Posso fazer uma sugestão? A partir de agora, os manuais escolares deveriam ser todos assim como este livro de Arturo Pérez reverte. Era da maneira que os alunos assimilavam muito melhor a matéria. Não tenho dúvidas disso. Imagine-se a cautela com que se tem de prestar atenção á forma bem peculiar como o autor aborda um tema que seria tão enfadonho como…a história de Espanha.
Lembro-me de quando andava no ensino preparatória e tinha de levar com a História de Portugal. Em vez de nos apresentar factos, o livro deveria apresentar um texto bem colorido de vernáculo, sarcasmo e humor. Quando eu estivesse a estudar madrugada dentro, como sempre acontecia, de certeza que não leria aí umas dez vezes o mesmo parágrafo devido ao sono.
Quem diz os livros de História, diz os livros de todas as matérias enfadonhas que nos impingem nas escolas. Sugeria então que passasse a ser Arturo Pérez Reverte a redigir os manuais escolares. Passava tudo com a nota máxima. Depois havia o outro lado da moeda, os pais mais púdicos vinham sempre protestar que o tipo de linguagem não seria o adequado para crianças e jovens. E eles não dizem palavrões em casa?
Já há muito que não lia um livro sem que a minha atenção se dispersasse, sobretudo pela forma como o autor abordava os assuntos. Sendo mordaz, sarcástico e um pouco malvado, Arturo Pérez Reverte não teve prurido em dizer mal do seu próprio povo. Por diversas vezes classificou o seu país como “casa de putas” ou “dia da marmota”. Muitas vezes se dirigiu a figuras ilustres do seu país como “filho da puta”.
Ao longo da obra foi enaltecendo todos os defeitos que aparentemente fazem com que o povo espanhol não evolua. Talvez o principal seja uma elevada influência da igreja. Pois claro. Concordo.
Um livro que me arrancou muitos risos e até sonoras gargalhadas. Muito bom mesmo.
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