Monday, March 29, 2021

Um jogo tem sempre duas partes

 

Portugal empatou com a Sérvia a duas bolas em Belgrado.

 

Ao assistirmos á primeira parte, constatámos que Portugal estava a fazer um grande jogo, tendo em Diogo Jota o seu principal goleador. Tudo se encaminhava para uma vitória fácil perante o adversário mais complicado do nosso grupo. Ronaldo continuava em branco mas, a jogar assim, a nossa Seleção tinha irremediavelmente de fazer muitos mais golos.

 

Chegou o intervalo, vieram as equipas para a segunda parte, e outro jogo ocorreu. O selecionador sérvio corrigiu a estratégia e fez alterações que fizeram mossa na organização portuguesa. Entrámos completamente a frio e sofremos um golo logo nos instantes iniciais.

 

Galvanizados, os sérvios logo empataram, resultado que não sofreu alterações, apesar de Ronaldo ter marcado um golo que o árbitro não viu.

 

Seria mais um golo rumo ao seu recorde que ele está obcecado em bater. Furioso, Cristiano Ronaldo atirou mesmo a braçadeira de capitão para o relvado. Tal atitude divide opiniões. Eu penso que ele, por mais razão que tivesse, não devia ter feito aquilo. Afinal de contas, trata-se de um símbolo nacional.

 

Muitas vezes criticamos o VAR por cá mas, em alturas destas, sentimos a falta que faz na reposição da verdade desportiva.

 

Seja como for, Portugal empata este jogo por culpa própria. Se tem entrado na segunda parte, somente Ronaldo reclamaria este golo não assinalado. Não seria uma nação inteira a insurgir-se.

 

Na minha opinião, a preocupação de jogar para Ronaldo, ajudando aos seus objetivos individuais, está a tirar clarividência coletiva. Ainda há dias saiu num jornal que, quando Bruno Fernandes entrou no jogo com o Azerbaijão, foi ter com Ronaldo dizendo que ia jogar para ele. Há jogadores em muito melhor forma. André Silva, Diogo Jota. Estão sempre a procurar o Ronaldo que está claramente abaixo de forma e com a neurose dos recordes.

 

A Seleção tem de jogar de outra maneira.

 

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