Monday, March 08, 2021

Sou contra o dia da mulher

 

Hoje é dia oito de março. Todos os anos é a mesma coisa, celebra-se o dia da mulher. Onde me enfiar neste dia? Este ano até é fácil: em casa. Para não levar com a oferta de flores, beijos e outros carinhos.

 

Para começar, até nem gosto de flores. Conheço mulheres que adoram, mas eu não me considero uma mulher normal. Flores e coisas fofinhas não são a minha praia e neste dia chego a certos locais e as pessoas não têm mais nada que fazer que não oferecer flores a todas as mulheres que passam. São flores e um potente par de ósculos que deixam a pessoa embaraçada sem saber por que lado seguir na rua. Abençoado confinamento no dia de hoje!

 

De certo modo, compreendo por que é necessário celebrar este dia. A escolha da data teve a ver com uma fábrica há muitos anos atrás onde aparentemente os direitos das mulheres não estavam a ser cumpridos e elas insurgiram-se.

 

Para mim, o dia da mulher é todos os dias. Não é só hoje que se deve falar da igualdade de género. Tal como acontece no natal, também no dia da mulher se dá azo à hipocrisia e se adotou a data para o consumo, sobretudo das flores que eu detesto. Fico mesmo passada com a distribuição gratuita e indescriminada de flores. Parte-se do princípio que todas as mulheres gostam de flores e, como se vê, não é bem assim.

 

A luta pela igualdade de direitos que é genuína não pode cingir-se ao dia de hoje. Tem de ser trezentos e sessenta e cinco dias por ano.

 

De que serve mimar as senhoras só na data de hoje, quando atropelos aos direitos fundamentais se verificam nos restantes dias do ano? Pensem nisso!

 

No comments: