sobrolho para exibir amanhã nas ruas e gabar-se de ter ousado meter-se com Bruno Alves.

Vai lançar, o homem de quem se fala, o Jogador Número Cinco do Azerbaijão. O tal que não deve conhecer o Bruno Alves. Parece um padeiro com aquela coisa branca na cabeça. Parece um concorrente do MasterChef ou lá como se chama aquele concurso de culinário que passa no Canal 1.

Ronaldo hoje não acerta uma. Mais um falhanço. Agora tenta uma bicicleta para defesa do guarda-redes.

Agora é Rúben Amorim quem empurra o Homem Da Ligadura Branca que se deixa ficar no chão. É um artista! Para completar o charme que está a espalhar cá por Braga, só lhe faltava mesmo apontar um autogolo. Isso é que era!

Depois de muito falhar, Postiga consegue um golo bem merecido.

Seria bom que Eder se estrasse pela Selecção em Braga. Penso que Paulo Bento lhe vai dar esse prémio. E aí vem ele na sua estreia com a camisola vinte de Portugal.

Bruno Alves faz o terceiro golo de Portugal. Sobe mais alto e marca. Melhor que o autogolo, só mesmo o golo de Bruno Alves para atormentar a noite ao Jogador número Cinco do Azerbaijão. Sonhará como o Bruno Alves seguramente.

Mas por que é que Ronaldo viu este cartão amarelo????!!! Já no final do jogo…Sinceramente.

Portugal venceu por 3-0 mas poderia ter ganho aí por uns oito ou nove, não fossem os inúmeros remates que acertaram nos ferros da baliza. Dois jogos, seis pontos. Para já estamos bem encaminhados.












Wednesday, September 12, 2012

Morte de cão

Como acontece na maioria das vezes, saio do trabalho, troco de roupa e saio para a rua para uma revigorante caminhada.

Envergando uma velha camisola da Selecção Nacional, caminhei pela cidade. Reparei que um cãozito preto andava em cima do passeio. Parecia algo desnorteado, sinal de que talvez tivesse sido largado na rua recentemente. Era notório que o animal não sabia andar na rua ordeiramente.

Caminhando à frente dos transeuntes, o cãozito preto tentava meter-se à estrada. Uma criança ainda gritou para que ele não atravessasse. Estava bom de ver que pouco tempo de vida teria aquele cão que teimava em seguir para o meio da estrada.

Eu própria lhe berrei algumas vezes quando o vi meter-se à estrada mas de nada valeu. Há uma ruela na Baixa que dá para as ruas vedadas ao trânsito e eu pensei corrê-lo para lá mas o cão estava atordoado e não obedecia a ordens, chamamentos, tudo o que fossem apelos humanos.

O cãozito negro afastou-se um pouco de mim e logo pressenti que ele tinha os minutos contados. Iria durar pouco, aquele cão com aquele comportamento. Só não sabia que o tempo de vida dele estava contado aos segundos.

Foi escassos metros adiante do local onde eu tive tais pensamentos que o cão finalmente atravessou a estrada numa correria desenfreada. Uma corrida para a morte.

Ao chegar sensivelmente junto daquele edifício onde está situada a Caixa Geral de Depósitos, em frente aos semáforos que dão para a rua sem carros, perto da Câmara Municipal de Coimbra, vi que um carro tinha parado. Do outro lado vinha um autocarro amarelo dos SMTUC e terá sido esse veículo que apanhou o cão que nem um som emitiu na hora do embate.

Quando olhei só vi uma mancha preta e imovel na berma junto ao edifício da Caixa Geral de Depósitos. Foi por isso que depreendi que foi o autocarro que o colheu.

É incrível. Em escassos segundos, um cão que corria cheio de energia à minha frente transformou-se, escassos segundos depois, numa mancha inerte do outro lado da rua. Quem o largou ali já sabia que pouco tempo iria ele durar com tanto movimento naquela zona da cidade. E o que é que essas pessoas mereciam? Por acaso o cão morreu instantaneamente mas podia não ser suficiente o contacto com um veículo para o matar logo. Sempre há gente inqualificável!

Meia hora depois passei para baixo e a carcaça negra e inerte do cãozito estava ainda no mesmo local onde fora parar depois de colidir com o autocarro.

