Saturday, February 27, 2010

Deixa-te ficar como guarda-redes, que ficas bem!



E aqui temos Eduardo- guarda-redes do Braga e da Selecção Nacional a estragar um bonito fado, por sinal o meu preferido da Ana Moura. Pela amostra vemos que a música não será certamente o forte do melhor guarda-redes português da actualidade. Mais ao lado, em Guimarães é que mora um excelente cantor que também foi um excelente guarda-redes- também ele internacional. Falo de Neno que ainda hoje canta e encanta.

Da próxima vez, teremos outro jogador do ex- líder do campeonato a mostrar os seus dotes. Será o colombiano Renteria a deliciar-nos com uma calorosa cumbia. Ficaremos à espera!

Friday, February 26, 2010

Estranho concurso

Levantei-me bastante cedo para ir tratar da burocracia necessária para segunda-feira ter tudo preparado para começar a trabalhar. Havia-me deitado bastante tarde mas estava destinado que quando chegasse iria fazer uma merecida sesta.

Quando os meus pais saíram, fiquei um bom par de horas a aturar aquele pequeno cão que está cada vez mais chato e com os dentes cada vez mais afiados. Já não aguentava mais de tanto me rir com as tropelias dele.

Quando eu o deixei entretido com alguma coisa que achou no terraço, lá fui dormir um pouco e embarcar na senda de sonhos altamente disparatados.

Primeiro sonhei com batatas fritas enormes que deixava cair por todo o lado e depois apanhava do chão. O filho do meu vizinho também as estava a apanhar e ia comendo ainda mais do que eu. Aquelas batatas estavam algo queimadas e ensopadas em óleo.

Depois veio o rol completo dos disparates. Era um concurso televisivo que era um reality show com a mistura de quantos programas televisivos andam por aí. Saliente-se que eu não costumo ver nenhum.

Os concorrentes tinham de fazer toda a espécie de variedades, desde dança, canto e representação. Iam depois a uma final para ser decidido qual o seu fim no concurso. Tenho a impressão de que já sonhei com uma coisa dessas há tempos mas não tenho a certeza.

Os concorrentes estavam numa casa vigiada por câmaras e ali iam vivendo a sua vida. Estavam a ensaiar para uma gala que haveria num domingo á noite. E qual seria o prémio para quem vencesse essa final?

Para o primeiro classificado não sei qual seria o prémio mas havia coisas muito estúpidas que aconteciam a alguns dos concorrentes que tinham obrigatoriamente de mostrar o seu melhor se não queriam ser sacrificados.

Houve uma concorrente que venceu um prémio bastante original- uma inseminação artificial cujos dadores eram todos os seus colegas. Ela engravidaria do que calhasse. Já um outro concorrente ganhou uma espécie de suicídio assistido. Era o António, do apelido não me recordo, e imitou Tony Carreira.

Tudo sobre esse concurso vinha destacado numa espécie de revista cor-de-rosa expressamente publicada para o efeito. Eram páginas e páginas com fotos dos concorrentes na casa a prepararem-se para o grande dia.

Sonhei igualmente que me cheirava a esturro na sala e eu andava a ver se acaso era o meu computador a pegar fogo.

Enfim…depois de aturar os disparates do cão, eis que disparates ainda maiores me povoam o espírito enquanto durmo. Na verdade, os sonhos que se têm quando dormimos da parte da tarde são os mais disparatados de todos.

Thursday, February 25, 2010

Momento romântico de hoje



Alguém ainda se lembra desta música? Eu lembro-me e faz-me recordar que...já estou velha. Há muitos, muitos, mas muitos anos que isto passava a toda a hora na rádio. Agora só se for na M80.

Wednesday, February 24, 2010

Mais feliz do que nunca

E finalmente chegou o grande dia! O dia que eu julguei nunca chegar. O dia em que finalmente arranjei o meu primeiro emprego.

Havia grande ansiedade e nervosismo nos momentos que antecederam a reunião e mesmo dentro do próprio local onde ela se realizou. Eu e a minha colega pensávamos que só uma de nós iria ficar e afinal vamos ficar as duas.

Foi uma grande surpresa que encheu de alegria o ambiente. Começamos já a partir de Segunda-feira e ,até lá, irá ser uma correria para deixar tudo preparado para esta grande mudança na minha vida.

Vão acabar os longos tempos livres em que o tédio imperava. Agora vai ser dar o máximo no local de trabalho para tentar ficar para além do tempo estipulado pelo contrato.

Agora há que trabalhar o máximo que se puder para tentar buscar a estabilidade financeira que já tardava e a autonomia que tanto reclamava desde que abandonei Coimbra em 2008. Viver na cidade sempre abre outros horizontes e um emprego estável como este ajudará bastante.

Ainda agora estou a escrever e nem estou a acreditar que este sonho se concretizou e que eu, que nunca imaginava ser aceite por qualquer empresa devido ao meu problema, estou de regresso á vida activa.

Espero que tudo corra bem, que tenha muita sorte e que nada me importune esta experiência que quero preservar em nome do meu futuro.

Mandei a minha irmã no meu lugar

Este é mais um curioso sonho tido numa noite em que eu pouco tempo estive a dormir sem fazer uma pausa para acordar e ver as horas.

Ao contrário dos outros sonhos disparatados que tenho tido, desconheço a origem real
deste mas é muito engraçado precisamente por esse facto e pela capacidade que temos,
neste caso eu, para raciocinar enquanto se está a dormir.

Há muito que havia uma cirurgia aos olhos marcada para mim. Provavelmente estava em lista de espera há tempo e nunca mais me lembrei de que poderia ser chamada a qualquer momento. O médio responsável era um tal de Dr. A. Gomes.

Como eu estava a trabalhar há pouco tempo e não queria perder dias de trabalho
(premonição para o que ia acontecer?) e como a minha irmã estava desempegada, eu
disse-lhe que tinha de ir ela ao hospital mas tinha de se fazer passar por mim. Como se nós fôssemos parecidas! Só se o médico não nos conhecesse ou nos confundisse como algumas pessoas, inexplicavelmente , fazem.

Os dias passaram. Eu estava em casa e a minha irmã no hospital ou não sei onde. Pelo
Messenger perguntei-lhe como tinha ficado aquela história da cirurgia. Fervilhava de
curiosidade por saber como tinha ficado essa história.

Foi então que ela contou o que se passou. Estava tudo preparado para a intervenção
cirúrgica quando o Doutor Gomes reparou na troca de identidades e ficou furioso. Não
cheguei a saber do resto. Depois os sonhos mudaram de rumo e passaram a ter como palco um relvado onde se jogava uma espécie de Hóquei em campo.

Muita ansiedade por aqui

Aproxima-se rapidamente a hora de se saber o veredicto final sobre uma hipotética possibilidade de ir a trabalhar no Pingo Doce. Como não podia deixar de ser, estou um pouco ansiosa. Apesar de já ter tido algumas experiências profissionais, a confirmar-se esta, será o meu primeiro emprego com contrato de trabalho assinado.

Ao contrário do que é habitual, parto para este dia decisivo da mi8nha vida com pensamento positivo e expectativas altas quanto ao sucesso da reunião que decorrerá daqui a algumas horas. A esperança é enorme. Nem reconheço mais em mim a pessoa que partia com grande pessimismo para qualquer coisa, sem crença nem esperança de que o desfecho não fosse outro que não o insucesso.

Agora é incrivelmente diferente. Sou eu e mais uma colega e a entidade patronal terá de escolher uma de nós duas. Vou para esta reunião de espírito aberto e com a consciência tranquila de que tudo fiz em Novembro para que no final tudo corresse bem. Seja qual for o veredicto final, tenho plena consciência de que mais não pude fazer além, do que fiz.

