Leio agora um pequeno livro de contos. Parece um cliché, a primeira aventura literária de alguém que não faz da escrita a sua atividade principal é quase sempre um livro de contos. O indivíduo gosta de escrever umas coisas nas horas livres, vê alguma coisa e logo se inspira. Depois, um belo dia, acorda e pensa que os seus escritos davam um belo livro de contos.
Eu também em tempos pensei fazer isso. Não está de todo posto de parte. Acho que tenho material suficiente para tal. O mais complicado é ver onde andam todos esses textos. Alguns publiquei-los aqui mesmo no meu humilde e recatado espaço, outros simplesmente tenho de os procurar. Outros ainda aguardam a luz do dia e outros não vão ser passados para o computador porque estavam a tinta e já não os vou conseguir ler. O que pode acontecer é eu pegar na ideia e escrever algo completamente diferente do original.
Divagações á parte, eis um livro escrito por um psicólogo clínico da Marinha brasileira.
Os contos neste livro são de índole variada, desde o puramente erótico que dá nome á obra, ao transcendental. Há aqui contos de índole mais filosófica, outros muito estranhos. Pela pequena amostra, o psicólogo escritor de contos é muito versátil.
Destaco aqui o conto “o Desenterrado”. Está simplesmente incrível. Quem se iria lembrar de escrever uma história destas, de um morto fazer todo o retrocesso do dia em que morreu tentando sem sucesso mudar o rumo dos acontecimentos que o levaram á morte.
Sinceramente, é um prazer ler livros destes escritores de horas vagas. Destes narradores acidentais que se aventuram no mundo da escrita de livros, mesmo que sejam de contos. Afinal de contas, temos de começar por algum lado.
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