Entretanto na Praça da República, estava outro cãozito morto. Tiveram o cuidado de o colocar onde não passavam carros. Era de uma cor indefinida, tal era a sujidade e os maus tratos. Não tenho a certeza mas julgo ter visto uma coleira no seu pescoço.

Palavras para quê? Estamos em Portugal onde tudo é permitido fazer aos animais.

“Colisão” (impressões pessoais)


Quando se pensa em Texas, logo se pensa em acção, tiros, violência. Apelidar de Texas um local é o mesmo que dizer que é um local muito animado, onde há discussões, disputas, pancadaria…Um livro cuja acção ocorre no Texas só pode ser um livro muito animado.

Esta é uma das obras mais interessantes que li em 2012. Como escritor natural do Texas, Jeff Abbott conta-nos uma história impressionante onde os vilões e os heróis se fundem e se confundem. Pensando bem, só há um herói nesta história e um sem- número de vilões que se perseguem e se eliminam uns aos outros em lutas ferozes e mortais para resolver com sangue questões mal resolvidas do passado.

Sempre adorei histórias de espiões, grupos secretos e afins. Com o tempero da acção, do aumento das vítimas e das reviravoltas, esta obra teve um interesse enorme para mim.

Nota mais do que positiva para esta obra. Penso que tenho ainda outras obras do mesmo autor. Espero que sejam tão ou mais empolgantes como esta.

Vamos sossegar um pouco e do Texas dos dias de hoje vamos até ao Japão dos anos sessenta com uma história comovente. “Uma Questão Pessoal” é o livro que já estou a ler e que promete da minha parte uma reflexão mais aprofundada, tendo em conta que é abordada a temática da deficiência e o dilema para um pai em lidar com um filho deficiente.


Catherine Walsh



Muita gente me perguntava se iria acompanhar os Jogos Paralímpicos. Como antiga atleta, achavam natural que eu o fizesse. Eu fui dizendo que talvez não acompanhasse a competição porque sempre acabaria por ver alguém conhecido. Alguém com quem confraternizei, alguém com quem passei momentos inesquecíveis, alguém que nunca mais voltarei a encontrar.

Uma coisa é deixar o Desporto por decisão própria, porque a idade já pesa, por opção de vida. Outra coisa é deixar o Desporto da forma como eu o deixei, por haver risco de perder completamente a visão por descolamento da retina. O Desporto a mim dava-me tudo. Dava-me o que a vida me tirou ou não me podia dar de outra maneira.. Dava-me a oportunidade de sair, de confraternizar, de me realizar enquanto Ser Humano. Enquanto andei no Desporto, foi-me mais fácil suportar o fardo da deficiências porque vivia simplesmente a minha vida como as outras pessoas vivem as delas.

Em 2008, a época dos Jogos Paralímpicos foi um suplício. Era para aí que tinha as minhas baterias apontadas. Assistir a provas dos meus amigos sem jamais os poder encontrar, desejando voltar a estar junto deles e não podendo magoa-me imenso. Não foi porque eu quis que isso aconteceu. Simplesmente aconteceu e eu não merecia uma coisa dessas. Assistir aos jogos Paralímpicos em 2008 foi difícil porque sempre via gente conhecida. A tristeza por ali não estar pesou imenso e desisti.

Este ano tudo estava a correr bem. Afinal de contas, os anos tinham passado e poucos atletas restavam dos que conheci. Foi até ver provas de Ciclismo em que estava a participar uma amiga minha.

Catherine Walsh é uma atleta da Irlanda que, tal como eu, também praticava várias modalidades desportivas. Conheci-a em 1998 no Algarve durante o Crosse das Amendoeiras. Lembro-me que na altura pensei que ela não via mesmo nada.

Voltei-a a encontrar um ano depois em Lisboa. Aí, no convívio que fizemos na despedida, um colega nosso do Norte já estava com uns copitos a mais e começou a dizer ordinarices em Português que eu não conseguia traduzir para ela. A ela eram destinadas as bocas. Ela começou por admirar-se de haver ali três atletas com o apelido Santos. Havia o António Santos (esse nosso colega), a Aida Santos e a Eunice Santos. Ela perguntou se éramos da mesma família. O Santos disse que sim e acrescentou alguns dados mais sórdidos. Eu ria-me e os outros nossos colegas portugueses também. A Kate viu que a conversa estava picante e, de um modo muito cómico, mandava calar o Santos que tinha vindo do Porto nesse último dia para a sua prova de lançamento do peso, bem a tempo de animar as hostes. Foi nessa animação que seguimos na mesma carrinha rumo ao hotel.

No dia seguinte, o Santos notou que eu falava com a Kate e disse para eu a chamar. Assim o fiz. Ele queira-lhe fazer uma proposta indecente mas na brincadeira. Comecei-me a rir por não saber traduzir para Inglês o teor dessa proposta. Por mais que pensasse nas palavras. Eram palavras bem portuguesas, digamos assim.

Voltei a ver a Kate em Vilamoura em 2000. É dessa altura que é esta foto. Lembro-me que ela partiu a meu lado no corta-mato. Nessa tarde andámos juntas. Lembro-me que queríamos passar por um local onde havia uma porta fechada que não consegui abrir. Ela abriu-a sem dificuldade. Eu e a minha falta de jeito.

A última vez que nos encontrámos foi em 2001 na Polónia. Lembro-me sobretudo de a ter mandado correr para cima enquanto eu também corria para cima, pelo lado oposto, tentando despistar o grupo fedorento dos iranianos.

Os iranianos, devido a questões culturais, não podiam ver uma mulher que logo lhes parecia uma ave rara. Já me tinham dito que eles eram assim. Eles davam-se com alguns dos meus colegas e eu também lá estava. Um deles logo engraçou comigo e eu até troquei lembranças com ele.

Nos dias seguintes, aparecia o grupo todo, cada dia com uma máquina fotográfica diferente, para tirarem foto comigo. No último dia, apareceram todos com uma máquina fotográfica muito sofisticada…mas com um cheiro insuportável. Até parece que não havia água no hotel para eles tomarem banho. Eu gostaria muito de ter visto a cara com que fiquei nessa foto (naquele tempo ainda não havia máquinas digitais). Certamente fiquei de nariz franzido devido ao cheiro horrível que aqueles corpos libertavam. Era justamente porque eles cheiravam mal que fugia deles.

Passado um pouco, eles chamavam-me mas viram a minha colega Catherine de calções curtos e ficaram indecisos sobre que caminho seguir. Ainda por cima ela estava com uns calções curtíssimos, o que para eles era algo do outro Mundo. Ao menos eu estava de fato de treino. Vendo o perigo, berrei à Kate que fugisse por cima. Eu trepei o lanço de escadas onde me encontrava. Eles ficaram parados. Eu ri-me com o efeito dos meus actos. Queria-os bem longe.

Foi a última vez que a vi. Vi-a agora a competir e, tal como em 2008, a tristeza apoderou-se de mim por não viver mais estes dias felizes.

Depois ainda pensei no Nélson Gonçalves que também participava nos Jogos. Lembro-me daquela noite em que eu, ele, a Aida e o seu treinador jogávamos às escondidas no quarto. Para enganarmos os parceiros, vestíamos a roupa uns dos outros enquanto a vítima contava para a induzir em erro. Quando chegou a vez de ser o Nélson a contar, o treinador dele sugeriu que saíssemos do quarto de mansinho. Ele ia falando alto enquanto nos procurava e nós escutávamos da parte de fora com mil precauções para não nos rirmos às gargalhadas. Tempos memoráveis que nunca mais voltam.

Há quem diga que eu sinto essa tristeza por inveja. Não, apenas me sinto triste porque me sentia bem ali e tudo isso me foi tirado. Foram tempos em que eu simplesmente me senti viva e realizada e senti que também eu tinha uma vida, não esse projecto de sobrevivência que sempre me acompanhou até então e hoje me acompanha.




Thursday, September 06, 2012

O despertar (violento) dos sentidos

Quando se pensa em pesadelos, pensa-se logo em imagens fortes, mortes, desgostos, angústias, mas esta vertente de sonhos sem estas componentes também não é nada agradável.

A noite de sonhos estava a correr de forma normal. Sonhei com um evento qualquer de Futebol que estava a ser transmitido na Antena 1 e com outras coisas de que não me lembro muito bem. A certa altura, tirei alguém de onde estava a chatear outro colega e obriguei-o a desempenhar uma qualquer tarefa de que não gostava. Tinha esse controlo. Digamos que pode ter-se tratado de um episódio de paralisia do sono mas ao contrário dos que me costumam afligir. Este terá ocorrido ao acordar.