Se acaso as coisas correrem mal, não sei qual a minha reacção. Como eu disse, não estou habituada a partir para algo com as expectativas altas. Se vou ficar desiludida ou triste? Muito provavelmente que vou mas há que tentar seguir em frente.

Caso venha a ficar, como eu espero, irei certamente comemorar com pompa e circunstância. Afinal de contas é a primeira vez que arranjo um emprego. Aproveitarei a festa da minha vizinha para fazer também a minha. Prometo que vai ser tudo em grande.

Já falta pouco para saber se este é ou não o primeiro dia do resto da minha via.

Monday, February 22, 2010

“A Mancha Humana” (impressões pessoais)




Abro aqui um espaço no meu humilde blog para deixar as minhas impressões pessoais sobre os livros que vou lendo.

A leitura é um dos meus vícios e por isso leio muito. Normalmente aproveito as promoções de oferta de livros que surgem em revistas e jornais, quando tenho conhecimento prévio que vão haver essas iniciativas e quando tenho tempo e disponibilidade para os adquirir. Aqui na aldeia torna-se mais complicado adquirir livros, por isso aproveito quando vou á cidade.

Também compro alguns. Provavelmente é onde eu gasto mais dinheiro mas tal encargo vale sempre a pena porque ao lermos ficamos mais cultos, aprendemos sempre coisas novas e surpreendentes e, tendo também a paixão pela escrita, vamos aprendendo a escrever cada vez melhor.

Geralmente leio um pouco de tudo, até para abrir mais os horizontes culturais. O estilo de livros que eu mais aprecio são os livros policiais ou aqueles que envolvem muita acção, suspense, intensidade e em que existe algo de muito misterioso e cativante que nos prende à leitura. Sou capaz de ler um livro muito interessante com imensas páginas em poucos dias ou, pelo contrário, ando uma vida inteira para ler um livro pequeno com uma história pouco interessante, muita divagação ou grandes parágrafos a descrever seja o que for. Este último caso enquadra-se na primeira obra que aqui vou abordar.

“A Mancha Humana” é uma obra do escritor norte-americano Philip Roth que conta a história de um homem que é um professor universitário de sucesso mas vê a sua carreira académica ruir de um momento para o outro por ter sido mal interpretado por duas das suas alunas numa sala de aula. Segundo elas, o professor terá proferido um comentário racista. Ele que guardava consigo um segredo sobre a sua verdadeira raça. Afinal de contas, Coleman Silk- o protagonista da história- era, ele próprio, de raça negra mas escondeu de toda a gente para poder usufruir de todos os direitos que os cidadãos brancos tinham.

Silk enviuvou também por essa altura conturbada da sua vida mas tinha um caso amoroso com uma empregada de limpeza com quase metade da sua idade e que fora casada com um homem traumatizado da guerra do Vietname que depois viria a matar os dois, fazendo com que o carro em que seguiam saísse da estrada e fosse parar ao rio.

É sobre o desfecho desta personagem (Faunia Farley) que tenho a fazer a maior crítica. Depois da sua morte, o escritor descreve o encontro com o seu pai que estava acompanhado por uma mulher filipina. Havia um diário entre os pertences da vítima que ao longo da história foi descrita como sendo analfabeta. Alguma coisa ela escondia para se fazer passar por tal. Isso nunca se chegou a descobrir. Se foi uma maneira de prender o leitor, depois este ficou, tal como eu, um pouco decepcionado por dali não ter surgido nenhuma revelação.

Outro aspecto que tenho a salientar tem a ver, justamente, com aquilo que eu detesto ver num livro- longos parágrafos com divagações. Lidos a horas tardias e quando uma pessoa já está um pouco ensonada, aquelas longas pausas na história só atrapalham e chega-se a um ponto em que já não se sabe a que propósito veio aquilo. Também há repetições exaustivas dos mesmos factos, na minha opinião. Tudo isto fez com que eu demorasse mais tempo a ler este livro porque, de facto, não foi uma das minhas obras de eleição.

Resumindo: a história até está boa, bem enquadrada mas não foi bem explanada, sobretudo aquela parte final sobre a vida de Faunia Farley.

Sunday, February 21, 2010

Sábado 20

Este passa a ser a partir de agora o dia mais aziago que pode haver, pelo menos aqui para os meus lados.

Mesmo sem colocar os pés na rua, foi um dia para esquecer. Imagine-se se eu por acaso tinha de sair. Provavelmente acontecer-me-ia alguma coisa séria.

Então vamos cá descrever aquilo que foi o meu dia. Agora já é dia 21, já se pode fazer um balanço do dia anterior.

Comecemos ainda pela madrugada quando eu, contente por ter Internet sem fios no meu escritório, resolvi ficar a fazer serão até ás tantas, como nos velhos tempos. Quando saí, deparei-me com as luzes no terraço todas apagadas. Para vir para dentro foi o cabo dos trabalhos.

Quando me levantei fui outra vez para o escritório mas sem chave não podia entrar e não fazia ideia onde eu, com a confusão de vir completamente às escuras, a tinha pousado. Andei á volta de uns trinta minutos à procura dela e afinal estava num local bem visível. Entretanto já tinha ido buscar uma outra chave e aberto a porta.

Tinha deixado ficar o meu computador portátil no escritório. Como tinha o aquecedor ligado, nem me apercebi que estava muito frio. Refira-se que o meu computador teima em não ligar quando as temperaturas estão baixas e é preciso aquecê-lo. Fui para o ligar e nem sinal de vida dava. Pensei que talvez tivesse avariado de vez.

Enquanto aquecia o portátil, ia trabalhando com o fixo mas precisava de um CD que tinha as fotos que estão no post anterior. No meio de tantos CD’s por marcar era difícil achar esse mas lá o encontrei ao fim de algum tempo.

Tentei novamente ligar o portátil e desta vez lá funcionou mas não havia vestígios da Internet sem fios. Tive de andar com o computador de um lado para o outro para ver se o problema era da acessibilidade da Internet. A solução foi voltar a ligar o computador ao cabo.

Fiquei aqui a preparar umas coisas e ao final da tarde resolvi voltar ao escritório para ir buscar a mochila do computador que tinha lá o Bluetooth e eu precisava dele. No regresso estavam uns paus no chão, tropecei neles e caí com a cara virada para o chão. Bati com um dente no soalho de cimento e parti-lhe um bocado.

Como se não bastasse, estava a ver a minha vida a andar para trás no Hattrick. A minha equipa apanhou excesso de confiança por o jogo ser com o último classificado e quando fui consultar o jogo já perdia por 0-2. Na segunda parte lá consegui dar a volta e vencer por 3-2 mas não me livrei do susto.

Em suma, não é Sexta-feira 13 mas isso não significa que se tenha mesmo um dia para esquecer.

Saturday, February 20, 2010

April. 15.2007- Trip to North of Portugal









O cãozinho





De onde veio e como veio parar a nossa casa permanece um mistério, embora haja uma forte teoria.

Anda aqui pelas imediações uma cadela abandonada que já causou um avultado prejuízo ao ir às galinhas de uma vizinha.

Em Dezembro essa cadela deu á luz uns sete ou oito cãezinhos que a minha outra vizinha afirma agora ter enterrado. Deve-os ter enterrado muito mal, diga-se. Se ela enterrar os cães como enterraram os gatos há coisa de vinte anos…oh sim!

