“Alabardas, Alabardas, Espingardas, Espingardas” (impressões pessoais)

 

Livro inacabado de José Saramago que foi editado em 2014, após a sua morte, com os três capítulos que o nosso prémio Nobel escreveu antes de a morte o levar em 2010.

 

Depois de muitos avanços e recuos, Saramago resolveu escolher este título para aquela que seria a sua última  obra, adotada de uma tragédia de Gil vicente chamada “a Exortação Da guerra”.

 

O personagem principal deste romance tem o sugestivo nome de Artur paz Semedo. Ele é um apaixonado por armas, embora nunca tenha disparado um tiro na vida. Ele foi casado com felícia, assumidamente contra a guerra. É ela que o vai ajudar numa investigação privada levada a cabo na fábrica de armamento onde Artur é contabilista.

 

Saramago apenas escreveu 22p áginas deste seu romance, tantas quantas a sua debilitada saúde e depois o seu falecimento lhe permitiu. Ele foi deixando algumas notas com pistas sobre o desenvolvimento e conclusão deste romance. Seria um belo  exercício de escrita criativa alguém pegar no que já está escrito e tentar concluir este livro. Penso que ninguém o fez até à data por respeito e também  porque ninguém estaria á altura de Saramago.

 

Fica aqui então o mistério. O que encontraria Artur paz Semedo nos arquivos da sua fábrica de armas, indústria que não conhece uma única greve no seio dos seus trabalhadores?

 

Este livro é concluído com notas de outros autores que dissertam sobre outras pessoas que levaram a cabo investigações perigosas e alguns morreram por causas pacifistas.

 

Ao ler estes primeiros capítulos, fico com a sensação que este livro seria um dos melhores de Saramago mas a morte impediu-o de concluir esta obra.

 

Bêbeda mas pouco

 

Este sonho tem uma origem curiosa. No passado sábado, a toupeira Dum Raio, pensou que trazia cerveja por causa das tampas de abertura fácil …e trouxe sidra.

 

Bem, a sidra é  docinha e não tem quase álcool nenhum.

 

Pois bem, eu sonhei que havia uma festa algures. Era num hotel ou noutro espaço amplo que eu não conhecia. Também não conhecia o grupo de pessoas que me fazia companhia. Havia duas mulheres que estavam mais comigo e me incentivavam a beber um champanhe muito doce.

 

A certa altura, os elementos que compunham o meu grupo já davam sinais de embriaguez. Cantavam, dançavam, arrastavam a voz, riam-se, tropeçavam…

 

Eu continuava a beber. O  álcool já começava a deixar-me também desinibida mas resolvi parar, como faço sempre. Apenas deixo que a bebida me aqueça um pouco e me torne mais sociável. Não costumo beber até cair ou não me lembrar do que estou a fazer. Em sonhos também é assim.

 

Acabei por ser eu a comandar aquele grupo que se arrastava atrás de mim. Muita gente admirou-se porque eu bebi mais do que alguns e continuava aparentemente sóbria.

 

Eu fui dizendo que só tinha bebido aquele champanhe doce, enquanto que os outros beberam todo o tipo de bebidas. Aquele champanhe parecia mesmo a sidra que tenho em casa.

 

Aquilo bem se podia dar ás crianças, que não fazia efeito nenhum.

 

“50 Anos Expresso” (impressões pessoais)

 

Como é bom percorrermos a nossa história mais recente á boleia de primeiras páginas de um jornal de referência!

 

Este livro leva-nos numa viagem ao longo de cinquenta anos de existência do jornal “Expresso”.

 

Ficamos a saber que muito mudou ao longo de todas estas cinco décadas. O que salta mais á vista é, desde logo, a moeda. Também o Mundo sofreu grandes transformações, nomeadamente com a queda do Muro de Berlim.

 

Outras coisas não mudam. Os anos passam e as disputas políticas continuam as mesmas. As questões económicas e sociais dos portugueses pouco ou nada mudaram e, por incrível que pareça, ainda continua a discussão em torno da localização do aeroporto de Lisboa.

 

Eu não sabia que Marcelo rebelo de Sousa, o nosso presidente da República, também tinha sido diretor deste jornal que se foi adaptando á evolução tecnológica e ás sempre presentes questões ambientais.

 

Um livro muito fácil de ler e muito interessante.”