Na passada segunda-feira, 26 de abril, passaram trinta e cinco anos sobre o maior desastre nuclear não militar de que há memória. Felizmente para a Humanidade, não se voltou a repetir tamanha catástrofe.
Ainda hoje se vivem as consequências deste desastre que foi provocado pela explosão do reator número quatro da central nuclear durante um teste para aferir se o reator continuaria a funcionar com o mínimo de energia em caso de ataque inimigo. Recorde-se que estávamos em plena Guerra Fria e a união Soviética já dava mostras de algum declínio.
A catástrofe só não foi maior porque, nos dias seguintes, houve homens e mulheres que pagaram com a vida o esforço de limpar a área afetada.
A jornalista Svetlana Alexievich recolheu centenas de testemunhos destas pessoas e seus familiares numa obra ímpar. Também ouviu especialistas e moradores nas redondezas. Muitos nem se aperceberam da gravidade da situação. Os mais velhos não compreendiam por que lhes estava a ser pedido que deixassem o lugar onde sempre viveram. Camponeses e agricultores não compreendiam por que os seus frutos e legumes cresciam viçosos e eles não os podiam colher. O animal tinha de ser abatido.
Impressionantes são os relatos devastadores de pessoas que tiveram problemas de saúde relacionados com a radiação. Muitos viram os seus familiares, alguns deles crianças, sucumbir a uma morte lenta e dolorosa. A radioatividade é uma ameaça mortal que não se vê mas corrói o corpo de dentro para fora. Também tem a particularidade de cada organismo lhe reagir de forma diferente.
Sem dúvida, um livro que nos leva a pensar no que o Homem faz com a capacidade de pensar e inventar com que foi dotado.
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