Sunday, March 27, 2011

Ficou na estrada a agonizar



Este pesadelo começou a desenhar-se no meu subconsciente porque ouvimos em cima do telhado a Feijoa à bulha com outro gato. A minha mãe foi ver se a Teka estava dentro de casa e estava. Com quem bulharia Feijoa? Seria o Léo que voltou?

Preocupada com a integridade da minha gata, adormeci e sonhei que tinha vindo de uma excursão estranha. Assim que cheguei a casa, logo estranhei o intenso tráfego que se fazia sentir na estrada, sobretudo de autocarros.

Sob a luz da cozinha reparei que a minha mãe chorava e logo me deu a notícia do atropelamento da gata Feijoa, fruto da invulgar concentração de veículos. Logo comecei também a chorar baba e ranho.

Fomos para a sala onde nem sequer acendemos a luz. A minha mãe contava a trágica história. Parece que a minha mãe encontrou a Feijoa cheia de sangue a agonizar na estrada mas não teve coragem de a trazer assim para dentro, até porque continuavam a passar imensos autocarros na estrada.

Apesar das explicações dadas pela minha mãe, eu estava indignada por àquela hora a gata ainda estar na estrada, provavelmente já toda esmagada por aqueles veículos pesados. Isso ainda me deixava mais triste. Era um ambiente constrangedor, toda a gente a chorar e a angústia que sentia por o fim da Feijoa ser esse.

Quando acordei senti um forte alívio. Pelo estore fechado da minha janela vi que estava a nascer o dia e que tudo não passou de mais um pesadelo um pouco semelhante a outro que tive quase há um ano atrás, em que encontrei a Feijoa quase decapitada junto ao portão da eira, atropelada também por uma caravana de veículos que passou furiosamente numa noite.

O que é certo é que a Feijoa não apareceu tão cedo nessa manhã. Arranjou alguém com quem bulhar. Só mais tarde é que ela apareceu cheirando fortemente à palha. Fiquei descansada por vê-la inteira e sem um único arranhão.

No comments: