Thursday, March 27, 2008

Foi horrível!!!

Quando acordei daquele pesadelo logo encontrei um motivo para que ele acontecesse. Ainda estremunhada, lembrei-me do que tinha acontecido poucos segundos antes de adormecer. Para dizer a verdade, acho que já estava mais a dormir que acordada.

Depois de ter adormecido a ver televisão- como habitualmente- acordei quando já estava a dar o “Código Sintra”. Apaguei a televisão e retomei um CD que tinha deixado em pausa antes do jogo começar. Faltavam poucas músicas para o CD terminar, mas eu nem me levantei para o recomeçar. A preguiça tomava normalmente conta de mim.

Estava frio. Estava totalmente metida debaixo dos cobertores. Da rua o som de uma ambulância ou de uma viatura da polícia cortou o silêncio e fez-me estremecer. Estava dado o mote para o meu subconsciente fazer o favor de me estragar a noite, transformando esta situação num horrível pesadelo.

Eram dezenas, centenas, milhares...nunca tinha visto tanta ambulância a passar, ainda por cima num local tão recatado como a minha terra. Estava uma noite escura e triste. Uma noite de um sábado para domingo. A janela do quarto da minha irmã ainda permitia ver para a rua (coisa que já não acontece hoje com as obras que se fizeram em casa). Os semáforos da mega-caravana feriam os olhos. Gritos de pavor saíam de dentro das viaturas que passavam a apitar também de forma horrível. Eram crianças, bebés até que exprimiam toda a sua dor. Algo de muito grave se tinha passado algures.

Eu e a minha mãe observávamos com horror da janela tudo aquilo. Ainda hoje me arrepio só de pensar nos gritos que saíam do interior das ambulâncias. Não recomendo a ninguém. Uma cena dessas só num sonho é possível. Ou então num cenário de guerra ou atentado terrorista em larga escala. Ali?!!!

Parecia não ter fim a passagem de todas aquelas ambulâncias. Peguei no telemóvel e fotografei a sua passagem. Inquietava-me. A primeira coisa que eu pensei foi que se tivesse tratado de um acidente ferroviário na ponte de Várzeas ou de um incêndio num local onde estivesse muita gente. Não sei!

Com a televisão ligada, o meu pai dormia indiferente ao barulho lá fora e aos nossos comentários. A televisão dava notícias. O que se passava ali ainda não tinha chegado ao conhecimento dos órgãos de Comunicação Social. Disse eu que ia procurar um número de telefone e alertar para este acontecimento. As ambulâncias ainda continuavam a passar.

As notícias eram as habituais. Parecia que nada se estava a passar ali naquele momento. Algo se passava e era sério. Era de abrir qualquer noticiário.

Parece que o tempo passou. Na adega de casa do meu vizinho assistia a algo arrepiante. Foi para lá que foram transportadas as vítimas daquela...como é que eu hei-de chamar...tragédia. Estava escuro. Apenas uma luz lilás mostrava sombras de pessoas penduradas. Crianças sobretudo. Eu tapava os olhos horrorizada. Caminhava para a cozinha onde havia roupa hospitalar e sacos negros.

Acordei a tremer de pavor. Ainda ecoavam na minha cabeça os gritos daquelas pessoas e os alarmes das ambulâncias. Que horror! Ainda mais apavorada fiquei quando me lembrei que dia era. Era sábado e tinha de ir a pé para casa. Lembrei-me que uma vez não fui não sei onde porque também tinha tido um pesadelo. Se algo acontecesse...Comecei a arquitectar um plano para não ir a pé. Carregar a mochila com coisas pesadas para alugar um táxi. Mas as coisas, a terem que acontecer, aconteceriam seguramente.

O pesadelo, os seus sons e as suas imagens ainda me mantinham em estado quase de choque. Há muito que não acordava tão apavorada. Como é habitual, comecei a rebuscar na minha mente as causas para tão horrendo pesadelo. A primeira, e a principal, foi a passagem de um veículo desses na rua a fazer todo aquele barulho quando já estava o meu subconsciente a trabalhar. Não foi a primeira vez que isso aconteceu. Há uns anos atrás, ainda eu estudava, passou também na rua uma ambulância. Também deu origem a um sonho semelhante, mas com consequências menos devastadoras. Mas para que é que os alarmes andam ligados a altas horas da madrugada quando há pouco tráfego na rua?

Aquela imagem final de pessoas penduradas...Eu conhecia aquilo de algures. Dei algumas voltas à cabeça e lembrei-me de algo que aconteceu naquela noite enquanto dava o jogo entre Portugal e a Eslováquia. Passou em rodapé um anúncio de programação especial para as comemorações do 100º aniversário da Irmã Lúcia. Dever-me- ei ter lembrado de imagens dela do Museu de Cera em Fátima. É isso! O Museu de Cera! A cena em que Nossa Senhora mostrou o Inferno aos Pastorinhos. É aí que se encontram algumas figuras assim penduradas. Lembro-me que lhes toquei. Aqui no sonho recuei quando lhes coloquei os olhos em cima. Vejam lá a associação que o meu subconsciente fez aqui!

Gritos de crianças! Para isso também arranjei uma causa. Lembrei-me que num dia destes ouvia gritar na Piscina e perguntei a uma colega o que se estava a passar para as crianças gritarem daquela maneira. Estava tudo normal. Gritavam só pelo acto de fazer barulho.

Ainda peguei no sono depois, mas todos os sonhos estavam ligados com esse. Num desses sonhos estava no balneário do Estádio com outras raparigas que costumam lá estar. Todas nós estávamos ali nuas. Tínhamos medo de sair “para não passar por ali”. Por ali por onde eu tinha passado. Onde estavam todas aquelas pessoas. Todos os caminhos lá davam. Não tínhamos saída.

Foi arrepiante essa madrugada. Pensei em escrever logo a quente o sonho no meu computador portátil, mas tremia por todos os lados. Mesmo assim (e revelando um pouco dos bastidores deste blog) este texto não se sujeitou a ser escrito cerca de três meses depois. Os textos que descrevem sonhos são escritos no próprio dia ou apontados à mão. Como este foi marcante, no dia a seguir a ele ter acontecido, ainda me lembrava bem de como tinha sido um pesadelo que não desejo que se repita nem que se realize de qualquer forma.

Nada se passou naquele dia. Resumindo e concluindo, a noite foi ainda mais agitada que o resto do dia.

A primeira coisa que fiz foi ver se o gatinho estava confortavelmente agasalhado e quente. Depois fui procurar a gata que apareceu uns minutos depois de eu ter aberto a porta.

E lá parti rumo a casa. Tinha medo de ir a pé mas era isso que ia acontecer. Quando cheguei a Anadia reparei que ao pé do mercado já existe uma passadeira. Nós reclamávamos sempre pelo facto de ali não haver uma passadeira e mais abaixo estarem duas no espaço de cerca de trinta metros.

Se bem me lembro, acabei mesmo por ir a pé para casa. Nada de anormal se passou.

Bom, com este sonho ficou alterado o tema de um texto que seria seguramente dedicado ao Portugal- Bélgica que prometia depois de tudo o que aconteceu ao longo desta semana.

Teve de ficar para segundo plano esse assunto. Este sonho foi marcante. Acho que não me lembro de ter acordado tão passada por causa de um sonho.

O jogo saldou-se numa goleada da Selecção de Todos Nós à agremiação nacional daquele nosso amigo Stijn Stijnen.

Quando foi entoado o Hino Nacional da Bélgica, o público manifestou-se de forma lamentável com assobios e impropérios contra os adversários. Foi o que o excelentíssimo guarda-redes belga arranjou!

Aos dois minutos de jogo (precisamente a altura que Stijn Stijnen apontava para a execução do plano de arrumar Cristiano Ronaldo) o Jogador Número Treze viu um cartão amarelo por entrada bastante violenta sobre...Quaresma. Como Cristiano Ronaldo é o 17 e Quaresma é o 27, o artista só se pode ter confundido.

Quaresma viria a marcar o golo da noite. Foi um golo que ninguém se cansa de ver a toda a hora. Cristiano Ronaldo marcou dois golos. Num desses golos, o seu amigo Stijn Stijnen acabou por dar um frango. O público não lhe perdoou o erro e logo entrou em histeria O outro golo foi apontado por Nuno Gomes.

No final do encontro os dois amigos tiveram uma conversa e cumprimentaram-se. Aparentemente ficou tudo bem entre Cristiano Ronaldo e Stijn Stijnen. O craque português parece ter arranjado uma amigo...e nós...também.

Situação do dia:
Eu adoro quando os gatos vão para saltar para qualquer lado e falham. É a loucura! Desta vez a gata Feijoa ia para subir para cima de um banco e acabou por escorregar.

Bacorada do dia:
“Fiquei muito satisfeito com o comportamento do público.” (Pelos vistos Scolari adorou que os adeptos tivessem vaiado o Hino da Bélgica de forma lamentável e tivessem insultado o guarda-redes belga de cada vez que ele se mexia.)

Agitação antes das férias da Páscoa



Pois é! Hoje é o último dia de aulas do segundo período. Não admira toda a agitação que se vive por parte dos estudantes.

Para nós vai ser uma seca. As escolas estão de férias e vamos passar cerca de duas semanas sem a agradável companhia das crianças.

É engraçado! Às vezes queixamo-nos de que elas fazem imenso barulho, mas quando há férias escolares ansiamos pelo seu regresso. Elas são a alegria da Piscina.

Como irão ver pela descrição deste dia, anda tudo muito agitado por causa das duas semanas que há sem aulas.

A manhã acordou com Céu cinzento, frio e algum nevoeiro. Aos poucos o Sol começou a brilhar mas nem por isso o frio desapareceu.

Há gente que começa as manhãs com as pilhas carregadas ao máximo. Logo àquela hora vão no autocarro a berrar ao telemóvel.

Como atrás referi, as férias já causavam mossa. Andava um grupo de crianças na rua para comemorar o último dia de aulas. Eu não conseguia passar por eles. Eram imensos e ocupavam o passeio todo.

Já ia atrasada. Mais uma vez aproveitei a agitação das férias para ganhar mais uns segundos. Duas alunas corriam na passadeira. Estavam radiantes demais com as férias. Eu aproveitei e corri também.

Houve ainda algumas estudantes que cantavam alegremente. O que fazem as férias!

A tarde conheceu algum movimento na Piscina. De manhã tudo havia estado normal.

Depois do treino cheguei a casa. Em cima do sofá da sala da minha senhoria havia uma surpresa. Era um pequeno gatinho que a gata ali tinha deixado. (ver foto) O problema é que a gata desapareceu. E agora? Embrulhámos muito bem o frágil animal preto e fomo-nos deitar.

Eu não sabia que havia um jogo particular realizado em Fátima de selecções sub-21. Portugal defrontou a Eslováquia e venceu por 2-0. Os golos foram apontados por Ricardo Vaz Tê e Miguel Veloso.

Semedo, com todo o ímpeto e agressividade que se lhe reconhece, quase arrumava o Jogador Número Oito da Eslováquia.

E lá fui eu dormir. Se eu sabia o que ia acontecer, nem sequer tinha fechado os olhos. Valia mais estar a escrever alguns textos em atraso. Mal sabia eu o que me esperava!