O que é certo é que na passada segunda-feira- um dia de puro Inverno- ele apareceu todo molhado e com frio. A minha mãe acendeu uma enorme fogueira e quando ele aqueceu logo começou a brincar.

Debaixo de chuva, a minha mãe correu o lugar inteiro a perguntar de quem era o cãozinho. Não era de ninguém.

Foi já pela noitinha que a minha mãe abordou a minha vizinha, a tal que tinha apanhado as crias da cadela e as tinha enterrado. Ela voltou a afirmar que os tinha enterrado todos mas tinha visto aquele de manhã com a cadela grande a presumível progenitora dele.

A minha mãe esteve para o devolver à rua mas estava uma noite de tempestade muito forte. A solução foi levar o cãozinho para um curral no pátio. Foi uma má solução, pois ele não parou de ganir e de ladrar. O nosso cão, ao ouvir o outro, também começava a ladrar e foi uma noite de sono perdida.

No dia seguinte era dia de Carnaval e por acaso apareceu em nossa casa uma prima nossa que vive no Luso. Assim que viu o cãozinho, logo o pediu á minha mãe que aceitou dar-lho de bom grado.

Ela é uma senhora que sofre de problemas psíquicos e o marido sofre imenso de doença cardíaca. Ter um cão em casa, ainda por cima como este, só vem ajudar a superar os problemas. Ela queria levá-lo já naquele dia mas a minha mãe não deixou. Talvez daqui a uma semana ou duas. Até lá, eu pelo menos, vou-me entretendo com as tropelias dele. Hoje até fiz uns vídeos com ele a brincar.

A minha vizinha desconfia que hajam mais cãezinhos no local onde ela guarda a lenha. A cadela deve-os ter resgatado, de certeza.

Agora este cãozinho estará por esta altura a dormir no quarto dos meus pais enroscado no tapete. Como é para dar à nossa prima, nunca mais voltou para o curral e as noites são mais sossegadas por aqui. Os dias é que são positivamente agitados.

Friday, February 19, 2010

Fabianski, esse artista



Estava eu já a pensar que me livrava de postar aqui hoje. Não me estava mesmo a apetecer escrever nada.

Depois de dias algo agitados, com a inspiração a correr a rodos por aqui, hoje a esta hora não me apetecia mesmo fazer nada. Estou mesmo deserta de ideias. Nada se passou a não ser uma fraca exibição do Benfica frente ao Hertha de Berlim.

Já me ia para ir deitar quando me lembro de ir ver as últimas notícias á página do Maisfutebol. E o que é que eu encontro? Esta pérola. Um vídeo mesmo cómico que tem como protagonista o guarda-redes que ontem defendeu a baliza do Arsenal e que permitiu a Varela marcar o primeiro golo para o Porto.

O curioso deste vídeo é que tudo isto se passou num único jogo. Eu pergunto: ele é assim mesmo?

Vejam e riam, que ele merece que se riam dele até mais não se poder.

Thursday, February 18, 2010

Carnaval importado



Pois é, o Carnaval deste ano já passou. Apesar de os termómetros não subirem muito acima dos dez graus de máxima e de até cair neve em algumas localidades, os portugueses lá continuaram a fazer os seus corsos carnavalescos cada vez mais semelhantes ao que se passa do lado de lá do Oceano Atlântico.

É com muita tristeza que constato que o Carnaval lusitano cada vez mais está a perder a identidade. Estamos na era da Globalização mas o que se tem vindo a passar ano após ano com o Carnaval português é um exagero.

Quando eu andava na escola, disfarçávamo-nos com máscaras construídas por nós e lá desfilávamos todos contentes. Havia samba, as marchinhas imortais dos anos setenta, mas na maioria das vezes qualquer música da moda servia para nos animar.

Aqui pela aldeia era costume haver gente mascarada que desatava a fazer disparates e a caricaturar algumas das destacáveis personagens da terra. Agora isso perdeu-se. Vão para a Mealhada, para Ovar e para todos os outros lugares onde há sambódromo, onde passa Ivete Sangalo e onde as mulheres andam com pouca roupa para gáudio do público masculino.

Já quase não há serpentinas nem papelinhos. Os disfarces compram-se em qualquer loja chinesa e já não dão trabalho nem imaginação a ser preparados. Que saudades daquele Carnaval em que eu, apenas com um lençol pela cabeça, cara pintada e uns enormes óculos escuros espalhei o terror na aldeia inteira sem que ninguém me reconhecesse. Já lá vai o tempo em que os insectos de borracha faziam tanto estrago que ríamos até não poder mais. Hoje escolas de samba é o que está a dar.

Quando nos noticiários foi anunciada uma vaga de frio e mau tempo, até bati as palmas de contente. Não é que eu não goste do Carnaval mas estava a pensar que as escolas do samba á maneira da “Cidade Maravilhosa” e do “País Tropical” não iriam atrever-se a sair ás ruas das principais localidades onde o Carnaval é tradição.

Quando a neve ameaçou acabar com alguns corsos carnavalescos, a organização dos mesmos levou avante a sua teimosia e fez sair á rua as escolas de samba que, ironicamente, desfilariam na neve. Imaginem o frio que aquelas criaturas não iam sentir com os seus parcos trajes.

Tenham lá paciência, meus amigos, parem de imitar tudo o que vem de fora e metam na vossa cabeça que no Rio de Janeiro é Verão e estão quarenta graus de temperatura. Aqui é Inverno, o clima está a mudar e cada vez está mais frio. Deixem as escolas de samba para os cariocas e vamos festejar o Carnaval de acordo com as tradições portuguesas.

Fuga do Haiti



Antes de começar com a descrição de mais esta aventura onírica, convém fazer aqui uma pequena introdução, se é que já não a fiz há tempos atrás neste blog.

Não encontro explicação para este fenómeno mas em sonhos tenho pavor a coisas que na vida real pouco ou nada me impressionam. Fujo de tempestades, de preferência com relâmpagos e com muita chuva, porém quando troveja coloco-me num local seguro a observar a trovoada. Sempre fui assim de pequena. O medo que tenho da trovoada nem sequer chega a ser medo, apenas tomo precauções porque os raios podem matar se andarmos na rua desprotegidos. Quando soube que um jogador na Sérvia, há uns anos atrás, morreu durante um treino porque um raio lhe caiu em cima, evitava ir treinar com trovoada. Ficava em casa e observava-a pela janela.

Mais esquisito é o pavor em sonhos a ambulâncias. Desde muito pequena que tenho esse tipo de pesadelos e um deles está algures descrito neste blog como sendo o pior sonho que tive na vida. Ante de ser operada ás amígdalas tinha crises terríveis. Se sonhasse com a passagem de várias ambulâncias na estrada (como naquele sonho), comboios ou outro tipo de veículos, era sinal de que iria ter febre dali a dias. Quase nunca falhava. Com o tempo e com o problema resolvido esses sonhos passaram a ter outro significado. Fui viver para a cidade e sonhar com carros a passar uns atrás dos outros na estrada passou a ser completamente inofensivo. Com a paixão pelo Ciclismo e pelo Atletismo, esses carros, esses comboios e até essas ambulâncias foram sendo substituídas por provas de bicicletas e corridas. Algumas também aqui estão descritas.

Desde Março de 2007, altura daquele pesadelo (ver texto “Foi horrível” na tag de Sonhos para onde vai também este texto) o pavor a ambulâncias nos sonhos regressou.

O medo dos mortos, de cadáveres e de tudo quanto esteja relacionado com a morte também é um desses exemplos. É este elemento que interessa para este sonho e funciona como os elementos atrás descritos. Foi esse medo dos mortos quase obsessivo que tornou possível este pesadelo dividido em muitas partes por eu ter acordado e adormecido sem perder o sentido do sonho.

