Friday, March 12, 2021

“O Corpo Estranho” (impressões pessoais)

 

Aproveitando uma deslocação à Índia, Robin Cook incluiu este cenário em mais uma das suas histórias que sempre são interessantes. Desta vez, iria ter o aliciante de ocorrer fora dos Estados Unidos.

 

Nesta obra, Robin Cook aborda o negócio do chamado turismo médico. Cidadãos norte-americanos deslocam-se à Índia e a outros países asiáticos para realizarem cirurgias em hospitais privados locais com condições muito vantajosas.

 

Esta opção é mais barata, alguns dos custos são pagos pelo governo dos próprios países que financiam o setor privado da saúde em detrimento do setor público. Quando os doentes chegam, são instalados em hotéis de cinco estrelas com toda a comodidade e o tratamento hospitalar é de primeira. Chega até a impressionar como um país tão pobre como a Índia fornece estes serviços a cidadãos ocidentais.

 

Nesta obra, alguém quer acabar com este negócio que desvia pessoas dos tratamentos de saúde nos Estados Unidos por serem mais baratos e por não necessitarem de seguros de saúde que, para os fãs de robin Cook, já sabem que o autor aborda muito esta questão nas suas obras. A saúde nos Estados unidos é um negócio, não é um bem essencial. Por menos dinheiro e com todas as mordomias, cidadãos norte-americanos vão para fora realizar as suas operações.

 

Foi o que aconteceu com a avó de Jennifer. Maria é a primeira vítima desta organização criminosa que vai publicitar estas mortes para a imprensa ainda antes de elas ocorrerem. Isto para desencorajar os norte-americanos a recorrer ao Estrangeiro para prestação de cuidados de saúde. Ao provocar mortes entre cidadãos dos Estados unidos, a segurança dos destinos do turismo de saúde é posta em causa.

 

Esta organização criminosa, composta por norte-americanos, serve-se de estudantes de enfermagem locais com recurso a chantagem e promessas de saída da Índia. Isso aconteceu com a jovem que matou Maria, a avó de Jennifer. É Maria que está no centro da história e a sua abnegada neta que fica intrigada com alguns aspetos desta macabra história.

 

Depois o livro tem todos os ingredientes a queRobin Cook nos habituou. Não falta a tradicional perseguição por dois ou mais elementos. Uns vão matar os protagonistas e os outros vão perseguir os bandidos, mas também não tencionam fazer bem aos protagonistas. Não é a primeira vez que encontro este tipo de perseguições nas obras de Robin Cook. Aliás, é um ingrediente muito próprio dele. Quem não se lembra dos dois grupos mafiosos rivais de Nova Iorque que andam sempre atrás de Laurie e Jack? Sempre a marcar-se uns aos outros.

 

Em suma, para além da impressionante trama, este livro teve um condimento extra que foi levar o leitor a viajar pela Índia.

 

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