Situação do dia:
O meu treino acabou por ter apenas 45 minutos. Tudo porque me esqueci da t-shirt em casa e apenas tive de correr com a camisola de manga comprida. Acabei por dar quase sete voltas à pista em vinte minutos. Como habitualmente acabei com alongamentos e ginástica.

Bacorada do dia:
- “O que é que a senhora perdeu?”
- “Foi tipo uma espécie de coisas de borracha para não escorregar na água” (Por incrível que pareça, logo compreendi de que se tratava.)

Uma espreitadela ao treino da Selecção Belga

Pois bem, depois das declarações do guarda-redes da Selecção Nacional Belga, a sempre atenta equipa deste blog não descansou enquanto não fez deslocar ao país das batatas fritas uma equipa de reportagem para ver como decorriam os treinos.

Segundo as sapientes palavras de Stijn Stijnen (assim se chama a criatura, cujos seus pais não tiveram o mínimo de originalidade para escolherem um nome) os belgas não estão empenhados em ganhar o jogo. A sua única preocupação é arrumarem Cristiano Ronaldo logo aos dois minutos de jogo.

E como treinam os jogadores para conseguirem os seus intentos? Até me mordia o corpo de curiosidade! Tive de mandar alguém para lá observar aquilo que era mais um treino para um jogo entre selecções.

Chegámos junto do quartel-general da Bélgica. Ali junto aos balneários havia sacos com gelo, ortopedistas com fartura e alguns socorristas. Aquilo parecia uma situação de guerra e não um simples treino de Futebol.

Aproximámo-nos do relvado. Nem imaginam quem é que lá encontrámos! Nada mais, nada menos que Jean-Claude Van Dam. Foi ele que esteve a dar umas aulas ao nosso amigo Stijn Stijnen e aos outros. Já vão ver. Além disso, estava a fazer segurança ao próprio centro de treinos para ninguém vir bisbilhotar o treino ultra secreto que os belgas estavam a realizar.

Já a preparar o seu braço direito para um directo à nossa cara, o conceituado actor de filmes de pancadaria ordenou-nos que nos fôssemos embora antes que viesse por ali...Stijn Stijnen. Aí ele próprio teria de fugir porque não se lembra de alguém pior que ele em temos de pancadaria e de maldade. Nem mesmo o Stalone.

Mesmo assim não desarmámos e resolvemos ir por outra porta. O personagem que vimos deixou-nos ainda mais aterrados de medo. Primeiro tivemos de procurar uma casa de banho antes de enfrentarmos a criatura. É que já nem nos lembrávamos que aquela ave rara existia. Era Gilles De Bilde, um jogador que -se não me falha a memória- teve de ir jogar para o Campeonato Holandês porque deu uma cotovelada bem certeira num jogador do Alost que o colocou na mesa de operações onde foi operado a um olho. Nem pensar em passar por ali.

Noutra das portas que dava acesso ao complexo desportivo estava uma criatura horrenda também. Todos nós a conhecemos. É o famoso ciclista Frank Vanderbroucke que vai fazendo uns biscates enquanto não regressa em definitivo à competição.

Fomos ainda ver se a outra porta estava guardada. A criatura que lá vimos não impunha grande respeito. Era...Leif Hoste- um ciclista também com as mãos prontas para arrear em quem não cumprisse as regras de segurança. Para se excitar de raiva- digamos assim- ia vendo uns vídeos de provas de Ciclismo e de quedas em que eram protagonistas aqueles ciclistas que costumam ser protagonistas de quedas. Demos lhe um tabefe e passámos à vontade.

O barulho que ouvíamos no complexo desportivo em nada se identificava com o característico bater de bolas de Futebol. Fui espreitar melhor. Era em sacos de boxe que eles batiam. E assim preparam o jogo contra a Selecção de Todos Nós!

Stijn Stijnen era o mais entusiasta. Como estava animada, a criatura dos infernos! Ele ordenou que se passasse ao acerto táctico. A esperança em que desta vez fossem treinar Futebol reacendeu.

Mandaram vir uns monos de madeira parecidos com o Cristiano Ronaldo. Vestiram cada um deles com as cores nacionais e escreveram nas costas de cada um o nome do craque madeirense.

Foi entregue um a cada jogador e Stijn Stijnen logo brindou o seu com um directo à cara, mal lhe foi entregue. O pobre boneco de madeira logo se partiu nuns poucos de bocados. Insatisfeito, o guarda-redes logo iniciou uma corrida na direcção dos Cristianos Ronaldos dos colegas. Correu-lhe mal! O colega preparava-se para entrar a pés juntos sobre o boneco e acabou por entrar a pés juntos sobre o colega. Bem feito!

Stijnen ficou furioso e iniciou-se ali um treino bem à maneira entre os dois. Foi de morrer a rir. Rezava para que ambos saíssem dali lesionados e não jogassem contra nós. Teria todo o orgulho em poder dizer quando chegasse a Portugal que aqueles morcões se lesionaram ao tentarem treinar a forma de lesionar Cristiano Ronaldo.

Pobres bonecos de madeira! Um a um foram todos feitos em pedaços. Foge Cristiano Ronaldo que eles vêm aí!

Foi mandada entrar em campo a equipa de amadores que, alegadamente, iria fazer um simples jogo-treino com a Selecção Belga. Como estavam felizes aqueles jogadores por jogarem contra os sus ídolos- se bem que qualquer pessoa com princípios morais razoáveis não se reveja num jogador como Stijn Stijnen.

Coitados! Mal sabiam eles o que os esperava! Acharam estranho terem de vestir as cores de Portugal e alinharem todos com a camisola de Cristiano Ronaldo mas...estavam eufóricos demais para repararem nesses pormenores.

Muitos deles pediram a familiares e amigos que filmassem o treino. Iria ser um momento para mais tarde recordar. Oh se ia!

Mal eles entraram em campo, logo os jogadores da Selecção Belga se deitaram a eles. Estavam mesmo possessos, os diabos vermelhos. Nunca antes o nome havia sido tão bem aplicado.

Com ares interrogativos, os desgraçados lá foram para o degredo. Stijn Stijnen lesionou cinco jogadores por sua conta. Só não lesionou mais porque dava já sinais de algum desgaste físico. Não pude evitar uma sonora gargalhada quando o guardião belga ia para rasteirar o adversário e tropeçou nos seus próprios pés. Era sinal de pouco discernimento físico e mental. Se ele fosse descansar é que campava.

Consta que os jogadores belgas saíram exaustos do complexo desportivo. Se treinassem Futebol normalmente, sairiam mais frescos. Alguns deles apresentavam mazelas bem visíveis. Bem feita!

Stijnen saiu do complexo desportivo em ombros, amparado pelos quatro seguranças que estavam a guardar as quatro portas que davam acesso ao relvado.

Os dias continuam anormalmente frios para esta altura do ano. Valha-nos haver um pouco de Sol.

Perdi o autocarro e tive de esperar pelo próximo ao frio, que até me consolei.

Sentado à minha frente no autocarro ia um homem que até metia impressão de tão obeso que era. Saiu no hospital. Se calhar ia à consulta de Nutrição.

O frio realmente é insuportável. Chega até a cortar. Mesmo assim ontem andava pela rua um estudante de calções. Só agora me lembrei.

A manhã foi calma. Com este frio quem é que se atreve a sair de casa? Eu se pudesse estava agora debaixo das cobertas. Lá é que se está bem! Ao quentinho.

E lá terminei a leitura de mais um livro bastante interessante e bem misterioso: “Qmrán- O Enigma dos Manuscritos do Mar Morto” de Eliette Abécasis e iniciei a leitura de mais um livro daqueles que eu gosto de ler: “O Diário Secreto de Da Vinci” de David Zurdo e Angel Gutierrez.

No autocarro ia uma criatura que até enervava. Ia sempre a estalar os dedos.

A tarde teve o mesmo registo calmo da manhã. O frio a fazer das suas.

O treino acabou por ser suave. Como ainda me ressentia do treino de anteontem e estava muito frio, acabei apenas por fazer corrida contínua. Andei a rolar trinta minutos e fiz outro tanto de alongamentos.

Com este frio estava-se bem em casa debaixo das cobertas. Havia uma entrevista de Valentim Loureiro para ouvir. Antes fiquei a saber que alguns jornalistas portugueses que foram esperar a Selecção Belga ao aeroporto foram agredidos a soco e a pontapé. Pelos vistos até os dirigentes treinaram!

Situação do dia:
Quem é a ave rara que tem agora o péssimo hábito de trancar a porta da entrada do prédio? Se ontem não tivessem partido o vidro, quem o partia era eu hoje. Só atrapalham a vida a quem quer trabalhar. Tive de sair pela parte da porta que não tinha vidro. Não tive mesmo outro remédio. Não é a eles que lhes faz diferença.

Bacorada do dia:
“O Windows é o sistema operativo por excelência dos atalhos.” (Que confusão!)

Um agitado despertar




Acordei sobressaltada! Não sabia que horas eram. Estava anormalmente de dia e eu ainda não tinha ouvido o despertador. Depois lembrei-me que era quarta-feira e que acordava mais tarde. Fiquei mais descansada.

Algo me tinha acordado. Algum barulho. Mas que se passou? Havia ali um ambiente estranho. Coloquei-me alerta. Andariam a assaltar? Pareceu-me ter ouvido um estrondo.

A campainha da porta da entrada do prédio atroou os ares em sinal de alarme. Mau!!! Voltaram a tocar ainda com mais força. Depois já era aos murros à porta. Que raio!

Ergui a cabeça. Estava intrigada com o que já se passava por ali àquela hora da manhã. De repente...

Ouviu-se o barulho inconfundível de vidros a partir. Alguém tinha pregado um monumental pontapé no vidro da porta da entrada. Seriam assaltantes? Depois não se ouviu mais nada.

Quando saí à rua, era bem visível o estrago na porta (ver fotos). Tive de sair com cuidado para não pisar nenhum vidro. Foi sem saber o que se tinha passado que saí para mais um dia de trabalho.

À noite a minha senhoria contou-me o que se passou. Alguém teve a péssima ideia de trancar a porta da entrada do prédio. Não o devia ter feito porque nem todas as pessoas que ali moram têm os mesmos horários de entrada e de saída. Um morador ia a chegar a casa de manhã, viu a porta fechada, queria entrar e não teve outro remédio senão partir o vidro.

No dia seguinte, como irão ver no texto a seguir, iria eu própria dar graças a Deus de o vidro estar partido. Queria sair e a porta estava outra vez trancada. Só mesmo a estoiro é que essa gente vai lá.

A manhã era de Sol e Céu azul. Se não fosse algum frio que se fazia sentir, estaríamos na presença de um belo dia de Primavera que agora começava.

Depois da consulta na ACAPO, eis que eu estava de volta ao meu trabalho. Na paragem, como irão ver mais adiante, havia umas aves raras...

Por falar em autocarros, ontem aconteceu uma cena que eu me esqueci de contar. O autocarro travou e a minha mochila foi ao chão. Eu pensei que tinha estragado o meu leitor de mp3.

Tal como aconteceu ontem, despachei-me também hoje. Porém a Piscina haveria de encerrar.

