Friday, March 19, 2021

“persuasão” (impressões pessoais)

 

Eu não perco tempo. Mal acabo de ler um livro, começo logo outro. Por vezes ainda leio um ou outro artigo ou texto do meu interesse.

 

Confesso que não sou grande apreciadora deste tipo de romances mas leio-os sem qualquer tipo de problemas.

 

Esta obra enquadra-se naquilo a que se deve chamar romance de costumes. Em Inglaterra, antigamente, as pessoas deviam ter vidas desgraçadas. A liberdade era pouca ou mesmo nenhuma. As pessoas tinham de cumprir rígidas normas de comportamento. Se desviassem da norma, o que não iam dizer.

 

Imaginem o que é estar uma pessoa em público e ter de pensar muito bem no que vai dizer, onde vai ter as mãos poisadas, como pega no copo da bebida, como se dirige a outra pessoa que se senta ao lado dela á mesa, como coloca os pés para caminhar…Que enfado. Dou graças a Deus por viver em dois mil e vinte e um e não ter sido pertença á nobreza britânica. Isso para mim não servia. Sou pouco apreciadora de cumprir regras. Quando as acho perfeitamente ridículas, então não contem comigo para as cumprir.

 

Então as mulheres da alta sociedade não podiam fazer nada. Não podiam andar longos quilómetros, coitadas. Não podiam falar de certos assuntos á mesa. Tinham de se interessar por temas que a sociedade expetava que elas se interessassem. Acho que já aqui falei desse assunto uma vez. Devia ser um tédio.

 

As pessoas apaixonavam-se mas não podiam corresponder ao seu amor. Havia rígidas linhagens a seguir. Todos procuravam um primogénito para casar as filhas porque os outros irmãos não iam herdar nada. Isso levava a que as pessoas vivessem vidas dignas de dó.

 

Jane Austen faz um retrato crítico  dessa sociedade mesquinha onde é mais importante estabelecer diferenças, regras e papeis sociais, deixando a felicidade e a realização pessoal para segundo plano. As pessoas aceitavam fatalmente a sina com que nasceram. Tinham de andar neste mundo a cumprir regras, a preocuparem-se mais em não se desviarem delas do que em serem felizes.

 

Volto a dizer, se as coisas agora ainda não estão muito boas, naquela altura estavam insuportáveis.

 

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