Já tenho feito voluntariado em muitos eventos, sobretudo desportivos. É aí que eu posso ajudar melhor. Nunca me meteria numa acção humanitária do género das que acontecem nas catástrofes naturais ou nas guerras, não por ter horror a mortos, mas simplesmente porque há gente mais capacitada do que eu. Não seria agradável andar pelo meio de destroços e cadáveres mas não era isso que me ia demover de ajudar quem quer que fosse.

E no entanto convocaram todos os voluntários para irem prestar ajuda para o Haiti. Voluntários à força, se calhar. Éramos um grupo enorme de pessoas que partiu de Coimbra e que andava assinalado com uma t-shirt branca que eu não me lembro o que dizia.

Paro aqui a descrição do sonho para dar outra explicação. Como habitualmente, vou enquadrar o sonho no que se passou na realidade. Em primeiro lugar e a principal causa do pesadelo foi a ida dos meus vizinhos ás urgências dos HUC por causa do problema do olho da minha vizinha. Inevitavelmente começou-se a falar no medo de que o elevador descesse até ao piso onde fica o Instituto de Medicina Legal ou a morgue. Houve gente aqui que apanhou grandes sustos com isso. Eu fui dizendo que, se um dia me acontecesse uma coisa dessas, não teria qualquer espécie de medo. Vi fotos de corpos mutilados nas guerras dos Balcãs, no outro dia eram quatro da manhã e eu a ler livros policiais com cenas passadas na morgue, costumo ir ver os mortos em cada funeral onde eu vou…Aliás, o espaço vem precisamente da descrição desse livro mas com pormenores arranjados noutro lado pelo me subconsciente. Mas onde? Já digo.

Na segunda-feira passou uma reportagem na TVI ainda sobre o sismo do Haiti onde se viu uma vala comum enorme muito mal feita. Se tivessem feito como Elias no livro “O Monte Cinco” de Paulo Coelho, era mais prático e evitavam de apanhar epidemias que de certeza que vão aparecer por lá. Numa situação como aquela queimar os mortos não seria nenhum disparate.

Continuemos agora depois desta explicação! Disseram-nos que ia haver turnos de voluntários e que por vezes tínhamos de acartar os corpos da morgue para a vala comum. Eu em sonhos arrepiei-me ao tomar conhecimento de tal coisa mas não estava sozinha.

E lá chegou o fatídico momento. O ambiente era aterrador e eu estava apavorada. Para além da t-shirt branca, vestia também umas calças pretas de ganga. Mais cinco ou seis pessoas que eu não conheço realmente eram os meus companheiros de ocasião e também estavam apreensivos tal como eu.

E lá tivemos de ir. Que remédio tivemos nós! O espaço ficava numa espécie de cave e o chão de tijoleira branca estava cheio de areia dos destroços provocados pelo sismo nos andares superiores. Os nossos pés em contacto com esse chão produziam um som também aterrador.

E lá andámos nós a percorrer esses corredores, a abrir e fechar portas a ver onde era sem nunca descobrirmos para onde ir. Tal e qual a personagem do livro policial, também andámos a explorar o espaço e as mesmas coisas que ela viu eram apresentadas aos meus olhos. Não vi mortos mas as prateleiras com os catálogos lá estavam, bem como os utensílios. Como não víamos ninguém, sentámo-nos num velho sofá que o pó dos destroços não deixava adivinhar a cor. Ali estivemos horas perdidas até que resolvemos ir embora dali.

No dia seguinte, já vestida com uns calções de ganga pelo joelho, ia novamente desempenhar aquela indesejada tarefa. Foi então que não sei o que aconteceu. Está pouco explicado. Coisas dos sonhos. Dei por mim com uns ferimentos que admitamos que foram feitos em destroços ou algo assim. Alegando estar doente, resolvi não comparecer e cavar positivamente dali para fora.

Meti-me a correr por ruas destruídas, passei pelo local onde foi filmada a reportagem da TVI, aquela rua onde uma casa completamente feita em pó jazia ao lado de uma que estava intacta. A rua estava deserta, apesar de ser de dia e de o Sol estar a brilhar. Continuava a correr como se não houvesse amanhã. Foi assim que acordei pela primeira vez.

Voltando a adormecer, o sonho retomou quase de onde tinha ficado. Por magia onírica, dali a nada estava numa sala de aulas algures em Coimbra sem ter mãos a medir para as pessoas que me abordavam para saber o que se tinha passado e como foi possível eu me vir embora assim. Mesmo pessoas que eu não via há anos quiseram felicitar-me por um feito heróico que eu nunca cheguei a saber qual era.

Para além dos amigos que vieram pessoalmente falar comigo, também estava constantemente a receber chamadas por telemóvel. Quando me perguntavam por que me vim embora de lá assim (mas assim como?) eu respondia que ali era o fim do Mundo, que não havia nada e que nada tinha lá que fazer.

Voltei a acordar e desta vez vinha a pé, com a mesma indumentária, ao pé de minha casa com o Sol a brilhar. Cheguei a casa e tinha uma surpresa. A gata Juju estava de volta. Ela que morreu tragicamente há meses. Enfim, fiquei toda contente. Afinal o que há de novo em casa é um cãozinho que por lá apareceu e que será para dar a uma prima minha.

E com o sossego do lar e a alegria de ter de volta a gata Juju depois de todas as peripécias termina a descrição de mais um sonho em que eu fui heroína sem saber a razão. Talvez por ter fugido. É uma hipótese.

Wednesday, February 17, 2010

McDonald’s pouco acessível



Mais um sonho, mas uma pequena história e novamente as férias passadas em S. Martinho do Porto. Eis o que restou de uma noite muito activa em sonhos mas da qual apenas sobrou esta lembrança.

Eu e a esposa do psicólogo da ACAPO-Centro estamos ambas á espera de sermos chamadas brevemente para uma loja do Pingo Doce onde já prestámos provas. Talvez isso tenha influenciado o meu subconsciente a escolher a companhia para esta aventura a duas.

Então o que se passou foi isto: depois do jantar no restaurante estava uma noite fresca e escura. Subitamente apeteceu à minha amiga dar uma volta a pé. Havia um problema. Toda a gente que lhe poderia dar apoio estava cansada e sem disponibilidade para ir. Foi então que a minha pessoa se ofereceu para lhe fazer companhia.

As outras pessoas começaram a levantar ondas. Mas o que é que eu, que mal conheço aquelas ruas, ia fazer de noite com uma outra pessoa que não vê nada? Inclusive eu disse-lhe a ela que não conhecia bem aquela localidade.

À entrada da estalagem, já devidamente agasalhadas do vento que se fazia sentir, ela pegou ainda com mais força no meu braço e ordenou que seguíssemos, que ela sabia o caminho e sabia para onde nos dirigirmos.

Fomos caminhando e ela sugeriu que fossemos comer qualquer coisa a um McDonald’s que por lá havia. Eu fiquei surpreendida. Ir ao McDonald’s depois do jantar? Àquela hora? Não a consegui demover de tão absurdo desejo.

E lá entrámos no estabelecimento. Assim que lá cheguei, verifiquei que para se ir até ao balcão tinha-se de descer umas escadas íngremes e para depois chegarmos novamente à parte superior do balcão havia que subir dois daqueles bancos que normalmente costumam ser bastante altos, rodam e estão situados junto ao balcão dos cafés.