Houve uma amiga minha que me ligou. Como estávamos encerrados, tive um pouco de tempo para falar com ela.

Valeu a pena tanto sacrifício. Tirei 19.3 no teste. Como estou feliz!

A aula foi dedicada a todas as rotinas de comprar bilhetes de comboio e autocarro. Como me iria ser útil aquela aula! Neste dia eu mal imaginava.

Era uma noite em que fazia imenso frio. Parecia uma noite de Dezembro. Não fiz mais nada. Enfiei-me na cama.

Situação do dia:
Na paragem do autocarro estavam apenas duas mulheres já com uma certa idade. Falavam sobre as suas vidinhas. Uma delas trazia, imagine-se, uma ninhada de pitos. Por acaso acho que ela ia apanhar o autocarro 9. Como ia ser animada a viagem! Eu é que não ia nesse autocarro. Tinha de apanhar o 7. Infelizmente! Dava tudo para ir naquele autocarro e ver como tinha sido a viagem dos pitos. Não sei se foi a mesma criatura também na paragem a ligar para o número errado e a não querer que lhe dessem o número certo. Como é teimosa a mulherzinha!

Bacorada do dia:
“Dank you!” (É o que faz ser poliglota.)

Monday, March 17, 2008

São assim os sonhos



Não houve luz naquela noite, mas houve sonhos com fartura. Deixem estar que o meu subconsciente de imediato tratou de arranjar um motivo para a falta de luz.

Comecemos com uma situação de festa na minha terra. É um tema recorrente nos meus sonhos. Não sei por que razão isso acontece mas...Desta vez queria ir ao arraial e não tinha companhia. Os meus pais não me deixavam ir sozinha. Estava bastante triste ao ver a possibilidade de ficar em casa.

A música que mais tocava nos arraiais era um novo sucesso cantado pelo...Raul Solnado. Enfim...só mesmo em sonhos.

E afinal por que é que faltou a luz? Querem mesmo saber? Ora bem, a energia eléctrica tinha sido cortada por causa de...um sismo. Mas nem se pense que foi um sismo ligeiro. O tremor de terra chegou a atingir uma intensidade elevada. Eu não havia sentido nada. Eu em matéria destas coisas sou mesmo uma insensível.

A minha irmã estava em nossa casa e diz que morreu de medo do sismo. Eu disse que nem dei por nada.

Por falar em minha casa, é aí que se passa o próximo acto deste sonho. A minha mãe e a minha madrinha haviam feito as pazes e tomavam chá e bolachinhas em amena cavaqueira.

Agora a cena é outra e é bastante cómica. Ia enviar uma carta para um daqueles programas que costumam preencher as tardes televisivas. Quem apresentava esse programa era José Carlos Malato. A minha mãe começou a disparatar comigo por causa disso. Eu ia dizendo que o motivo pelo qual eu escrevi para lá prendia-se com um pedido de ajuda para adquirir uma impressora Braille para a ACAPO.

Apanho-me agora a realizar uma estranha competição. O meu adversário era uma criatura bem divertida e estranha. Era toda negra e eu corria atrás dela sem a conseguir apanhar. Ela sempre arranjava maneira de me fugir.

A certa altura, agarrei-a pelo seu rabo fino. Ela voltou a escapar-me. Corri novamente atrás dela mas tropecei e caí. Muito chateada peguei numa bola, espetei-lhe um morteiro e ela embateu com estrondo numa tabela de Básquete. Foi nessa altura que o despertador tocou. Despertava para a realidade.

A manhã estava algo fria, porém o Céu apresentava-se azul e o Sol já brilhava.

De manhã o ambiente esteve calmo demais na Piscina. Pouca gente marcou presença.

Vá lá! É de admirar. O autocarro veio cedo. Foi por uma fracção de segundo que não apanhei fila na cantina. Quando os alunos saíram já eu estava bem na frente.

Independentemente da peripécia que mais adiante passo a contar, acabei por chegar bem cedo. Como estava contente por isso!

Como sempre acontece, estou também com um olho nas notícias. Na Rússia há só desgraças! Houve uma explosão numa mina de carvão na Sibéria e um violento incêndio num lar d idosos.

No início daquela tarde até se tiraram algumas senhas.

O treino naquele dia iria ser à base de piques para treinar a velocidade que é agora o meu ponto fraco. Apesar do imenso frio que se fez sentir e que não é aconselhável para este tipo de treinos, acabei por cumprir e fazer vinte piques. Antes aqueci durante quinze minutos e depois dos piques fiz alguns alongamentos. O apronto durou uma hora e dez minutos.

Tal como eu previa, os meus chinelos acabaram por aparecer algures entre o balneário masculino e o feminino. Isto levou-me a depreender que as coisas sempre se passaram como eu imaginei. (Ver texto “Não posso fazer milagres mas...”)

A notícia que marcou a actualidade desportiva deste dia foi uma entrevista dada a um jornal flamengo pelo guarda-redes da Bélgica. Segundo essa ave rara (não tem outro nome) os colegas devem lesionar Cristiano Ronaldo, se possível logo aos dois minutos de jogo. Para que é que essa criatura abriu a boca? Cheira-me que este blog ganhou mais um amigo. Aguardem!

Situação do dia:
O almoço na cantina foi esparguete à bolonhesa com muito molho. Ia com o tabuleiro tão inclinado que o molho acabou por escorrer para as calças. Só quando acabei de comer é que reparei. Imediatamente me dirigi à casa de banho e logo fui molhar as nódoas (ver foto). Já não tinha tempo de mudar de roupa. Acabei por ir para o trabalho com as calças todas molhadas.

Bacorada do dia:
“Então tiraram-lhe o sangue para tirar o ADSL”. (ADN)

Saturday, March 15, 2008

The united colours of the weather







A casa do Kasper



Ia a caminho da Faculdade de Letras. O vento era insuportável. Já não chovia, o Sol até brilhava e o Céu apresentava-se agora azul.

Junto aos Arcos quase levantava voo. Já há muito que não via tanto vento e com esta intensidade.

Aguardava ansiosamente aquela aula de Holandês. Era convidado um professor que dá aulas nas Antilhas. Em Aruba, me parece a mim.

Não havia ninguém à porta da sala de aulas. Estranhei. Ouvia um barulho estranho. Parecia vindo da sala ao lado que se encontrava fechada. Resolvi escutar. Aquilo parecia o barulho característico de uma casa assombrada. Resolvi captar esse som para a posteridade com o telemóvel. Aquilo era incrível. Chegava a assustar. Era arrepiante! Parecia o cenário de um filme de terror.

Estava eu a captar os sons vindos da sala que estava fechada e ficava em frente à nossa quando a nossa professora chegou com o professor que ia falar sobre as Antilhas. A palestra iria ser em Inglês.

A professora lamentou o facto de estar só eu na aula. Para ela, a falta dos alunos devia-se ao tempo lá fora que estava medonho. Aquele vento era incrível!

Os professores esperaram algum tempo que viesse mais alguém. Como isso não aconteceu, a aula teve início. Só depois é que chegou outro colega meu. Foi pena o professor falar apenas para dois alunos!

Estava com toda a atenção do Mundo a tudo o que era dito e mostrado. Eu adoro aquelas aulas assim. Sempre desejo saber mais sobre outros países e outras culturas.

O professor arranjou mapas das colónias holandesas e algumas imagens de areias brancas e mares esverdeados. Muito lindas, essas imagens! Nunca tinha visto nada igual! Apetecia ali passar umas férias de sonho.

A certa altura foi mostrada uma casa típica das Antilhas. Fiquei boquiaberta! È o que eu digo! O meu futuro deve estar nas ciências ocultas.

Não entenderam?!!! Passo a explicar: era uma madrugada de Agosto do ano passado que já ia longa demais e em que eu estava mais para lá do que para cá em termos de sono. (ver texto “Eu e o Caribe”)

Costumo dizer que é de noite que a minha imaginação e a minha criatividade atingem níveis mais elevados. Quando eu já estou com algum sono então parece que vivo as coisas. A minha imaginação voa. Parece que assisto a uma novela ou a um filme em que acontece tudo o que eu quero e em que posso estar ao pé de quem me apetece. Tudo quanto eu quero acontece.

Nessa noite, ouvia música do Caribe e isso levou-me a imaginar cenas passadas nessas paragens. O protagonista era Kasper Nijkamp- um ciclista que fez parte daquilo a que se chama a primeira equipa amadora da Rabobank. Agora é a Rabobank Continental, mas em 1997 chamava-se Rabobank Amateurs.

Esse ciclista é holandês mas estava inscrito num site como sendo originário das Antilhas.

Imaginava uma cena bem longínqua no tempo em que ele era o protagonista. Por incrível que pareça, imaginava a casa dele tal e qual como esta. Pouco diferia. O mais incrível é que eu nem sequer fazia ideia que as casas naquelas paragens eram assim. Sou demais!

Comecei o Dia do Pai a correr desalmadamente atrás do autocarro. Aposto em como, se no sábado tivesse corrido os 100 metros àquela velocidade, o resultado seria outro. Certamente.

Da manhã de trabalho nada há a registar. Apenas o facto de a chuva ter regressado contra todas as previsões. Quando eu saí de casa, o Céu estava cinzento, fazia algum vento mas não chovia nem parecia que ia chover tão depressa.

No autocarro o estado do tempo era tema de conversa. A chuva parece ter desaparecido, mas o Céu continuava carregado em algumas zonas. Noutras estava completamente azul. Era incrível! O vento entretanto também começava a soprar com uma intensidade assustadora.

Acabei por chegar atrasada, mais uma vez, por causa dos atrasos nos autocarros. Começo-me a passar com eles.

Apesar das condições climatéricas adversas, registou-se algum movimento na Piscina. Não estava assim tanto frio.

E cheguei finalmente a casa depois daquela emocionante aula a que fiz referência no início deste tópico. Estava confortável a ouvir o relato de mais um jogo em que o Glorioso ganhou.

O Benfica venceu o Estrela da Amadora na Reboleira por 0-1. O golo foi marcado por Petit. Já é o terceiro golo consecutivo que o médio encarnado marca. Tudo golos decisivos. Parece estar em excelente forma.

Em excelente forma também parece estar o meu subconsciente. Vejam o próximo capítulo da saga do meu blog!

Situação do dia:
No autocarro (para não variar) não sabia onde me havia de sentar. Por incrível que pareça, houve gente que ocupou os bancos de forma descarada. Num banco, uma mulher espalhava facturas e documentos que eu depreendi que eram para o IRS. Parecia que estava em casa dela, a criatura. Era demais! Noutro banco em frente jazia uma carteira de senhora. Não sei se era da mesma pessoa. Se era, era mesmo uma falta de respeito para com os outros passageiros a ave rara estar a ocupar todos os bancos do autocarro a ordenar documentos para fazer o IRS. Não sabia ter feito isso em casa?!!!

Bacorada do dia.
“Data de Nascimento: Acho que é 25 de Outubro.” (A memória já não é o que era.)

Correndo e voando

Fiquei em Coimbra a passar o fim-de-semana por causa das provas de Atletismo. Já se sabia que iria ficar a dormir até não poder mais. Se calhar até muito perto da hora de começar o Futebol.

