Por acaso gosto de ler biografias. Essa avidez que todo o Ser humano possui inaptamente de gostar de cuscar a vida alheia. Se a vida de alguém é narrada pela própria pessoa, junta-se o útil ao agradável. Para além de querer saber da vida dos outros, posso saber essas informações sem remorsos, com o consentimento dos mesmos e, especialmente, porque eles fazem questão de que tudo se saiba.
Quando o narrador escreve o seu próprio livro de memórias e não pede a alguém que faça isso por ele, o livro possui uma outra alma. É como se a própria pessoa estivesse sentada na nossa sala com um café ao lado, uma lata de biscoitos, uma lareira a crepitar e estivesse a contar as suas aventuras e desventuras. Se a pessoa em questão é boa a contar histórias, não damos por perdido o nosso tempo.
Woody Allen dispensa apresentações. Mesmo uma analfabeta em cinema como eu sabe quem é este senhor. Trata-se de um dos cineastas mais conhecidos do Mundo e uma referência na comédia.
Quando este livro saiu, foi muito falado, até porque o cineasta fala abertamente do escândalo de abuso sexual de que foi vítima. O comediante nega as acusações e fala abertamente sobre o caso. Ávidas de drama como são todas as pessoas, o livro vendeu-se que nem pãezinhos. Nos Estados Unidos, Woody Allen ficou com a sua reputação manchada e muitos atores e sobretudo atrizes recusaram entrar nos seus filmes. Woody Allen não baixou os braços, apesar da mágoa de se sentir injustiçado e continua a fazer sucesso sobretudo na Europa.
Mesmo a falar sobre este assunto tão delicado da sua vida, Woody Allen tem um registo de um certo humor, sarcasmo e uma forma cativante de contar uma história. Sem dúvida um excelente comunicador.
Não conheço o senhor, nunca vi um filme dele mas admiro a sua escrita. para quem gosta de apreciar o estilo de escrever de alguém, como eu faço, até porque gosto de aprender e faço questão de aprender sempre com os melhores, trata-se de um predestinado.
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