Sunday, March 27, 2011

Internet (a saga continua)

Esta é a história verídica da adesão à Internet móvel através da certidão multiuso. Também é uma história que demonstra bem que, por vezes, as pessoas não estão bem informadas sobre como proceder em casos tão específicos como os nossos em que é preciso agir de outra maneira. Quantas não são as vezes em que os agentes das comunicações desconhecem o que há de específico para nós e nos informam erradamente. Neste caso parece ter havido uma baralhada enorme que parece agora não ter fim à vista.

Com tudo isto estou sem usufruir da Internet que tanta falta me faz. Como se não bastasse o fardo que carregamos por termos nascido diferentes, ainda temos que tropeçar, não raras vezes, na falta de rigor e informação dos que nos rodeiam quando só queremos usufruir dos nossos direitos. Acontece isto com a internet agora, como também me tem acontecido ao longo destes últimos anos com o jogo do empurra sobre a possibilidade de fazer ou não o estágio profissional. Em ambas as situações sou fortemente lesada dos meus direitos só porque as pessoas não me sabem informar ou procedem de forma errada. São tão excepcionais os casos em que se está perante pessoas deficientes que as pessoas se esquecem, desconhecem ou pura e simplesmente nunca antes haviam lidado com estas especificidades.

Esta história começa aquando da aquisição do meu novo computador portátil no já longínquo mês de Janeiro. Eu tinha uma placa de Internet móvel da Kanguru mas já era bastante antiga e não havia drivers compatíveis para Windows 7. Como lhe fazia carregamentos de vinte euros que quase não davam para nada, resolvi tentar a Internet móvel Sapo que tem vantagens através da certidão multiusos. Fui descansada da vida. Foram preenchidos os devidos formulários e havia um plafom que me dava para uns tempos. Estava convencida que já tinham chegado os impressos e já estava tudo pronto. O tempo foi passando e comecei a estranhar a demora na chegada da factura.

Uma bela tarde, já em Fevereiro, não consegui aceder à Internet e liguei para a linha de apoio. Foi-me dito que não chegaram impressos nenhuns e a minha placa estava ainda como uma placa de carregamentos e não de factura. No dia seguinte fui novamente à loja mas não levei a placa. Viram que a funcionária que me atendeu da primeira vez se enganou a copiar o número de referência do equipamento.

Uns dias depois voltei à loja porque vi que o cartão, tendo feito um mês de aquisição, estava bloqueado. Novos impressos foram feitos e mandaram-me aguardar. Esperei a semana toda. O tempo também me falta para aceder à Internet e por isso só no Sábado tive oportunidade de verificar se já tinha tudo em ordem. Não tinha e liguei para a linha de apoio de onde me voltou a ser dito que nenhum impresso havia chegado. Lamentando, debitaram-me dinheiro no cartão para que eu não estivesse sem o serviço. Mais tarde, continuando com o cartão bloqueado, voltei a ligar e aí desbloquearam-me o cartão por uns dias. Foi-me aconselhado ir a uma BlueStore autorizada e assim fiz na passada semana. Foi aí que me apercebi da embrulhada que para ali ia. Resolver isto parece que é complicado e, com toda esta história, quem fica prejudicada sou eu porque não estou a aceder à Internet.

Esperando mais uma semana, constatei que ainda não tenho a situação resolvida e por isso tive de voltar ao Coimbra Shopping. Desta vez iria mostrar o meu desagrado de forma mais vincada, até porque começo a ficar sem paciência para isto. Para os leitores ávidos de sangue e muita acção, com coisas a partir e tudo, lamento desiludi-los. Apenas ameacei desistir, uma vez que não me conseguem resolver o problema. O que consegui foi que me alargassem a validade do cartão e o plafom enquanto o problema não estivesse resolvido.

Atendeu-me depois uma simpática funcionária que se comprometeu pessoalmente a resolver este imbróglio. Eu respondi que estava de férias e mostrei um ar aborrecido de quem teve de abdicar de um belo dia de descanso, veio de casa ainda por cima a pé e teve de se deslocar ali só porque ainda não tinha o problema resolvido. Disse ainda que na passada semana estive ali toda a tarde da minha folga, quando deveria estar a fazer os preparativos para a troca de local de trabalho. Tudo isto era verdade.

Desta vez nem tempo tive para almoçar. Comprei um pacote de batatas fritas no Continente e um caderno. Rezei para que o autocarro viesse rápido. Às duas da tarde tinha um compromisso.

P.S.: Hoje consigo aceder à Internet mas ainda não sei se ela está provisória ou se já está tudo em ordem. Recebi uma mensagem a informar o número do pedido. Aguardo até aos primeiros dias de Abril. Se não me aparecer a factura em casa, farei nova investida ao Coimbra Shopping.

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