Realmente é a dormir que há mais acção e se passam as melhores cenas no nosso subconsciente. Num domingo em que nada de especial se passa, resta a esperança de me poder lembrar dos sonhos e de eles poderem ser o que há para contar neste texto para hoje.

De facto assim aconteceu. Passo a contar toda a azáfama de sonhos que tive durante todas aquelas horas que passei a dormir.

Corria atrás do comboio que ia para Miranda do Corvo. Ia cheia de medo. Tinham dito que recentemente tinha ali morrido uma pessoa colhida pelo comboio. Mesmo assim continuava a correr. A corrida foi em vão, pois não consegui apanhar o comboio.

Não sei porque carga de água voava agora sobre campos muito verdes. Sentia uma certa liberdade. Estava bastante feliz.

Não sei onde estava. Só sei que queria dormir e as minhas colegas do Náutico estavam-me a fazer cócegas. Era demais. Eu já me estava a começar a enervar com elas. Mandava-as embora mas elas voltavam.

Enfim, sonhos para darem um outro colorido a um dia de Sol em que nada mais se iria passar. Que seca!

No Futebol, a Académica deslocou-se a Vila das Aves para defrontar a equipa local. O resultado saldou-se num empate a duas bolas. Nesse jogo Alexandre acabou por ser expulso.

Na Liga de Honra há a registar uma lesão gravíssima do jogador Pedro Moreira do Penafiel. Pensa-se que terá mesmo fracturado uma perna. O incidente deu-se na sequência de um choque entre o defesa penafidelense e um outro jogador do Varzim. O árbitro não foi de modas e expulsou os dois jogadores, provavelmente por ter considerado jogo violento de ambos.

Nada mais se passou neste domingo em que escrevi alguns textos para o meu blog que já anda cada vez mais desactualizado.

Se a semana em termos de texto começou com sonhos, é assim que vai continuar durante a semana. Uma semana marcada pelo oculto e pelo subconsciente.

Situação do dia:
O jogo entre o Gil Vicente e o Gondomar viu o seu início ser retardado por alguns minutos. O relvado havia sido invadido por um pequeno cão negro que teimava em não se ir embora.

Bacorada do dia.
“ABS é uma trombose, não é?” (Santa ignorância!)

Correndo e voando

Fiquei em Coimbra a passar o fim-de-semana por causa das provas de Atletismo. Já se sabia que iria ficar a dormir até não poder mais. Se calhar até muito perto da hora de começar o Futebol.

Realmente é a dormir que há mais acção e se passam as melhores cenas no nosso subconsciente. Num domingo em que nada de especial se passa, resta a esperança de me poder lembrar dos sonhos e de eles poderem ser o que há para contar neste texto para hoje.

De facto assim aconteceu. Passo a contar toda a azáfama de sonhos que tive durante todas aquelas horas que passei a dormir.

Corria atrás do comboio que ia para Miranda do Corvo. Ia cheia de medo. Tinham dito que recentemente tinha ali morrido uma pessoa colhida pelo comboio. Mesmo assim continuava a correr. A corrida foi em vão, pois não consegui apanhar o comboio.

Não sei porque carga de água voava agora sobre campos muito verdes. Sentia uma certa liberdade. Estava bastante feliz.

Não sei onde estava. Só sei que queria dormir e as minhas colegas do Náutico estavam-me a fazer cócegas. Era demais. Eu já me estava a começar a enervar com elas. Mandava-as embora mas elas voltavam.

Enfim, sonhos para darem um outro colorido a um dia de Sol em que nada mais se iria passar. Que seca!

No Futebol, a Académica deslocou-se a Vila das Aves para defrontar a equipa local. O resultado saldou-se num empate a duas bolas. Nesse jogo Alexandre acabou por ser expulso.

Na Liga de Honra há a registar uma lesão gravíssima do jogador Pedro Moreira do Penafiel. Pensa-se que terá mesmo fracturado uma perna. O incidente deu-se na sequência de um choque entre o defesa penafidelense e um outro jogador do Varzim. O árbitro não foi de modas e expulsou os dois jogadores, provavelmente por ter considerado jogo violento de ambos.

Nada mais se passou neste domingo em que escrevi alguns textos para o meu blog que já anda cada vez mais desactualizado.

Se a semana em termos de texto começou com sonhos, é assim que vai continuar durante a semana. Uma semana marcada pelo oculto e pelo subconsciente.

Situação do dia:
O jogo entre o Gil Vicente e o Gondomar viu o seu início ser retardado por alguns minutos. O relvado havia sido invadido por um pequeno cão negro que teimava em não se ir embora.

Bacorada do dia.
“ABS é uma trombose, não é?” (Santa ignorância!)

Wednesday, March 12, 2008

Race in Coimbra, mar 17 2007





























Não posso fazer milagres mas...

Tal como seria de esperar, o texto de hoje não poderia ter outro tema que não fosse o Atletismo e a minha prova.

Estava um belo dia de Sol e a temperatura era bastante agradável para a prática do Atletismo, especialmente para provas de velocidade.

Eu adoro quando a temperatura está mais elevada. Com frio não gosto de correr. O ideal para mim é estar algum calor mas o tempo estar nublado. Tinha calor e Sol a brilhar. Era com essas condições climatéricas que tinha de correr.

Era mais uma jornada de provas organizadas pelo INATEL de Coimbra. Encontravam-se a competir os atletas habituais neste tipo de competição. Muitos atletas veteranos marcavam presença. Parece que vão haver provas internacionais brevemente e eles esforçam-se para conseguir mínimos.

Uma atleta veterana de Coimbra caiu durante uma prova de lançamento do dardo- salvo erro. Parece que fracturou um braço. Foi mesmo pouca sorte!

Mais sorte iria ter eu. Sentia-me realmente bem. Estava muito calor na pista quando eu estava a fazer o meu aquecimento. Isso era muito bom! Tinha todas as condições reunidas para fazer um bom resultado. Além disso, nos 100 metros o Sol não bate naquela zona da pista e não me prejudica.

E eis que a Atleta Número 809 se prepara para a sua memorável prestação nos 100 metros. A seu lado seguem alguns corajosos atletas veteranos que se vão esfolar para conseguirem mínimos para algo. Todos são atletas masculinos, uns mais velhos, outros mais novos.

Na pista ao lado segue o atleta com quem eu vou travar o duelo do dia. Um duelo com dois rounds. É dado o tiro de partida para os 100 metros. A Atleta que veste de negro e enverga o dorsal 809 bem se esforça por se aproximar do atleta que corre a seu lado. Bem lhe tenta chegar, empenha-se, mas falta força explosiva e velocidade. Não admira, por mais que eu treine, acaba sempre por faltar algum trabalho de ginásio que estou impedida de fazer por causa dos olhos. Mesmo assim tento dar o meu melhor. Se fosse antigamente, lutaria palmo a palmo por cada milímetro, por cada centésimo com aquele atleta. Se não lhe ganhasse, ficaria muito perto de o conseguir. Enfim, sei que não posso fazer muito mais que isso. Contento-me em ainda poder fazer alguma actividade desportiva.

O resultado ficou abaixo do esperado- 19.96. mesmo assim consegui melhor que no ano passado. Falta-me explosão. Em certos momentos ainda me falham as pernas. Falta-me trabalho de ginásio.

Nos 400 metros haveria de fazer melhor. Seguramente! Não se exige tanta força bruta nas pernas e as indicações que tenho, segundo o treino da passada terça-feira, não irei ter grande dificuldade em baixar de 1.40 minutos que fazia o ano passado.

Na pista ao lado da minha seguia novamente o atleta com quem travei um interessante duelo na prova anterior. Como iria ser desta vez?

Pedi a uma colega que fotografasse a minha prova. Ainda bem! Iria ser o momento do dia.

Ia na pista 1. Os outros partiriam mais à frente. Foi dado o tiro de partida. O facto de ir na primeira pista teve a vantagem de não me preocupar com o Sol e com os riscos na curva. Bastava seguir junto à relva.

Cheguei a correr durante alguns minutos com o outro atleta em vista, mas ele tinha mais resistência e acabou por fugir. Continuei a dar o meu melhor. O resultado foi como eu esperava: 1.37.59 minutos.

Estava contente! Não defraudei as minhas expectativas. Quando isso acontece fico nas nuvens. Foi nesse estado de espírito que fui tomar um merecido banho. Mal sabia eu a peripécia que iria viver no balneário. Já lá iremos...

Como me portei bem, acabei por ir à Worten comprar alguns CD’s. Andei por lá a ver se já tinha algum CD igual àqueles do Zezé Di Camargo & Luciano. Afinal não eram iguais. A história dos chinelos continuava a intrigar-me.

Cheguei a casa com a noção de dever cumprido. Estava feliz com a minha prestação. Fazer mais é impossível com o actual estado de coisas, mesmo assim faço de tudo por dar o meu melhor.

Parece que não me levantei cedo. Nem devia! Quando há provas tento descansar o mais possível para me apresentar na máxima força.

Este dia 17 de Março de 2007 ficaria ainda marcado por um escaldante Porto-Sporting. Até aí tive sorte. Apesar de quase parecer impossível, os leões acabaram mesmo por vencer. O golo foi apontado pelo chileno Rodrigo Tello na cobrança de um livre. Para o Benfica este resultado acabaria por ser também uma vitória.

E terminou assim mais um espectacular dia que me correu extremamente bem. Apenas uma pequena coisa me intrigava: o que aconteceu aos meus chinelos? Eu tinha uma ideia...

Situação do dia:
Ia bastante satisfeita para o balneário. A jornada havia corrido extremamente bem. No interior do balneário alguém tomava banho. Era...um homem que imediatamente se desculpou pelo facto de o balneário não ter indicado se é masculino ou feminino. Insensível a desculpas, imediatamente lhe ordenei para ir para o balneário ao lado. Esse sim é que era o dos homens. Ele acatou a ordem. Enrolado numa toalha em tons de encarnado, pegou apressadamente nas suas coisas e fez como eu lhe indiquei. Com toda essa situação embaraçosa, nem reparei se ele estava calçado ou descalço, muito menos na cor dos chinelos que trazia. Quando fui para tomar banho, constatei que os meus chinelos haviam desaparecido. Tinha quase a certeza que os tinha trazido e que os tinha colocado em cima do banco junto ao meu saco de equipamento. Mesmo assim, como tinha de ir levar o saco a casa, ainda fui ver se por acaso os lá tinha deixado. Não estavam em casa. Tinha a certeza a noventa por cento que os tirei e deixei em cima do banco. Imediatamente depreendi o que se tinha passado: o atleta que eu apanhei a tomar banho no balneário feminino calçou-os para desenrascar. Se eu não tivesse aparecido, provavelmente ele seguiria a sua vida e deixaria os chinelos no mesmo sítio. Como saiu apressado, levou os chinelos calçados. Sendo assim, eles apareceriam mais tarde. Ninguém quereria roubar uns chinelos tão velhos e tão sujos que chegam a estar nojentos. Fui ter com o segurança do Estádio que me conhece bem e alertei-o para que, se lhe viessem entregar uns chinelos azuis, eles eram meus e eu recuperá-los-ia na próxima terça-feira quando viesse treinar. Contei-lhe o sucedido no balneário e que, provavelmente aquele rapaz os tivesse levado calçados. Vão ver que eu estava coberta de razão. Tenho de montar um consultório. Posso dizer que os meus ranhosos chinelos vão aparecer.