Eu avisei a minha colega de que não ia para ali mas ela aventurou-se. Alegando não me apetecer comer nada daquilo (até apetecia mas ao ver a acessibilidade perdi logo o apetite) fiquei sentada a uma das mesas enquanto ela foi em frente. Não a podia ajudar e ela também não pediu ajuda a outras pessoas que estavam presentes.

Foi com visível dificuldade que ela desceu até ao estranho alçapão mas quando foi a vez de subir os bancos desequilibrou-se e caiu. Toda a gente se começou a rir menos eu.

Alguém ao pé de mim e que aparentemente conhecia o meu péssimo hábito de só me rir da desgraça dos outros perguntou por que é que, desta vez, não soltei uma gargalhada. Fiquei furiosa com essa pessoa e com quem teve a triste ideia de pensar um espaço assim.

Acordei sem saber o desfecho desta minha cólera.

Tuesday, February 16, 2010

Por favor, ajudem o Renteria a desfazer-se dos objectos pessoais!

Sempre em favor das causas dos cidadãos fracos, indefesos e oprimidos, este humilde blog vem por este meio apelar a todos que ajudem um grande amigo nosso a desfazer-se de alguns objectos para angariar algum dinheiro para os seus gastos do dia-a-dia.

Lembrem-se que hoje é ele quem precisa de ajuda e amanhã poderão ser vocês a precisar de alguma coisa. Coitado, tentou vender a mala ao preparador físico do Glorioso e logo o interpretaram mal. Tudo porque ele tem vergonha de andar pelo meio da rua feito vendedor ambulante a impingir as suas coisas a quem passa. Há algo chamado dignidade que pode ser afectada seriamente com este tipo de comportamento. É por isso que o nosso querido amigo Renteria está, por agora, a vender os seus bens a quem conhece. Foi por isso que nos veio pedir que divulguemos o seu desespero por se ver livre de alguns haveres e por arranjar dinheiro porque o Pinto da Costa, alegando que ele é benfiquista desde pequeno, deixou de lhe pagar o ordenado.

Um dia destes, um amigo nosso que foi a Braga dar um passeio achou o Renteria na rua descalço e apenas enrolado numa toalha. Intrigado com o que acabava de ver, essa pessoa quis saber o que se passava para vir para aqui contar. Foi então que lhe disseram que o avançado sul-americano acabou por vender a roupa que trazia no balneário aos colegas de equipa.

Esta história até me deu vontade de chorar. Acreditem. É muito triste um homem querer desfazer-se de tudo quanto tem a qualquer custo, tudo porque o interpretaram mal. Por causa disso até nem convocado para os jogos passou a ser.

Depois desta pequena introdução, apresentamos o que o avançado colombiano do Braga tem para quem estiver interessado. Se alguém quiser alguma destas coisas, é favor dirigir-se…onde era mesmo? Bem…não interessa…algures por aí.

LISTA DE OBJECTOS PESSOAIS PARA VENDA:

- mala de viagem que estava lá guardada no sótão de sua casa ainda antes de ele nascer;

- sapatos comprados numa viagem a Paris que ele deixou de calçar por lhe magoarem os joanetes;

- cuecas (por acaso amarelas como as da canção)usadas durante um jogo que lhe correu paticularmente mal;

- after shave com um aroma capaz de ser detectado num raio de duzentos metros e que intoxica qualquer um, incluindo a ele próprio que foi parar ás urgências com uma alergia brutal;

- cuecas azuis que Pinto da Costa lhe obrigava a usar em todos os jogos efectuados com a camisola do Porto;

- meias oferecidas por um casal amigo no natal de 2006, ideiais para usar em países frios como portugal e que lhe fazem frieiras nos pés;

- camisola do Porto (essa ele até oferece de graça para alguém destruir);

- camisola do Glorioso que, com muita pena dele, vai ter de vender e é se quer que o Pinto da Costa volte a ser amigo dele e não lhe mande os Super Dragões fazer uma espera para lhe dar uma tareia.

Monday, February 15, 2010

Bordoadas solidárias

Chegou aos ouvidos da nossa sempre oportuna redacção que alguns estabelecimentos de diversão nocturna estavam a ajudar as vítimas do sismo no Haiti através de parte dos lucros que obtêm.

Apesar da crise que também nos bateu á porta, lá fizemos uma colecta entre todos e rumámos, mais uma vez, até ao Texas para ver o que por lá se passava. É que os momentos divertidos que lá passámos da outra vez que lá estivemos pesaram imenso e estávamos dispostos até a assaltar um banco, se preciso fosse, para voltarmos. Se bem se recordam, da última vez que lá estivemos, foi para verificarmos o fenómeno da caça para pessoas deficientes visuais.

Desta vez o desafio era um pouco arrojado e esperava-nos muita diversão. O maior dos encantos da profissão de coscuvilheiro…de jornalista pouco credível é podermo-nos divertir á grande sem dar satisfações ao Governo ou a quem quer que seja.

E lá seguimos novamente para o Texas, para uma zona bem fervilhante de uma pequena cidade. Esperámos que a noite avançasse. O nosso destino era o bar “Aphrodyte”- um estabelecimento muito frequentado sobretudo por homens de meia idade ou idade avançada e que tinha um aspecto algo duvidoso. Mais parecia uma daquelas casas ilegais de Bragança. Thomas Ellington era o gerente da casa e orgulhava-se de ter lucros bastante avultados, algo pouco provável num cenário de crise. Vendo que noutros locais da América se gerou uma onda de solidariedade para com o povo do Haiti, logo teve a ideia de fazer o mesmo e publicitou logo à entrada do bordel que parte do dinheiro angariado teria como destino o Haiti.

Na primeira noite, o dobro dos clientes afluíram ao bar. Pobres alternadeiras, que nunca trabalharam tanto! Quando reclamaram logo os olheiros do estabelecimento trataram de recrutar mais cinquenta strippers e umas vinte prostitutas normais que estivessem dispostas a aturar toda a noite os ousados caprichos de velhos incontinentes que se armavam em fortes mas que saiam de lá, por vezes, a arfar e com a mão direita cravada do lado esquerdo do peito- sinal de que os seus frágeis corações já não aguentavam e que só à custa de dose cavalar de Viagra lá iam.

Foi cerca de uma semana, mais ou menos, o tempo em que visitámos o bar “Aphrodyte” e vivemos algumas histórias curiosas que se lá passaram. Numa noite foi chamada a emergência médica- o INEM lá do sítio- para transportar um idoso de oitenta e seis anos que caiu inconsciente quando ia a sair de um dos quartos do terceiro andar. Não sabemos se o referido avozinho sobreviveu ao que parecia ser um colapso cardíaco.

Noutra noite, durante um número de strip, estava o estabelecimento tão lotado que quando foram arremessadas umas calcinhas para a plateia houve um tumulto tal que foram aí umas dez pessoas para o hospital. Um desses indivíduos era William Cooper de 64 anos a quem foi diagnosticado um traumatismo craniano. O indivíduo era casado, pai de quatro filhos e empresário numa conceituada multinacional. Um indivíduo exemplar, acima de qualquer suspeita sobre escapadelas nocturnas.

Dando por falta dele em casa e no trabalho, logo se montou uma espécie de caça ao homem por toda a cidade. Quando foi encontrado a repousar na enfermaria, fingiu não se lembrar de nada mas depois “lá se lembrou subitamente” e disse que tinha sido assaltado e agredido por dois assaltantes. E lá continuou este indivíduo sem mácula no seu comportamento social.

Para a penúltima noite, entretanto, estava guardado o espectáculo mais cómico. E nós que adoramos escândalos, porradaria, e tudo quanto tenha acção.

