Thursday, March 31, 2011

“Saga Luz E Escuridão” (impressões pessoais)



A norte-americana Stephenie Meyer é um fenómeno recente na literatura mundial à custa desta saga que agora tive finalmente o prazer de ler na íntegra.

A saga é composta por quatro livros: “Crepúsculo”, “Lua Nova”, “Eclipse” e “Amanhecer”. Sendo cada um dos livros bastante volumoso, há o receio de serem maçadores mas até se lêem bem porque a narrativa é bem escorrida e prende o leitor. Em algumas fases pode ser até viciante e o leitor pode não se dispor a parar a leitura.

São quatro livros que narram a história de um amor impossível entre uma rapariga comum e um vampiro. Trata-se de uma história de amor impossível, dadas as tenebrosas diferenças entre o mundo dos mortais e o mundo dos imortais, bem como as necessidades naturais dos vampiros que se alimentam do sangue dos seres humanos.

Bella- uma rapariga algo desajeitada a executar tarefas simples como andar, dançar ou correr- conhece na escola o vampiro Edward que pertence a um clã de vampiros que se considera vegetariano por tentar não se alimentar de sangue humano, substituindo-o por sangue de outros animais. Mesmo assim o vampiro faz um grande esforço por se controlar e não matar Bella por quem se apaixona.

Uma série de peripécias inerente às especificidades do mundo de cada um assola o casal. Têm de viver sob a ameaça de outros vampiros que são uns verdadeiros monstros e lutar contra eles. O simples facto de se relacionarem coloca a vida da rapariga mortal e de quantos a rodeiam em perigo.

A estranha relação também não é muito bem vista pelos chefes dos vampiros- os Volturi- que zelam pelas regras dos imortais. Para eles Bella tem de ser transformada também em vampira o quanto antes ou então eles próprios a matam.

Lendo os primeiros livros, questionava-me por que tinha de haver este sofrimento todo mas tal devia-se ao facto de, depois de transformada, Bella não se poder aproximar dos seus pais e dos seus amigos, pois o primeiro instinto seria sugar-lhes o sangue.

Edward nem queria ouvir falar na transformação da sua amada porque gostava dela assim como humana e acreditava que ela perderia a alma se se transformasse. Além disso, a dor do veneno a transformar o seu corpo causaria um sofrimento ao qual Edward não queria assistir.

Havia ainda a questão da tribo de indígenas da qual fazia parte Jacob. Os Quileutes eram amigos do pai da protagonista que via com bons olhos o relacionamento de Bella com Jacób. Eles eram grandes amigos e também não podiam viver separados um do outro. Quando Edward tomou a decisão de se ir embora, Bella aproximou-se mis de Jacob. Quando Edward regressou, Bella foi confrontada com a escolha que devia fazer entre um e outro. Jacob entretanto passou a ter o poder de se transformar em lobo para proteger a reserva onde vivia, essencialmente dos vampiros. Os Quileutes e os vampiros eram inimigos de longa data, apesar de um tratado que assinaram. Também era por isso que Bella não podia ser transformada. Edward e a família tinham o compromisso de não criar outro vampiro nas redondezas, sob pena de entrarem as duas famílias em guerra.

Bella mostrava-se intransigente na sua decisão de querer ser vampira, o que não agradava a Jacob.

Foi decidido que Edward e Bella se casariam e só depois ele mesmo a transformaria. O par romântico da história casou-se quando Bella era ainda humana e Jacób fez um tremendo escândalo no dia do seu casamento quando Bella lhe disse que ia experimentar a viver uma lua-de-mel como outra pessoa qualquer.

A lua-de-mel foi passada no Brasil, numa ilha deserta dos pais de Edward. Só que o inesperado aconteceu. Bella engravidou- algo que parecia não ser possível.

Muito se discutiu sobre matar ou não o feto e a própria mãe. Os Quileutes temiam pela segurança da reserva na expectativa de Bella poder dar à luz um monstro. Uma noite reuniram-se para a matar mas Jacob desobedeceu aos seus companheiros e arrastou consigo os irmãos Leah e Seth. Os três uniram-se aos vampiros para proteger Bella dos companheiros.

Jacob era contra a gravidez da amiga. O feto, incompatível com o frágil corpo humano que o carregava no ventre, ia causando mossa na sua mãe. Como Bella recusava todo o alimento, houve a ideia de lhe dar sangue humano a beber e isso resultou. Entretanto o feto causava fracturas no seu corpo e Jacób mostrava-se apreensivo. A raiva pelo feto que Bella carregava ia aumentando.

De forma brusca, o nascimento do feto teve de acontecer. Foi Edward quem assistiu a sua mulher e não teve outro remédio senão transformá-la à pressa em vampira. Ela já não tinha perspectivas de se salvar.

Antes da transformação, ela deu à luz uma menina com umas características especiais. Não era vampira mas também não era inteiramente humana. Uma das suas características era desenvolver-se muito depressa.

Os Quileutes que se transformam em lobos têm uma característica a que chamam impressão natural. Trata-se de olharem uma pessoa e, no mesmo instante, sentirem necessidade de estar perto dessa pessoa para a vida inteira. Por vezes acontecia a impressão natural de algum ser uma criança. Jacob há muito que procurava a sua impressão natural, por mais que amasse Bella. Viria a ser a filha dela que estava destinada para ele e assim se resolveria o problema. Assim que viu a bebé, e quando se preparava para lhe fazer mal num acesso de raiva pela perda da mãe, Jacob sentiu a sua impressão natural e não mais se afastou dela.

Depois de transformada em vampira, Bella mostrou um controlo acima do esperado em matéria de contacto com os seus amigos e familiares.

Os problemas continuaram porque uma vampira, por vingança de os lobos terem morto o seu companheiro, foi dizer aos Volturi que o clã de Edward e Bella transformou uma criança pequena- o que era proibido pelas regras dos vampiros. Foi assim que a criadora delas morreu.

Os Volturi apareceram para punir os vampiros infractores mas quem acabou fuzilada foi a queixosa. Bella, através dos seus poderes protectores, não deixou que nada acontecesse aos seus e tudo acabou bem.

Entretanto a SIC teve oportunidade de transmitir o filme baseado no primeiro livro desta saga- “Crepúsculo”. Normalmente não sou muito amante de filmes, a menos que sejam portugueses. Ler as legendas e, ao mesmo tempo, estar atenta à acção é complicado. Quando era mais nova ainda via muitos filmes e séries mas depois comecei a não ter visão suficiente para acompanhar a trama como deve ser. Se o filme for baseado num livro que li, aí o caso já muda de figura e esse filme acaba também por ser muito produtivo para alguém como eu que estudou Guionismo e tenciona fazer algo desse género.

O filme está bem conseguido. Apenas notei que a descrição de algumas personagens não coincide mas isso é um mal menor. A principal diferença mesmo foi ligarem o clã de vampiros de James à morte de um amigo do pai da protagonista. Isso não vem no livro e acaba por ser uma mais-valia para o filme.

Resumindo, foi sensivelmente um mês de agradável leitura. Stephenie Meyer está de parabéns pela lufada de ar fresco que trouxe à literatura fantástica. Graças a esta obra dividida por quatro volumes, apaixonei-me pelo mundo dos vampiros e de outros seres mitológicos. Inclusive já adquiri outros livros sobre a temática dos vampiros. Em nome da diversão, do prazer de ler e da fantasia.

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