Bacorada do dia:
“Estou a tirar o tempo do vento.” (A medir a intensidade do vento.)

A fezada

Há coisas realmente estranhas que se passam connosco. É por isso que a vida e os comportamentos dos seres humanos continuam a ser um mistério difícil de desvendar.

A situação que aqui passo a relatar é real e passou-se comigo. Pena eu não ter ido jogar no Euromilhões nesse dia. Andava mesmo armada em bruxa e com uma premonição elevadíssima.

Depois de mais um dia de trabalho e de partida para mais um fim-de-semana, ia eu no autocarro a ouvir um pouco de música. Estava uma bela tarde de Sol e calor. Assim ia eu com o Sol a bater-me na cara. Que belo final de tarde!

De repente algo me despertou. Senti uma necessidade enorme de ir verificar o meu mail. Pressenti que havia ali algo de importante que me interessasse. Tinha mesmo de lá ir. Tinha mesmo de ser. Nem que para isso atrasasse um pouco o treino.

Na passada semana havia recebido uma mensagem de uma corrida em que eu gostaria de ter participado, mas não o fiz por não ter visto a mensagem a tempo. Agora tinha uma forte sensação de que algo do género pudesse ter sido enviado para o meu mail. Era inexplicável!

Saí na paragem como habitualmente. Nem fui a casa pousar as coisas. Não havia mesmo tempo a perder. Na loja de alcatifas lavavam qualquer coisa. Passei a correr para não ficar encharcada e lá fui eu em passo apressado em direcção à sala de multimédia da ACAPO.

Sentia uma incompreensível ansiedade. Não sabia explicar. Aguardava impacientemente que o computador estivesse pronto para abrir o meu mail. Ah! Penso que anteontem não o consegui abrir, por isso estava em pulgas.

Chegou o grande momento tão aguardado por mim de alguns minutos a esta parte. O mail foi finalmente aberto. Foi incrível! Estava certa de que tinha algo importante e inadiável.

Havia, de facto, uma mensagem do IPJ sobre um projecto de voluntariado para uma prova de Downhill a realizar em Coimbra. O prazo para os interessados se inscreverem terminava daí a pouco tempo. Se eu lá não ia...

Tratei logo de me inscrever. Isso custou-me iniciar o treino mais tarde. A minha premonição e o meu sexto sentido- digamos assim- funcionou na perfeição. É o que se chama ter uma enorme fezada.

O dia pouco diferiu dos anteriores em termos climatéricos. Sol e algum calor dominavam mais uma véspera de um fim-de-semana em que eu iria estar de regresso à pista de Atletismo do Estádio Cidade de Coimbra.

Pouco me recordo do sonho que tive. Só sei que discuti com alguém por causa não sei de quê. Também não interessa muito.

A minha manhã de trabalho decorreu de forma tranquila. Nada se passou que se pudesse destacar.

Diferente foi a situação na ESEC. Havia muita gente à entrada da escola e eu ia memo caindo porque havia alunos no meio do caminho. Houve quem passasse e perguntasse mesmo se se tratava de uma qualquer manifestação. No tempo em que eu lá estudava havia inúmeras greves e manifestações devido ao mau estado das salas de aulas no Pólo II. As instalações eram mesmo um perigo para a segurança e saúde da população escolar. Desconheço se ainda lá há aulas.

Junto às escadas que dão acesso à cantina e ao bar, havia pessoal com umas ervas estranhas e que emanavam um odor agradável. Que estranho!

Na cantina, a mesa onde costumam estar as bilhas da água foi retirada ou mudada para um sítio diferente. Eu detesto quando mudam as coisas de sítio! É a pior coisa que se pode fazer a uma pessoa com os mesmos problemas que eu.

Maldito autocarro! Voltei a chegar um pouco atrasada, mas ainda a tempo de tomar conhecimento de que o próximo adversário do Benfica nos quartos de final da Taça UEFA é o Espanyol de Barcelona- uma equipa que tem vindo a fazer uma carreira europeia irrepreensível.

O ambiente na Piscina até esteve bastante movimentado. A isso não foi alheia a subida de temperatura. Ainda se tiraram algumas senhas.

O treino antes de uma prova teve a duração de quarenta e cinco minutos repartidos entre vinte minutos de corrida a ritmo suave e alguns alongamentos para recuperar os músculos.

Depois fui para casa. Havia que descansar para aquele que eu prevejo que seja um grande dia. As indicações apontam para bons resultados, mas isso não quer dizer nada. Como me irei sair?

Situação do dia:
Para não variar, o incrível mundo dos autocarros amarelos e brancos que circulam nas ruas de Coimbra. Desta vez, algumas pessoas iam atulhadas de sacos de compras ou de comida. Isto passou-se quando ia para o almoço. Nem podia chegar-me para o outro lado. Quando o tentei fazer, logo pisei um saco de compras do velhote que ia à minha frente. E se ele lá levava ovos ou coisas que não pudessem ser pisadas?

Bacorada do dia:
Toxocoldepend...” (Valeu a tentativa!)

Na mão de Katsouranis

O Benfica partia em desvantagem para o jogo da segunda mão da Taça UEFA com o PSG. Acreditávamos que íamos seguir em frente por ainda termos o jogo em nossa casa e por termos marcado um golo fora, naquele jogo em que de tudo aconteceu. (ver texto “Noite das bruxas em Paris”)

Moretto foi chamado a substituir Quim que se lesionou frente à União de Leiria. Katsouranis também regressava depois de não ter participado no jogo de Paris por estar doente ou indisposto. Ele que- como irão ver- vai ser decisivo.

Ainda não estava cumprido um minuto de jogo e já o árbitro levava a mão ao bolso para sacar do cartão amarelo. O Jogador Número Trinta e Cinco da equipa francesa começava mesmo bem e deve ter batido o recorde de cartão amarelo mais rápido da história das competições europeias. Ele que continue assim que vai ver onde vai parar. Aguardem!

O PSG apresentava uma equipa muito diferente. Como estava em vantagem, deve ter poupado alguns jogadores. Pensava que era fácil defender o resultado.

Pauleta é sempre o mesmo: só tem olhos para a baliza. Desta vez obrigou Moretto a aplicar-se. O guarda-redes brasileiro fez, provavelmente, a defesa da noite.

Apesar do domínio inicial dos franceses, o Benfica chega ao golo por Simão. Um pouco mais tarde, Fernando Santos fica a saber que Katsouranis- para além de jogar no meio-campo e na defesa- também pode ser uma alternativa válida para guarda-redes. Fez uma “magnífica defesa” e cortou uma bola que podia ser perigosa. Viu o cartão amarelo, como é óbvio.

Petit voltou a marcar esta semana. Anda muito goleador. O Benfica já estava em vantagem mas...

Toda a gente conhece Pauleta. O jogador açoriano só tem olhos para a baliza e marcou o golo que empatou a eliminatória. Moretto não fica isento de culpas no golo da equipa francesa. Já se dizia na brincadeira que Katsouranis teria defendido aquela bola melhor que o guarda-redes brasileiro.

Destaque também para o jogo desastroso realizado pelo central Anderson. Se dependesse de muitos adeptos (onde eu me incluo) o brasileiro já teria sido substituído e estaria descansadinho no balneário a tomar um banho de água fria para refrescar as ideias.

O que valeu ao Benfica foi o Jogador Número Trinta e Cinco do PSG- o mesmo que viu o carão amarelo no início de jogo. Desta vez o nosso amigo cometeu uma falta passível de grande penalidade e acabou por ver mais um cartão amarelo.

Claro que Simão converteu o castigo máximo e colocou o Benfica nos quartos de final da Taça UEFA.

Os franceses ficaram de cabeça perdida e sem reacção. Agora há que esperar por um novo adversário para ver se o Benfica chega à final da competição.

O dia voltou a ter o mesmo registo que os anteriores. A Primavera parece ter chegado mais cedo.

Antes de sair de casa ouvia a gata a miar e a arranhar na porta. Estava seguramente com dores de parto.

Na loja de Desporto que fica no centro comercial perto da Piscina havia descontos. Acabei por aproveitar e fazer as compras para a Páscoa que se aproxima a passos largos.

Começava a ficar imenso calor. Aquele seria o dia mais quente do ano até ver. Parece Verão. Aposto em como algumas pessoas já foram para a praia.

Estranhei o facto de estar pouca gente na escola e na cantina. Ainda por cima era quinta-feira- dia em que a cantina costuma estar a abarrotar.

Consta que se tiraram muitas senhas. Assim é que é bom. Comecei a contar as crianças de uma escola para dar entrada. Não muito certa de ter contado bem, perguntei à funcionária. Ela acabou por me dar o mesmo número de crianças que eu tinha contado.

Ainda fui treinar depois de sair. Acabei por fazer um treino mais de ginástica. Primeiro dei quatro voltas na pista 5 em 11.51.29m. Estava a escurecer e já não fiz mais nada.

E assim se passou esta quinta-feira marcada pela passagem do Glorioso aos quartos de final da Taça UEFA.

Situação do dia:
Emprestámos uns óculos a uns alunos da escola. No final da aula o Menino da Camisola às Riscas veio entregar os óculos...sem lentes. A minha colega tinha uma ideia que aqueles óculos não eram os que lhe emprestámos.

Bacorada do dia:
“Esta é a defesa de Pauleta que referi há pouco.” (Que eu tenha visto, o único jogador de campo a defender com as mãos foi o Katsouranis.)

Sempre a estudar

Depois de me ter deitado extremamente tarde para estudar para o teste, a saga continuou. Estava empenhada em tirar uma boa nota e para isso tinha de trabalhar imenso.

Já se sabia que se tinha de estudar um pouco de Gramática. O vocabulário também foi minuciosamente revisto e fiz mesmo uma lista de palavras. Estudei aquilo vezes sem conta.

Estava admirada comigo mesma por estar a estudar imenso. Quando eu estudava no ensino superior não estudava assim. Só me lembro de ter estudado assim para uma frequência de Matemática e era porque só me faltava essa cadeira para terminar o curso.

Agora a nota apenas conta para a eventualidade de me candidatar a uma qualquer bolsa de estudo na Holanda. Ir àquele país continua a ser o meu grande sonho e de tudo estou a fazer para o tentar realizar.

Por esse motivo, tenho de tentar tirar boas notas. Não fico muito satisfeita com menos de 17. Tenho de tirar notas tão boas como no primeiro semestre. Vamos ver como me corre.

Afinal o teste incidiu sobre a Gramática. Eu achei-o fácil, mas só quando ele estiver corrigido é que eu vou ver se é uma boa ou uma má nota e se valeu a pena tanto sacrifício.

O dia esteve espectacular como o de ontem. Céu azul, Sol a brilhar e um calor que eu penso ser demais para esta época do ano.

Para além de me ter deitado mais tarde, ainda fui impedida por pessoas e gatos que faziam imenso barulho de dormir em condições. Estava passada com o que se passava na rua.

