Tuesday, March 30, 2021

Bastou um olhar

 

Durante os escassos minutos que estive a dormir, antes de acordar de forma repentina devido á intensidade deste sonho, o meu subconsciente brindou-me com este fenómeno. Tratou-se de um sonho muito curto mas intenso. Cheio de peripécias e emoções fortes. Um pequeno sonho vivido intensamente, como se de uma cena da vida real se tratasse.

 

Volto a referir que foi curto o tempo que terei passado a dormir. Provavelmente nem estava a dormir profundamente. Não teria tempo.

 

Posto estas prévias considerações, passemos á ação, que foi para isso que cá vieram ler estas linhas:

 

O cenário é a cozinha de casa dos meus pais. A luz está acesa e todos os objetos conferem com o que na realidade ali se encontra.

 

A mesa de mármore encontra-se posta para um lanche de amigas, tal como muitas vezes acontecia e deve continuar a acontecer se tudo correr bem e se a pandemia não levar um de nós.

 

Destaco três pães já abertos e prontos para receber qualquer alimento que se queira pôr dentro. Havia manteiga, fiambre, queijo…era só escolher.

 

Para quem conhece a casa dos meus pais, eu encontro-me do lado da porta da sala, a minha irmã encontra-se do lado do balcão de mármore e outra rapariga que não conheço encontra-se do lado oposto ao que eu me encontro, ou seja, junto á porta que dá para o terraço. Essa rapariga dava pelo nome de Rita e eu não a conhecia.

 

Desde logo, sentia no ar um ambiente tenso. Não sabia explicar porquê. Sabem aqueles filmes ou novelas em que a música é indício de perigo ou cenas desagradáveis, embora quem assiste não está a ver de onde pode vir esse perigo? Embora sem música a indicar, aquela sensação estava ali.

 

Sem mais nem menos, a minha irmã varre furiosamente tudo o que se encontrava em cima da mesa para o chão. Eu fiquei atónita. Mas enlouqueceu ou quê? Mas onde é que estava o problema?

 

Ainda incrédula, apanhei os pães do chão que vieram cair aos meus pés. Mas o que é que eu fiz?

 

Olhei de relance. A minha irmã e a outra rapariga mediam-se. Estavam prontas para lutar. Se fossem gatos ou cães, provavelmente rosnidos guturais sairiam das suas furiosas gargantas.

 

Prestando mais atenção, depreendi que aquilo já vinha de trás. Teve origem na forma como a outra rapariga olhou para a minha irmã numa ocasião.  Tendo voltado a fazer a mesma coisa, ela reagiu. Quem pagou foram os pães e restantes iguarias que se espalhavam pelo chão.

 

Acordei incrédula. Fora um sonho real demais.

 

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