Havia um indivíduo que já passava dos setenta anos e que estava casado há mais de quarenta com a mesma mulher. Chamava-se Jim Bass e vivia a cerca de seis quilómetros do bar de alterne.

Já estava reformado e passava a vida na tasca a gabar-se das suas façanhas sexuais que já não tinha havia anos. Sua mulher sofria imenso por nem o Viagra devolver o vigor ao seu companheiro que, no entanto, ia para a rua gabar-se da maravilhosa noite de amor que tinha tido com a patroa. Estão a ver como isto vai acabar mal…

Os amigos de Jim, que sempre o ouviam falar das suas tropelias resolveram desafiá-lo para uma noite bem passada no “Aphrodyte”. Parte do dinheiro até era para ajudar os mais necessitados e tudo…

Para não dar parte de fraco, o desgraçado do velhote lá foi. Seria a sua primeira noite de sexo desde há dez anos. Para disfarçar mostrava-se o homem mais feliz do Mundo e levava a carteira recheada de dólares, pois já não se lembrava do quanto custava uma noite num bar de alterne.

Jim e os amigos chegaram ao bar por volta das onze e meia da noite e logo pediram uma mesa com vista panorâmica para o show de strip que estava a decorrer e onde três asiáticas se exibiam em minúsculos conjuntos de lingerie. Os indivíduos mandaram vir duas garrafas de champanhe e estiveram ali a beber durante meia hora. Jim, como de costume, antevia aquilo que iria ser a noite erótica que idealizou.

Chegou a altura de escolherem uma companheira para se divertirem. Jim escolheu uma fogosa e roliça mexicana chamada Lorena. Ao olhar para o velhote, a prostituta que já aparentava ter mais de quarenta anos pensou: “Que vida vou eu governar com este velho que já se vinha a babar todo de cansaço só de subir estes três degraus daqui?” Depois lembrou-se que havia que ajudar o povo haitiano e lá teve de aguentar o sacrifício.

Cambaleando de bêbado, o velho esteve meia hora sentado na cama só a tentar desatar o atacador de um dos sapatos. Já despida, a prostituta aguardava em pose sensual em cima da cama. Era uma e meia da manhã quando Jim, finalmente, se despiu por completo. Por completo não. Ficou com as ceroulas. Ainda usava disso.

Sentado na cama e com a alternadeira a beijar-lhe o pescoço, o velhote iniciou aquilo que seria uma interminável noite de histórias inventadas sobre idas anteriores ás meninas. Numa dessas histórias, teve de saltar pela janela porque a sua mulher havia descoberto onde ele estava e preparava-se para subir e o apanhar em flagrante.

A prostituta não quis saber dessas histórias. Não lhe interessava o que tinha acontecido com as suas antecessoras mas queria que ele se calasse e começasse a aventura presente. Como o indivíduo não se resolvia, Lorena com um só gesto, arrancou as ceroulas ao velho que nem deu conta de que agora está nu como veio ao Mundo.

Em casa, Beth Bass dava voltas na cama sem conseguir dormir. Já não se lembrava da última vez em que o marido havia dormido fora de casa. Era estranho ele sair, dizer que ia aos anos do Charlie e não vir para casa.

Lorena tomou a iniciativa da relação daquela noite. Tinha vinte anos de experiência naquele tipo de serviços e detestava os velhos. Sabia que eles eram generosos a pagar mas o dinheiro não era tudo. Agora, com a campanha de solidariedade, os velhos estavam a aparecer cada vez mais e havia que os satisfazer de todos os seus caprichos. O deste era permanecer de ceroulas vestidas porque tinha medo de apanhar frio nas suas hemorróides. Além disso, sofria de varizes e não podia permitir que as pernas arrefecessem.

Era teimoso, o raio do velho, e travou uma acesa discussão com a prostituta que já se ouvia no andar de baixo, apesar de a música estar alta. Só se viam cabeças, algumas calvas ou grisalhas, a olhar para cima na esperança que algo vindo do tecto aterrasse ali.

A certa altura a gritaria subiu de tom e foram precisos os seguranças subir até ao foco da discussão para tentar colocar ordem. Como o indivíduo não se acalmava e ainda mandou os seguranças- dois brutamontes negros- para um certo sítio, foi chamada a Polícia que não passou despercebida nas ruas com dois barulhentos carros-patrulha.

Quando Jim viu a Polícia ficou furioso e tentou saltar pela janela. De referir que o quarto ficava no terceiro andar e que ele próprio, com a sua enorme barriga, não cabia na janela. Como não podia saltar e se via encurralado pelos guardas, corou de fúria.

Não querendo ser apanhado e levado para a esquadra naqueles propósitos (nu, pois o barulho havia sido provocado porque Lorena lhe escondeu a roupa interior) o indivíduo ainda fez pior, isto é, galgou as escadas a correr como estava. De referir que estava alcoolizado.

Quando vimos aquele triste espectáculo, esfregámos as mãos por haver algo de curioso para contar e não nos enganámos. Atravessando a multidão a correr todo nu, o indivíduo ia vociferando contra todos. Houve quem lhe tivesse tirado fotografias e mesmo quem sacasse dos telemóveis e filmasse. Que escândalo não seria nos próximos dias?

Não havia que esperar dias para haver uma cena bem divertida. Tudo porque agora há as belas das MMS. Alguém que conhecia o indivíduo e que sabia o número de telemóvel de Beth tratou de lhe enviar uma foto em que se via Jim a sair nu para a rua perante o olhar de clientes do bar e strippers.

Beth vestiu-se, sacou de um enorme guarda-chuva que foi o que achou mais á mão e seguiu a toda a velocidade para o antro de perdição. O ambiente já estava ao rubro quando ela chegou. Já havia desordem que chegasse.

Ao ver a mulher entrar, Jim ficou de todas as cores e parou de discutir para perguntar á esposa o que é que ela estava ali a fazer. Ela nem se deu ao trabalho de lhe responder e logo começou a desferir golpes furiosos com o guarda-chuva no lombo desprotegido do desgraçado do Jim que nem se defendeu.

Instalou-se a confusão. Já toda a gente batia em toda a gente e reforços policiais foram chamados. Quanto ao causador da confusão inicial, foi a ganir para casa no carro da mulher debaixo de porrada.

O jornal do dia seguinte que saía da parte da tarde trazia na primeira página uma foto em que se via uma mulher idosa a empunhar um guarda-chuva estampado de azul e encarnado que ameaçava aterrar na zona lombar de um roliço indivíduo que aparentava ter uns setenta anos. Em baixo a letras garrafais e também encarnadas lia-se:“Bordoadas solidárias”.

Na página cinco era desenvolvida a história e ficou-se a saber que Jim Bass deixou a carteira com cerca de mil dólares dentro que reverteram na totalidade para as vítimas do sismo. Juntamente com o dinheiro, seguiu um bilhete dizendo. “Este não queria tirar as ceroulas por causa do frio e acabou aquecendo com uma tareia dada pela mulher.”

Com esta história na bagagem, lá partimos para o recato do nosso cantinho à espera que sejamos chamados a outros locais onde haja acção, suspense e uma boa história de alcova para contar.

Sunday, February 14, 2010

Banhos de mar com ondas enormes



Mais uma noite de sonhos ainda mais disparatados do que na noite anterior. Depois de ter sonhado que na televisão passava um programa de homenagem póstuma ao cantor José Cid- que eu nem sabia sequer que havia falecido há tempos- eis que surge um sonho digno de descrição por aqui.

Ainda não era bem altura de ir para a praia mas eu, os meus vizinhos e mais umas pessoas que eu não conhecia fomos até Mira dar um passeio.

Estava um dia cinzento, algo chuvoso e a areia da praia estava molhada. Como estava a chover, tivemos de nos abrigar num café cheio de gente. A praia, apesar de não estarmos no Verão, até registava uma afluência bem interessante.

Parou a chuva e nós alugámos umas barracas azuis e brancas. Ficavam todas ao pé de umas das outras para estarmos todos juntos.

Não andava ninguém no mar. Ainda fazia um pouco de frio e a chuva era agora miudinha, acompanhada de um Céu muito encoberto. Tal como, no Verão passado, fiz em S. Martinho do Porto com os meus colegas resolvi aventurar-me sozinha no mar.

Na realidade, naquele dia ventoso de Agosto do ano passado, só eu e dois colegas (um deles totalmente cego) tentámos a sorte num mar agitado e cheio de algas. Mal entrámos na água, sentimos logo a intimidação de ondas enormes como nunca vi antes. Quando eu aterrei na areia, coberta de algas, olhei e só vi uma cabeça a imergir da água, desatei a gritar pelos meus colegas. Hoje rio-me mas na altura não achei o mínimo de piada. Aquelas ondas tinham mais de cinco metros de altura. À vontade. Por duas ou três vezes fui devolvida à areia por essas ondas gigantes. Mas por que carga de água foi isto transcrito para um sonho tantos meses depois?

Voltando ao sonho: só eu andava na água. O mar estava cinzento como o Céu e a rebentação demarcava uma linha branca de espuma no horizonte, como que a separar o Céu do mar.

As pessoas bem me fartavam de gritar para que saísse da água, mas eu continuei por lá mesmo a levar com aquelas ondas enormes. Até estava a achar divertido e o episódio de S. Martinho do Porto veio-me á memória. O que me fez então sair da água não foi a ondulação, mas sim o frio que estava a sentir.

Foi com algum alívio que o resto do grupo me viu regressar á zona das barracas. Toda a gente estava ainda vestida. No entanto tiraram as toalhas e os cestos do farnel para comerem qualquer coisa.

Enquanto me perguntavam se a água estava fria, nada melhor do que sentirem eles próprios na pele a sua temperatura. Uma onda enorme com espuma branca galgou a areia e foi até onde estávamos. Esta primeira onda apenas molhou a areia e os pés das pessoas mas não tardou a que a sorte mudasse.

Mais duas ou três ondas cada vez mais fortes invadiram a zona das barracas. Alguns objectos iam já a caminho do mar, de entre os quais a minha mochila que eu não queria por nada que se molhasse.

Com ar horrorizado, a minha vizinha começou aos gritos, implorando aos restantes membros do grupo que havia que fugir o mais depressa possível. Só que ela não corre nada.

Do fundo do mar avistei uma onda enorme que se formava ao longe com ar ameaçador, capaz de engolir uma cidade inteira. Estava instalado o caos. Havia agora que correr.

Afinal, o que parecia quase um tsunami não passou de uma onda inofensiva quando chegou ao pé de nós. Realmente no mar, caso andasse lá alguém a tomar banho, é que seria um caso sério pois ela ali ganhou altura.

Com tudo isto, acordei realmente a tiritar de frio. As temperaturas estão muito baixas para a época.

O afeito

Esta foi a última aventura da minha prima. Nunca se sabe o que ela apronta.

Ontem pela manhã apanhou um molho de afeito e colocou-o na eira da minha vizinha para o marido o vir buscar mais tarde. Se ela não levava aquilo, que por acaso nem era assim tão pesado, para casa!

Pela tarde já o afeito andava pelo meio da estrada, dada a sua leveza. O meu pai apanhou-o e voltou a colocá-lo na eira da minha vizinha.

Nesta madrugada esteve um vento frio. Uma ventania tal que há muito não presenciava coisa igual por aqui. Naturalmente que o molho do afeito foi pelos ares.

Quando os meus pais e a minha vizinha deram por falta do afeito, a primeira coisa que pensaram foi que alguém o tivesse apanhado e levado para casa. Nunca que o vento o havia levado.

O meu pai deu mais uma volta e acabou por encontrar o afeito no rio já todo molhado. Nessa altura já a minha prima desesperava á procura dele.

Aquilo a voar com o vento deve ter sido um espectáculo digno de se ver, caso estivesse alguém a assistir. Foi bem feita!

PS 1: foi a minha prima, ela própria a descer ao rio e a tirar o afeito da água.
PS 2: como estava um temporal dos diabos, guardou-o no alpendre da lenha da minha vizinha.

Saturday, February 13, 2010

Alexandra Lencastre dando aulas



Este é mais um sonho bem disparatado que teve origem, como não podia deixar de ser, em alguns acontecimentos que povoaram o meu quotidiano nas horas que o antecederam.

No Telejornal tive conhecimento de que a chuva caía inoportunamente no Haiti e que a população estava preocupada por haver risco redobrado de epidemias. Os habitantes estavam bem agitados.

Na novela, à qual os meus pais assistem, e eu que tenho bons ouvidos vou apanhando enquanto me vou aquecendo à lareira nestes dias de bastante frio, Alexandra Lencastre faz mais uma vez o papel de antagonista da história.

Haitianos e Alexandra Lencastre- uma combinação algo…estranha mas em sonhos tudo é possível.

Depois de tanto sonhar com haitianos, eis que me encontro sentada onde tantas horas da minha vida estive- ao cimo das escadas, junto à sala de Informática da ESEC à espera que ela abrisse.

A minha turma era muito heterogenia em termos étnicos, com alunos de várias proveniências. A maioria era de nacionalidade portuguesa mas havia estrangeiros, de entre os quais se destacava uma aluna do Haiti. Era dela que falavam os colegas enquanto eu ia lendo sentada nos degraus e com pouca luminosidade.

Segundo os alunos da minha turma onírica, a colega haitiana era a primeira a chegar às aulas e até chegava primeiro do que os professores.

Eu não sei o que se passou. Nos sonhos tudo é possível. Terei ficado a ler, distraí-me e nem reparei que os meus colegas tinham desaparecido todos. Já ia chegar tardíssimo á aula. Como foi isso possível?

De referir que a sala de aulas onírica é quase sempre a mesma. Não sei porquê. Talvez os psicanalistas tenham explicação para isso.

E lá chego eu a meio da aula para desestabilizar o ambiente. Que bom! A professora era…Alexandra Lencastre que com o seu ar arrogante lá ia explanando a matéria.

Não ousou a interromper o que estava a fazer quando eu entrei e nem me disse nada. Continuou como se nada tivesse acontecido. Nem quando eu fiz alguns dos meus colegas mudar de lugar. Isso mesmo! Quando cheguei à aula, alguns colegas meus haviam-se sentado nos lugares da frente mesmo sabendo que eu, devido ao meu problema de visão, tinha de ali ficar. Provavelmente pensaram que eu já não viria.

Já não é a primeira vez que sonho que entro numa sala de aula e os lugares da frente estão todos ocupados. Outro caso para ser analisado pelos profissionais da interpretação onírica.

Então nós arrastámos mesas, trocámos cadeiras, houve quem passasse da frente, mesmo de ao pé da professora para o fundo da sala e a Lencastre continuava a ditar a matéria ou a escrever no quadro? Nem ao menos perguntava o que se estava a passar?

Não tive outro remédio senão tirar o meu caderno e uma caneta e tentar escrever de onde consegui apanhar. Também havia apontamentos no quadro, destinados aos estrangeiros mas ela logo os apagava sem dar tempo aos desgraçados de os passarem.