Tenho aqui escrito que houve umas sapatilhas desaparecidas. Naturalmente que estou a escrever este texto quase um ano depois e já não me lembro bem o que se passou. Eu agora é que vou passar a ter tempo para os textos.

Já pensava que não apanhava o autocarro mas ele atrasou-se um pouco. Aliás, esta semana os autocarros andam a vir muito atrasados. Não sei o que se passa.

Se bem me lembro (e pelo que eu estou a ver aqui escrito) apesar de ser quarta-feira, não tive a habitual consulta com o psicólogo na ACAPO como habitualmente. Fui trabalhar normalmente nessa manhã e nada de estranho se passou.

Também não sei o que se passou no autocarro. Alguma coisa foi. Ia tão distraída e tão concentrada a ouvir música holandesa que nem me apercebi do que terá ou não acontecido.

Apesar da tarde quente que se fez sentir, nem por isso as pessoas afluíram à Piscina. Por essa razão tive ainda mais tempo para estudar.

Destaque para um cliente que pediu uma factura de uma senha e eu não sabia como é que isso se fazia. Nunca tinha acontecido.

Quando regressei das aulas, Braga e Tottenham estavam prestes a chegar ao intervalo. Quando o árbitro apitou para o final da primeira parte, o resultado estava em 2-1. Curiosamente os golos foram todos marcados por jogadores da equipa inglesa. Assistiria a uma excelente segunda parte de um jogo em que a equipa arsenalista á partida nada podia fazer. Tinha de lutar muito.

Foi uma segunda parte em que o Braga de tudo fez para inverter o destino que já lhe estava traçado desde a passada semana quando perdeu em casa por 2-3. Teria mesmo de ser um Braga de luxo para inverter a situação.

Os adeptos bracarenses e os portugueses em geral chegaram a acreditar na recuperação da equipa. Estavam a fazer uma segunda parte soberba! Lutavam e dominavam mesmo a partida.

Houve um livre directo a favor do Braga. Apesar de ainda ser longe da baliza, Andrade conseguiu um golo espectacular. Faltava apenas marcar um golo para levar o jogo a prolongamento e o Braga estava confiante. A equipa dominava agora o jogo.

O Tottenham só a espaços criava perigo. A confusão de jogadores chegou a ser muita junto à baliza de Paulo Santos.

O terceiro golo da equipa inglesa vem acabar com as ilusões lusitanas. O resultado deste jogo foi o mesmo da primeira-mão. O Braga sai das competições europeias pela porta grande e de cabeça erguida.

Já são umas poucas de noites em que eu adormeço com a televisão ligada. É por essa razão que a minha senhoria me vem dizer que eu ando a dormir pouco. Na verdade adormeço a ver alguma coisa na televisão e só a desligo às tantas.

Situação do dia:
Em plena passadeira ia uma viatura a fazer marcha-atrás quase à velocidade a que anda numa auto-estrada.

Bacorada do dia:
“O Braga está a dois golos de eliminar a eliminatória.” (E o adversário estava a um de matar o jogo.)

Friday, March 07, 2008

Tirem os cavalinhos da estrada

Com as regras que alguns municípios portugueses andam a propor aos cidadãos, uma situação tão inacreditável como esta iria para o anedotário da infracção às regras.

Zé Égua era um conhecido criador de cavalos com uma enorme quinta. Ali trabalhavam largas dezenas de trabalhadores e eram criados cavalos de raça para todo o tipo de tarefas.

A Quinta da Égua- como era conhecida de há muitos séculos a esta parte- não ficava lá muito bem situada. A herdade havia sido construída ainda em 1759. Nessa altura por ali não passava sequer um coche. Aqueles terrenos eram isolados e os animais viviam à solta para aproveitarem o que a Natureza lhes oferecia.

Os anos foram passando e a civilização fez com que a situação geográfica da quinta modificasse bastante. O que era um carreiro secular onde apenas passavam os carros dos bois e algumas charretes de cavalos, é agora um troço de uma auto-estrada com imenso tráfego.

Foi colocada uma cerca bem forte para circunscrever a quinta de modo a impedir que os animais fujam e se metam à estrada. Mesmo assim...

Ontem estava eu numa tasca a beber com uns amigos de uma aldeia próxima quando um dos trabalhadores da quinta que também lá se encontrava teve de sair a correr.

Tinha acabado de receber uma chamada e saía porta fora numa correria desenfreada. O copo de vinho jazia em cima da mesa com um gole ainda no fundo. O pão com presunto abocanhado num dos lados rebolou na madeira até chegar quase ao prato de caracóis do homem que merendava à sua frente.

Todos nós ficámos com um ar intrigado. O que teria acontecido para o homem correr assim? Houve quem não resistisse à tentação de o seguir no momento. Outros esperavam mais um pouco. Eu fui o último a sair. Peguei a minha velha bicicleta e tomei um atalho. Limitei-me a seguir o Chico Farelo que ia à minha frente também numa velha pasteleira.

Aquele caminho empoeirado à nossa passagem ia dar às traseiras da Quinta da Égua. A cerca de um quilómetro e meio da entrada principal da quinta, já se ouviam vozes dispersas. Algures passava-se qualquer coisa. A multidão discutia e falava. O alarido ouvia-se perfeitamente. O que se estaria a passar?

À medida que me aproximava da quinta, ia estranhando a falta de algo que não sabia o que era. O clima estava diferente. Mas porquê? Depois de muito pensar, notei que não ouvia o barulho dos carros a passar na estrada. Logo me ocorreu a ideia de ter havido um acidente.

Pareceu-me avistar ao longe uma luz azul brilhante. Uma ambulância? Um carro da Polícia? Era um acidente.

Quando finalmente cheguei ao local, vi dois carros da Polícia. Nada de sinistrados nem de viaturas amolgadas. Em vez disso vi que o gado havia quebrado parte da cerca e havia invadido a estrada.

Cavalos, vacas e porcos passeavam-se felizes da vida naquele estranho chão cinzento. Vendo os intrusos, os automobilistas imediatamente chamaram as autoridades. Formou-se uma enorme fila de carros que buzinavam.

A Polícia resolveu interromper a via até que os animais fossem retirados para as suas celas e currais. Estava também a anoitecer e era hora de recolher a bicharada.

Entre os automobilistas as reacções eram as mais diversas. Uns riam à gargalhada, outros sacavam dos telemóveis para fotografar ou filmar aquele momento hilariante, outro buzinavam em sinal de protesto pela demora...

Houve uma senhora que, vendo tanto animal junto no asfalto, saiu do seu carro e pôs-se a correr sem destino. Atrapalhou-se e acabou por ir parar ao lado de dentro da quinta. Sem saber onde se havia de esconder para escapar do exército bovino, suíno e cavalar acabou por ir parar a uma cocheira onde já dormia um burro. Quando a viu, o animal começou a zurrar e ela assustou-se de tal forma que desmaiou e caiu para dentro do local onde o animal comia. O burro começou a puxar-lhe o cabelo. Se não fosse um dos funcionários a mulher não saía de lá, paralisada como estava de medo.

Um homem todo chique de fato e gravata tentou também fugir dos animais a toda a velocidade. Os seus sapatos que brilhavam de impecavelmente envernizados que estavam acabaram por encontrar bosta de vaca. O homem escorregou e caiu junto a um dos polícias que tomava apontamentos da ocorrência.

Um outro polícia entrevistava Zé Égua- agora proprietário da herdade:
-“São doze cavalos, vinte e cinco vacas e sete porcos na via pública. Isso assim não pode ser”
- “Eu tinha saído para comprar vacinas para o gado.”- começou por se desculpar Zé Égua.
- “Mas os animais pertencem-lhe e o senhor é responsável por todo e qualquer dano que eles possam causar à ordem púbica”- continuou o agente da autoridade que estava encostado a uma das viaturas policiais.

Um homem que se fazia transportar num veículo já em fim de vida barafustou:
- “Estão para aí a falar?!!! E se tirassem os cavalinhos do meio da estrada? Olhe que e quero ir para casa! Estou farto de trabalhar hoje.“
O polícia respondeu:
- “Eu também. Já hoje mandei parar um automobilista que foi capaz de ainda desobedecer mais que estes animais que aqui se passeiam pela estada. Tive de o mandar pender por desrespeitar a autoridade e por andar a conduzir com uma taxa de alcoolemia muito elevada.”
O homem continuou irredutível:
- “E que tenho eu a ver com isso? Quero os cavalinhos fora da estrada e já!”
- “Acalme-se!”-disse o guarda enquanto tirava notas e fazia contas.

As vozes subiam de tom à medida que o tempo passava e a Lua ia tomando o lugar do Sol. Enquanto os funcionários da quinta tentavam recolher os animais, outras pessoas ajudavam-nos.

Faltava um cavalo. Ninguém sabia onde se tinha enfiado. Sem ele ter aparecido, a Polícia deu por retomado o tráfego. Mais adiante um condutor teve de se esforçar ao máximo para evitar um acidente. Em sentido contrário passeava-se tranquilamente o cavalo que não respondeu à chamada de recolhimento. Voltou a confusão.

O trânsito voltou a estar interrompido e foi o cabo dos trabalhos para apanhar o animal. Era meia-noite quando tudo se acalmou e nós seguimos cada um para seu lado. Enquanto seguia pelo atalho, ia sorrindo por ter assistido a uma situação tão inacreditável como esta. Para recordar e contar aos netos numa tarde de Inverno à lareira.

Eram cerca de duas da manhã quando eu desliguei a televisão. Adormeci a ver a novela ou o concurso.

A manhã estava fria e o Sol brilhava intensamente. À medida que as horas passavam, a temperatura ia também subindo.

Adormeci no autocarro. Quando acordei já pensava que tinha passado a paragem. Afinal ainda não. Já estava preocupada. Nesse autocarro a máquina de picar as senhas ia avariada.

A manhã de trabalho decorreu sem incidentes. Iria estar bom da parte da tarde porque começava a ficar calor.

Ia no autocarro a ouvir um pouco de música. Cheirava imenso à transpiração ali dentro. Pensei que era o velhote que ia à minha frente e que saiu...no hospital. Depois de ele ter saído houve uma senhora que se foi sentar no seu lugar. Ela tentou-me oferecer a comida. Eu vinha de almoçar.

Perto do Cacém uma escola convidou atletas com várias deficiências para fazerem uma demonstração de desportos adaptados. Muito bem! É de saudar esse interesse e essa vontade de saber um pouco mais sobre a nossa actividade desportiva que é bem nobre mas nem sempre é reconhecida e apoiada.

Nada a registar numa tarde normal de trabalho.

A temperatura estava amena e convidava a um treino mais duro. Tinha de ser. Havia que fazer um teste antes da prova. Comecei com quatro voltas de aquecimento na pista 6 em 12.23.22m. Isto era apenas aquecimento. Estou a atravessar o melhor momento de forma desde que regressei.

Para esta sessão estava agendado o treino das séries do risco verde. Os tempos foram os seguintes:

73.97s
75.22s
76.32s
75.38s

A julgar por este treino, tenho indicações muito positivas para as provas do próximo sábado. Vamos ver...

A noite foi passada a estudar até às tantas. Queria uma boa nota para o teste. Menos de 17 já será uma má nota para mim.

