Como todos sabem, sou contra a existência de dias de qualquer coisa. Normalmente estas datas são criadas para sensibilizar para algo. Neste caso, o dia do livro e do autor português talvez tenha surgido do facto de as pessoas cada vez lerem menos e, quando o fazem, optarem pelos autores estrangeiros em vez dos nossos.
Todo o pretexto serve para ler um bom livro. Resolvi embarcar nesta onda e escolhi José Luís Peixoto para homenagear a literatura que por cá se faz.
Escolhi esta pequena obra d poemas feitos pelo autor enquanto se encontrava em confinamento. O facto de estar retido em casa leva-o a escrever poemas reflexivos do seu quotidiano em família e entre quatro paredes e a recordar viagens, pessoas e lembranças do passado.
Trata-se de uma poesia mais fácil de compreender. Uma poesia mais aproximada à prosa. Ao lermos estas linhas, entramos na mente do autor. Apalpamos o pulso ao seu estado de espírito, seguimos a sua rotina, sentimos saudades das pessoas que não conhecemos mas parece que são nossos amigos de longa data.
Estes tempos de pandemia de facto levam a refletir, a aguçar ainda mais este bichinho por vezes incontrolável que é a escrita. Sem alternativa de fuga, juntamos o útil ao agradável. Se a tudo isto juntarmos uma pitada de leitura, temos um confinamento mais agradável de passar.
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