Monday, June 27, 2011

Goalball e Boccia

Levantei-me bem cedo e extremamente bem-disposta.

Não fui a pé até ao Pavilhão. As pernas ainda me doíam do esforço da véspera. Apanhei logo um autocarro assim que cheguei à paragem e cheguei aos Combatentes pouco depois das sete da manhã. Ainda era extremamente cedo.

Procurei um local para tomar café e ali ficar a fazer um pouco de tempo. Quando achei que já eram horas, dirigi-me ao Pavilhão para depois ser encaminhada até onde iria decorrer o Goalball.

Estava ansiosa por ver como agora eram os jogos, se eram mais competitivos e espectaculares do que no tempo em que jogava.

Pelo que me deu a entender, agora as equipas estão mais competitivas e equilibradas. Já não haverão goleadas do calibre daquelas que nós sofríamos. Há campeonatos regulares e bem organizados e há um misto de juventude e de veterania em todas as equipas.

Eu ia assistindo aos jogos que apresentavam indecisão no resultado até ao fim enquanto olhava pelo abastecimento do congelador das bebidas.

Também constatei que há grande equilíbrio entre a equipa do Porto e a equipa do CAC. Esses jogadores do Porto sempre foram bons no tempo em que o Boavista tinha Goalball. Tinham tanto de bons jogadores como de barulhentos.

As equipas de Lisboa sempre foram uns colossos. Também qual era a equipa que não era uma equipa de craques ao lado da nossa? As pessoas aqui não se interessam por Desporto. Chega-se o fim-de-semana e abalam logo no primeiro autocarro que encontram. Alguns jovens nem às aulas assistem com empenho nos cursos de formação. No meu tempo tive de me zangar com algumas pessoas que não estavam ali a fazer nada. Só prejudicavam quem realmente queria aprender e só queriam o dinheiro ao fim do mês. Praticar Desporto seria mais um frete. Aliás, eu sou apologista da obrigatoriedade de aulas de Educação Física nos cursos de formação da ACAPO. Era da maneira que se poderiam angariar mais atletas.

Ganhou a equipa do Porto depois de um bem disputado jogo com a equipa do CAC que terminou empatado. Devido à diferença de golos, os nortenhos levaram a melhor.

Seguiu-se o almoço. Esqueci-me de referir que as refeições eram na cantina da ESEC- um local que me é tão familiar. As funcionárias já não me viam há muito e por isso fizeram uma grande festa. Agora tenho só uma hora de almoço e não posso ir lá almoçar como fazia quando trabalhava em Celas.

Para a parte da tarde estava agendada a minha ida para a Boccia. Estava ali uma boa oportunidade de assistir ao vivo a essa modalidade desportiva que tantos títulos tem dado ao Desporto Adaptado Nacional. Só pela televisão assisti a resumos de Boccia. Iria ter oportunidade de ficar a perceber mais um pouco desse Desporto.

Dirigi-me ao Pavilhão da Académica na companhia de alguns elementos da equipa de arbitragem de Boccia. Uma jovem demonstrava a sua tristeza por não ter tido oportunidade de assistir ao Goalball- algo que ela tinha curiosidade em ver. A mesma curiosidade sentia eu em relação ao Desporto que ela conhecia mas iria ter a sorte que ela não teve de assistir pela primeira vez ao vivo a Boccia.

Sentei-me, saquei do telescópio que uso para ver ao longe e comecei a seguir os jogos que se estavam a desenrolar. Eu já sabia as regras básicas de Boccia. Ganha quem mais se aproximar da bola branca. Não sabia era que também eram os jogadores a arremessar a bola branca.

Ao longo do tempo em que assistia aos jogos, uma dúvida assolou-me. Vi uma bola vinda da equipa adversária tocar numa bola de uma equipa que estava perto da bola branca e fazer com que a bola resvalasse para longe. Se isso acontecer, como se processam os resultados? A minha interlocutora disse que bastava uma situação destas para alterar um resultado. Ali valia tudo. Se calhar era aí que estava a espectacularidade do Boccia. De um momento para o outro as bolas poderiam mudar de posição. Para além de ser uma questão de pontaria e de precisão, também seria uma questão de sorte.

Foi naquele espaço que ocorreu a Cerimónia de Encerramento. O Boccia foi o último evento a terminar. Seguiram-se imensas fotografias de grupo, os habituais discursos de despedida e a promessa de um novo evento desta envergadura em 2012 noutra cidade.

Ficamos então à espera. Vamos ver se para os próximos Jogos de Portugal a ACAPO de Coimbra já esteja representada. Esperemos que sim.

Depois de levantar o meu certificado, fui para casa sem jantar porque tinha medo de não ter autocarro para ir para casa.

Foram dois dias felizes, como já há muito não tinha. Estava mesmo à espera de algo assim para recarregar baterias para mais uma árdua semana de trabalho.

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