Situação do dia:
Recebi uma mensagem daquelas que são logo para apagar. São mensagens de serviços e coisas que não me interessam. Só que essa mensagem bloqueou-me o telemóvel. Fiquei passada com a situação. Queria estudar e não sabia o que fazer com o telemóvel. Tive sorte porque lhe acabou a bateria. Se assim não fosse eu queria ver.

Bacorada do dia:
“N’Gal e Karagounis discutem a posse de posse.” (Em suma, quem mandava no lance.)

Atrasos

Mais outro texto que vai ser escrito de forma ordenada (sem destacar um tema ou fazer um grande texto) e mais outra segunda-feira em que as coisas não correram propriamente como eu queria.

Estava uma manhã de Sol, mas o frio era cortante. Estava péssimo para se estar a esperar largos minutos por uma camioneta que já estava mais que atrasada. Pensei que tinha sido desta que a choça tinha avariado e eu já ia ter problemas. E lá vinha ela devagar. Se houvesse qualquer coisa pelo caminho ia ser lindo! Iria chegar a umas lindas horas.

Já não eram horas decentes quando cheguei a Coimbra. Como o outro 29 já tinha passado, houve que esperar que viesse o próximo. Só que esse autocarro já estava atrasado também.

Nem por isso deixou de haver selvajaria no autocarro amarelo e branco número 29. Àquela hora já havia muita gente com os nervos em franja. Eu também já estava passada.

Realmente quem conduz aquele autocarro tem de ter muita paciência e deve chegar ao final do dia com uma terrível dor de cabeça de aturar aquela gente toda. Aliás, os requisitos para se conduzir o 29 deviam ser: curso de Socorrismo e Suporte Avançado de Vida, conhecimentos em Gerontologia e Geriatria e estágio nos HUC, em centros de dia ou em lares de idosos. Só assim o motorista estaria apto a dar uma resposta mais adequada a tudo o que se passa no autocarro que vai para o hospital.

Houve mosquitos por cordas quando o motorista não deu tempo para que alguém com mobilidade reduzida saísse. Houve uma voz mais exaltada que se ergueu. E começou a disparatar com o motorista. Este alegou que ia com pressa.

O autocarro estava atrasado e o motorista vinha de mau humor por causa disso. E o que é que acontece quando já se vai atrasado? Acontece sempre mais alguma coisa que atrase ainda mais.

Pois bem: na Praça da República não podiam ter escolhido melhor altura para cortarem os ramos das árvores senão uma segunda-feira de manhã à hora de ponta. Aquela gente não se lembrou que é àquela hora que toda a gente regressa à cidade depois de passar um fim-de-semana na terrinha.

Havia veículos de grande porte e ramos no chão. O trânsito estava lento e já se ouviam protestos. Com toda a razão e mais alguma, o motorista do 29 começou a disparatar com os homenzinhos. Disse que não eram horas para se fazer aquilo e perguntou se não tiveram tempo no fim-de-semana quando a Praça da República e o resto da cidade está praticamente deserta.

Claro está que devo ter batido o recorde de atraso. Eu detesto isso. As coisas parece que já não correm tão bem.

Tirei uma senha a um jovem que afinal tinha cartão. Foi da maneira que aprendi a anular parcelas. Afinal de contas, é com os erros que aprendemos.

Os atrasos dos autocarros continuaram a estar na ordem do dia. Estava condenada a não chegar a horas a lado nenhum, a não ser às aulas porque vou a pé.

Uma estudante ia a pagar a entrada. As moedas escorregaram das mãos e foram-se meter debaixo do computador.

Tivemos de encerrar durante essa tarde porque a água teve de ser tratada. Que seca! Nada para fazer.

Com tanto atraso naquele dia, acabei por sair um pouco mais cedo. Como não trazia nada para comer, fui ao Pingo Doce de Celas e achei uns pacotes com uma espécie de maçã seca. Aquilo era mesmo bom!

A última aula antes do teste normalmente é dedicada a fazer revisões. Foi isso que aconteceu. Estivemos a fazer alguns exercícios. Consta que numas figuras confundi a cama com a sanita. Demais!

Quando cheguei a casa o Benfica já vencia a União de Leiria por 1-0. O golo foi de Simão.

Enquanto mudava a roupa à minha cama, ia ouvindo o resto do relato. O Benfica estava a ter dificuldades em manter aquele resultado tão escasso.

E eis que Petit resolve o problema sacando de uma das suas famosas ameixas. O Glorioso acabaria por vencer por 2-0.

Nesse jogo o guarda-redes Quim lesionou-se e teve de abandonar o jogo. Moreira foi obrigado a entrar. O jovem guarda-redes entrou debaixo de um ensurdecedor aplauso. Quem também foi bastante aplaudido foi David Luiz que realizou um excelente jogo.

Acabei por adormecer a ver televisão. Aquele dia foi muito desgastante.

Situação do dia:
Na maior parte das rádios locais portuguesas, as pessoas pensam que os programas informáticos podem substituir os funcionários. Este episódio só vem provar que isso é a mais profunda das mentiras. Na Rádio Botaréu de Águeda, a emissão esteve toda a noite a passar apenas os acordes iniciais das músicas, dos jingles, dos sinais horários e dos spots publicitários. Alguém programou mal o sistema.

Bacorada do dia:
“Mijn vader kookt het eten in de badkamer.” (O meu pai prepara a comida na...casa de banho.)

A passo de caracol

Com a era da Internet de banda larga, já não se usa passar pelos problemas que eu passei nesta madrugada de sábado para domingo. Era mesmo de meter nervos a lentidão a que funcionava a Internet.

Acho que um caracol a percorrer o caminho daqui à Lapa das Fitas demorava menos que uma página a abrir nesta ventosa madrugada.

O vento foi a justificação que arranjei para o facto de a Internet estar abaixo de lenta. Dava quase para dormir enquanto se carregava uma página.

Mesmo assim, deu para ver o meu mail. Havia uma corrida em Coimbra em que eu gostaria de participar. Fiquei bastante triste por não ter visto a mensagem a tempo de me inscrever.

O antigo ciclista da Rabobank Karsten Kroon também anda com imenso azar. As quedas e seus efeitos acabam por estragar a época das Clássicas de Primavera.

Na actual equipa da Rabobank Flecha terminou uma das Clássicas de Primavera na segunda posição: o Omloop Van Het Volk. O vencedor foi o italiano Pozzato.

Jans Koerts- outro antigo ciclista da Rabobank- está de regresso à estrada depois de ter recuperado de uma grave queda na quarta etapa do Grande Prémio Joaquim Agostinho. Vamos ver o que ainda faz depois disto o veterano holandês que chegou a vestir a camisola amarela na Volta a Portugal de 1993.

Não sei como estava o dia. Sei apenas que estava muito vento. Houve aqui um almoço...ah...já sei...foi porque a irmã do padrinho da minha irmã foi carregar a tralha dela à Marinha Grande. Foi isso!

Nos jogos de Futebol que interessam para aqui, a Académica consentiu uma derrota em casa com o Paços de Ferreira por 0-2 e o Porto foi aos Barreiros vencer o Marítimo por 1-2.

Assim começou mais uma semana. Que iria eu fazer nas provas? O teste de Holandês correr-me-ia bem? Estas e outras respostas nos próximos textos.

Situação do dia:
Alguém disse:
- “Esperamos que João Ferreira faça aqui uma boa exibição.” Pois o árbitro do jogo entre o Marítimo e o Porto esteve realmente em destaque e deu bastante nas vistas. Depois de chocar involuntariamente com um jogador da equipa da casa, João Ferreira ficou caído no relvado e teve mesmo de receber assistência médica. Mais tarde ia derrubando outro jogador do Marítimo. Uma noite em que o árbitro nem deveria ter saído à rua.

Bacorada do dia:
“O professor, arregace as calças, senão pode-se afogar.” (Para nadar melhor, o mais aconselhável era tirá-las mesmo.)

Wednesday, March 05, 2008

Um ano de existência



Estava uma tarde de Primavera. Era véspera de uma viagem que iríamos fazer ao Alentejo. Encontrava-me lesionada e aproveitava para fazer alguns exercícios de Mobilidade.

Foi a seguir a essa sessão que resolvi materializar uma ideia que há muito tinha na minha mente: construir um blog para relatar as minhas coisas, dar a conhecer o meu mundo, a minha vida- nem sempre fácil, as minhas opiniões- nem sempre respeitadas nas aulas, tudo o que me rodeia e não me é indiferente.

Até há bem pouco tempo mal sabia o que era um blog. Sabia que “Gato Fedorento” era um exemplo de um. Sabia que havia alguns onde se discutia política ou Desporto e outros não passavam de meros diários de lamúrias e confissões mais ou menos picantes.

Ora bem...o meu iria ser...um diário. Um espaço em que eu dou a conhecer ao Mundo como é a minha vida. O que eu sonho. O que eu sinto. Como encaro esta árdua sina que me foi traçada quando eu ainda nem sequer era gerada: viver com uma deficiência visual.

E lá comecei- um pouco por brincadeira- a dar corpo e alma ao meu blog. Como lhe iria chamar? Comecei por ter a ideia de lhe chamar “Visão Periférica”, mas houve um qualquer erro. Provavelmente já existia outro blog com este nome. Voltei a puxar pela cabeça...

Lembrei-me de uma colega nossa que tratava todos nós por “toupeiras”. Referia-se à ACAPO e aos cegos em geral como “toupeiragem”. Lembrei-me de uma cena que se passou quando eu e o meu colega íamos a atravessar a passadeira em frente à ACAPO. Íamos para o treino e acabámos por percorrer o caminho daí até ao Estádio a rir à gargalhado. Alguém de dentro de uma carrinha de caixa aberta nos gritou:
- “SUA TOUPEIRA!”

Eu e o meu colega desatámos a rir. Mas a criatura não tinha outro nome para chamar? Porquê toupeiras em vez de ursos, burros, tartarugas, porcos...? Insultou chamando-nos de toupeiras e nós achámos piada. Só depois me lembrei que as toupeiras são cegas e daí a ligação. Assim nasceu o nome para o meu blog: Toupeira. Se quiserem, Toupeira Dum Raio. É este o nome completo do meu blog.

Com o tempo, arrependo-me de não ter colocado outro nome: “Caderno Azul”. É essa a cor da maioria dos cadernos onde eu tiro apontamentos ou tópicos que depois desenvolvo e vão dar os textos que aqui apresento (ver foto).

Ao longo do tempo, a própria maneira de estruturar os textos sofreu alterações. Primeiro comecei a estruturar as mensagens como mero diário. Depois senti a necessidade de desenvolver alguns assunto. Mais tarde introduzi outro tipo de textos e de acontecimentos. Uma ideia bem conseguida foi a descrição de alguns sonhos de que me lembrava ao acordar e que apontava nos meus famosos cadernos azuis.

O humor e a ficção foram tomando o seu lugar no meu blog. Recuperei alguns textos que foram escritos com outras finalidades e usei para outras finalidades textos que apresentei aqui em primeira-mão. Foi frequente ver aqui neste espaço textos escritos em código. Da situação original pouco ou nada resta e muito menos se percebe. Há pelo menos dois textos que assim estão escritos. Não vou dizer quais são.

