Monday, June 27, 2011

Tempo seco e quente atrai incêndios

Tem estado calor mas nada que se compare ao ambiente completamente seco, quente e esquisito deste sonho.

O meu sonho revestia-se de uma certa melancolia, de uma crueza impressionante e de algo que eu não sei descrever. Num final de tarde, o Céu revestia-se de tonalidades azuis e encarnadas. Não havia uma ponta de verdura nas proximidades de minha casa, só vegetação amarela e seca. O calor, mesmo àquela hora era insuportável. Quase não dava para se estar dentro de casa e na rua então nem pensar em estar.

A Terra parecia estar em brasa. Já não chovia há imenso tempo. Meses ou anos, com toda a certeza. Era grande a preocupação. Estava-se no limiar da sobrevivência.

Eram cerca de oito da noite quando a luz faltou de forma inexplicável. Não havia indícios de trovoada, o Céu estava limpo, apesar de a temperatura estar quente e abafada.

Fomos para a rua ver o que se passava. Apesar de toda esta secura, até estava um belo final de tarde, com o Céu sem nuvens e com umas bonitas tonalidades azuis e alaranjadas. Mas algo ali não estava bem. Toda a gente sentia isso. Eu sentia-o também.

Olhámos na direcção da casa dos nossos vizinhos de cima. A cor laranja apoderava-se do horizonte. Aquilo já não eram nuvens. Era fogo que se dirigia de forma voraz e ameaçadora para baixo. Estávamos perdidos. Sem água, como o travar?

O terror apoderou-se dos meus pais, de mim e dos meus vizinhos. Ninguém nos poderia acudir. O clima de tristeza e apreensão era impressionante. O calor tornou-se mais intenso e doentio.

Olhei para o lado da ponte. Horrorizada reparei que também daquela direcção se aproximava outro incêndio. Dali a nada as duas frentes de fogo iriam juntar-se, cercar-nos e morreríamos ali.

Acordei aliviada por me encontrar sossegadamente deitada na cama. Já não é a primeira vez que tenho um sonho semelhante. Lembro-me de uma versão em que também estávamos assim rodeados de fogo, com muita gente que corria de um lado para o outro, como se fosse o fim do Mundo. O sonho terminava comigo e a minha mãe agarradas uma à outra a gritar enquanto assistíamos ao aproximar rápido das chamas que surgiam de um lado e de outro.

Este sonho foi interpretado como uma recriação do subconsciente de um incêndio que ocorreu ali durante a noite de 27 de Agosto de 2008. Os incendiários colocaram duas frentes, uma ao pé da minha porta e outra em Vale do Boi. Dava a sensação de que qualquer uma delas poderia chegar às nossas casas. Isso não aconteceu mas vivemos ali momentos de grande apreensão.

Sonhei igualmente com uma reportagem de investigação criminal que já tinha visto antes e que era medonha. Eu tinha medo de a ver novamente. Tudo aquilo para se chegar à conclusão de que fora a própria esposa a assassinar o marido de forma hedionda.

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