Friday, March 04, 2011

Sonhos movimentados, cama em desalinho

Para animar as hostes, aqui vai mais uma empolgante viagem ao mundo mais secreto dos meus sonhos!

Acordei com a cama em desalinho. Não era para menos depois de uma noite muito activa em termos de sonhos. Resta saber em que altura dei eu esse tratamento a cobertores e lençóis.

Depois de sonhar vagamente com a azáfama rotineira do meu local de trabalho, eis que surge a acção propriamente dita. O meu subconsciente leva-me até Aveiro. Era ali que estava sedeada uma instituição para deficientes visuais de sucesso. Esta instituição tinha uma particularidade: só os deficientes visuais qualificados poderiam usufruir dos seus serviços e actividades. Pode-se dizer que era uma instituição muito à frente. Provavelmente até será algo que faz falta, uma vez que nem sempre há respostas convencionais para os problemas de um cada vez maior número de deficientes visuais com cursos superiores. A título de exemplo, a conversão dos cursos para Bolonha deveria ser uma questão a aprofundar. A mim prejudica-me imenso. Quero prosseguir com as minhas habilitações académicas e, pelos vistos, para tirar Mestrado teria de trabalhar dois anos na minha área, segundo me disseram. Ora, onde trabalharia eu, se ninguém me quer dar emprego na minha área. A procura de uma alternativa deveria ser uma das batalhas. Se calhar terei de pagar para ter mestrados e doutoramentos e isso é injusto.

Adiante, que se faz tarde! Havia uma espécie de conferência organizada por essa tal instituição onírica que fazia o impossível para atender às necessidades especiais de utentes altamente qualificados. O local era pouco iluminado, mais parecia uma enorme sala de aulas de uma universidade e as mesas eram brancas.

Confrontei a responsável pela instituição com a possibilidade de vir a tirar um curso de treinadora ali. Esse é outro dos meus sonhos: tirar um curso que me habilite a treinar Goalball. Sei que no Estrangeiro isso é possível. Aqui em Portugal é que as coisas ainda andam um pouco atrasadas.

O cenário agora é o conforto da lareira da sala de minha casa. Tinha havido uma festa (eu e as festas em casa que povoam os meus sonhos, vá-se lá saber porquê). Estávamos nós e os nossos vizinhos a conversar animadamente à lareira e eu perguntei à minha mãe se tinha sobrado leitão. A minha mãe explicou que, como eu ontem não tinha querido o leitão, o meu pai comeu as orelhas e as patas (o que eu na realidade gosto de comer no leitão). Eu disse-lhe que não me importava de comer outro bocado desde que não tivesse gordura nem pimenta.

Os sonhos são mesmo incríveis! Do aconchego de uma lareira acesa (pressupõe-se que é Inverno) para o Sol e o Céu azul numa praia (pressupõe-se que seja Verão). Continuo na companhia dos meus vizinhos. Ah, afinal não deve ser Verão. Apesar de estarmos na praia e de estar bom tempo, permanecemos vestidos a jogar a bola. Terá sido aí que me livrei da roupa da cama? Envergava umas calças cinzentas e ia a caminho da água.

Agora vem algo ainda mais disparatado. Trata-se de uns cremes ou chocolates que dão cromos de jogadores, especialmente jogadores do Guimarães e jogadores que há muito terminaram as suas carreiras.

Atenção que vou preparar a música de fundo para esta parte do sonho! Afinal terá sido aqui que a roupa da cama foi parar ao meio do chão.



Que novidade! Parece que é a primeira vez na vida que sonho com atalhos! Que sensação estranha! Será a primeira vez provavelmente que canto a plenos pulmões o “Grândola Vila Morena”. Na realidade sei a música completa. Há uns anos havia quem defendesse que o nosso Hino Nacional estava muito ultrapassado e que deveria ser esta canção tão marcante na nossa história recente que o havia de substituir. Eu na altura reflecti: se isto fosse avante, era da maneira que sabia o Hino Nacional. Hoje até sei o Hino Nacional, fruto das idas à Selecção mas naquela altura o Desporto Adaptado era para mim um sonho inatingível.

Bem, aqui vai mais um relato que cheira fortemente a deja vu! Cantando a mítica canção de Zeca Afonso, caminhava alegremente já no findo do lugar a caminho da Moita. Já era noite.

Entre duas casas que na realidade existem e que não se alteraram no sonho, atalhei pela entrada de uma delas. Enquanto me embrenhava pelos atalhos, era mais claro do que anteriormente. Os candeeiros ainda estavam ligados mas clareava em vez de escurecer cada vez mais.

O despertador tocou. A roupa da cama estava toda no chão em desalinho. Não admirava, fora uma agitada noite de sonhos.

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