O Desporto é a minha maior fonte de inspiração. Sou atleta e a nada do que se passa no panorama desportivo sou indiferente. Se não fosse o Desporto e as crónicas feitas à pressão de alguns jogos de Futebol, o meu blog estaria hoje mais pobre.

Quem lê o meu blog sabe quem é o Mong, o Léo e a Feijoa. É também aos meus gatos que eu dedico este espaço. As suas peripécias muitas vezes foram destacadas e as minhas inquietações por eles vezes sem conta foram relatadas.

Também toda a gente que lê o que eu escrevo conhece o Tó Bóias, o Gregório, a Belarmina e muitos outros personagens que eu inventei para os meus textos de ficção. Bem reais são os jogadores de Futebol e outros desportistas com os quais eu engracei. O mais flagrante exemplo é o do russo Artem Dzuba. O jogador do Spartak de Moscovo deve ter sido, seguramente, um dos que eu mais mencionei aqui e um dos protagonistas oníricos.

Momentos felizes e momentos menos felizes foram aqui descritos nesta página feita com carinho, embora desprezada por motivos profissionais. Destaco como momento mais marcante o meu encontro com os elementos da Rabobank Continental. Todas as quezílias normais na vida de alguém são os momentos menos bons que aqui não escondi de ninguém.

Houve situações que se passaram na realidade e que quase roçaram o insólito. Embora tivesse um pequeno espaço para as situações mais curiosas, insólitas ou engraçadas, houve textos que relatam situações inacreditáveis. Estou-me a recordar da sala que meteu água e de alguns que relatam o magnífico mundo do interior dos autocarros dos SMTUC. Sem eles, o meu blog seria triste e sem o mínimo de piada.

As bacoradas e as situações engraçadas sempre estiveram presentes desde o início do meu espaço. Por muito que algumas más-línguas falassem, eu também nunca deixei de colocar aqui as minhas próprias bacoradas. Não estou só atenta ao que os outros dizem de mal. Ninguém escapa. Nem eu, nem a minha família, nem os meus colegas, nem os desportistas e nem os políticos. Inclusive também o que eu ouço por acaso na rua pode dar uma boa “bacorada do dia”

As situações foram momentos mais ou menos curiosos que se passaram ao longo dos dias. Ao contrário das bacoradas, não as vou buscar ao meu arquivo. Por isso se encontram textos em que, pura e simplesmente, não há nada que se possa adequar a essa rubrica. Para mim, a melhor cena que tenho relatada foi aquela que se passou nos Covões. Achei piada e comecei a imaginar alguém a esconder uma torneira roubada de uma casa de banho. Houve dois números protagonizados por mim que só se fazem uma vez e com sorte. Um aconteceu quando ia às escuras para o balneário e tropecei nas escadas sem me magoar. O outro foi mais ou menos semelhante. Fui agarrada por imensas pessoas e não cheguei ao chão. Saltei do palco porque me distraí e não vi os degraus.

Já aqui falei nos sonhos. Eles continuarão a merecer destaque. Sempre que eu me lembrar de um, contá-lo- ei a quem queira ler este meu blog.

E lá está! Se não fosse dia de aniversário do meu blog, nada haveria para contar neste dia em que parece que aproveitei o facto de o dia estar agradável para ir a pé.

Acabei por fazer um treino na rua. Há muito que não fazia uma coisa dessas. O apronto consistiu em quinze minutos de aquecimento- o que deu quatro subidas da ladeira até ao sinal e umas acelerações (duas mais longas e três mais curtas).

Ainda houve Futebol. O Sporting venceu o Estrela da Amadora por 3-1.

Também se escreveram alguns testos para colocar neste meu humilde espaço que hoje comemora um ano de existência. Parabéns Toupeira!

Situação do dia:
A minha vizinha mandou guardar uma leitoa para criar à minha mãe. Na passada semana ela veio buscar a pequena porca para casa dela. Poucos dias depois, a minha vizinha foi para dar de comer à leitoa e deixou-a fugir. Mal apanhou as portas abertas, o animal começou a correr pelos quintais fora. A minha vizinha ficou impotente para a apanhar. Só que a porca ainda sabia de onde tinha vindo e já andava nos nossos quintais. A minha vizinha começou a gritar pelo meu pai e pediu para ele ir ver se agarrava a porquinha. Ali perderam horas. Já se falava em mandar um tiro ou uma pedra para matar a leitoa e comia-se. Um rapaz que andava a trabalhar numa obra ali perto passou na estrada e o meu pai mandou-o parar. Ele conseguiu agarrar a porca e entregá-la de volta à minha vizinha. O curioso nesta história é que este homem é especialista em agarrar porcos que fogem. Um dia destes já foi ele que apanhou também uma porca que havia fugido a um rapaz da minha terra.

Bacorada do dia:
“Só se começa a tempestade depois dos trovões.” (Pensamento da hora...)

Só nós não fazemos nada

Mostrei um dia destes toda a minha indignação pela falta de dinamismo e de iniciativa da ACAPO-Centro. (ver texto “Teatro para cegos”) Hoje folheio o Diário “As Beiras” e leio uma notícia que me deixa um pouco triste.

Não é que eu não goste que as outras associações de deficientes façam coisas novas e que ajudam os seus utentes a se sentirem um pouco melhor com a deficiência que têm. Apenas gostaria que fizéssemos o mesmo. Que alguém tivesse ideias. Que alguém nos ajudasse a nos sentirmos melhor e a vivermos mais motivados e felizes através destas pequenas grandes coisas.

A APPACDM sempre assiste aos jogos da Briosa. Não são os únicos, pois outras entidades fazem o mesmo. Só as Toupeiras Dum Raio é que não sabem, nem querem saber de criar um protocolo desse género.

Eu penso que a Académica não nos fecharia as portas. O que há é uma gritante falta de vontade, de iniciativa e de esforço para tornar a vida dos associados bem mais alegre. Ainda por cima- isto é o cúmulo- a pessoa que deveria zelar por esse tipo de coisas veio um dia ter comigo quando eu estava a estagiar na Académica a perguntar se eu tinha bilhetes. Eu respondi-lhe que se ele queria bilhetes teria de contactar a Académica como os outros fazem. Aqui a culpa não é da Académica. É inteiramente dele. Aliás, é dele toda a culpa de não haver qualquer tipo de iniciativas nesta deprimente associação incapaz de captar jovens cheios de dinâmica e iniciativa.

A falta de dinheiro não é desculpa. A APPACDM é uma IPSS como a ACAPO. E tem iniciativas, visibilidade no exterior e uma dinâmica de actividades muito grande. Se a ACAPO não faz por manter os seus associados activos a culpa é dos dirigentes. Onde é que quem deseja descomprimir assistindo a um jogo da Briosa gasta dinheiro? Francamente! Eu já desisti de dar ideias a gente que tem como único objectivo organizar magustos e jantaradas, alegando que é o que a maioria quer.

Também não educam as pessoas para mais nada. As mais cultas que lá vão parar só falta queimarem-nas na praça pública. Eu cada dia fico mais desiludida com o que a ACAPO (não) faz. E querem eles fazer transparecer para a rua que os deficientes visuais andam felizes e contentes, que são seres autónomos e capazes, bla bla bla...Estou farta dessa ladainha! Comecem a trabalhar! Mexam-se!

Toda esta inércia deixa-me triste e desiludida. Vale-me o meu trabalho para não pensar nestas coisas. Para além de ir ao Futebol, a APPACDM mantém uma parceria com uma associação britânica. Os ingleses visitam Coimbra e vão assistir ao jogo entre a Académica e o Paços de Ferreira.

Eu adorava que nós também tivéssemos contacto com outras associações além fronteiras. Já dei ideias nesse sentido e ofereci-me para ajudar, uma vez que falo várias línguas. Esta questão é-me bastante sensível porque existe uma razão muito forte para ficar triste de cada vez que ouço falar de parecerias e protocolos entre associações de deficientes.

Alguém muito importante na minha vida queria há cerca de três anos contactar connosco aqui em Coimbra. Eu não soube o que dizer. Tive vergonha. Se as coisas funcionassem como deveriam, as duas associações estariam ligadas e eu estaria mais perto da pessoa que amo.

Enfim, não adianta estar a massacrar-me com uma realidade que só consegue mudar para pior.

Até em sonho me revolto com aquela gente. Sonhei que a nossa sala de aulas tinha umas péssimas condições. Não é mentira nenhuma. Por essa razão, saímos à rua para nos manifestarmos contra esse estado de coisas. Eu tomei um autocarro de assalto e peguei no microfone. Perante os olhares atónitos dos passageiros comecei a discursar.

O dia amanhece como o de ontem. Estava um pouco mais de frio.

Comecei a leitura de um novo livro: “Qmrán- o Enigma dos Manuscritos do Mar Morto” de Eliette Abécassis.

Tudo correu dentro da normalidade da parte da manhã. Apenas há a registar o facto de um aluno vir pedir uns calções de banho porque os dele lhe estavam...apertados. Ou ele engordou, ou os calções encolheram ao serem lavados.

Cada pessoa tem o seu método de trabalhar. Por vezes é difícil nos entendermos com alguns códigos. Eu percebo o código de colocar traços em cima dos números de crianças de cada escola para sinalizar que elas saíram e os cartões que, por qualquer motivo, ainda não foram passados com os códigos de barras virados para cima nos cacifos e ligeiramente saídos para fora. Outros colegas meus fazem diferente.

No autocarro um homem berrou bem alto porque queria sair na paragem seguinte e a campainha não funcionava. Porém, nem isso me fez despertar da letargia em que me encontrava. Por pouco não me deixei ir e não fui sair mais adiante. Era bem feita. Mas para que é que o sono existe?

Acabei por chegar três minutos atrasada a uma tarde de trabalho com bastante movimento.

Andam imensos grupos de crianças a passear na rua. Agora está um tempo agradável. A Primavera está aí e é altura de realizar algumas iniciativas ao ar livre. Um desses grupos acabou por me confundir. Pensei que era uma escola que ia ter aula na Piscina.

Duas meninas queriam-se inscrever mas necessitavam da autorização dos encarregados de educação para tal. Não se deve facilitar.

Hoje fiz o treino ao contrário. Em vez de fazer 30 minutos e ver quantas voltas é que eu conseguia dar numa das pistas de fora, tentei ver em quanto tempo dava dez voltas a essa mesma pista. O resultado foi: 29. 24.70 minutos. Depois tudo foi normal com ginástica e alongamentos. Uma hora bem aproveitada.

Já relaxada em casa e pronta para o fim-de-semana tentei localizar uma rádio onde estivesse a dar o relato do jogo entre a Naval e o Boavista. Acabei por achar uma depois de muito procurar. Aquilo ouvia-se mal mas servia para o que era. Acabei por adormecer. Lembro-me de Kazmierczak ter empatado o jogo para o Boavista perto do intervalo e acho que o jogo terminou mesmo com esse resultado.

Situação do dia:
Passou um veículo de grande porte. Não deu para distinguir o que era. O que passou fez um barulho infernal, capaz de fazer estremecer tudo quase com a intensidade de um sismo. Era mesmo medonho!

Bacorada do dia:
“Ao preço que está o gasoilo....” (A bacorada também foi cara.)