Thursday, March 03, 2011

Futebol, pão e músicas holandesas

Tinha escrito nas primeiras linhas deste meu caderno (que agora é preto e não azul como outrora) que quase não me lembrava dos sonhos que tinha tido nesta noite. Imaginem se eu me tivesse lembrado, certamente estaríamos aqui na presença do texto mais longo deste meu humilde espaço. É que eu prevejo que saia daqui um texto com mais de duas páginas só a relata este sonho bem agitado.

Escrevo mais abaixo: “De 6-2 ontem para 3-3 na realidade vai uma grande diferença”. Alguns dias desfasada do contexto, tive de puxar bastante pela cabeça para decifrar o que isto queria dizer. Parece que tinha sonhado que o Sporting tinha perdido com a Naval por 6-2 e afinal empatou a três bolas. Foi o jogo de despedida de Liedson que é tão português, tão português, tão português que não continua a exercer a sua actividade profissional na sua “pátria” e “emigra” para o Brasil- país pelo qual ele sempre nutriu uma paixão especial e, inclusive, demorava-se por lá mais do que devia sempre que a sua entidade patronal lhe concedia umas feriazinhas para ir “viajar”. Paulo Bento fez o que devia fazer: não o convocou mais para a Selecção Nacional. Há avançados de qualidade nascidos em Portugal.

Voltemos então aos sonhos depois deste aparte para nos despedirmos apressadamente de alguém que penosamente tem de abandonar o seu país. Desejamos-lhe muita sorte porque a vida de emigrante não é nada fácil, mesmo se o país de acolhimento tiver o Português como língua oficial. Boa viagem!

Agora sim, vamos ao sonho que inicialmente se passa algures numa representação onírica da sala de jantar de minha casa. Consta que havia muito pão para preparar para pão ralado. Achando que esse pão estava fofinho demais e, portanto, seria mal empregado esmigalhar, aproveitei parte dele para o jantar nessa noite lá em casa. Como se isso fosse possível realmente mas toda a gente sabe que para os sonhos não há limites.

Como nos velhos tempos, a transmissão do jogo da jornada fazia-se no Canal 2. Foi nesse canal televisivo que comecei a ver os primeiros jogos de Futebol. Só que na altura davam aos três e quatro jogos por jornada. Ainda não havia TV Cabo e eu acompanhava tudo o que havia para acompanhar. Como agora eu sou pobre e não tenho TV Cabo não estou tão bem informada. Que saudades do tempo em que os jogos davam todos em sinal aberto! Agora só em sonhos posso voltar a esses tempos.

Não me lembro se os jogos começavam a horas tão tardias como este entre o Benfica e o Rio Ave que estava marcado para as dez da noite. Provavelmente os jogos não davam tão tarde mas lembro-me de jogos a começar às nove e meia, se não estou em erro.

A preparar os pães brasileiros para o jantar, não dei pelo tempo a passar e o jogo já ia com sensivelmente vinte minutos quando o comecei a acompanhar. O Benfica vencia o Rio Ave por 2~0.

A minha mãe tinha comprado uns pitos...romenos há dias e tinha-os na sala de jantar. Eu não suportava ouvi-los e fui para o meu quarto. O jogo entretanto tinha chegado ao intervalo e eu ouvia os comentários pela Antena 1, tal como sempre faço na vida real.

No início da segunda parte o Rio Ave entrou com tudo e fez dois golos de rajada. Fiquei extremamente desolada com este resultado. Jara- jogador do Benfica em quem eu depositava grandes esperanças de poder alterar o rumo dos acontecimentos ficou subitamente impossibilitado de entrar em jogo. Apesar de estar sentado no banco de suplentes, o jovem argentino tinha algum problema físico que o punha de fora desse desafio. Todo estava a correr mal ao Glorioso.

Sem acordar, o sonho passa repentinamente para um contexto bem diferente. O cenário é uma representação onírica dos nossos vestiários. Eu recolhia um monte enorme de roupa que havia acumulado numa das casas de banho. Parte dela estava pendurada na porta, imagine-se. Como se isso fosse possível!

Na casa de banho ao lado, uma colega minha que recentemente esteve na Holanda entoava canções holandesas que me eram bastante familiares. Consta que também comecei a trautear algumas.

Para quem não se lembrava do que tinha sonhado, o resultado até foi excelente. Afinal o documento nem duas páginas tem e ainda eu divaguei aqui um pouquito.

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