Thursday, March 31, 2011

Fogo, lágrimas e desconhecidos

Como me arrependi de me ter levantado apenas e só para beber um pouco de água! É que já devia saber que, se acordo depois de dormir um pouco, para adormecer depois novamente é o cabo dos trabalhos. Ainda por cima é provável que venha a padecer daquelas coisas esquisitas sem explicação que eu dantes chamava de pesadelos e que são parecidas a choques eléctricos e tortura.

Bem, sonhei que a minha irmã tinha duas fogueiras acesas na sala e dois aquecedores que também ardiam. Era uma fumarada imensa.

Encontro-me agora no meu quarto em Coimbra ao anoitecer. Sentada na cama, olho a minha imagem reflectida no espelho do guarda-fatos. O estore da janela está aberto e as luzes da rua iluminam o quarto porque todas as luzes da divisão estão apagadas. Sem motivo aparente, encontro-me a chorar desalmadamente enquanto protesto contra tudo e contra todos. Empunho um lenço de papel já ensopado em lágrimas e ranho em cada mão.

Ouço bater à porta e logo me alarmo com a possibilidade de a minha senhoria ou o filho terem percebido que estava a chorar e a protestar. Fui abrir a porta a medo e entrou uma desconhecida alta, magra, morena e vestida de preto.

A forasteira atirou-me violentamente para cima da cama com uma força que não parecia de um ser deste mundo e apertou-me. Acordei com o corpo a fervilhar, como acontece sempre que, depois de já ter dormido um pedaço, me levanto e demoro de novo a adormecer. Já sei como é.

Foi uma noite bastante agitada em termos de sonhos. De grande parte deles não me lembro.

Agora o palco do sonho é um local desconhecido ao ar livre onde era habitual eu correr. Estava a cair a noite quando começou uma corrida.

Um rapaz já calvo, envergando uns calções azuis e uma t-shirt branca, liderava a prova isolado e com grande diferença dos demais concorrentes. Eu assistia à prova sentada no chão na berma da estrada.

Sempre que ele completava uma volta ao circuito e passava por mim, tinha sempre de me falar mas eu não o conhecia.

Havia agora que acordar para um dia que também foi agitado. Bastou ser feriado e eu ter de trabalhar.

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