Já sonhava com a minha pequena gata cinzenta que tinha fugido para o jardim de minha casa que estava severamente alterado oniricamente e onde havia uns seres que eram um misto de pequenas aves ou grandes insectos. Quando persegui a gata, uma nuvem daquelas coisas pousou sobre mim. Corri na direcção da ponte com eles entranhados num casaco vermelho que envergava e a morderem-me. As dores eram reais. Acordei com o corpo a fervilhar.

Não me lembro com que sonhei a seguir mas são lembranças bem nítidas, as do momento final desse sonho. De manhã bem cedo, estava no que podia ser o quarto da minha irmã lá em casa ou o meu quarto daqui. Vou mais para a segunda hipótese. O telemóvel tocou. Eu ainda tinha um pequeno telemóvel azul do qual já me desfiz há seis anos. Estranhei ser ainda muito cedo.

Atendi o telemóvel com o coração nas mãos. Do outro lado da linha atendeu-me a minha mãe mas logo foi substituída por uma voz que parecia a do meu vizinho a cantar uma estranha melodia aos gritos que me ecoava na cabeça e me fazia grande impressão. Desliguei o telemóvel com a cabeça quase a estoirar. O telemóvel tocou de novo. A cena repetiu-se, agora de forma mais violenta. Eu gritava o mais alto que podia. Estava a ponto de enlouquecer.

Acordei sobressaltada. A cabeça fervilhava. Gritos e vozes do sonho ainda ecoavam na minha mente. Estive algum tempo acordada. Eram cerca de quatro da manhã.

“Fix You”- Coldplay (Música Com Memórias)



Como esta música é relativamente recente, as memórias a ela associadas também não terão mais do que cinco ou seis anos.

Num dia de Verão, meti pés ao caminho e fui até Anadia para apanhar o autocarro para a praia de Mira. No autocarro umas senhoras lalavam de jovens que tinham sido atropelados quando andavam de bicicleta ou que tiveram acidentes. A conversa daquela manhã era sobre um miúdo aí com uns doze ou catorze anos que iria ser enterrado naquela tarde no cemitério de Anadia. Que bela conversa para início de manhã e para se ter quando se viajaria alegremente rumo à praia!

Aí por volta das cinco da tarde, tinha acordado de uma breve sesta ao sol. Um pequeno rádio cinzento que tinha estava sintonizado na RFM e estava a passar esta música. Não sei a que propósito, comecei-me a lembrar da conversa que tinha ouvido de manhã no autocarro e uma estranha melancolia invadiu-me. Demorou alguns momentos a passar.

Na altura eu não sabia como se chamava este tema, nem quem cantava. Soube essas infirmações muito recentemente e penso até que foi quando um concorrente de “A Voz De Portugal” o interpretou.

Por acaso eu não desgosto desta música mas vem-me logo à memória aquele dia, as macabras conversas num dia tão alegre e a melancolia que me invadiu ao acordar ao som deste tema.

Wednesday, September 05, 2012

Efeito dos incêndios no Céu

Estas foram algumas fotos captadas por telemóvel nos últimos dias. Portugal anda literalmente em chamas e, apesar de as situações mais críticas ainda distarem alguns quilómetros, o clima e a paisagem não deixam de ser afectados. O Céu fica







mais escuro e o Sol ganha uma tonalidade alaranjada.

Humberto Verde dá o seu melhor

A prestação do atleta Humberto Verde nos mundiais de juniores do Maxithlon que decorreram em Itália saldou-se por um décimo quinto lugar nos mil e quinhentos metros e por um vigésimo segundo nos oitocentos metros.

Os mil e quinhentos metros são a sua prova favorita e foi também a que correu melhor ao atleta luso que conseguiu bater o seu recorde pessoal, fixando agora a marca em 4.34.87. O vencedor foi o italiano Patrizio Maffia.

Já cansado de ter dado tudo por tudo nos mil e quinhentos metros, Humberto Verde teve uma participação mais discreta nos oitocentos metros que foi a última prova do evento. O atleta conseguiu apenas o vigésimo segundo posto com uma marca de 2.19.96. A medalha de ouro foi para a Polónia através do seu atleta Kamil Dolny.

Para o ano este atleta ainda terá a idade de júnior e terá certamente nova oportunidade de participar num evento internacional de grande envergadura. Também oscar Aleixo e oscar Barradas poderão fazer-lhe companhia. O primeiro também é meio-fundista e o segundo é um saltador que irá fazer o triplo salto essencialmente.