Thursday, May 06, 2021

“40 Anos De Servidão” (impressões pessoais)

 

Volto de novo à poesia- um género literário para o qual não sou talhada. Realmente dá trabalho ser poeta.

 

Jorge De Sena deixou-nos poemas muito diferentes, compilados a título póstumo pela sua mulher.

 

Este livro contém poemas editados em outras obras e alguns censurados- percebe-se porquê. Se o poeta escreve com alma, como costumo dizer, quando está irritado, a alma insulta, mesmo que seja sob a forma de palavras escritas.

 

Jorge De Sena escreveu os seus sonetos e odes numa época em que Portugal se via a braços com a ditadura. Não havia liberdade para escrever ou mesmo para pensar.

 

Destaco o facto de a maioria dos poemas estarem em linguagem simples, sem o rendilhado desnecessário que alguns poetas utilizam que é preciso ter um dicionário ao lado para compreender o que escrevem e por vezes nem assim.

 

Destaco um poema chamado “ode aos livros que não posso comprar”. Foi o que mais me chamou a atenção.

 

Existem poemas tão diferentes e com distintos tipos de linguagem que nem parecem ter sido escritos pelo mesmo autor.

 

De facto, um poeta é aquele que transforma em sinais os gritos da alma.

 

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