Havia uma grande animosidade naquela sala com tão ilustre professora. Eu tentava escrever depressa para acompanhar o que ela ditava falando depressa demais para aqueles alunos que já estavam a passar das medidas com a professora.

Eu desisti de passar os apontamentos. Estava frustrada por não saber como iria estudar assim e, a certa altura, enchi-me e comecei a discutir:
- “Ó professora, assim não dá! Com esta turma tem de ter mais cuidado com a forma como dá a matéria. Tem de ditar mais devagar e não apagar logo os apontamentos que estão no quadro. Olhe que eu vou fazer queixa às técnicas da ACAPO!”

Ela nem se deu ao trabalho de me ouvir. Continuou a ditar a matéria como se nada fosse. Curiosamente, a única pessoa daquela sala que conseguia apanhar tudo aquilo era incrivelmente a nossa colega do Haiti.

“Ele não fala para mim!”

Ainda está por apurar a veracidade desta história, uma vez que a pessoa que a contou não carece de grande credibilidade aqui na aldeia.

Os acontecimentos remontam a Agosto de 2009, altura em que um senhor octogenário cá da terra faleceu. Era sabido que o referido senhor tinha muitas quezílias com a vizinhança, daí haver dúvidas também quanto à veracidade deste curioso episódio.

O indivíduo morreu em casa de morte natural mas só muito tarde, no dia seguinte, a maioria das pessoas veio a saber do seu falecimento. Se soubessem, imediatamente a casa se encheria de gente e, se assim fosse, não haverá esta história a roçar o anedotário para aqui contar.

Quando pela manhã o senhor da agência funerária chegou para remover o corpo da cama para o caixão, alguns familiares retiraram-se porque não queriam assistir à trasladação do corpo do ente querido. Por azar, o senhor da funerária havia sido operado a uma perna e não podia carregar o corpo. Só sobravam a viúva e essa pessoa que agora conta a história e que logo correu a chamar reforços entre a vizinhança.

A primeira porta onde bateu foi a de uma vizinha que também é familiar. Ao tomar conhecimento de que o seu vizinho tinha falecido e que era preciso ajuda para o acomodar no caixão, ela respondeu:
- “O que é que eu lá vou fazer?!!! Ele não fala para mim…”

Desesperada, a pessoa que conta agora esta história aos sete ventos pela aldeia atravessa a rua e vai pedir ajuda a outro vizinho que também responde:
- “Eu não vou lá ajudar. O falecido não fala para mim…”

Com tudo isto, e antes que corresse toda a aldeia até encontrar alguém com quem o defunto não tivesse estado zangado, recorreu à sua própria família e assim arranjou quem fosse ajudar nos preparativos fúnebres.

Alguém me ouviu





Não sei se alguém que, por acaso, tenha passado por este humilde espaço há umas semanas atrás- aquando da divulgação das escutas telefónicas de Pinto da Costa no âmbito do Processo Apito Dourado- reparou num post que aqui coloquei precisamente com um desses vídeos.

Na altura peguei no vídeo que achei mais cómico, no qual o Presidente do F.C. Porto ensinava o caminho para sua casa ao empresário António Araújo que transportava o árbitro Augusto Duarte. Nesse post apelava aos humoristas e criativos deste país que aproveitassem aquele vídeo para fazerem um belo apontamento de humor.

Coloquei essa mensagem numa sexta-feira á noite mas, no dia seguinte, ao verificar o meu blog que é a minha página de entrada constato com extremo desagrado e decepção que o vídeo havia sido retirado. Portanto não fazia sentido a minha mensagem continuar lá sem o vídeo. Não tive outro remédio senão apagá-la.

Há cerca de uma semana um amigo meu disse-me que havia um vídeo a parodiar este que coloquei no blog que foi passado no programa “5 Para A Meia-Noite” que ao que parece costuma ir para o ar na RTP2. Como eu raramente vejo esse canal, nunca assisti a tal programa e não o mencionei quando apelava às entidades humorísticas que fizessem algo.

Então, com o meu sincero pedido de desculpas por ser uma naba a usar o Youtube, aqui ficam os dois vídeos.

Divirtam-se!

Thursday, February 11, 2010

Vodu para Mariano



Muito eu queria que a Briosa fosse á final da Taça da Liga com o Benfica mas o Porto lá ganhou por 1-0.

O autor do golo azul e branco foi Mariano Gonzalez que ultimamente tem andado a fazer muitos golos e até a jogar bem. Ele que até era odiado pelos portistas mas, como era bom rapaz, Mister Jesualdo Ferreira punha-o sempre a jogar. Nem que fosse para o pessoal se rir de todas as suas trapalhadas e treinar um pouco o assobio para que da próxima vez saia insuportavelmente mais alto e que afecte os ouvidos do argentino.

Agora ele resolveu jogar bem. Fez um belo jogo contra o Sporting, marcou um belo golo e hoje voltou a marcar á Académica.

Eu, que já imaginava a Briosa a defrontar o Glorioso SLB no Estádio do Algarve (os meus dois clubes do coração a defrontarem-se) não gostei nem um pouco desse golo e tive uma reacção algo estranha.

Estava debaixo da roupa porque está um frio que nem se aguenta, com as luzes apagadas e a ouvir Rádio Universidade de Coimbra- essa maravilhosa estação de rádio com relatos bem divertidos e, acima de tudo, imparciais. Quando o Jogador Numero Onze do Porto, o Mariano, tocava na bola logo imaginava cenas disparatadas que me faziam rir.

As minhas fantasias foram ficando mais desprovidas de nexo até chegar à fase em que me perguntei: “E se o Mariano sentisse o que eu estava a pensar? Ia ser divertido. Ou então não”.

Dali até se chegar ao vodu foi um pequeno passo. Imaginava-me a fazer um vodu do Mariano e a imprimir-lhe as minhas descabidas torturas. Uma delas era cócegas nos pés. Imaginava o argentino a chegar aos treinos lá no Olival com umas olheiras profundas (ele que é um excelente profissional deu agora em andar na noite como todos os argentinos normais, agora que anda a jogar à craque como eles?). Mister Jesualdo pergunta o que aconteceu e eis que o pobre do Mariano causa a gargalhada geral ao se justificar com o facto de ter sofrido toda a noite de intensa comichão nos pés. Eu gostaria de lá estar mas para isso necessitaria de fazer outro tipo de práticas sobrenaturais.

Na noite seguinte haveriam de ser calores. Agora que está tanto frio, havia de ser lindo vir alguém que não fosse uma senhora respeitável a passar pela menopausa a dizer que não dormiu porque estranhamente tinha calor. De ir ás lágrimas!

Depois das cócegas nos pés e da noite tropical em pleno Inverno e quando os termómetros mal marcam temperaturas positivas, eis que a minha próxima ideia seria comichão por todo o corpo. Uma espécie de urticária que não daria descanso ao mais insensível dos seres. Depois seria a audição de ruídos e de música alta quando nada estivesse aceso. E o rol de castigos por ter marcado aquele golo seria extenso e o mais cómico que se pudesse imaginar.

E assim iam indo as noites do Mariano sem ele saber que alguém como eu tinha ficado chateada por não ver os meus dois clubes do coração no Estádio do Algarve.

O próximo adversário do Porto será o Leixões e o Mariano irá certamente dar continuidade às suas magistrais exibições e depois segue-se o Arsenal. Aí até eu farei um vodu , não para o Mariano, mas para toda a equipa do Porto. Acima de tudo gosto que as equipas portuguesas vençam lá fora.